Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
1 DELEGADO FEDERAL E ESTADUAL – MÓDULO II Disciplina: Processo Penal Prof.: Levy Magno Aula: 03 Monitor: Munir MATERIAL DE APOIO - MONITORIA Índice I. Anotações da aula II. Lousas I. ANOTAÇÕES DA AULA AÇÃO PENAL 1) Sistemas de solução de litígio: 1.1) Autotutela ou autodefesa: é aquele que permite o uso do desforço físico para solucionar conflito decorrente da prática de infração penal; NÃO foi adotado. 1.2) Autocomposição: é a possibilidade do envolvido pactuar com o acusador para evitar a ação penal, ou suspendê-la; Adotado PARCIALMENTE. 1.3) Ação Penal: foi o instrumento escolhido para solucionar uma lide penal como regra (artigo 5º, XXXV, CF). 2) Definição: Ação penal é o direito público, subjetivo, autônomo e abstrato de provocar o Poder Judiciário para que ele aplique o direito ao caso concreto, externando o poder jurisdicional. a) Direito Público: cabe ao Estado – juiz, através do Poder Judiciário, órgão estatal, recompor a ordem desestabilizada por conta da prática da infração penal – NÃO se aplica direito privado na solução do litígio. b) Direito Subjetivo: diz respeito à pertinência subjetiva ativa ou passiva. c) Direito Autônomo: autonomia é ter exigências próprias, características próprias, condições próprias. O juiz, no momento em que recebe a peça acusatória em mãos, verifica se estão presentes ou não as CONDIÇÕES DA AÇÃO. 1º) Condições genéricas: 1-A) Legitimidade de parte – tem legitimidade ativa o MP (nos crimes de iniciativa pública), e o ofendido (nos crimes de iniciativa privada). O MP só pode ser sucedido diante da sua inércia. O MP tem legitimidade ordinária. O ofendido, como provocador da ação penal, tem legitimidade extraordinária. Na hipótese de morte ou incapacidade mental, poderá ser sucedido pelo C.C.A.D.I (nesta ordem de preferência); são os sucessores processuais. Tem legitimidade passiva, como regra, os que completaram 18 anos (sistema biológico). Tem legitimidade, aliado a idade, toda pessoa que ostentar doença ou deficiência mental, toda pessoa que for dependente químico, o 2 índio desde que socializado ou semi-socializado. A pessoa jurídica tem legitimidade passiva nos crimes contra o sistema financeiro e nos ambientais. Lembrar da teoria da dupla imputação ou teoria do ricochete. Imunidade diplomática: - absoluta: quem a exerce não está sujeito a nenhuma medida policial, judicial, administrativa ou aduaneira. Jamais responderão criminalmente no Brasil. Representam o ESTADO DE ORIGEM. - relativa: é a consular – o cônsul, que representa o Estado de origem apenas nas questões comerciais, tem imunidade apenas nos atos relativos ao desenvolvimento de seu ofício. 1-B) Interesse de agir: está fundado no tripé necessidade – adequação – utilidade (justa causa). O provimento jurisdicional a ser buscado tem que ser útil. Assim, notadamente em crime famélico ou aplicado o conceito de insignificância, não deve o juiz receber a denúncia por absolutamente inadequado e desnecessário. 1-C) Possibilidade jurídica do pedido: o fato praticado deve se adequar a uma figura típica para que se permita a movimentação da máquina (tipicidade formal). 2º) Condições específicas: sem as quais o juiz não autoriza o início da ação penal; não serão exigidas em todas as ações penais, tanto que são especiais. 2-A) Representação do ofendido; 2-B) Requisição do Ministro da Justiça; 2-C) Laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial (artigo 525 do CPP); 2-D) Artigo 236 do CP – é o único crime de ação penal privada personalíssima. Para o oferecimento da queixa-crime é imprescindível ter transitado em julgado a sentença cível que anulou o casamento (P. único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anulou o casamento); 2-E) Sentença que decreta a falência ou homologa o plano de recuperação judicial ou extrajudicial – artigo 180 da Lei 11.101/05 – crimes falimentares; 2-F) Autorização da Câmara dos Deputados (2/3), para processamento do PR; nas infrações penais comuns praticadas e relacionadas com o exercício do mandato, o PR pode ser denunciado, mas a CF exigirá como condição específica da ação a autorização de 2/3 da CD; 2-G) Nos crimes tributários materiais haverá uma condição específica de ação, qual seja, o lançamento definitivo do crédito tributário. Durante o período em que o investigado estiver manejando recursos na seara administrativa não haverá nenhuma possibilidade de ajuizamento da denúncia, e se for ajuizada, o juiz rejeitará de plano (SÚMULA VINCULANTE 24: NÃO SE TIPIFICA CRIME MATERIAL CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, PREVISTO NO ART. 1º, INCISOS I A IV, DA LEI Nº 8.137/90, ANTES DO LANÇAMENTO DEFINITIVO DO TRIBUTO). d) Direito Abstrato: a ação penal é instrumental servindo para que o juiz possa externar a pretensão punitiva; não tem qualquer vínculo com a procedência ou improcedência da ação, daí o caráter abstrato. Adotamos, nesse particular, as teorias 3 abstrata e potestativa, onde não se vincula a pretensão punitiva com o direito de ação. 3) Classificação: No âmbito das ações penais públicas, existem 4 tipos em que o MP é o titular – a movimentação da máquina se dá com o oferecimento da denúncia, ou, se houver inércia, de queixa-crime subsidiária. No âmbito das ações privadas, o ofendido pode provocar a máquina de 4 formas. Ressalvada a hipótese de ação penal personalíssima, nas demais, havendo morte ou sobrevindo a capacidade, o CCADI poderá suceder (ver quadro). 4) Como definir o tipo de ação? Basta olhar o tipo penal e o capítulo onde ele está inserido e apurar se em algum lugar está escrito “somente se procede mediante queixa”; caso esteja, o crime sempre será de iniciativa privada; caso não esteja, o crime sempre será de iniciativa pública. 5) Princípios aplicáveis nas ações penais: Princípios Ação Penal Pública Princípios Ação Penal Privada 1) P. da obrigatoriedade: o MP tem o poder – dever de oferecer a denúncia estando presentes prova da materialidade e indícios de autoria (artigo 24 do CPP). Princípio mitigado – relativizado: a) Artigo 76 da Lei 9.099/95; b) Artigo 26 da Lei 9.615/98; c) Artigo 87 da Lei 12.529/11 – acordo de leniência, pacto de brandura ou acordo de doçura; d) Artigo 9º da Lei 10.684/03; e) Artigo 4º, § 4º, I e II, da Lei 12.850/13. 4 II. LOUSAS
Compartilhar