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Lista 1 Economia Internacional II Gabarito

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Economia Internacional II
Segundo quadrimestre - 2014
Lista1 - Gabarito
1. Comente as afirmativas abaixo, concordando ou discordando, e justifique sua posição.
a) Um aumento das reservas internacionais de um país, ano após ano, indica que esse país tem apresentado sucessivos superávits em suas Transações Correntes com o resto do mundo.
Não. Tal fato indica superávits no resultado do Balanço de Pagamentos. Pode ocorrer, por exemplo, um saldo negativo em transações correntes, mas um saldo positivo na conta capital e financeira – que mais do que compense o saldo negativo da primeira conta. Nesse caso, haveria um aumento nas reservas internacionais do país, embora as transações correntes fossem deficitárias.
b) Do ponto de vista contábil, o Balanço de Pagamentos de um país está sempre em equilíbrio.
Sim. Formalmente, o Balanço de Pagamentos sempre apresenta resultado final nulo, dado que a contrapartida do déficit ou do superávit (isto é, a variação das reservas) é registrada com sinal contrário àquele do resultado do balanço de pagamentos (sendo assim, “+” significa redução das reservas). Isso decorre da prática universalmente adotada em contabilidade de registrar cada transação a crédito de uma conta e a débito de outra. Por exemplo, caso o balanço de pagamentos feche o ano de 2003 com um déficit de US$ 2 bilhões, esse montante será sanado automaticamente pela conta das reservas internacionais que, tendo “emprestado” essa quantia para equilibrar o balanço, tem essa variação computada como positiva, como um crédito ou um ativo do qual a conta das reservas internacionais agora dispõe.
2. (Instituto Rio Branco, 2010) Considerando que a taxa de câmbio é uma variável fundamental em uma economia aberta, e que sua determinação pode-se dar de formas distintas:
a) Explique a determinação da taxa de câmbio em regimes de câmbio fixo e flutuantes e comente o papel das reservas internacionais nos dois regimes.
No regime de taxas de câmbio fixas, o preço, em moeda local, da moeda estrangeira não se altera. Esse sistema prevaleceu para grande número de países durante o século XIX, quando em geral as moedas nacionais tinham seu valor fixado em gramas de ouro, tendo, portanto, uma relação fixa entre si (o chamado regime do “padrão-ouro”). Um exemplo recente de economia com câmbio fixo é o da Argentina, até 2001: Era um sistema equivalente ao padrão-ouro, pois a oferta interna de moeda dependia do estoque de dólares no Banco Central. Há também economias inteiramente dolarizadas, como a do Equador: não há moeda nacional, o dólar circula internamente. No Brasil, entre 1994 e janeiro de 1999, adotou-se um regime em que a taxa cambial não era fixa, mas tinha variação limitada, tendo em vista o objetivo de conter pressões inflacionárias.
No regime de taxas de câmbio flutuantes ou flexíveis, o preço da moeda estrangeira é estabelecido no mercado de câmbio (mercado de compra e venda de divisas). A maioria dos países, hoje, adota este tipo de regime, inclusive o Brasil, desde janeiro de 1999. Todavia, mesmo nesses países, não é raro que a autoridade governamental intervenha, comprando ou vendendo divisas, para evitar oscilações julgadas excessivas. Em alguns casos, estabelecem-se formalmente limites de variação permissível (o chamado regime de bandas cambiais): quando esse limite é atingido, o Banco Central intervém.
No regime de câmbio fixo, as reservas internacionais são utilizadas por parte do BC para comprar moeda no mercado de câmbio quando ela enfrenta pressões de desvalorização. No regime de câmbio flutuante, as reservas internacionais não são alteradas.
3-Calcule as taxas de retorno em dólar dos seguintes ativos:
a) Uma pintura cujo preço aumenta de $200.000 para $250.000 em um ano.
b) Uma garrafa de um vinho raro cujo preço aumentou de $225 para 275 entre 2010 e 2011.
.
c) Quais seriam as taxas de retorno dos ativos anteriores, se as mudanças de preço descritas fossem acompanhadas de uma elevação simultânea de 10% em todos os preços em dolar?
Pintura: 
Vinho: 
4-Quais efeitos a queda na população de um país pode ter sobre sua função de demanda agregada por moeda? O fato de essa queda dever-se a uma diminuição no número de famílias ou no tamanho médio das famílias é relevante?
Uma queda na população de um país reduziria a demanda por moeda, de forma que, uma população menor faria menos transações e, portanto, exige menos dinheiro. Esse efeito provavelmente seria mais acentuado se a queda na população for devido a uma queda no número de famílias ao invés de uma queda no tamanho médio de uma família, já que uma queda no tamanho médio das famílias implica uma diminuição da população de crianças que têm uma demanda relativamente pequena de transações por dinheiro em comparação com adultos. O efeito sobre a função de demanda por moeda agregada depende de não existir nenhuma mudança na renda compatível com a mudança na população, além do que, a mudança na renda serviria como um proxy para a mudança na população com nenhum efeito sobre a função demanda por moeda agregada.
5-Discuta por que frequentemente se afirma que os exportadores são prejudicados quando a moeda de seu país aprecia-se, em termos reais, em relação às moedas estrangeiras, e prosperam quando a moeda deprecia.
A taxa real de câmbio é dada pela seguinte equação:
e = E.P*/P,
e: taxa real de câmbio, E: taxa nominal de câmbio, P*: índice de preços estrangeiro e P: índice de preços doméstico.
Uma apreciação da taxa real de câmbio pode ser resultado da apreciação da taxa nominal de câmbio (E) e/ou da queda relativa do índice de preços estrangeiro (P*) em relação ao índice de preços doméstico (P).
Uma depreciação da taxa real de câmbio pode ser resultado da depreciação da taxa nominal de câmbio (E) e/ou do aumento relativo do índice de preços estrangeiro (P*) em relação ao índice de preços doméstico (P).
Uma apreciação na taxa nominal de câmbio (E) diminui a receita em moeda doméstica dos exportadores e, nesse caso, os exportadores são prejudicados, de fato. Por outro lado, uma depreciação da taxa nominal de câmbio tem o efeito inverso e acaba por favorecer os exportadores.
Uma queda relativa do índice de preços estrangeiro em relação ao índice de preços doméstico (P*/P) pode ser resultado de um deslocamento da demanda internacional em favor dos produtos domésticos, o que favorece as exportações de produtos domésticos. Por outro lado, um aumento relativo do índice de preços estrangeiro em relação ao índice de preços doméstico (P*/P) pode ser resultado de um movimento contrário da demanda internacional, o que prejudica os exportadores.
Sob outro aspecto, a mesma queda relativa do índice de preços estrangeiros em relação ao índice de preço doméstico faz com que as exportações de produtos domésticos fiquem mais caras em relação aos produtos estrangeiros, o que pode prejudicar as exportações de produtos domésticos. Um aumento relativo do índice de preços estrangeiros em relação ao índice de preço doméstico faz com que as exportações de produtos domésticos fiquem mais baratas em relação aos produtos estrangeiros, favorecendo, assim, os exportadores.
6-Suponha que o governo imponha uma tarifa temporária sob todas as importações. Utilize o modelo DD-AA para analisar os efeitos que essa medida teria sobre essa economia.
A tarifa é um imposto sobre o consumo de importações. A demanda por bens domésticos e, portanto, o nível de demanda agregada, será maior para qualquer nível da taxa de câmbio. Isto é representado no gráfico a seguir, como um deslocamento para a direita de DD para D'D '. Se a tarifa é temporária, este é o único efeito e a produção vai subir mesmo que a taxa de câmbio se aprecie. A economia se move a partir do ponto 0 ao ponto 1. 
8. (Instituto Rio Branco, 2006) Como uma desvalorização cambial pode ajustar a balança comercial em um país onde a taxa de câmbio é determinada pelo Banco Central (câmbio fixo)? Compare com o caso de um país que possui taxas de câmbio flexíveis.
O mecanismode ajuste da balança comercial é semelhante em ambos os regimes, mas provoca consequências diversas. No câmbio fixo, a desvalorização encarece as importações, aumentando a competitividade dos produtos domésticos e diminuindo a demanda por itens importados. Igualmente, a desvalorização cambial torna o produto nacional mais competitivo no mercado externo, com consequente aumento da demanda externa. Na medida em que a oferta e a demanda por divisas são determinadas, principalmente, pela compra e venda dos produtos da balança comercial, haverá maior entrada de divisas mediante o incremento das exportações e menor saída de divisas, em face da diminuição da demanda por importações.
No país cujo câmbio é determinado pelo Banco Central (câmbio fixo), o aumento da oferta de divisas repercutirá no aumento das reservas. A capacidade de acúmulo dessas reservas, no entanto, dependerá do impacto das exportações sobre a renda desse país. Com base na identidade fundamental da economia, tem-se que Y= C + I + G + X –M (renda é igual a consumo, mais investimentos, mais gastos do governo, mais o resultado das transações correntes). O incremento muito alto das exportações, no país cujo centro dinâmico da economia seja o mercado externo poderá aumentar a renda de forma tão intensa, e com tamanho impacto sobre a demanda por importações, que o equilíbrio da balança comercial poderá ser comprometido no futuro. 
Já no regime de taxas de câmbio flutuantes, a tendência é o equilíbrio. Da mesma forma, a desvalorização cambial provocará queda na demanda por importações e aumento na demanda por exportações. Em um primeiro momento, portanto, verifica-se a criação de superávit comercial. A manutenção da conta superavitária, contudo, encontra dificuldades. Com o aumento das exportações, há maior oferta de divisas, o que não encontra paralelo por parte da demanda por divisas, deprimida em face do aumento do preço dos produtos importados. Em se tratando de regime de câmbio flexível, o excesso de divisas terá por consequência a apreciação da moeda nacional em relação à estrangeira. Mediante tal valorização, os produtos domésticos perdem a vantagem proporcionada pela desvalorização inicial e há aumento da demanda por produtos importados. Dessa maneira, a balança comercial deixa de ser superavitária, alcançando o equilíbrio.

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