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TRAUMA TORÁCICO Estatística americana: Mortalidade de 10%; 25% mortes por trauma; Complicações: Mais 25% (ou seja, 50% das mortes por trauma tem como etiologia o trauma torácico ou toracoabdominal) Toracotomia: 10% dos traumas contusos e 15 a 30% dos penetrantes; Maior parte (75%) tratada com procedimentos simples. Uma das primeiras causas de morte nas primeiras horas (primeiro pico) Obstrução de VAs, hemotórax maciço, distúrbios respiratórios, tamponamento cardíaco Anatomia Pontos importantes: Hipóxia: hipovolemia, alteração na ventilação/perfusão e alterações nas relações pressóricas intratorácicas; Hipercapnia: alterações nas relações pressóricas e diminuição do nível de consciência; Acidose: hipoperfusão (Ex.: Ruptura de baço) Avaliação e atendimento primário Exame primário Prioridade: Vias aéreas pérvias e situações ameaçadoras a vida (ex.: hemorragias) Reanimação de funções vitais; Exame secundário pormenorizado; Tratamento definitivo Exame primário (ATLS) A – Via Aérea Obstrução: evolução rápida para hipóxia, hipercapnia, acidose e parada respiratória; Aspiração de secreções/sangue e retirada de corpos estranhos; Dúvida da permeabilidade: intubação; Via aérea definitiva com balonete traqueal Entubar é SEMPRE mais fácil e rápido que as vias crúrgicas Via cirúrgica: trauma maxilofacial extenso, distorção anatômica do pescoço e incapacidade de visualização das cordas vocais; Primeira escolha (se não for possível entubar): Cricostomia (impossibilitada em fratura de laringe ou cricóide) Seguinte: Traqueo Traqueostomia: fratura de laringe ou idade < 12 anos. B – Respiração Expor o tórax e o pescoço; Inspeção, palpação e ausculta; Principais lesões: Pneumotórax hipertensivo; Pneumotórax aberto; Tórax instável; Hemotórax maciço Pneumotórax hipertensivo: Aumento progressivo da pressão intrapleural (entrada contínua de ar na cavidade pleural) A pressão na caixa torácica é maior que a p. atmosférica, OU SEJE: entra ar, mas não sai na mesma velocidade Desvio do mediastino Diagnóstico clínico: Dispnéia, Taquipnéia, Hipotensão, Turgência jugular, Hipertimpanismo à percussão, MV ausente, desvio de traquéia para o lado oposto a lesão (?) Tratamento imediato: punção de alívio com agulha de grosso calibre no 2 EIC na LHC à um ângulo de 45º seguida de drenagem em selo d’água Pneumotórax aberto Ferida maior que 2/3 do diâmetro da laringe: torna-se via preferencial de entrada de ar durante a inspiração, levando ao colapso pulmonar (equilíbro: p. intrapleural/p. atmosférica) Insuficiência respiratória subsequente Tratamento: curativo de 3 pontos (pseudoválvula), seguido de reparo da lesão parietal e drenagem em selo d’água OBS.: diagnóstico diferencial entre pntx aberto ou hipertensivo Desvio da traquéia (HT) Turgencia jugular (HT) MV abolido (HT) Aumento do timpanismo à percução (HT) Tórax instável Duas ou mais fraturas em 3 ou mais costelas consecutivas ou separação costocondral Movimento paradoxal (contrai quando inspira, expande quando expira): respiração dificultada + Contusão pulmonar subjacente, + dor = insuficiência respiratória Tratamento: intubação OT + ventilação mecânica com pressão positiva + analgesia eficaz C – Circulação Avaliar pulso: freqüência, amplitude e regularidade; Perfusão: cor e temperatura da pele; Instalar oxímetro e monitor cardíaco; Redução da função da bomba cardíaca Pricipais lesões: Hemotórax maciço e tamponamento cardíaco. Hemotórax maciço Lesão vascular pulmonar importante ou lesões arteriais significativas (feridas cardíacas ou grandes vasos) Acúmulo de sangue na cavidade pleural: 1/3 da volemia OU 1500 ml Ferimentos anteriores e mediais à linha mamilar ou posteriores e mediais as escápulas (?) Tratamento: drenagem em selo d’água Coletar e autotransfundir: ideal, porém utópico considerando o país em que vivemos 200-300ml/h após descompressão inicial: toracotomia exploratória Levar em conta estabilidade; quadro geral do paciente e a necessidade de múltiplas transfusões para toracotomia (realizada por cirurgião habilitado) Quanto mais medial a lesão, maior o risco Tamponamento cardíaco Mais comumente causado por trauma penetrante (trauma contuso: tórax contra o volante do carro); risco maior quando o trauma ocorre no quadrilátero de Zidler Q. de Zidler: LHCs, clavícula e margem costal Acúmulo de sangue no pericárdio: abafamento das bulhas, turgência jugular e hipotensão (Tríade de Beck) Tratamento: pericardiocentese via subxifóidea seguida de toracotomia para reparo da lesão cardíaca Exame secundário Inclui: exame físico detalhado (atentar a detalhes que possam ter passado no ex físico primário), Rx de tórax, gasometria, oximetria e ECG; Rx: pneumotórax e pneumomediastino, fraturas, localização de projéteis, alargamento do mediastino Lesões letais a serem observadas: Pneumotórax simples (A) Ferimento penetrante ou contuso; Pulmão colapsado; Drenagem + RX de controle. Hemotorax (B) Laceração pulmonar ou ruptura de vaso; RX positivo = Drenagem; Indicação de cirurgia. Contusão pulmonar Lesão potencialmente letal mais comum; Insuf. Respiratória pode ser progressiva; PaO2 < 65mmHg ou SaO2 < 90% = entubar; Monitorar e reavaliar Lesões da árvore tráqueo-brônquica Alta mortalidade; Trauma contuso ou penetrante; Diagnóstico: não reexpansão após drenagem, fístula aérea volumosa, enfisema subc. de grande vulto, hemoptise e PNTX hipertensivo; Broncoscopia é diagnóstica; Conduta: entubação seletiva e uso de mais de um dreno; Toracotomia e sutura Contusão cardíaca Ruptura de câmara = tamponamento; Contusão: desconforto ou dor torácica, hipotensão, alterações no ECG e/ou ECO; Atenção especial para fratura de esterno ECG: taquisinusal, FA, bloq de ramo, alterações em S-T e IAM; Monitorização nas primeiras 24h. Ruptura traumática da aórtica; Causa: trauma por desaceleração ou lesão direta; Sinais e sintomas específicos geralmente ausentes; Diagnóstico: RX e arteriografia; RX: Alargamento de mediastino; Borramento do cajado aórtico; Depressão do brônquio fonte E e elevação do D; Desvio da traquéia/esôfago p/ D; Hemotórax à E Ruptura do diafragma Mais comum do lado E; Suspeita: passar SNG; Estudo contrastado; Tratamento: sutura primária. Ferimento transfixante do mediastino Mortalidade global de 20%; Instabilidade dobra a mortalidade; Coração, grandes vasos, árvore tráqueo-brônquica ou esôfago; Perfuração do esôfago: Mediastinite superior Diagnóstico: orifício de entrada e saída ou PAF contralateral ao orifício de entrada; Contagem e localização dos orifícios Obrigatória a consulta com cirurgião; Pacientes instáveis: hemopneumotórax, pntx hipertensivo ou tamponamento; Drenagem bilateral e toracotomia; Enfisema mediastinal: lesão tráqueobrônquica ou esofageana; Pacientes estáveis: arteriografia, esofagograma/esofagoscopia, broncoscopia e TC/USG (coração e pericárdio); Qualquer sinal de instabilidade = ABCDs.
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