Buscar

vetores de T cruzi e epidemiologia da doença de Chagas 3

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Epidemiologia e vetores de T. cruzi
Prof. Rodrigo Gurgel Gonçalves
*
Como definir a doença de Chagas?
- Agente etiológico
- Hospedeiros
- Manifestações clínicas
- Ciclos de transmissão
Trypanosoma cruzi
Silvestre
Doméstico
*
Perguntas
- Onde a doença de Chagas (DC) está distribuída? 
- Qual a prevalência da DC no Mundo e no Brasil?
- Como identificar um barbeiro?
- Onde vivem? Quais são suas fontes alimentares? Como chegam nas casas? Como se mantêm nas casas?
- Quais são as principais espécies vetoras?
- A transmissão vetorial da doença de Chagas (DC) foi interrompida no Brasil? 
- Existem barbeiros no DF? Qual o risco de transmissão?
- Quais são as estratégias de controle da DC?
- É possível erradicar a DC?
*
Schmunis (1997), Coura & Vinas (2010), OMS (2014)
Distribuição geográfica da doença de Chagas
Endêmica das Américas em 21 países, desde o México até o sul da Argentina e Chile.
Ocorre em outros países devido contínuos processos migratórios populacionais
*
 120 milhões de pessoas em áreas de risco
 18 milhões nas Américas (21 mil óbitos anuais) 
6 a 8 milhões no Brasil
OMS (1990) 
Redução após controle de T. infestans
O que aconteceu após mais de 20 anos de controle?
Rassi et al. (2010), OMS (2014)
7 a 8 milhões nas Américas 
Redução nas regiões CO, NE, SE e Sul, onde T. infestans foi controlado
Ostermayer et al. (2011): apenas 32 casos (crianças <5 anos) foram detectados entre quase 105 mil examinadas
Melhor detecção dos casos na Amazônia, principalmente por transmissão oral no Pará
Aguilar et al. (2007): 1-3% de soroprevalência na Amazônia. Vários surtos por transmissão oral detectados
Brasil
Prevalência da doença de Chagas
Brasil: ~4,6 milhões
Martins-Melo et al. (2014)
100-300 casos/ano
*
Situação epidemiológica atual da doença de Chagas no Brasil: localização dos novos casos e formas de transmissão
Maioria dos casos associados a presença do vetor
Importância de identificar e conhecer a biologia dos triatomíneos: vigilância e controle
Adaptado de Abad-Franch et al. (2014)
*
Mortalidade por doença de Chagas no Brasil
Martins-Melo et al. (2012).
6 mil mortes anuais 
Alta mortalidade: DF, GO (nordeste), MG (triângulo mineiro, norte)
Qual a importância disso em nosso contexto?
*
Como identificar um barbeiro ?
?
*
Como identificar um barbeiro ?
*
Como identificar um barbeiro ?
Ordem Hemiptera: predadores x fitófagos x hematófagos
Família Reduviidae
Fitófago: ap. bucal longo (4 segmentos) e reto
Predador: ap. bucal curto e curvo, patas adaptadas para captura de presas
Hematófago: ap. bucal curto e reto (Triatominae)
*
Como identificar um barbeiro ?
Características gerais
 
Cabeça alongada
Rostro curto e reto
Hematófagos obrigatórios
- Outros nomes: chupão, bicudo, fincão, chupança, vum vum, procotó, furão, chupa-pinto, chinche-picuda, chinche de los montes, chinche de vaca, vinhuca, assassin bugs, kissing-bug, triatome.....
Rhodnius neglectus
*
Como identificar um barbeiro ?
Tamanho variando de 0,5 a 4,5 cm (dimorfismo sexual)
*
Taxonomia
	Histórico:
Século XIX: descrição de Darwin
	Atualmente: 150 espécies de triatomíneos, 65 ocorrem no Brasil (Galvão & Gurgel-Gonçalves no prelo)
	
*
Taxonomia
 Triatoma Panstrongylus Rhodnius
	
	Maioria das espécies incluída em três gêneros: 
	Triatoma, 
	Panstrongylus 
	Rhodnius 
Distribuição: sul dos EUA, América Central e do Sul; Índia, China, Austrália
*
Principais gêneros
Panstrongylus megistus
Panstrongylus geniculatus
*
Principais gêneros
Rhodnius nasutus
Rhodnius brethesi
*
Principais gêneros
Triatoma sherlocki 
Triatoma carcavalloi
*
Biologia
Hábitos geralmente noturnos
Ovos, ninfas (5 estádios) e adultos
Cópula: 15-30min
Eclosão ocorre de 10 a 30 dias após a postura
Ninfas: Desenvolvimento do botão alar
Qual a duração do ciclo?
*
Biologia
Alimentação x tempo de desenvolvimento
Influência da temperatura e umidade 
R. neglectus 
3 meses
T. sordida
6 meses
P. geniculatus
Até 24 meses! 
*
Comportamento alimentar
 Busca e localização: calor, CO2, ácido lático, amônia
Hematófagos vorazes: sugam até 10 vezes o próprio peso 
*
Quantidade de sangue ingerido e tempo defecação são variáveis importantes para transmissão do Trypanosoma cruzi.
Comportamento alimentar x competência vetorial
*
Habitats: onde podemos encontrar os triatomíneos?
Ambiente doméstico: intradomicílio x peridomicílio 
Alta densidade de populacional: 11.000 R. prolixus em Honduras
*
Habitats: onde podemos encontrar os triatomíneos?
Ambiente silvestre: palmeiras, bromélias, cactos, sobre casca de árvores ou rochas, tocas de animais
Palmeiras, bromélias
Ninho, tocas de mamíferos
*
Fatores de risco de domiciliação
Precariedade das habitações, desmatamento, hábitos populacionais (armazenamento de madeira, criações peridomiciliares)
Em um novo cenário em que as casas de adobe estão ficando raras, quais variáveis indicam maior risco de domiciliação?
*
Controle de triatomíneos
- 80% dos casos da doença de Chagas foram devidos à transmissão vetorial por T. infestans. Por quê?
Capacidade hematofágica
Densidade populacional
Defecação rápida
Ampla distribuição
Capacidade de dispersão e domiciliação 
Deslocamento de espécies secundárias
Suscetibilidade para T. cruzi
Triatoma infestans, espécie primária na transmissão da doença de Chagas
T. infestans: principal alvo das campanhas de controle na América do Sul (iniciativa do Cone Sul)
*
9 de junho de 2006 Certificação da OMS:
Brasil está livre da transmissão vetorial por T. infestans 
2009
Controle do Triatoma infestans no Brasil
Galvão & Gurgel-Gonçalves, no prelo
*
*
T. infestans foi erradicado no Brasil? A transmissão vetorial da doença de Chagas está interrompida no Brasil?
*
Tremedal-BA, fev/2011
Gurgel-Gonçalves et al. (2012)
*
Vigilância das espécies nativas após controle de T. infestans no Brasil
Triatoma sordida
Rhodnius neglectus
Capazes de invadir e colonizar as casas. Em geral ocupam ecótopos naturais e artificiais próximos das casas, associados a reservatórios silvestres e peridomiciliares, apresentando diferentes graus de antropofilia. 
Centro-oeste
Panstrongylus lutzi
T. pseudomaculata
Triatoma brasiliensis
Nordeste
*
Reunião em BsB: documento que reconheceu os avanços no controle, mas que aponta as medidas para reforçar a vigilância dos vetores nativos. O documento não declara interrupção de transmissão vetorial por espécies nativas no Brasil!
*
Resposta em nível acadêmico
*
Triatomíneos no DF
Maeda et al. (2011)
*
P. megistus e T. cruzi no DF
2012: cerca de 300 Panstrongylus megistus (33% ninfas) no DF
10 infectados por T. cruzi: Park Way, Águas Claras (no 12º andar), Asa Sul, Lago Norte e Vicente Pires. 
Park Way: colônia de P. megistus no galinheiro. Uma ninfa de P. megistus na cama. 
Zoológico de Brasília: colônia com 55 triatomíneos, 20 positivos para T. cruzi. 
Janeiro 2013: colônia de P. megistus em Planaltina. O sangue dos moradores foi coletado e porém os resultados do lab. de referência foram negativos. 
Dados evidenciam o potencial risco de transmissão no DF. 
Minuzzi-Souza et al. (in prep)
*
 Ecossistema: Vereda
Atividades 
humanas
Desmatamento, agropecuária e urbanização
 Indicador Ecológico: M. flexuosa com ninhos de aves e mamíferos
Nidificação nas palmeiras
Colonização nas palmeiras com ninhos
 Fontes de alimentação e/ou reservatórios
 D. albiventris
Aves
 Vetor
Infecção = 3,6%
 
Parasitos 
?
 Ecótopos artificiais e contato com o homem
Animais
com hábitos sinantrópicos 
Invasão
de adultos e/ou domiciliação
R. neglectus
Baixo risco considerando perfil das habitações e urbanização
Epidemiologia da doença de Chagas: ciclos de transmissão de T. cruzi
*
 Ecossistema: Mata de galeria
Atividades 
humanas
Desmatamento, agropecuária e urbanização
 Indicador Ecológico:
troncos de árvores, tocas de tatus?
Hospedeiros
 D. albiventris
 Vetor
Infecção = 35%
 
Parasitos 
Transmissão autóctone no Zoo de Brasília
D. albiventris 
com hábitos sinantrópicos 
Invasão de adultos e/ou domiciliação
P. megistus
Maior risco
T. cruzi (TcI, TcII)
 Saguinus niger
Invasão frequente em apartamentos e casas
Epidemiologia da doença de Chagas: ciclos de transmissão de T. cruzi
*
Estamos realmente livre dos barbeiros e da doença de Chagas? 
*
Melhoria da moradia
Controle de triatomíneos e da doença de Chagas
Recursos do PAC e do MS: programa de melhoria habitacional para controle da doença de Chagas 
A SVS tem feito reuniões para definição dos municípios prioritários para aplicação do recurso:
Critérios entomológicos, epidemiológicos e sociais
*
Aplicação de inseticidas, vigilância entomológica (Sucam, Funasa)
Controle de triatomíneos e da doença de Chagas
Problema: descentralização do serviço
*
Vigilância entomológica com participação comunitária
Controle de triatomíneos e da doença de Chagas
1. Aulas, visitas domiciliares e reuniões 
2. Moradores: barbeiros em uma caixas de fósforo
3. Exame laboratorial (identificação do barbeiro e infecção por T. cruzi)
4. Visita e uso de inseticidas
5. Educação sanitária 
*
Controle de triatomíneos e da doença de Chagas
Divulgação do controle e participação da comunidade: década de 80 									(SUCAM/FNS)
*
Controle de triatomíneos e da doença de Chagas
Divulgação do controle e participação da comunidade: 
*
Controle de triatomíneos e da doença de Chagas
Divulgação do controle e participação da comunidade
*
Controle integrado: melhoria da moradia + educação sanitária + uso de inseticidas + vigilância continuada 
Controle de triatomíneos e da doença de Chagas
É possível erradicar a doença de Chagas usando esses métodos de controle?
Como controlar a transmissão oral e a transmissão por triatomíneos não domiciliados?
Funcionou para o controle de triatomíneos domiciliados (principalmente T. infestans) e da doença de Chagas na região extra-amazônica
Esta figura ilustra cómo debe ser la transmisión de Tcruzi por Pmegistus en el Cerrado. Los ecosistemas donde ocurre la transmisión es el bosque de galería. Los indicadores ecológicos en este paisaje no son bien conocidos, probablemente, troncos de árboles con marsupiales refugios o madrigueras de armadillos. Estos microhábitats existe la presencia de Pmegistus que se alimenta de la sangre de mamíferos, principalmente marsupiales y primates evetualmente morcielagos y. Esta asociación permite la circulación Tcruzi. Nuestros resultados mostraron un 35% de las tasas de infección. Marsupiales y vectores infectados pueden llegar a invadir el ambiente en el hogar que permite la conexión entre el ciclo silvestre y doméstica. Pero en Brasilia encontramos colonias Pmegistus en casas y vivendas de primates. Teniendo en cuenta la alta tasa de infección podría llegar a la conclusión de que existe un mayor riesgo de transmisión de T. cruzi a los seres humanos desde Pmegistus. También hemos demostrado en la transmisión autóctona Tcruzi de primates en el zoológico de brasilia
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais