Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPI´RITO SANTO CENTRO DE CIEˆNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMA´TICA PRIMEIRA PROVA DE CA´LCULO 3 CORREC¸A˜O 1. (a) A temperatura num ponto (x, y, z) de uma caˆmara e´ dada pela fo´rmula: T (x, y, z) = 10 (x− 1)2 + (y − 1)2 + (z − 1)2 + 1 (1) estime, com o uso da diferencial, a incerteza (∆T ) na avaliac¸a˜o da temperatura no ponto (2, 1, 1) sabendo-se que as incertezas nas avaliac¸o˜es das medidas x, y, z sa˜o respectivamente ∆x = 1 50 , ∆y = 1 50 , ∆z = 1 20 . (b) Exiba a func¸a˜o linearizac¸a˜o L(x, y, z) da func¸a˜o temperatura T (x, y, z) no ponto (2, 1, 1). Soluc¸a˜o: a) Para ∆x, ∆y, ∆z pequenos, ∆T ≈ dT dT(x0,y0,z0)(∆x,∆y,∆z) = Tx(x0, y0, z0)∆x+ Ty(x0, y0, z0)∆y + Tz(x0, y0, z0)∆z Tx(x0, y0, z0) = − 20(x0 − 1) ((x0 − 1)2 + (y0 − 1)2 + (z0 − 1)2 + 1)2 , Tx(2, 1, 1) = −5 Ty(x0, y0, z0) = − 20(y0 − 1) ((x0 − 1)2 + (y0 − 1)2 + (z0 − 1)2 + 1)2 , Ty(2, 1, 1) = 0 Tz(x0, y0, z0) = − 20(z0 − 1) ((x0 − 1)2 + (y0 − 1)2 + (z0 − 1)2 + 1)2 , Tz(2, 1, 1) = 0 portanto, dT(2,1,1)(∆x,∆y,∆z) = Tx(2, 1, 1)∆x = −5∆x = − 5 50 = − 1 10 ∆T ≈ − 1 10 b) L(x, y, z) e´ a func¸a˜o afim (linear + constante) que melhor se aproxima de T (x, y, z) numa pequena vizinhanc¸a de (x0, y0, z0), ou seja, T (x, y, z) ≈ L(x, y, z) para (x, y, z) pro´ximo de (x0, y0, z0). Pela diferenciabilidade de T (x, y, z) em (x0, y0, z0) a expressa˜o de L(x, y, z) e´ L(x, y, z) = T (x0, y0, z0) + Tx(x0, y0, z0)(x− x0) + Ty(x0, y0, z0)(y − y0) + Tz(x0, y0, z0)(z − z0) (x0, y0, z0) = (2, 1, 1) , T (2, 1, 1) = 5 e usando as derivadas acima neste ponto, temos que L(x, y, z) = 5− 5(x− 2) = 5− 5x+ 10 = 15− 5x L(x, y, z) = 15− 5x 2. Considere o parabolo´ide de revoluc¸a˜o cuja equac¸a˜o e´ x2 + y2 − z = 0 (2) (a) Se (x0, y0, z0) e´ um ponto gene´rico do parabolo´ide, determine as equac¸o˜es parame´tricas da reta normal por este ponto, em seguida, use estas equac¸o˜es para mostrar que a reta normal passa pelo eixo-z. (b) Escreva a equac¸a˜o do plano tangente ao parabolo´ide no ponto gene´rico (x0, y0, z0). Soluc¸a˜o: a) Nota-se que o parabolo´ide e´ a superf´ıcie de n´ıvel zero da func¸a˜o f : R3 → R, f(x, y, z) = x2 + y2 − z Um vetor normal ao plano tangente a superf´ıcie no ponto (x0, y0, z0) e´ o gradiente neste ponto ∇f(x0, y0, z0) = fx(x0, y0, z0)i + fy(x0, y0, z0)j + fz(x0, y0, z0)k = 2x0i + 2y0j− k. A reta normal a` superf´ıcie no ponto (x0, y0, z0), passa por este ponto e tem a direc¸a˜o de um vetor normal, portanto as equac¸o˜es parame´tricas da reta normal, podem ser dadas por x = x0 + 2x0t, y = y0 + 2y0t, z = z0 − t, t ∈ R O ponto (x, y, z) pertence ao eixo-z se, e somente se, x = y = 0. Observando as duas primeiras equac¸o˜es da reta, temos que para t0 = −1/2, tem-se que x(−1/2) = 0 = y(−1/2), e portanto o ponto (x(−1/2), y(−1/2), z(−1/2)) = (0, 0, z0 + 1/2) pertence ao eixo-z. Assim, no instante t0 = −1/2 , a reta normal intercepta o eixo-z. b) Considerando o ponto gene´rico (x0, y0, z0) sobre o parabolo´ide e o vetor normal ao plano tangente neste ponto ∇f(x0, y0, z0) = 2x0i + 2y0j− k, tem-se que a equac¸a˜o do plano tangente e´ 2x0(x− x0) + 2y0(y − y0)− (z − z0) = 0 3. Considere a relac¸a˜o entre coordenadas cartesianas e polares: x = r cos θ, y = r sen θ. Se z = z(x, y), com o uso da Regra da Cadeia, escreva a Equac¸a˜o Diferencial Parcial abaixo em cordenadas polares (r, θ). ( ∂z ∂x )2 + ( ∂z ∂y )2 = 0 (3) Soluc¸a˜o: xr = cos θ xθ = −r sen θ yr = sen θ yθ = r cos θ Pela Regra da Cadeia, temos zr = zxxr + zyyr = zθ = zxxθ + zyyθ = cos θ zx + sen θ zy −r sen θ zx + r cos θ zy Em notac¸a˜o matricial, temos[ zr zθ ] = [ cos θ sen θ −r sen θ r cos θ ] [ zx zy ] de modo que[ zx zy ] = [ cos θ sen θ −r sen θ r cos θ ]−1 [ zr zθ ] [ cos θ sen θ −r sen θ r cos θ ]−1 = [ cos θ −1r sen θ sen θ 1r cos θ ] zx = cos θ zr − 1 r sen θ zθ zy = sen θ zr + 1 r cos θ zθ (zx) 2 = (cos θ)2 (zr) 2 − 2 r sen θ cos θ zrzθ + 1 r2 ( sen θ)2 (zθ) 2 (zy) 2 = ( sen θ)2 (zr) 2 + 2 r sen θ cos θ zrzθ + 1 r2 (cos θ)2 (zθ) 2 Somando estas duas u´ltimas equac¸o˜es e igualando a zero, temos a equac¸a˜o (3) em coordenadas polares: ( ∂z ∂r )2 + 1 r2 ( ∂z ∂θ )2 = 0 Obs. Foi usada a seguinte fo´rmula para inversa˜o da matriz 2× 2 com determinante na˜o nulo:[ a b c d ]−1 = 1 ad− bc [ d −b −c a ] 4. Determine e tambe´m classifique (max. local, min. local e sela) todos os pontos cr´ıticos da func¸a˜o f(x, y) = 4 + x3 + y3 − 3xy (4) Soluc¸a˜o: Pontos cr´ıticos: fx(x, y) = 3x 2 − 3y = 0 fy(x, y) = 3y 2 − 3x = 0 Da primeira equac¸a˜o, temos que y = x2. Substituindo na segunda, tem-se x4 − 3x = 0 x(x3 − 1) = 0 Portanto, as soluc¸o˜es em x sa˜o x = 0 e x = 1. Como y = x2, os pontos cr´ıticos sa˜o (0,0) e (1,1) Classificac¸a˜o dos pontos cr´ıticos Matriz Hessiana Hf (x, y) = [ fxx fxy fyx fyy ] = [ 6x −3 −3 6y ] D(x, y) = detHf (x, y) = 36xy − 9 Ponto cr´ıtico (0, 0) D(0, 0) = detHf (0, 0) = −9 < 0. Portanto (0, 0) e´ um ponto cr´ıtico de sela. Ponto cr´ıtico (1, 1) D(1, 1) = detHf (1, 1) = 27 > 0 e fxx(1, 1) = 6 > 0. Portanto (1, 1) e´ um ponto cr´ıtico de mı´nimo local. 5. Determine as dimenso˜es (arestas) da caixa retangular com lados paralelos aos planos coordena- dos, de volume ma´ximo que pode ser inscrita no hemisfe´rio superior da esfera de centro (0, 0, 0) e raio a > 0. Sugesta˜o: Fac¸a (x, y, z) o ponto de ve´rtice da caixa no 1o octante, usando a simetria do hemisfe´rio deduza os outros ve´rtices da caixa. Com isto, obtenha o comprimento das arestas e a func¸a˜o volume V (x, y, z). Soluc¸a˜o: Devido ao fato dos lados da caixa serem paralelos aos planos coordenados e tambe´m a simetria da esfera, tem-se que se (x, y, z) e´ o ve´rtice no 1o octante, enta˜o os outros 3 ve´rtices superiores da caixa sa˜o: (−x, y, z), (−x,−y, z) e (x,−y, z) onde x > 0, y > 0 e z > 0. Portanto as arestas X, Y, Z de uma caixa inscrita no hemisfe´rio superior sa˜o dadas por: X = ||(x, y, z)− (−x, y, z)|| = 2x Y = ||(x, y, z)− (x,−y, z)|| = 2y Z = z O volume V da caixa e´ o produto das arestas, portanto V (x, y, z) = 4xyz Usando Multiplicadores de Lagrange, temos 1) Func¸a˜o a ser maximizada: V (x, y, z) = 4xyz 2) Restric¸a˜o: g(x, y, z) = x2 + y2 + z2 = a2 (ou seja, (x, y, z) pertence a` esfera de centro (0, 0, 0) e raio a > 0). O ponto extremo de ma´ximo procurado, esta´ entre as soluc¸o˜es das Equac¸o˜es de Lagrange:{ ∇f(x, y, z) = λ∇g(x, y, z) g(x, y, z) = a2 Vx = λgx ⇒ 4yz = 2λx (i) Vy = λgy ⇒ 4xz = 2λy (ii) Vz = λgz ⇒ 4xy = 2λz (iii) x2 + y2 + z2 = a2 (iv) De (i) e (ii) tem-se λ = 2yz x = 2xz y ⇒ 2y2z = 2x2z ⇒ y2 = x2 ⇒ x = y (pois x, y > 0) De (ii) e (iii) tem-se λ = 2xz y = 2xy z ⇒ 2xz2 = 2xy2 ⇒ z2 = y2 ⇒ z = y (pois y, z > 0) Portanto, o ponto extremo (x0, y0, z0) procurado satisfaz x0 = y0 = z0. Substituindo na equac¸a˜o (iv), tem-se que 3x20 = a 2 ⇒ x0 = √ 3 3 a Portanto, foi achado um u´nico ponto extremo (√ 3 3 a, √ 3 3 a, √ 3 3 a ) Observac¸a˜o: Para verificar que trata-se de um ponto extremo de ma´ximo, basta notar que pode-se obter caixas com volume pro´ximo de zero tanto quanto se queira, bastando tomar a coordenada x do ve´rtice pro´xima de zero (caixa achatada). Pois V (x, y, z) = 4xyz, e como 0 ≤ 4xyz ≤ 4xa2, segue-se que V (x, y, z) tende a zero quando x se aproxima de zero. As arestas da caixa de volume ma´ximo: X = 2 √ 3 3 a, Y = 2 √ 3 3 a, Z = √ 3 3 a.
Compartilhar