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Universidade de Brasília Faculdade de Medicina Laboratório de Parasitologia Médica e Biologia de Vetores AAppoossttiillaa ddee CCaassooss CCllíínniiccooss aapplliiccaaddooss ààss DDiisscciipplliinnaass ddee PPaarraassiittoollooggiiaa ee PPaarraassiittoollooggiiaa BBáássiiccaa Brasília 2015 ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 2 Prezado (a) aluno (a), Essa apostila foi elaborada para que você possa enriquecer seu estudo e aprofundar seus conhecimentos em Parasitologia. Experimente resolvê-los por conta própria e, somente depois, procure ajuda de seus professores ou monitores para esclarecer suas dúvidas. Acreditamos que essa seja uma forma de aprender aplicando os conhecimentos adquiridos e procurando pelas respostas corretas. Diante desses casos clínicos, tentaremos aproximar vocês da realidade dos profissionais de saúde, que muitas vezes precisam contar com os conhecimentos prévios e colocá-los em prática frente às diversidades impostas pela profissão. Você poderá utilizar livros de Parasitologia, de Medicina Interna, de Doenças Infecciosas, de Diagnósticos Laboratoriais e outros, mas as perguntas foram elaboradas, principalmente, para que você possa pesquisar em livros acadêmicos de Parasitologia Humana. Provavelmente um Dicionário Médico ajude-os bastante no significado de termos que são utilizados no texto. Esperamos que lembrem sempre da Parasitologia não como uma matéria para “decorar”, mas sim como uma ciência que se aprende raciocinando e pesquisando. Bons estudos a todos, Professores e Monitores da Parasitologia – UnB. ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 3 1) Um médico atende duas crianças, acompanhadas pela mãe, que se queixam de fortes dores de barriga. A mãe relata que as crianças defecavam fezes pastosas com presença de sangue e que na região onde mora não há água tratada nem coleta de esgoto. Uma das crianças também apresentou febre baixa. A) Qual a sua suspeita? Por quê? B) Qual seria o método indicado para confirmação do diagnóstico? C) Relacione os sintomas que o paciente apresenta com os mecanismos de patogênese. 2) Uma mulher de 36 anos relata que há 2 meses começou a apresentar diarréia com 3 a 6 evacuações nas 24 horas e fezes pastosas e/ou líquidas. Após a realização de uma colonoscopia fez diagnóstico de uma retocolite ulcerativa. Mesmo fazendo uso do tratamento indicado, o seu quadro diarréico continuou piorando progressivamente, apresentando agora 10 a 15 evacuações nas 24 horas, com fezes líquidas acompanhadas frequentemente de muco e sangue, além de fraqueza e emagrecimento. A) Qual sua suspeita diagnóstica? B) Por que o paciente está apresentando estes sintomas? C) Que investigações deveriam ser feitas para confirmar seu diagnóstico? Qual fase de desenvolvimento do parasito você esperaria encontrar na investigação? 3) Um homem vai a uma farmácia relatando ter feito exame de fezes e neste apresentou: "cistos de Entamoeba coli e Endolimax nana". A receita médica prescrevia medicação para amebíase. Está correta esta prescrição médica? Justifique. 4) F.G.A, homem, 27 anos procura um posto de saúde reclamando de dor ao urinar e de coceira “interna” no pênis. Relatou que ao acordar, sua cueca apresentava manchas que ele acreditava ser de um líquido esbranquiçado que sai do canal da uretra. Ao ser questionado se praticou relação sexual durante os últimos dias e ele afirmou ter tido três parceiras durante um mês e que a segunda delas reclamava de dor durante o coito. Complementou ainda que percebeu um corrimento amarelo-esverdeado e bolhoso na parceira. A) Em se tratando de uma DST, qual sua suspeita diagnóstica? B) Quais os sintomas apresentados pelo paciente ou por sua parceira poderiam ajudar em sua suspeita? Quais exames complementares você pediria para confirmar sua suspeita diagnóstica? C) Após confirmar sua suspeita, que orientação você daria a esse homem para evitar uma nova infecção? 5) I.M.A., 20 anos, casada, queixa-se de prurido vaginal intenso, corrimento constante e dor durante o ato sexual. Relata que já foi medicada com antibióticos três vezes para o mesmo problema sob suspeita de infecção por bactérias; nestes casos o marido só aderiu ao primeiro tratamento. Revelou que após os tratamentos apresentou discreta melhora. Ao exame clínico foram verificadas algumas escoriações na região pubiana, eritema de vulva e vagina, presença de secreção vaginal de cor creme com aspecto espumoso e cervicite. Foi colhido material para exame laboratorial. ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 4 A) Qual parasito poderia ser incluído na suspeita? B) Que exames laboratoriais poderiam ser indicados para confirmar a suspeita? C) Indique duas possibilidades para que os tratamentos anteriores não tenham dado resultado. D) Quais medidas profiláticas poderiam ser recomendadas para a paciente? 6) Após visita de uma semana de duração a uma cidade no interior de Minas Gerais, um vendedor de 31 anos procura o pronto-socorro relatando a ocorrência de fezes volumosas e oleosas, dor abdominal, acompanhadas de náuseas e arrotos. Vem utilizando medicamentos para controlar diarréia e enjoo desde que os sintomas surgiram, há um mês, porém os sintomas vêm piorando nos últimos dias. O paciente também apresentou perda de peso. Não há presença de catarro, pus ou sangue nas fezes. (Temperatura corporal: 36,5°C). A) Qual(is) sua(s) suspeita(s) diagnóstica(s)? Por quê? B) Qual exame pode ser realizado para confirmar o diagnóstico? C) Qual a relação entre a viagem feita pelo paciente e a ocorrência da parasitose? D) Qual o tratamento indicado para este paciente? 7) Paciente de 10 anos, natural e procedente de Pernambuco, apareceu com história de lesão no lábio inferior há mais ou menos dois meses. Ao exame dermatológico, evidenciou-se lesão exulcerada e crostosa associada a edema na região do lobo inferior. Foi realizado teste de Montenegro, cujo resultado foi positivo. O exame anatomopatológico demonstrou um infiltrado inflamatório misto, com histiócitos contendo parasitos. A) Qual sua suspeita diagnóstica? Por quê? B) Em que consiste o Teste de Montenegro? D) Qual o tratamento mais adequado? 8) Um senhor, com idade acima de 60 anos, relata que foi para a cidade de Eldorado (MS), região endêmica de leishmaniose, febre amarela, malária e doença de Chagas numa pesquisa de campo para captura dos vetores. Pouco depois ele apresentou sintomas de faringite, procurou um orotorrinolaringologista, que confirmou o diagnóstico de laringite e indicou o tratamento com antibiótico, que foi feito durante 2 anos. Após este período, o senhor relata que “melhorava e piorava da faringite”. Posteriormente, foi verificado que o mesmo tinha comprometimento do septo nasal. A) Qual a sua suspeita diagnóstica? Por quê? B) Como o senhor pode ter adquirido a doença? C) Relacione os sintomas que o paciente apresenta com os mecanismos de patogênese. 9) Um menino de nove anos, procedente de Sobradinho (DF), apresentou-se com lesão circular ulcerocrostosa seca com bordo em moldura, localizada no membro superior esquerdo, com início há aproximadamente sete meses.A) Qual sua suspeita diagnóstica?Por quê? B) Quais exames complementares você solicitaria para confirmar sua hipótese? ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 5 C) Correlacione o ciclo do parasito com a lesão dermatológica apresentada por este paciente. 10) Berenice é uma senhora de 72 anos, residente em região rural próxima à Bocaiúva (norte de Minas Gerais), que sente “muito cansaço, falta de ar” e tem “as pernas inchadas”. Há também uma história de disfagia e odinofagia de longa data, causa de grande emagrecimento. Apresenta ainda quadro de intensa dispneia. A radiografia de tórax evidencia um coração demasiadamente aumentado. A) Qual sua suspeita diagnóstica? Por quê? B) Quais outras investigações você realizaria? Por quê? C) Como Berenice deve ter adquirido essa parasitose? D) Que tratamento você indicaria para Berenice? 11) Um caminhoneiro é encaminhado a um hospital de Brasília, e suspeita-se de que ele esteja com malária. Entretanto, ele alega ter adquirido malária numa viagem a Manaus há mais de 5 anos e que não viajou mais para área endêmica para esta doença. Pergunta-se: A) Você acha que houve erro de diagnóstico ou é realmente possível que o caminhoneiro em questão tenha a parasitose? Explique sua resposta. B) Caso sua resposta tenha sido afirmativa, qual a espécie de Plasmodium envolvida? C) Haveria a possibilidade de o caminhoneiro ter adquirido a doença em Brasília? Justifique. 12) Um homem de 38 anos, sabidamente portador da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA), queixa de “visão borrada”. Sua última contagem de linfócitos CD4 foi de 20 células/mm³ e foi admitido no hospital para tratamento de pneumonia por Pneumocystis carinii e sarcoma de Kaposi. A fundoscopia revela áreas de infiltrados brancos e hemorragias compatíveis com o diagnóstico de retinocoroidite. No exame de sangue não foi detectada eosinofilia. A) Qual a sua suspeita diagnóstica? B) Qual exame pode ser realizado para confirmar o diagnóstico? C) Qual é o prognóstico deste paciente? D) Relacione os sintomas que o paciente apresenta com os mecanismos de patogênese. 13) LBM, 28 anos, natural de Ceilândia (DF), casada, do lar. Primeira consulta de pré-natal, 7 semanas de gestação, apresenta tonturas e náuseas. História de feto morto na gestação anterior. Resultados dos exames: hemograma (normal), anti-HIV (negativo), rubéola (sorologia positiva) e toxoplasmose (IgM e IgG negativas). Repetindo o exame para toxoplasmose 2 meses após, constatou IgM positiva e IgG positiva moderada. A) Ela está na fase aguda ou crônica da doença? Justifique. B) Há risco de transmissão para o feto? Nesse caso quais seriam as consequências? C) Cite as principais medidas profiláticas. ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 6 14) Um homem de 29 anos, procedente de Ribeirão Preto (SP), com antecedente de uso de drogas endovenosas ilícitas, apresenta intensa diarréia aquosa há três meses (5 a 10 evacuações/dia) e dor abdominal. Infecção por HIV foi confirmada, com alta carga viral e baixa contagem de linfócitos CD4+. O paciente foi internado e foram administrados antibióticos, sem melhora do quadro. O paciente continuou com a diarreia aquosa com perda de 3 a seis litros de água por dia e acentuada perda de peso. Não foi observado sangue nas fezes e o exame parasitológico foi negativo para Giardia lamblia e Entamoeba histolytica. O exame de sangue não revelou eosinofilia. O quadro agravou-se, ocorrendo óbito do paciente. A) Qual a suspeita diagnostica? B) Qual exame pode ser realizado para confirmar o diagnóstico? C) Relacione os sintomas que o paciente apresenta com o ciclo de vida do parasito. 15) Uma mulher de 36 anos, residente em área rural de criação de bovinos em Curitiba (Paraná), não etilista, apresenta aumento volumoso do abdome e icterícia. É vegetariana e, portanto, tem hábito de ingerir grande quantidade de verduras frescas que colhe de sua horta. A) Qual a sua suspeita? Por quê? B) Por que o paciente apresentou estes sintomas? C) Como deve ser feito o diagnóstico? 16) Paciente, M.G.S., 28 anos, é atendida em um posto de saúde na cidade de São Paulo, SP. A paciente apresenta icterícia, perda de apetite, dor abdominal e quadros diarréicos intercalados por períodos de constipação intestinal. Há também a presença de sangue nas fezes e hepatoesplenomegalia discreta. A paciente relata que durante a infância tinha o hábito de tomar banho de rio na fazenda dos seus avós situada em São Lourenço da Mata, região metropolitana de Recife-PE. A) Qual a suspeita diagnóstica? Por quê? B) Quais exames complementares você solicitaria para a confirmação do diagnóstico? C) Relacione os sintomas apresentados com os mecanismos de patogênese. D) Qual seria o tratamento indicado? E) Como pode ser feita a profilaxia desta parasitose? 17) Uma mulher de 56 anos, residente da Cidade da Estrutural (DF), relatou dores abdominais frequentes, náuseas, vômitos e perturbações do apetite. Além destes sintomas ela relatou que vem eliminando há 3 dias “pedaços brancos, achatados e retangulares” sem ter que ir ao banheiro e que frequentemente come carne de porco. A) Qual a sua suspeita? Por quê? B) Como podemos confirmar sua suspeita? C) Existe algum perigo para a parasitose em questão o fato do vômito? Explique. D) Por que a mulher apresentou estes sintomas? E) Qual a profilaxia que você indicaria para esta parasitose? ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 7 18) Um homem de 45 anos apresenta fortes dores de cabeça, delírio, “cansaço” e ataques epileptiformes. Ele relatou que apresenta esses sintomas há 6 meses e que teve teníase há 5 anos. A) Qual a sua suspeita? Por quê? B) Como podemos confirmar sua suspeita? C) Como esse homem deve ter adquirido a parasitose? 19) E.L., mulher, 36 anos, procedente de Bagé (Rio Grande do Sul) procura um posto de saúde na sua cidade queixando-se de fortes dores na região esquerda do abdômen. Durante a palpação o médico sente o fígado demasiadamente elevado. Ao ser questionada sobre seu trabalho a mulher relatou morar em uma fazenda onde se criam ovelhas para o abate, sendo ela responsável pelos cuidados com os cães de pastoreio do local. Durante a conversa ela deixou clara que esses cães são alimentados com as vísceras dos ovinos. Em relação ao hábito alimentar disse que, como uma “boa gaúcha”, sempre comeu muito churrasco bovino mal passado, porém a carne de porco estava sempre frita e bem cozida, pois seus pais diziam que “carne de porco crua tem canjiquinha”. Ainda em relação aos hábitos alimentares relatou que há uns seis meses deixou de comer carne vermelha (porco, boi) e adquiriu hábitos vegetarianos não ingerindo nem mesmo carne branca (peixe, frango). A) Qual a sua suspeita? Por quê? B) Quais exames médicos você solicitaria que a mesma realizasse? C) Qual seria o tratamento recomendado a essa paciente? D) Quais os métodos profiláticos você recomendaria para evitar a infecção? 20) Uma criança de 4 anos, leucoderma, residente em área rural de Planaltina (DF), vítima de desnutrição acentuada, apresentou episódio súbito de vômitos com vermes adultos. A mãe informou também que a criança não evacua há 5 dias e apresenta dor abdominal em cólica. A mãe relata que a filha vomitou vermes (com tamanho em torno de 40cm) pela boca e apresenta manchas brancas na pele. A) Qual (is) sua (s) suspeita (s) diagnóstica (s)? Por quê? B) Como evitar esta parasitose? C) É possível que haja auto-infecção? Explique sua resposta. D) Relacione os sintomas que o paciente apresenta com os mecanismos de patogênese. E) Qual o tratamento indicado? 21) Jeca Tatu, célebre personagem de Monteiro Lobato, era um indivíduo anêmico, fraco e desanimado, com uma palidez típica na face, apresentando diarréia sanguinolenta e tosse. Retratava um quadro de sintomas característico do trabalhador rural das regiões pobres do Brasil de 1919. A) Esse quadro de sintomas se refere à qual patologia? Por quê? B) Por que Jeca Tatu apresentava esses sintomas? C) Como deve ser feito a profilaxia dessa parasitose? ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 8 22) Tião, um trabalhador rural de 45 anos, tem o hábito de comer verduras da horta que cuida enquanto trabalha, sem sequer lavá-las. Ele também não tem o hábito de usar calçados. Recentemente, vem se queixando de fraqueza e desânimo intensos, apresenta-se pálido e com diarréia sanguinolenta, além de tosse. A) Qual o provável diagnóstico? B) Qual seria o método indicado para confirmação do diagnóstico? C) Relacione os sintomas e explique por que ocorrem. D) Como Tião deverá ser tratado? 23) Um homem de 73 anos, natural do Rio de Janeiro, portador de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e asma brônquica, fazendo uso de imunossupressores por tempo prolongado, apresentou quadro de pneumonia grave, com insuficiência respiratória aguda. Os exames revelaram eosinofilia periférica persistente. Úlcera duodenal, diarreia, dor abdominal e urticária também foram constatadas. A) Qual sua suspeita diagnóstica? Por quê? B) Que outras investigações você realizaria? C) Qual a relação entre esta parasitose e a imunossupressão? D) Relacione os sintomas que o paciente apresenta com os mecanismos de patogênese. 24) Uma menina de 5 anos apresenta prurido anal à noite, insônia, nervosismo e vaginite. A mãe relata ter observado nas fezes de sua filha algumas “lagartinhas”. A) Qual a sua suspeita? Por quê? B) Qual seria o método indicado para confirmação do diagnóstico? C) Por que a paciente apresenta esses sintomas? D) Como deve ser feito o tratamento? 25) Uma garotinha de 6 anos, apresenta prurido anal noturno, vaginite e um leve corrimento vaginal. Sua mãe também apresenta corrimento (amarelo-esverdeado, fétido), e dor ao urinar. Além disso, dias atrás começou a sentir o mesmo prurido anal que a filha. Seu exame ginecológico revelou inflamação da mucosa vaginal. A) Quais as suas suspeitas de diagnóstico? Como possivelmente ocorreram as infecções na mãe e filha? B) Relacione os parasitos com os sintomas. C) Quais são os melhores métodos de diagnóstico laboratoriais para essa situação? D) Cite e explique algumas medidas profiláticas para evitar novas infecções. 26) Uma mãe procura o serviço de saúde mais próximo de sua casa. Durante a consulta, ela relata que sua filha de 4 anos vem apresentando cólicas abdominais e diarréias há 2 semanas. Além disso, a criança relata uma frequente “vontade de fazer cocô”, mesmo que improdutiva. Os incômodos têm causado agitação, insônia e emagrecimento moderado. A mãe ainda relata que no mesmo dia da consulta o ânus da criança estava “virando do ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 9 avesso”, e que ela pode notar uma grande quantidade de vermes esbranquiçados aderidos à mucosa do reto. A) Qual helminto intestinal deve estar causando os sintomas na criança? Justifique. B) Como ela pode ter se infectado? C) Qual tratamento seria indicado para essa criança? 27) Um homem de 57 anos, residente em área rural próxima de Recife, apresenta tosse, febre baixa e a perna e o pé esquerdo bem aumentados de tamanho. O hemograma revela eosinofilia sanguínea pronunciada. O paciente revela que em sua casa há vários “pernilongos”. A) Qual a sua suspeita? Por quê? B) Como confirmar laboratorialmente sua suspeita? C) Relacione os sintomas que o paciente apresenta com os mecanismos de patogênese. D) Como evitar esta parasitose? 28) Um homem apareceu no hospital queixando-se de lacrimejamento no olho esquerdo, intensa fotofobia com uma pequena perda da visão. Foi observado um nódulo subcutâneo em seu pescoço, e durante a anamnese descobriu-se que havia estado em contato com os índios Yanomamis, durante o período de seis meses que trabalhou no estado de Roraima. A) Qual a sua suspeita diagnóstica? Por quê? B) Como confirmar laboratorialmente sua suspeita? C) Relacione os sintomas que o paciente apresenta com os mecanismos de patogênese. 29) Um homem com aproximadamente 35 anos aparece em seu consultório queixando-se de intensa “dor na boca”. Ao examiná-lo, você observa grande destruição e perfuração do palato, com a presença de larvas cilíndricas, brancas, com tamanho em torno de 1 cm, semelhantes a larvas de insetos. A) Que doença este paciente está apresentando? B) Qual o provável agente etiológico? C) Como deve ser feito o tratamento? D) Como esse paciente pode ter adquirido essa doença? 30) Uma criança da área rural aparece no pronto socorro com um nódulo na cabeça de aproximadamente 2 cm. Ela informa que sente movimento no interior do nódulo e dor ao pressioná-lo. A observação do couro cabeludo mostra que a região está avermelhada e com um ponto no centro do nódulo. A) Qual seria o provável diagnóstico? B) Qual o agente etiológico? C) Como deve ser feito o tratamento? ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 10 31) F.B., 14 anos, demente é levado por uma senhora do serviço social ao posto, pois após vistoria na casa foi observado que o menino ficava confinado em um quarto com chão de terra batida nos fundos da casa. Ao analisar o menino notou-se que o mesmo apresentava nódulos esbranquiçados de 1 cm na solar do pé, entre os dedos e, nos calcanhares. No centro de cada nódulo havia um ponto preto. Foi observado que durante o atendimento que o adolescente coçava os pés. A) Qual sua suspeita diagnóstica? B) Qual seria o prognóstico desse paciente? C) Qual tratamento você indicaria para essa parasitose? 32) Um acrobata de 40 anos vai à clínica de doenças sexualmente transmissíveis queixando-se de intenso prurido, que piora especialmente à noite. Além disso, está preocupado com algumas pequenas manchas que apareceram em seu pênis. Ao exame físico, haviam algumas pápulas eritematosas e áreas escoriadas na glande do pênis. A) Quais seriam as suas suspeitas diagnósticas? B) Que investigações ajudariam a confirmar seu diagnóstico? C) Quais seriam os métodos profiláticos recomendados? 33) Você está participando de um estágio na área de medicina da família visitando casas em Itapoã, Paranoá. Em uma das casas encontra duas crianças com prurido intenso, uma de 2 anos e outra de 4 anos. O prurido é mais intenso entre os dedos, nádegas e axilas. O exame evidencia inflamação, edema, eritema, feridas e crostas na pele. A mãe diz que o prurido é mais intenso à noite e que os sintomas apareceram há mais de duas semanas. Você percebe que ela também apresenta os mesmo sinais entre os dedos das mãos. A) Qual a sua suspeita diagnóstica? B) Qual exame pode ser realizado para confirmaro diagnóstico? C) Qual o tratamento indicado para este paciente? D) Quais seriam os métodos profiláticos recomendados? 34) Um paciente adulto foi vítima de acidente há cerca de 4 horas por uma aranha. O paciente reclama de muita dor no local da picada. A aranha foi trazida viva, medindo aproximadamente 15 cm de envergadura entre as pernas; ao se aproximar um pedaço de madeira ela levanta os dois primeiros pares de pernas e evidencia as quelíceras, numa posição de ataque. A) Qual foi a aranha responsável por esse acidente? B) Quais sintomas poderiam ser observados ao acompanhar o paciente? C) Qual seria sua conduta terapêutica em caso de aparecimento de sintomas graves? ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 11 35) Você acaba de chegar numa comunidade no entorno de Curitiba para cumprir um estágio. É lhe trazida um garota de 7 anos que chora muito devido a picada de uma aranha. Ela apresenta uma área abaixo do braço muito edemaciada e vermelha. É possível perceber uma área central necrosada. O pai traz a aranha que tem uma coloração marrom e mede cerca de 3 cm de envergadura. A) Explique porque a criança apresenta a pele edemaciada e vermelha. B) Qual seria sua conduta terapêutica em caso de aparecimento de sintomas graves? C) O que acontecerá se não houver tratamento? Essa apostila foi modificada da versão elaborada pelos professores e monitores da disciplina Parasitologia da Universidade Federal de Juiz de Fora em 2004. A nova versão incluiu novos casos elaborados pelos professores da disciplina Parasitologia da Universidade de Brasília em 2015. BIBLIOGRAFIAS DA DISCIPLINA DE PARASITOLOGIA BÁSICA: CIMERMAN B & CIMERMAN S. 1999. Parasitologia Humana e Seus Fundamentos Gerais. 1ª edição. Editora Atheneu, 375 pp. NEVES DP, MELO AL, LINARDI PM, VITOR RWA. 2011. Parasitologia Humana. 12ª edição. Editora Atheneu, 546pp. PESSOA SB & MARTINS AV. 1982. Parasitologia Médica. 11ª edição. Editora Guanabara Koogan, 872 pp. REY L. 2010. Parasitologia. 4ª edição. Editora Guanabara Koogan, 930 pp. VERONESI R. 1991. Doenças Infecciosas e Parasitárias. 8ª edição. Editora Guanabara Koogan, 1.082 pp. COMPLEMENTAR: OMS – Pranchas para o diagnóstico de parasitas intestinais – Livraria Editora Santos, 2000. FERREIRA MU, FORONDA AS, SCHUMACHER TTS. 2003. Fundamentos Biológicos da Parasitologia Humana, Ed. Manole., 156p. MARCONDES CB. 2001. Entomologia Médica e Veterinária, Ed. Atheneu, 432p. VALLADA E P. 1977. Manual de Exame de Fezes: Coprologia e Parasitologia. Ed. Atheneu, 201 pp. SITES DE INTERESSE EM PARASITOLOGIA http://www.parasitology.com/ http://atlas.or.kr/about/index.html ______________________________________________________________________ Apostila de Casos Clínicos em Parasitologia 12 http://parasites-world.com/ Informações sobre a Parasitologia e referências bibliográficas Center for disease Control and Prevention (CDC – Atlanta) - www.dpd.cdc.gov Fundação Nacional de saúde (FUNASA) - www.funasa.gov.br NCBI National Library of Medicine (PubMed) - www.ncbi.nim.nih.gov/entrez/query.fcgi Periódicos CAPES - www.periodicos.capes.gov Organização Mundial da Saúde - www.who.int/en/ Entomologia forense- http://www.entomologiaforense.unq.edu.ar/intro_es.htm Boletim da OMS - http://www.who.int/bulletin/en/ The Scientific Electronic Library Online - http://www.scielo.br/
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