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Diogo Araujo – Med 92 Malária Parasito Reino: Protozoa Filo: Apicomplexa (porque possui complexo apical) Ordem: Eucoccidiida Família: Plasmodiidae Gênero: Plasmodium Espécies: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium ovale e Plasmodium malariae. - Também conhecida como paludismo (ou impaludismo). - Malária = mala + aire (emanação ruim que vem dos pântanos). - Milhões de óbitos anuais. Bilhões de pessoas moram em áreas de risco. Doença parasitária de maior letalidade mundial. - No Brasil, somente há P. falciparum. 99% dos casos ocorrem na Amazônia. - Várias formas de vida: - Esporozoíto: forma infectante, alongada, contida na saliva do mosquito. O núcleo é central e possui complexo apical (que secreta enzimas necessárias para a penetração do parasito na célula do hospedeiro). Diogo Araujo – Med 92 - Trofozoíto: possui forma de anel. Está presente dentro das hemácias. Se for P. falciparum, pode haver mais de um trofozoíto (com núcleo duplicado ou não) por hemácia (hemácia multiparasitada). Já o trofozoíto de P. vivax está contido em uma hemácia amebóide, irregular, com granulações de hemozoína em seu interior (granulações maláricas). O P. vivax se alimenta da hemoglobina, transformando-a em hemozoína, que se acumula em grânulos. Trofozoítos de P. falciparum. Diogo Araujo – Med 92 Trofozoítos de P. vivax. - Esquizonte: produzido pela multiplicação assexuada do trofozoíto dentro das hemácias (no ciclo eritrocítico) ou hepatócitos (no ciclo pré-eritrocítico). Nas hemácias, também podem ser chamados de rosáceas. Pode conter granulações maláricas. Esquizonte em hemácia. Diogo Araujo – Med 92 Esquizonte no fígado. - Merozoítos: são liberados após a ruptura do esquizonte. Infectam outras hemácias. - Gametócitos: formados, dentro das hemácias, a partir da diferenciação de um merozoíto. Os de P. falciparum Possuem forma de banana ou meia lua. As demais formas produzem gametócitos de forma arredondada, com granulações maláricas. Podem ser micro (masculino) ou macrogameócitos (femininos). São as únicas formas que sobrevivem no intestino do inseto. Diogo Araujo – Med 92 Gametócito de P. falciparum. Gametócito de P. vivax, P. ovale ou P. malariae, arredondado, com granulações maláricas. - Oocistos: presentes na parede intestinal do mosquito. Resultantes da união de gametócitos. Diogo Araujo – Med 92 - Hipnozoítos: são formas de latência dentro dos hepatócitos. Após a infecção dessa célula pelo esporozoíto, o parasita pode se transformar em hipnozoíto, permanecendo assim por tempos variáveis. É responsável pela recaída da doença em alguns casos. Ocorre com o P. vivax e P. ovale. Vetor - É o mosquito fêmea do gênero Anopheles (50 espécies identificadas). - As formas infectantes estão presentes na probócide do mosquito e são injetadas com a saliva. - Possui hábitos noturnos. Diogo Araujo – Med 92 Ciclo de Vida Diogo Araujo – Med 92 - É um ciclo de vida composto de três ciclos (no esquema acima). Na figura, são identificados por A, B e C. - Ciclo A: é o chamado ciclo pré-eritrocítico. Após a entrada do esporozoíto pela picada do mosquito, esse parasito vai para o fígado e, no hepatócito, reproduz-se assexuadamente por esquizogonia. Com isso, há formação de um esquizonte (massa celular multinucleada), que origina merozoítos quando se rompe. Essa ruptura dentro de um intervalo de tempo que depende da espécie do parasito. - Ciclo B: é o ciclo eritrocítico. Os merozoítos liberados infectam hemácias. Passam do estágio imaturo para maduro e multiplicam-se assexuadamente por esquizogonia. Formam esquizontes dentro das hemácias. Após ruptura, há liberação de novos merozoítos, que infectam outras hemácias. A maturação dos trofozoítos e ruptura dos esquizontes são sincrônicas no indivíduo, acontecendo de maneira periódica. Coincide com o período febril da doença. Eventualmente, merozoítos podem infectar hemácias e se diferenciar em micro ou macrogametócitos. - Ciclo C: quando a Anopheles fêmea se alimenta do sangue contaminado, gametócitos são ingeridos e conseguem sobreviver no tubo digestório do inseto. Ocorre fusão dos micro e macrogametócitos, com formação do oocisto. Há encistamento no estômago ou no enterócito, crescimento e ruptura da célula. Há liberação de muitos esporozoítos, que migram para a probócide do inseto (pela hemolinfa) e são infectantes. Diogo Araujo – Med 92 - Nas espécies P. ovale e P. vivax, após a infecção do hepatócito pelo esporozoíto (no cilo pré- eritrocítico), podem ser formados hipnozoítos. Responsável pela recaída da doença em até 6 meses. - Como a reprodução sexuada ocorre no mosquito e a assexuada no homem, o mosquito é o hospedeiro definitivo e o homem, o intermediário. Transmissão - Geralmente, é vetorial; - Possíveis: compartilhamento de seringas, transfusão de sangue, transplante de órgãos. Evolução - 8 a 30 dias após a infecção, surgem sintomas, como febre, arrepios, dores nas articulações, dor abdominal, diarréia, vômitos, dispnéia, tosse e convulsões (em crianças). - Os sintomas periódicos são: arrepios, febre superior a 39ºC, calafrios. - A periodicidade depende da espécie do parasito: - P. falciparum: febre terçã. Pode levar ao óbito. Presente no Brasil. - P. ovale: febre terçã benigna. Presente na África. - P. vivax: febre terçã benigna. - P. malariae: febre quartã. - São sintomas graves: anemia, insuficiência respiratória e renal, edema pulmonar, hipoglicemia. - O aumento do volume das hemácias e sua adesão ao endotélio podem lentificar a circulação sanguínea e diminuir a oxigenação dos tecidos. Com isso, os tecidos produzem muito ácido lático, o que causa dor. - Pode haver destruição excessiva de hemácias no baço (hemocaterese). - Mulheres grávidas podem abortar ou ter criança com baixo peso ao nascer. - P. falciparum: forma cerebral pode causar convulsão, coma e morte. - É muito pequena a porcentagem de indivíduos que evoluem para quadros graves (cerca de 1%, eu acho). Muitos podem ser assintomáticos ou ter sintomas mais brandos. - Pode haver hepatoesplenomegalia causada pelo Plasmodium. Diogo Araujo – Med 92 Diagnóstico - Clínico, com análise da possibilidade de exposição ao mosquito. Sintomatologia. - Laboratorial, por meio de: gota espessa de sangue e análise em microscópio para identificação do parasito; esfregaço sanguíneo; métodos imunocromatográficos para detecção de anticorpos contra o parasito. - PCR (muito sensível, utilizado em pesquisa). Tratamento - Medicamentoso, com fármacos antimaláricos. São eles (principais): - quininas: cloroquina e mefloquina. Barbatimão é uma planta rica em quininas. - artemisina e artemether; - antibióticos (como a tetraciclina). Profilaxia - Evitar contato com mosquito (repelente, não sair à noite, mosqueteiros, telas). - Uso preventivo de antimaláricos antes de chegar a regiões endêmicas.
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