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OS GESTORES MUNICIPAIS ESTÃO MAIS PRÓXIMOS DO CIDADÃO
Silvio Mendes Filho é presidente do conselho nacional de secretários municipais de saúde (Conasems) e membro do conselho nacional de saúde (CNS).
Silvio foi entrevistado pela revista Radis e falou sobre o Sistema Operacional de Assistência à Saúde nos municípios, expôs sua opinião a respeito da Norma Operacional de Assistência à Saúde (Noas), e reiterou à necessidade de se discutir profundamente a questão dos recursos humanos.
A Noas define uma coordenação estadual de acordo com a capacidade instalada nos municípios, ou seja, ela permite que municípios utilizem os recursos existentes de forma mais adequada, na medida em que não tenham condições de atender todas as necessidades de sua população. 
O Brasil tem hoje 5561 municípios, dos quais apenas cerca de 40 não são gestores, e porque não querem. Praticamente 100% dos municípios assumiram a responsabilidade de gestão e se habilitaram pela Nob 96 ou pela Noas. 
Um dos princípios da Noas é a reafirmação do comando único, seja do estado ou do município. É preciso que todos entendam que o SUS é um bem público e não pertence a ninguém. São muito comuns alguns segmentos ou algumas pessoas se pronunciarem como se estivessem se apropriando do SUS ou de algumas ações do Sistema. Um exemplo disso é o PSF. Ele não é um programa do governo federal, tem participação praticamente do país inteiro. Ele conta com a ajuda de financiamento do governo federal, mas quem assume a maior parte do trabalho são os municípios.
Como a Noas pode efetivamente chegar ao conhecimento da sociedade? O SUS tem três eixos importantes: o financiamento, os recursos humanos e a comunicação. O financiamento não tem sido suficiente, mas é estável e progressivo, sendo assegurado pela Emenda Constitucional 29.
A questão dos recursos humanos passa a ser cada vez mais de responsabilidade do nível municipal, que executa ação e serviço. 
A questão da comunicação, que começa pela informação. O SUS talvez gere um enorme volume de informação que não se transforma em conhecimento.
Em 1998, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) fez uma pesquisa e observou que praticamente metade da população não sabia o que queria dizer a sigla SUS. No entanto, o Sistema atende diariamente cerca de 150 milhões de habitantes. Se eles não sabem o que é SUS e nem quais são os serviços disponíveis, como podem exigir os que não estão disponíveis.
O controle social no SUS tem crescido ao longo do tempo, mas ainda existem muitos vícios. Acredito que a Lei 1147, que define as regras do controle social, e a Lei Orgânica 8080, ambas de 1990, precisam ser reescritas, pois as necessidades atuais são bastante diferentes das daquela época. Apesar disso, no país inteiro o controle tem melhorado.

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