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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA – AD2 Período - 2018/1º Disciplina: Turismo e Patrimônio Coordenador: Euler David de Siqueira Leia atentamente os enunciados assim como os demais materiais disponibilizados no link da prova. Reflita antes de formular sua resposta. Evite a resposta baseada no senso comum, isto é, em opiniões desprovidas de aporte teórico-metodológico. Leia com atenção os trechos selecionados da aula n° 11. Essa aula aborda o Patrimônio cultural brasileiro da região Nordeste. Questão n°01 – totaliza 3 pontos. *********************************************************************************************** INTRODUÇÃO Formada pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, a região Nordeste – mesmo ocupando uma área que é apenas um pouco maior do que o estado do Amazonas – reúne o maior número de unidades federativas e uma grande diversidade natural e cultural. A vegetação inclui Mata Atlântica, junto ao litoral; cerrado, ao sul do Maranhão e em parte da Bahia; caatinga, no sertão, e Mata de Cocais, em regiões do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Ainda que a região Nordeste tenha ficado conhecida por seus períodos de grandes secas, nela estão localizadas importantes bacias hidrográficas entre as quais se destacam as dos rios Parnaíba e São Francisco. O Nordeste, por suas variadas características físicas, divide-se nas sub- regiões: meio-norte – transição entre o semi-árido do sertão e a região amazônica; zona da mata, que vai do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, cujo clima úmido garante uma vegetação exuberante, típica da Mata Atlântica; agreste, transição entre a zona da mata e o sertão semi-árido; e sertão, uma imensa área com clima semi-árido, tendo no rio São Francisco a única fonte de abastecimento de água. Durante a segunda metade do século XX, boa parte da população do Nordeste brasileiro, fugindo da miséria causada pela seca, passou a migrar para o Sul do país em busca de melhores condições de vida. A partir da década de 1990, a migração diminuiu e o Nordeste, a partir de 1999, passou a receber mais migrantes do que enviar a outras regiões do país. A miscigenação étnica e cultural é uma característica marcante do Nordeste, que concentra 60% de seus habitantes no litoral e nas principais capitais. Já na região do sertão, o clima semi-árido dificulta a ocupação, o que mantém uma baixa densidade populacional. O rico legado deixado pela colonização da região, que inclui indígenas, africanos e europeus – portugueses, franceses e holandeses –, reflete-se no patrimônio material da região, que se destaca também por seu diversificado patrimônio natural. A região possui uma grande tradição literária, tanto a literatura popular de cordel – trazida pelos portugueses e de origem medieval, com cantadores de repentes e de embolada – quanto a literatura erudita, com destaque para escritores como Aluísio de Azevedo, Ariano Suassuna, Castro Alves, Gonçalves Dias e Graciliano Ramos. Nesta aula, iremos tratar apenas de alguns aspectos culturais relativos aos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Patrimônio Imaterial do Estado do Maranhão Uma das manifestações culturais mais antigas e originais do Maranhão, o Tambor de Crioula, foi reconhecida em junho de 2007 como patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo IPHAN. Essa manifestação, que há mais de três séculos é mantida pelos descendentes de comunidades negras, rende homenagem a São Benedito, num sincretismo que mescla danças e cantos ao culto católico, acompanhados pelo ritmo de tambor, numa celebração que ocorre na segunda- feira seguinte ao domingo de Páscoa. A dinâmica da circularidade é uma característica da manifestação: a roda, as saias das participantes e os tambores parecem comungar em forma e ritmo. Figura 11.5: A dança de roda de um tambor de crioula. Fonte da imagem: <http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=719> Em 2008, a prefeitura de São Luís entrou com pedido junto ao IPHAN para que fosse reconhecida outra manifestação folclórica como Patrimônio Cultural do Brasil: o Bumba-Meu-Boi do Maranhão. Patrimônio Imaterial do Estado do Piauí O modo artesanal de produção da bebida piauiense, conhecida como cajuína, passou a ser considerado de grande interesse cultural, tornando-se patrimônio imaterial do Estado. A documentação sobre a pesquisa dessa bebida regional, reunida pela Fundação Cultural do Piauí, foi enviada para o Ministério da Cultura/MinC, visando ao reconhecimento da cajuína como Patrimônio Brasileiro. Essas ações poderão garantir a manutenção da produção artesanal da bebida por meio de incentivos e salvaguardas. Como segundo maior produtor de caju do Brasil, o Piauí mantém cerca de 1.200 agricultores familiares trabalhando na produção da cajuína no Estado. A intenção de conferir um padrão de qualidade e características específicas à cajuína produzida no Piauí, que a diferenciasse das outras bebidas de caju feitas no Nordeste, levou à criação do Projeto Cajuína, que conta com o acompanhamento do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (Emater-PI). Figura 11.7: A bebida piauiense conhecida como cajuína: patrimônio imaterial. Fonte da imagem: <www.sepe.pi.gov.br/materia.php?id=15346> ********************************************************************** Após ler com muita atenção esse trecho da aula n° 11 e com base em outras leituras das demais apostilas, discuta a seguinte questão: “Podemos falar que os patrimônios ditos imateriais dos estados do Maranhão e do Piauí encontram-se totalmente desconectados da dimensão dita material ou manteriam algum tipo de diálogo ou ainda relação com isso que chamamos de materialidade? Para ajudar em sua resposta disponibilizamos no link da prova dois artigos em PDF de autoria do coordenador e um de Rafael José dos Santos para ajudá-lo em sua resposta. ********************************************************************** Questão 2 - (Totaliza até 3 pontos). Na resposta da questão n° 02 você também pode lançar mão de aspectos presentes na questão n° 01. Na aula n°14 vemos o patrimônio cultural e artístico do estado do Rio de Janeiro ser apresentado ao longo da apostila. Salta aos olhos que o patrimônio material seja associado, sobretudo, ao processo de colonização portuguesa e, ou, de imigrantes europeus vindos no final do século XIX ou no começo do século XX, enquanto muito pouco ou nada é dito sobre o patrimônio cultural da matriz africana ou indígena. Somente ao final da apostila, quando se toca na problemática do patrimônio imaterial é que se veicula alguma informação sobre a colaboração dos descendentes dos escravos africanos. De acordo com o que acabamos de ler, perguntamos: os povos africanos e indígenas seriam desprovidos de patrimônio material enquanto os povos “civilizados” os teriam em demasia, em excesso, ou tratar-se-ia de um discurso cujo objetivo seria privilegiar a herança e a contribuição de um determinado grupo étnico a formação da sociedade brasileira em detrimento de outros? Concorde ou discorde ao mesmo tempo em que justifica sua resposta com suas próprias palavras. Você também pode recorrer aos textos de Euler Siqueira e Rafael José dos Santos, em PDF, presentes no link da prova como recurso para fundamentar sua resposta. ********************************************************************** Questão 3 - (totaliza até 4 pontos). Na Apostila N°15 acompanhamos a discussão sobre os roteiros culturais e naturais na cidade do Rio de Janeiro. Logo de início surge umaprimeira distinção entre o cultural e o natural. Nessa aula, a de número 15, vemos em pelo menos duas ocasiões expressões que buscam mostrar o povo carioca como sendo “espontaneamente acolhedor ou hospitaleiro”. Também podemos ler sobre “a paixão carioca pelo samba ou pelo futebol ou ainda a grande musicalidade do carioca”. Ora, nem todo carioca gosta de samba e futebol, nem muito menos todos os cariocas são hospitaleiros e acolhedores. Também sabemos, através de pesquisas e estudos em sociologia e em antropologia, que ninguém é “naturalmente espontâneo ou acolhedor”. Trata-se de adjetivos que reforçam estereótipos e naturalizam aspectos do discurso turístico, mas que não deixam de ser socialmente construídos, ou seja, nada possuindo de “natural”. Para formular sua resposta leia a apostila n° 15 assim como os dois artigos de autoria de Euler Siqueira e um de Rafael José dos Santos. Seria o patrimônio um tipo de construção social que se vale da seleção de aspectos da vida social para fabricar uma ou muitas identidades sociais? Concorde ou discorde criticamente dessa afirmação e justifique sua resposta. Boa avaliação, Prof. Dr. Euler David de Siqueira.
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