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Parasitologia Teníase e Cisticercose Diogo Araujo Med 92

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Diogo Araujo – Med 92 
 
Teníase e Cisticercose 
 
Parasito 
 Reino: Animalia 
 Filo: Platyhelminthes 
 Classe: Cestoda 
 Família: Taeniidae 
 Gênero: Taenia 
Espécies: Taenia saginata e Taenia solium 
 
- A teníase é causada pela T. saginata e pela T. solium. No entanto, apenas a T. solium leva à 
cisticercose (ainda não há casos humanos descritos causados pela T. saginata). 
- O homem é o hospedeiro definitivo. Nele, há a forma adulta (teníase). 
- No hospedeiro intermediário, há a forma larval (cisticercose). Os bovinos são acometidos 
pelas larvas de T. saginata e os suínos, por T. solium. 
- Larvas também podem estar presentes no homem. Assim, ele também pode ter cisticercose, 
passando a ser o hospedeiro intermediário. 
- No Brasil, estima-se que existam 7 milhões de pessoas com teníase causada pela T. saginata e 
2,5 milhões por T. solium. Além disso, seriam 300 mil pessoas com cisticercose. 
- Existem outras espécies patogênicas de Taenia, mas não no Brasil. 
- Proglótides = proglotes. 
- Vermes adultos: 
- T. saginata: possui escólex (cabeça) quadrangular sem rostro e sem acúleos. Há 
muitas ramificações dicotômicas em suas proglotes. Possui parede com músculos 
fortes. Suas proglotes podem sair ativamente (ou seja, podem sair sem ser com as 
fezes). Cada proglote possui um poro genital lateral. O verme adulto pode atingir até 
20m de comprimento. 
Diogo Araujo – Med 92 
 
 
 
 
- T. solium: possui escólex globoso e rostro com 2 fileiras de acúleos. Os acúleos 
ajudam na fixação à mucosa. As proglotes possuem poucas ramificações. Só são 
eliminadas juntamente com as fezes. Não possuem poro genital lateral. O verme 
adulto atinge até 10m de comprimento. 
Diogo Araujo – Med 92 
 
 
 
 
- Ambas as espécies possuem 4 ventosas no escólex. Elas atuam na adesão à mucosa 
intestinal. 
 
- Ovos: são muito semelhantes entre as duas espécies. Possuem um embrióforo (envoltório) 
com uma oncosfera dentro (que é o embrião hexacanto). O ovo com oncosfera é dito ‘larvado’. 
É infectante. O ovo larvado, quando ingerido, libera a larva no tubo digestório, que perfura a 
parede do intestino e se encista em um tecido. 
Diogo Araujo – Med 92 
 
 
 
- Cisticercos: são as larvas encistadas nos tecidos. Antes, acreditava-se que essas larvas eram 
de espécie diferente dos vermes adultos. Então, os cisticercos também são conhecidos por um 
nome científico: Cysticercus cellulosae. A larva já apresenta ventosas, escólex e rostro com 
acúleos. 
 
Diogo Araujo – Med 92 
 
 
 
 
Ciclo de vida 
 
 
- Nas fezes, o homem pode liberar ovos e proglotes. 
- As proglotes liberadas, ao entrarem em contato com o meio ambiente, são ressecadas e 
liberam milhares de ovos no meio. 
Diogo Araujo – Med 92 
 
- Se o homem ingerir um cisticerco, ele desenvolverá o verme adulto no intestino, sendo o 
hospedeiro definitivo. No entanto, se ele ingerir o ovo larvado, ele desenvolverá o cisticerco, 
sendo o hospedeiro intermediário. 
- As larvas, ao escolherem o tecido no qual vão se encistar, exibem preferência por tecido 
muscular que realize bastante movimento. 
 
Transmissão 
- A teníase se dá por ingestão de carnes cruas ou mal cozidas contendo cisticercos. 
- A cisticercose ocorre por ingestão de ovos de T. solium. São três possíveis mecanismos: 
 - Heteroinfecção: ingestão de ovo vindo de outro paciente; 
- Auto-infecção externa: ingestão de ovos do próprio paciente (mãos sujas com suas 
próprias fezes, por exemplo); 
- Auto-infecção interna: proglotes podem ir para o estômago, sofrer ruptura e liberar 
ovos no próprio tubo digestório, o que promove a liberação de larvas e formação de 
muitos cisticercos. 
 
Evolução 
- Teníase: a presença de vermes adultos no intestino causa fenômenos tóxicos, com 
hemorragias da mucosa, destruição do epitélio, formação de infiltrado inflamatório e 
produção de muco. Devido à espoliação de nutrientes, o paciente apresenta apetite 
aumentado e perda de peso. Há alargamento do abdome, náusea, astenia (fraqueza), vômitos 
e tontura. 
- Cisticercose: os sintomas dependem do número de cisticercos e do local em que se instalam. 
Geralmente, ele causa doença devido à ação compressiva no tecido e aos processos 
inflamatórios que induz. Existe a neurocisticercose, em que pode haver modificação do ritmo 
cardíaco, alteração dos movimentos, alterações visuais e epilepsias. 
- A parasitose cursa com aumento do número de linfócitos B e T e de eosinófilos. 
 
Diagnóstico 
- No diagnóstico clínico, realiza-se anamnese para detectar fatores de risco para teníase e 
cisticercose (procedência, histórico da doença, criação de suínos, hábitos de higiene, 
saneamento, qualidade da água utilizada em casa). 
- Diagnóstico parasitológico de fezes, para detecção de ovos. Uma vez que os ovos tenham 
sido detectados, é necessário realizar exames imunológicos para determinar a espécie de 
Diogo Araujo – Med 92 
 
Taenia, uma vez que não dá para fazer distinção entre os ovos de T. solium e T. saginata na 
microscopia óptica. 
- Se for T. solium, o impacto é maior devido ao risco de cisticercose. 
- Diagnóstico imunológico por ELISA e imunofluorescência. 
- Na neurocisticercose, podem ser utilizados exames de neuroimagem. 
 
Tratamento 
- Teníase: mebendazol e niclosamida. Semente de abóbora parece ter um efeito curativo. 
- Cisticercose: albendazol e praziquantel. 
 
Profilaxia 
- Estímulo aos hábitos de higiene e à lavagem correta dos alimentos; 
- Tratamento dos indivíduos com teníase; 
- Eliminação de tênias no fogo; 
- Salgar as carnes por 21 dias ou realizar defumação. 
- Saneamento básico.

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