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Apostila resumo de obrigações UEL

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DIREITO CIVIL II
PARTE ESPECIAL - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
PROF. CAMPANELLI
1.º BIMESTRE
O Código Civil não conceituou obrigação. Direito é conceito, não pode ser definição. Não é ciência exata. Vamos trabalhar com conceitos.
OBRIGAÇÃO: Conceito: É a relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor, cujo objeto consiste numa prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, sendo o seu adimplemento garantido pelo patrimônio do devedor.
Relação: É um negócio
Jurídica: Não vamos estudar relação moral.
De caráter transitório: a obrigação não é eterna, ela começa e ela termina.
Estabelecida entre devedor (sujeito passivo) e credor (sujeito ativo).
Tem sempre que existir devedor e credor (sujeito ativo e passivo).
Cujo objeto consiste numa prestação: O objeto do negócio é o ato de entregar, e eu de pagar (devedor).
Prestação pessoal: Se eu estiver devendo, outra pessoa não tem obrigação de pagar.
Econômica: ninguém cria lei para regular o que não tem valor. As nossas obrigações regulam interesses econômicos.
A prestação sempre será positiva ou negativa.
Positiva: dar ou fazer
Ex: Vender o relógio – dar o relógio e pagar o preço.
Fazer – aparar a grama; pintar o prédio; construir uma casa.
Negativa: não fazer
Ex: Compromete-se a não praticar certo ato.
Devida pelo primeiro ao segundo. Primeiro é o devedor, segundo o credor.
Adimplir=cumprir. Adimplemento é cumprimento – não é pagamento.
Cujo adimplemento é garantido pelo patrimônio do devedor.
O sujeito ativo é o credor. 
O credor pode ser incapaz?
Aquele que herda os direitos de seus pais, sendo menor, não é credor da herança?
Ele não poderá praticar os atos por sua conta, mas ele é credor.
O credor pode ser capaz, incapaz, maior ou menor.
O sujeito ativo ou credor pode ser um ou vários.
O credor pode ser individual ou pode ser coletivo.
O credor pode ser um quando se celebrou o negócio e pode ser outro posteriormente.
Eu sou credor, cedo o meu crédito a outra pessoa.
O credor pode ser também pessoas inexistentes ou entidades futuras? Sim.
Pagarei R$ 10.000,00 a empresa a ser constituída pela Turma 4000. (entidade futura).
Pagarei ao primeiro filho que nascer deste casamento. (pessoa inexistente).
Um credor pode ser conhecido ou não.
Você era meu credor e endossa o cheque a um terceiro, portanto meu credor no início era conhecido, agora não é mais.
Sujeito Passivo: É o devedor
O devedor pode ser menor? Pode ser incapaz?
Sim, mas será representado ou assistido.
Pode ser capaz, incapaz, menor ou maior.
Pode ser mais de um devedor. O sujeito passivo pode ser coletivo ou individual.
Pode ser pessoa jurídica.
O sujeito passivo pode ser um no início e outro no final do negócio. 
Pode ser substituído o sujeito passivo?
Pode, desde que com a anuência do credor.
Pode ser o sujeito passivo desconhecido? 
O devedor pode ser desconhecido. A prefeitura não sabe quem é o devedor do IPTU do imóvel. Consta um nome no carnê de pagamento e no registro de imóveis consta outro.
O devedor pode ser uma pessoa inexistente? Não.
Pode ser desconhecida, mas inexistente não.
Objeto: Objeto da obrigação é a prestação, que pode ser de dar, fazer, ou não fazer.
O objeto da prestação é a coisa material ou imaterial.
Material= madeira, mesa.
Imaterial= o ato de lecionar.
O objeto imediato é a prestação; o objeto mediato é a coisa.
Características	q da prestação:
1ª) Possibilidade: A prestação tem que ser possível. A regra é a possibilidade. A impossibilidade é a exceção.
Quando se dá a impossibilidade da prestação:
Pode ser física: É impossível fisicamente a execução da prestação. Ex: trazer o oceano para Londrina; ir e voltar à lua em 1 minuto. Na física a coisa existe, mas é impossível a execução da prestação.
Impossibilidade material: A matéria não existe. Entregar um fantasma, um centauro, uma sereia, um lobisomem. Na impossibilidade material a coisa não existe.
Impossibilidade legal ou jurídica: A lei proíbe aquela prática, aquela abstenção ou aquela entrega. A venda ou cessão de herança de pessoa viva (art. 426 CC); bens públicos (art. 100 CC)
A impossibilidade da prestação gera a nulidade da obrigação (art. 166 e 104 CC).
Nem toda a impossibilidade gera a nulidade da obrigação. Só gera a nulidade da obrigação a impossibilidade anterior ou concomitante à celebração do negócio e desde que absoluta.
Contratamos hoje sem saber que hoje mudou a lei.
A impossibilidade não é relativa para um grupo de pessoas, é para todos.
A impossibilidade posterior à celebração do negócio, o negócio será nulo? Examinaremos se resultou de culpa ou não do devedor.
A anulação do negócio normalmente decorre de vícios de consentimento: estado de perigo, lesão.
2ª) Característica: A prestação tem que ser determinada ou determinável. 
3ª) Característica: A patrimonialidade. Traz ínsita, é inerente a patrimonialidade.
4ª) Característica: A licitude. Antes de a prestação ser juridicamente possível, deve ser moralmente possível. A prestação deve obediência à moral, aos bons costumes. 
Vínculo
Obrigações segundo o vínculo
Fontes das obrigações
Classificação das obrigações
Vínculo: Elemento imaterial da obrigação que sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor.Ex: Se eu não pagar a prestação estou sujeito à multa.
Três teorias tentam explicar o vínculo:
Teoria Monista: Sustenta a existência de um único vínculo ligando o devedor ao credor.
Teoria Dualista: Há dois vínculos. O primeiro vínculo: Dever de prestar. Tem o devedor um dever de prestar. O segundo vínculo: A autorização para exigir. O credor tem a autorização para exigir o cumprimento da obrigação.
Teoria Eclética ou Mista: O débito e a obrigação são essenciais. Reúnem-se e completam-se. O devedor tem que prestar, mas há casos de responsabilidade sem débito.
Na segunda teoria o devedor é colocado numa situação de subjugação total.
Na terceira teoria, sustenta que tanto o débito, quanto a obrigação são essenciais.
Se ela tem o débito, cabe a ela pagar, agora, você é avalista dela, você não tem o débito, mas tem a responsabilidade. Se a devedora não pagar você tem que pagar ou tem a responsabilidade.
Aval: Garantia de título de crédito: cheque, nota promissória. Não precisa da assinatura do cônjuge.
Fiança: Garantia contratual. Precisa da assinatura do cônjuge. 
O avalista não é co-devedor; ele é co-responsável do débito. O débito é do devedor.
Obrigações segundo o vínculo:
O vínculo pode ser: 	Civil: + ação + sanção
	Natural: + ação - sanção
	Moral: dever de consciência
No vínculo civil, obrigação jurídica propriamente dita, o credor dispõe de meios para exigir o cumprimento da obrigação pelo devedor, e o devedor inadimplente fica sujeito a sanção. (penalidades/cláusula penal/juros).
Já na obrigação natural, o credor não dispõe de meios para exigir o cumprimento da obrigação, e o devedor inadimplente não fica sujeito à sanção. (multa/penalidades).
	Um contrato comercial é um vínculo civil e o devedor fica sujeito a sanções no caso de descumprir.
	Já a dívida de jogo (art. 814 CC) é uma obrigação natural. O credor não dispõe de ação para exigir o cumprimento nem o devedor fica sujeito a sanção.
	O mútuo (empréstimo) feito ao menor (art. 588 CC) também é dívida natural, não tem como cobrar. As gorjetas, dívida prescrita (art. 882 CC).
	Nesses casos, o credor é credor. Ele não mais dispõe de ação para exigir e nem o devedor fica sujeito a penalidades se descumprir.
	Enquanto o vínculo moral é aquele mero dever de consciência, o vínculo de urbanidade.
Obrigação Natural: É aquela em que o credor não pode exigir a prestação do devedor, embora, no caso de adimplemento espontâneo, possa retê-la a título de pagamento e não de mera liberalidade.
Características da Obrigação Natural:
Não é moral: Não é um mero dever de consciência.
Inexigibilidade da prestação.
Validade do pagamentoespontâneo por pessoa capaz.
Irretratabilidade do pagamento. Feito o pagamento por pessoa capaz, ele é irretratável. (Não pode pedir de volta o dinheiro).
A obrigação natural pode ser pura ou degenerada.
Pura: Aquela que sempre foi natural. Ex: a dívida de jogo, o empréstimo ao incapaz.
Degenerada: Foi civil e passou a ser natural. Era obrigação civil, com o advento da prescrição passou a ser natural.
Fontes das Obrigações:
Onde nasce a obrigação. É o ato ou fato da origem da obrigação segundo as regras do Direito.
Teoria Clássica: Indica as seguintes fontes:
Fonte imediata: A lei. Da lei nascem deveres. Ex: O dever de votar, o dever de prestar serviço militar, o dever de pagar alimentos, o dever de pagar juros das obrigações em dinheiro, o dever de pagar imposto. A FONTE IMEDIATA É A LEI.
Fontes mediatas: Atos jurídicos stricto sensu são aqueles atos que geram conseqüências previstas em lei e não pelas partes. Ex; Notificação, protesto. Quando protesto um título quero receber, mas gero outras obrigações embora não desejadas.
Fontes mediatas/ negócios jurídicos: Ato ilícito gera obrigação? Do ato ilícito gera obrigação de indenizar os prejuízos causados. Ex; dirigir bêbado, furar sinal, causar danos materiais. Segundo a concepção moderna. A lei ou a vontade, por ação ou omissão. Ex; omissão de socorro.
Classificação das Obrigações segundo Prof. Caio Mário:
Segundo essa teoria as obrigações podem ser assim classificadas:
Classificação Objetiva: Todas as obrigações têm classificação objetiva. Qual o objeto da obrigação? A prestação. DAR – FAZER – NÃO FAZER.
Classificação Subjetiva: Por essa consideram-se os sujeitos, a forma como recebem e suportam o vínculo. Ex: Somos 40 e devemos ao professor R$ 40.000,00. Quando a obrigação é divisível o professor pode exigir R$ 1.000,00 de cada. Se formos devedores solidários o professor poderá exigir R$ 40.000,00 de um só que depois cobrará regressivamente dos outros – Somos 40 e devemos ao professor uma girafa. O que o professor pode exigir de cada um? Uma girafa. Nesse caso a obrigação é indivisível. 
Elementos acidentais ou não fundamentais: Neste item da classificação examinam-se as modalidades que assumem as obrigações (obrigações condicionais – obrigações a termo) ou a variedade da prestação para o credor ou o devedor (obrigações facultativas, obrigações alternativas), ou ainda, em relação umas as outras. (obrigações principais ou acessórias).
Modalidades das Obrigações:
Como é o modo de cumprimento das obrigações. 
Ex: Você me deve R$ 100,00.
Condicionais: Você me deve R$ 1.000,00 se tal time for campeão. 
Facultativas: Você me deve R$ 100,00 ou um jantar – Você me deve R$ 1.000,00 ou entregar dois curiós.
Obrigação acessória: Multa se não pagar.
Obrigação de meio: É aquela cuja inexecução caracteriza-se pelo desvio de certa conduta ou omissão de certas precauções a que alguém se comprometeu, sem se cogitar do resultado final. Ex: Tens o dever de agir com diligência. - Utilizou-se de todos os meios e de toda tecnologia existente e mesmo que não alcance o resultado final, faz jus ao pagamento. Ex: médico.
Obrigação de resultado: É aquela que se considera cumprida (adimplida) quando o devedor cumpre o objetivo final. Na obrigação de resultado o devedor atua para alcançar o resultado final. Ex: cirurgia plástica, transporte, advogado na área trabalhista (normalmente é por resultado).
Obrigação Propter Rem
Conceito: É aquela em que o devedor, por ser titular de um direito sobre a coisa, fica sujeito a determinada prestação que não derivou da sua vontade, mas do fato de ser titular da coisa. Ex: O proprietário de veículo paga IPVA; o proprietário de imóvel paga IPTU; o proprietário de imóvel em condomínio paga o condomínio.
(O condomínio e o IPTU não são obrigação do inquilino – podem ser cobrados se o contrato assim o determinar).
Características:
O vínculo decorre da titularidade sobre a coisa e não da vontade. Ex: O fato de ser proprietário é que o faz devedor.
O abandono da coisa libera o devedor da dívida. Ex: A coisa é resgatada, mas eu não contratei esse resgate. Posso abandonar.
Obrigação de Dar
Conceito: É aquela que tem por objeto mediato uma coisa que pode ser certa ou determinada (art 233 a 242) ou incerta (art 243 a 246) cuja execução se dá pela tradição.
Modalidades:
1)Obrigação de dar coisa certa: A obrigação de dar coisa certa segue o principal. O acessório segue o principal salvo convenção em contrário (art.233 CC) – envolve os seus acessórios.
O que é tradição? É a efetiva entrega da coisa.
Quando se dá a tradição dos bens móveis ou semoventes? A transferência do domínio (propriedade) do bem móvel ou imóvel se dá com a tradição. (art. 1267 CC). O contrato por si não transfere nada. Quando for entregue a coisa, aí sim.
Ex: Carro. O nome no DETRAN é questão administrativa. O domínio das coisas móveis é transferido com a tradição.
E a tradição se opera nos bens imóveis com o registro da matrícula averbado em cartório.
Se você tem a escritura pública de compra e venda você é proprietário? Ainda não. Tem que pegar esta escritura e registrar no cartório de registro de imóveis.
Lavrar a escritura pública o adquirente passa a ser proprietário do imóvel?
Quando se dá a tradição do bem imóvel?
Com o registro da escritura no cartório de registro de imóveis.
Frutos pendentes: Ainda estão ligados à coisa que o gerou. Ex: café no pé, jaca na árvore, milho não colhido. Ainda não se destacou da coisa que o gerou.
Frutos percebidos: São aqueles já destacados da coisa que o gerou, seja por força da natureza, por força humana ou por força mecânica.
A quem pertencem os frutos pendentes. Ao comprador ou ao vendedor? (nada foi especificado no contrato).
Os frutos pendentes pertencem ao comprador e os frutos percebidos ao vendedor. (art. 237 § 2 CC)
Pelas vantagens que a coisa gerar o vendedor pode pedir aumento de preço? Ex: a vaca estava prenha e o vendedor não sabia, pode pedir aumento? Vendeu a vaca. Não vendeu o bezerro. Pode pedir aumento de preço até a tradição.
Se o vendedor realizou benfeitorias necessárias ou úteis o comprador tem que ressarcir. Se não ressarcir pode desfazer o negócio. (art. 237 CC). Até a tradição.
Concentração: Significa a escolha da prestação. A concentração em regra cabe ao devedor. Na omissão do contrato cabe ao devedor.
2) Obrigação de restituir: Na obrigação de restituir o devedor devolve a coisa móvel ou imóvel temporariamente em seu poder (art. 238 a 242 CC).
Aquele que recebe a coisa em depósito não tem a obrigação de restituir? Se você deixa o carro no estacionamento o dono do estacionamento tem obrigação de restituir. – Você entrega a casa ao inquilino que tem obrigação de restituir. Não há interesse de transferir o domínio da coisa. Só usufrua a coisa temporariamente.
3) Obrigação de contribuir: O condômino tem a obrigação de contribuir com as despesas do condomínio. (art. 1688 CC).
4) Obrigações pecuniárias: São aquelas que devem ser solvidas em moeda corrente. (em dinheiro).
5) Obrigação de dar coisa incerta: A coisa é fixada pelo menos pela quantidade e pelo gênero. Ex: Um cavalo; 10 Kg de arroz; um pássaro; um telefone; 60 Kg de soja. Porque a coisa ainda não está determinada. (art. 243 CC).
A concentração no caso de dar coisa incerta cabe ao devedor, salvo convenção em contrário. Ex: Eu vendi para você um cavalo. Eu escolho o cavalo.
Com a concentração, a obrigação que era de dar coisa incerta passou a ser de dar coisa certa.
Princípio da Qualidade Média: É aquele pelo qual o devedor não é obrigado a entregar a coisa de melhor qualidade e nem pode impor a de pior. A concentração se dá em coisa de qualidade média. (art. 244 II Parte).
Hipóteses de Perda e deterioração com suas conseqüências nas Obrigações de Dar e Obrigações de Fazer:
	Quando a obrigação se tornou inexeqüível?
Hipóteses de Perda:
Desaparecimento total da coisa: Ex: Não posso mais entregaro carro porque foi roubado. (Não estou discutindo se houve culpa ou não). – Oxigênio preso tem valor – disperso perde o valor. – Gases – presos têm valor – soltos – perdem valor.
Quando a coisa perde suas qualidades essenciais que nortearam a contratação: Ex: Adquiriu um touro reprodutor. Não vai aceitar o mesmo touro castrado. – pilha gasta – motor que não tem força – perdeu sua qualidade essencial.
Quando a coisa se torna inatingível: Não é mais passível de ser alcançada. Insusceptível de recuperação. Fisicamente não pode ser resgatada. Ex: Deixar cair seu anel no oceano, ou algo cai de um helicóptero sobre a Selva Amazônica ou algo cai nas Cataratas do Iguaçu. – Economicamente impossível: quando o valor gasto para resgatar a coisa é superior ao valor da coisa.
Quando a coisa se torna indisponível: Não pode mais ser objeto de comércio. Vendi a casa, mas ela foi desapropriada, tornou-se indisponível.
Confusão: A coisa se mistura a outra de tal modo que não pode mais ser destacada, identificada, individualizada. Ex: água mineral com gás cai na piscina, mistura-se à água da piscina. – Quando na mesma pessoa reúnem-se as qualidades de devedor e de credor. Ex: O único filho devia para o pai. O pai falece e o filho passa a ter a qualidade de devedor e de credor. O filho que deve ao pai e acaba herdando a herança. – O noivo devia para a noiva – casaram-se sob o regime de comunhão universal de bens. Agora não deve mais, o patrimônio passa a ser um só.
O que é deterioração?
A coisa se deteriorou. É a perda parcial. Perdeu parte de suas qualidades essenciais. Ex: carro com farol quebrado; assento manchado.
As conseqüências da perda e da deterioração nas obrigações de dar:
Conseqüências da perda na obrigação de dar coisa certa:
Perda sem culpa: Resolve-se a obrigação (art. 234 – I Parte). Ex: eu fiquei de lhes entregar o cavalo, mas antes da tradição o cavalo morreu picado por uma cobra, ou atingido por um raio. As partes retornam ao status quo. O dinheiro que você já me deu eu lhe devolvo. – Com ou sem correção monetária? – Com correção monetária – A correção monetária não é pena – é mera reposição do valor monetário da moeda. – Com ou sem juros? Sem juros – Porque juro é pena e eu não tive culpa. 
Perda com culpa: O devedor responde pelo equivalente mais perdas e danos (art. 234 II Parte). Ex: bateu o carro – matou o cavalo. Devolvo o dinheiro, mais correção monetária, juros e multa. – Equivalente + PD (perdas e danos).
Deterioração sem culpa: O carro que vendi estava estacionado e bateram. Opção do CREDOR DA ENTREGA DO CARRO.
Resolve a obrigação;
Aceita a coisa deteriorada, abatido o valor da deterioração.
E se o credor aceita ficar com o carro mas sustenta que o valor da deterioração é de R$ 3.000,00 e o devedor sustenta que é de R$ 2.000,00. O credor continua com as suas opções (art. 235 CC).
Deterioração com culpa:(art. 236 CC): Eu estava vindo entregar o carro e bati o carro. Opções do CREDOR:
Resolve a obrigação mais PD
Aceita a coisa deteriorada mais PD
Digamos que hoje o credor optou pela solução A – depois, no dia seguinte mudou de idéia e optou pela B. Pode? NÃO.
Você era credor de uma prestação alternativa – quando você fez a opção você concentrou – não tem mais a outra opção.
E se o devedor aceitar a mudança de opção do credor? Não haverá problema nesse caso.
Perda na Obrigação de Restituir Coisa Certa
Perda sem culpa: (art. 238 CC): O inquilino tem obrigação de restituir o imóvel alugado. O depositário tem obrigação de restituir a coisa. – Resolve-se a obrigação, ressalvados os direitos até a perda. Inquilino – a casa pegou fogo – inundação. Locou o carro – foi roubado. O credor, proprietário da casa, tem direito de receber o aluguel até o dia da perda. Se pagou adiantado terá direito à restituição dos dias que pagou a mais.
Perda com culpa: (art 239 CC): Responde pelo equivalente mais PD.
Deterioração sem culpa: (art. 240 CC I Parte): Queimou uma porta, queimou o assoalho – restituo a coisa simplesmente.
Deterioração com culpa: (art.240 CC II Parte): Restitui o equivalente mais PD.
Perda e deterioração nas Obrigações de Dar Coisa Incerta:
Eu me comprometi a lhe dar um cavalo. Morreu aquele cavalo. Dá outro. Não é o cavalo certo. Não há perda, salvo quando o gênero é limitado.
Comprometi-me a entregar um quadro do pintor Sato. Ele só pintou dois quadros. Um não está à venda e o outro se perdeu. Desaparecimento de todas as espécies.
Obrigação de Fazer e Obrigação de Não Fazer (art. 247 a 249 CC)
Conceito: Obrigação de fazer é a que vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato positivo material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceiros.
O compromisso tem que ser lícito e possível. Não é obrigação a de fazer o compromisso de matar a freira, ou de enforcar o padre, etc.
Material: fabricar uma porta, um boné, etc.
Imaterial: cantar, lecionar, etc.
Locar um imóvel também é uma obrigação de fazer. Esse ato de fazer positivo pode ser satisfeito pelo devedor ou por terceiro em favor do credor ou de terceiro.
Espécies da Obrigação de Fazer:
Obrigação de fazer infungível: É aquela que leva em conta as qualidades pessoais do devedor. A prestação só por ele deve ser executada, se levaram em conta suas qualidades pessoais. O devedor é insubstituível.
Obrigação de fazer fungível: O devedor pode ser substituído. Não se levaram em conta as qualidades pessoais do devedor.
Exemplos:
1)Obrigação de fazer infungível: Se o professor contratar a banda U2 para a festa de formatura dos alunos de Direito da turma 4000, a mesma não poderá ser substituída pelo cantor Reginaldo Rossi.
O empregado assume obrigação de fazer de natureza infungível. Se contratei uma doméstica e ela não pode vir trabalhar hoje, não poderá mandar seu vizinho no lugar dela.
Se contratarmos a Seleção Brasileira para jogar aqui em Londrina, não iremos aceitar que venha em seu lugar o time do Nacional de Rolândia.
Se o contrato é omisso, não esclarece que se levaram em conta as qualidades pessoais. Não precisa constar no contrato para que a obrigação seja infungível. A análise feita pelo intérprete levará a essa conclusão.
O marceneiro que se compromete a fazer os móveis de sua cozinha assume a obrigação de fazer ou de dar. De FAZER. O objetivo principal é a confecção. O ato de entregar não é o mais importante.
Inadimplemento na Obrigação de Fazer:
Impossibilidade da prestação:
Impossibilidade sem culpa do devedor: (art. 248 I Parte). A impossibilidade tem que ser permanente e irremovível. Eu ia construir num terreno, mas a lei municipal hoje proíbe. Solução: Resolve-se a obrigação. As partes retornam ao status quo.
Impossibilidade com culpa do devedor: (art. 248 II Parte) O devedor responde com perdas e danos. Ex: O material único que seria utilizado ele danificou. Solução: Vai responder por perdas e danos.
Recusa injustificada do devedor:
a) Obrigação de fazer infungível: Ex: o devedor é um pintor, um cantor, etc. Solução: (art. 247 CC) Perdas e danos mais astreintes. O juiz determina que cante ou que pinte sob pena de astreintes, (Art. 461 § 4º, 5º e 6º CPC).
b) Obrigação de fazer fungível: (Art 249 CC) Opção do credor. Não se levou em conta as qualidades pessoais do devedor. Ex: aparar a grama, pintar a porta, etc. Opções possíveis do credor:
b1) Pedir a execução pelo devedor ou por terceiro às custas do devedor, mais astreintes, mais perdas e danos;
b2) Perdas e danos;
b3) Peço ao juiz que designe um terceiro a executar o serviço às custas do devedor. 
Ex: Contratei com um primeiro marceneiro para fazer as carteiras da minha escola por R$ 10.000,00 e ele não executou.(já paguei)
O orçamento de um terceiro ficou em R$ 12.000,00. Contrato com o terceiro pago os R$ 12.000,00 contratados e depois cobro do que não executou a prestação. Ele vai pagar os R$ 12.000,00, mais PD, mais astreintes.
Era uma escola, fiquei 60 dias sem aulas, sem poder cobrar mensalidades, e perdendo alunos.Vai apresentar ao juiz os orçamentos. Nas hipóteses de urgência, o devedor pode por sua conta e risco indicar o terceiro (Art. 249 § único).
Astreintes: É uma pena de caráter pecuniário que tem por objetivo compelir (forçar) o devedor a satisfazer a obrigação de fazer ou de não fazer.(multa diária)
Principais Diferenças entre as Obrigações de Dar e as Obrigações de Fazer:
1)Obrigação de Dar
2)Obrigação de Fazer
Tem por objetivo a entrega de uma coisa para transferência do domínio.
Tem por objetivo a realização de um ato ou a confecção de uma coisa.
Requer tradição (entrega da coisa)
Não requer tradição
O devedor está em plano secundário
O devedor pode ser essencial.
Raramente se anula por erro sobre a pessoa do devedor
Pode ser anulado
Comporta execução específica (in natura)
Em regra não é admitida a execução específica.
São compensáveis
Não são compensáveis
Ex1: Eu lhes devo R$ 5.000,00 e vocês me devem R$ 2.000,00. Podemos compensar.
Ex2: Eu me comprometi a construir um prédio para você e você se comprometeu de fazer uma represa para mim. Não tem como compensar.
Obrigações de Não Fazer (art 250 e 251 CC)
Conceito: É aquela em que o devedor assume o compromisso de se abster de algum ato, que poderia praticar livremente se não tivesse se obrigado para atender interesse seu ou de terceiro.
Não poderá ser cláusula abusiva e ilegal como, por exemplo: Não se casar, não se separar, não sair de casa por seis anos. É ilegal quando implica cerceamento de direito de liberdade.
Ex: Comprometeu-se a não construir em determinado terreno.
O inadimplemento se dá com a prática do ato a que se deveria abster.
Conseqüências da Prática:
A impossibilidade da abstenção: O devedor comprometeu-se se abster, mas praticou o ato.
Impossibilidade de abstenção sem culpa (Art. 250 CC): Resolve-se a obrigação. Ele não deveria ter praticado o ato. Praticou porque foi forçado (coagido). Ex: Eu me comprometi a não deixar que pessoas passassem nesta propriedade, mas fui obrigado a permitir mediante ordem judicial. Eu me comprometi a não revelar segredo industrial da empresa. Revelei sob coação. Solução: Resolve-se a obrigação.
Praticar o ato com culpa (Art. 251 CC): Desfazimento, mais astreintes, mais perdas e danos. Ex: Muro construído na frente da porta do hotel em Londrina (Prof. Chutou os tijolos); Janela para prédio na Av. São Paulo (decisão demorou 11 anos – já nem havia mais a janela).
Existem hipóteses nas quais o desfazimento é impossível. Ex: Comprometeu-se a não revelar o segredo industrial, mas revelou. Comprometeu-se a não publicar as fotos, mas publicou. Solução: Perdas e danos (art. 251)
Obrigações Alternativas
Obrigações Simples
Obrigações Cumulativas
Obrigações Facultativas (art. 252 a 256)
Obrigação Alternativa: Conceito: É a que contém duas ou mais prestações com objetos distintos, da qual o devedor se libera com o adimplemento de uma só delas, mediante escolha sua, ou do credor ou de terceiro ou do juiz ou por sorteio. (Apresenta multiplicidade de prestações. Ex: pagar R$ 200.000,00 ou entregar aquele automóvel).
Considerar-se-á cumprida a obrigação se o devedor satisfizer uma só das prestações.
Características:
Multiplicidade de prestações
Exoneração do devedor pela satisfação de uma só delas. Essas prestações podem ser de dar ou de fazer ou de não fazer.
Concentração: Escolha da prestação.
A quem cabe proceder à escolha da prestação? A concentração na omissão do contrato caberá ao devedor.
A concentração também pode ser feita pelo credor quando assim dispuser o contrato ou quando o devedor não proceder a concentração uma vez notificado (intimado).
As partes podem também determinar que a concentração caberá a terceiro ou a terceiros.
Se o terceiro não concentrar, ou houver divergência entre os terceiros não solucionada pelas partes, a concentração passará a ser do juiz.
Ao professor não parece correto, pois cabe ao juiz interpretar a vontade das partes e não contratar por elas.
Artigo 817 CC – A concentração também poderá ser por sorteio (Ex: quando envolve bens móveis a serem partilhados pela família).
Obrigação Alternativa, também denominada Obrigação com prestações alternativas. Esta espécie de obrigação se sujeita ao princípio da indivisibilidade (art. 252 §1º) – O credor só poderá exigir uma das prestações. Só não se aplicará este princípio quando as prestações vencerem periodicamente. (art. 252 § 2º).
Ex: A cada ano o Sr. me entregará uma de suas lavouras, ou de soja, ou de trigo. Posso num ano escolher soja, outro ano escolher trigo.
Outro princípio da obrigação alternativa é o princípio da irretratabilidade. Procedida a concentração não se poderá retratar para a escolha de outra, salvo se forem prestações periódicas. (252§2º).
A obrigação alternativa perde a qualidade de alternativa quando ocorre a concentração.
Princípio da Qualidade Média: Aplica-se este princípio às obrigações alternativas? SIM.
Primeiro tem que concentrar. A obrigação persiste, mas não mais alternativa. Obrigação de dar. Coisa certa ou incerta? Sendo coisa incerta vai aplicar-se o princípio da qualidade média.
Conseqüência da impossibilidade e da inexeqüibilidade das prestações:
Impossibilidade física: Duas prestações alternativas. Uma entregar um touro, outra, entregar um fantasma. Se ocorrer a impossibilidade física (material), temos a concentração automática. A obrigação não será alternativa, será simples.
Impossibilidade jurídica: Duas prestações. Se uma delas for impossível juridicamente. Ex: Entregar um touro ou matar o professor. Se a impossibilidade for jurídica, a obrigação toda será nula (isso não está escrito no artigo 253 – doutrina) O art. 253 trata da impossibilidade física ou material.
Impossibilidade com culpa ou sem culpa de ambas as prestações:
Sem culpa do devedor: 2 prestações alternativas. Impossível a 1, entrego a 2. (art 253);
Sem culpa do devedor: Impossíveis 1 e 2. Resolve-se a obrigação. (art. 256);
Com culpa do devedor: Escolha do devedor ou de terceiro: Impossível 1, entrega o 2.
Com culpa do devedor: Escolha do devedor ou de terceiro. Impossíveis 1 e 2 . Perdas e danos sobre o último que se perdeu. (art. 254)
Com culpa do devedor: Escolha do credor. Impossível 1 ou 2: Escolho a prestação que se perdeu mais perdas e danos ou a prestação remanescente sem perdas e danos. O credor exige a prestação remanescente ou o valor da que ser perdeu mais perdas e danos (art 255 1ª parte).
Com culpa do devedor: Escolha do credor: Impossíveis 1 e 2. Perdas e danos sobre um ou sobre outro. (art 255 2ª parte).
Obrigações Simples
Conceito: É aquela cuja prestação recai somente sobre uma coisa ou sobre um ato, liberando-se o devedor quando a cumprir. Ex: Comprometeu-se a entregar um livro ou um caderno.
Obrigações Cumulativas: (Composta)
Conceito: É aquela em que o devedor se compromete a realizar várias prestações e só se considerará cumprida quando todas forem satisfeitas. Ao contrário da alternativa, a obrigação cumulativa apresenta diversas prestações, todas devidas. Só se considerará cumprida a obrigação quando todas as prestações forem cumpridas.
Obrigações Facultativas:
Conceito: É aquela que tem por objeto uma prestação (in obligatione), mas permite a lei ou o contrato ao devedor substituí-la por outra (in facultate), para facilitar-lhe o cumprimento. A obrigação facultativa apresenta uma obrigação contratada, mais a lei ou o contrato faculta para facilitar ao devedor a substituição. É uma faculdade legal ou convencional.
O legislador não dedicou um capítulo específico no código civil para tratar das obrigações facultativas, mas não desconsiderou sua existência. Ao contrário das obrigações alternativas, a concentração só caberá ao devedor.
Devo R$ 200.000,00 ou entregar uma casa (a faculdade é para facilitar).
Qual obrigação é mais onerosa? A alternativa. Há várias prestações.
Obrigação alternativa: O livro ou o anel. O livro se perdeu, entrego o anel.Obrigação facultativa: Lhes devo este carro, ou como facultat aquele touro. Se o carro se perder sem culpa minha não lhes devo nada.
Exemplo no CC (Art. 1254) O proprietário da coisa resgatada tem o dever de pagar a recompensa se não preferir abandonar a coisa. Outros ex: art 1382; art 635; IPTU.
Obrigação facultativa é simples. É uma só prestação em obligacione. 
Conseqüências jurídicas:
O credor pode exigir a prestação in obligacione, mas não a facultativa.
É direito do devedor a concentração
A impossibilidade ou inexeqüibilidade da prestação in obligacione sem culpa do devedor, resolve a prestação. Se a inexeqüibilidade for da prestação alternativa, persiste a obrigação.
É mais favorável ao devedor do que a obrigação alternativa.
Uma vez em atraso o devedor perde o direito de optar pela prestação facultada.
Em caso de dúvida, (alternativa/facultativa) cabe ao exegeta (intérprete) decidir. Qual será? Facultativa. É menos onerosa, posto que incumbe ao credor ser mais atento na confecção do contrato.
Obrigações Divisíveis e Indivisíveis e Início de Obrigações Solidárias: (art. 257 a 263 CC)
Obrigações Divisíveis:
Conceito: Diz-se que a obrigação é divisível, quando a sua prestação pode ser fracionada sem perder as características essenciais do todo e nem sofrer depreciação acentuada.
Já na obrigação indivisível o fracionamento da prestação é impossível.
A indivisibilidade se dá de quatro maneiras diversas:
Indivisibilidade física ou material: Ex: Se eu me comprometo a entregar a vocês um livro, não posso dividi-lo em 30 partes porque ele perderá as características essenciais.
Indivisibilidade legal: Até é possível dividir, mas é a lei que estipula, que determina a indivisibilidade. Ex: módulo rural (menor porção de terra agrícola que pode ser individualizada). Difere de região para região. Outro ex: lotes urbanos não podem ser divididos em área inferior a área determinada pelo código de postura do município.
Indivisibilidade convencional: Até dá para dividir, mas as partes convencionam a indivisibilidade. Ex: Compramos uma fazenda e convencionamos que a mesma não poderá ser dividida.
Indivisibilidade econômica: A divisão acarretará diminuição substancial do valor. Ex: Um anel com brilhante de 1 Kilate dividido em 10 anéis com brilhantes pequenos.
Se houver pluralidade de devedores e/ou de credores a obrigação será divisível se for possível a divisão. Cada credor pega sua quota parte.
Se há unidade de devedor e credor, em regra é indivisível.
Conseqüências da indivisibilidade:
Cada devedor responde por toda a dívida.(art. 259)
Cada credor pode exigir a dívida por inteiro. Por que? Porque não dá para dividir.
O devedor que paga, exonera-se quanto aos demais credores com a ressalva do artigo 260 inciso 2º. Caução de ratificação: uma garantia (verbal, escrita, com móveis, com imóveis) de que a sua quitação será aceita pelo outro credor. Pode até pagar sem caução de ratificação, mas ficará sem garantia.
O credor não pode recusar o pagamento por inteiro regular.
Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, os demais credores poderão dele exigir a sua quota parte em dinheiro. (art. 261)
A remissão (perdão) não extingue a dívida para com os outros credores, mas esses só poderão exigir, descontado o valor da quota parte remitida. (art. 262 CC). Ex: Caneta, carro. Entregamos o bem ao credor e solicitamos a ele o valor da quota parte remitida. Pagar o valor correspondente à quota parte.
Cessa a indivisibilidade quando a prestação se converte em perdas e danos. (art. 263). Se a culpa for de todos os devedores, todos responderão por partes iguais. (art. 263 § 1º). Culpa só de um. Só o culpado responde por perdas e danos. ( art. 263 § 2º). (234)
Insolvência do devedor: Obrigação divisível: O credor só perde a quota parte do insolvente. Obrigação indivisível: O credor pode exigir a prestação por inteiro dos demais, salvo se retardar injustificadamente a cobrança. Insolvência do devedor: indivisível – o credor pode demandar de cada um dos devedores, salvo se retardar injustificadamente a cobrança.
Obrigações Solidárias: (Art. 264 a 285).
Conceito: Há solidariedade quando na mesma obrigação concorre pluralidade de credores e/ou de devedores. Cada um com direito ou obrigado à dívida por inteiro. A solidariedade resulta da lei ou da vontade das partes. Não se presume a solidariedade. Todos os devedores estão obrigados a pagar tudo ou todos os credores estão habilitados a receber tudo.
Requisitos:
Pluralidade subjetiva: tem que haver mais de um credor ou mais de um devedor.
Unidade objetiva: Uma só obrigação. Vocês são meus devedores solidários de R$ 35.000,00
Decorre da lei ou da vontade das partes. Na dúvida não é solidária. A solidariedade é um instituto eminentemente técnico. Resulta da lei ou da vontade das partes – NÃO SE PRESUME!!!! Ex: O avalista é solidário. Decorre da lei (art. 942 CC)
A solidariedade é compatível com todo o tipo de obrigação (dar, fazer ou não fazer).
Pode ser pura e simples para alguns e condicional para os outros – ou a prazo.
O avalista é co-responsável solidário
O fiador também é co-responsável solidário quando renuncia o benefício de ordem (ordenar que antes de apreender os bens dele, apreenda os bens do afiançado).
Fiador – co-responsável – sempre
Solidário – quando renuncia o benefício de ordem.
Todo devedor solidário que paga tem direito regressivo contra os demais?
Não, se pagar dívida que só a você interessa. Ex: inquilino/fiador.
Fiador é devedor solidário? Não. Só é co-responsável – somente será solidário se renunciar o benefício de ordem.
Artigos sobre solidariedade:
Art. 585 – Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
Art. 680 – Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatário por todos os compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas quantias que pagar, contra os outros mandantes.
Art. 829 – A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão.
Art. 266 – A Obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Solidariedade pode ser pura, condicional, a termo.
Pura: Vocês são meus devedores solidários de R$ 30.000,00
Condicional: Vocês são meus devedores solidários de R$ 30.000,00 se o São Paulo for campeão paulista de 2005.
A termo: Vocês são meus devedores solidários de R$ 30.000,00 com vencimento no dia 31/05/2005. Só poderei cobrar a partir desse dia. 
Espécies de Solidariedade:
Solidariedade ativa: onde há multiplicidade de credores:
Solidariedade passiva: onde há multiplicidade de devedores
Solidariedade mista: Há multiplicidade de credores e de devedores
Solidariedade ativa: Características
Cada credor pode exigir o seu crédito por inteiro. Ex: Vocês são meus credores solidários de R$ 30.000,00. Cada credor solidário pode exigir tudo. Art. 267 CC – Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Prevenção judicial: É a preferência de recebimento de que goza o credor solidário que primeiro acionar ou demandar o devedor a partir da sula ciência efetiva da propositura da ação. Art. 268 CC – Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. A partir de quando começa esta preferência? A partir do momento que o devedor tiver ciência efetiva que o credor ingressou com ação contra ele.
O pagamento pode ser total ou parcial, e extingue a dívida na mesma proporção: Ex: vocês são meus credores solidários de R$ 30.000,00. Art. 269 CC – O pagamento feito a um dos credoressolidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
A solidariedade perdura/ persiste/ permanece com a conversão da prestação em perdas e danos: Ex: Vocês são meus devedores solidários de uma casa no valor de R$ 100.000,00. O que cada um pode exigir? Uma casa no valor de R$ 100.000,00. Art. 271 CC – Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
O credor que remitir ou receber, responde aos outros pela parte que lhes caiba: No acerto interno cada um só é titular de sua quota parte. Art. 272 CC – O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
O falecimento de um dos credores solidários não faz solidários os seus herdeiros individualmente, mas o serão em conjunto (espólio): Ex: Tenho 4 credores solidários de R$ 100.000,00. O credor 1 faleceu e deixou 2 herdeiros. O que o herdeiro 1 poderá exigir? R$ 12.500,00. O espólio (conjunto de bens antes da partilha) é solidário. Morreu o credor 1, o que o credor 2 pode exigir? R$ 100.000,00. Art 270 CC – Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. Art. 270 CC – Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
A um dos credores solidários não se pode opor exceções (defesas) pessoais oponíveis só aos outros: As exceções comuns podem ser opostas a todos. Art. 273 CC – A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. Defesas comuns são as defesas gerais. Ex: Eu já paguei (recibo); prescrição; transação (já celebrei um acordo – transigi – vai cobrar de quem fez o acordo). Defesas pessoais: só podem ser opostas quanto àquela pessoa do credor – não contra todos. Ex: Vícios de consentimento. Vocês são 30 e eu me comprometi a pagar R$ 30.000,00, mas você me coagiu (somente um coagiu). Só um é credor a prazo para 30 de Maio, os demais são credores à vista.
O julgamento contrário a um dos credores solidários não prejudica os demais; o favorável beneficia-os, salvo se baseado em exceção pessoal daquele credor. Art 274 CC – O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
Solidariedade Passiva: Características
Diz-se que a solidariedade é passiva quando há multiplicidade de devedores, todos obrigados pela mesma dívida. A solidariedade não se presume.
Art. 275 CC – O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
O credor tem o direito de exigir toda a dívida de qualquer um deles.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
O que não se admite é o abuso de direito.
Ex: Se um inquilino deve 6 meses de aluguel, em vez do locatário entrar em juízo e pedir todos os 6 meses, faz 6 ações diferentes e põe 6 oficiais de justiça na frente da casa da pessoa só para humilhar. (isso é abuso de direito).
Art. 276 CC – Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Morreu o devedor. Os herdeiros do devedor não são individualmente solidários. Feita a partilha só poderão ser individualmente cobrados de sua quota parte. Os herdeiros reunidos na figura do espólio são devedores solidários.
Art. 277 CC – O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
O pagamento parcial ou o perdão beneficiam os demais devedores. Tem que ser feito o abatimento da quota parte remitida.
Art. 278 CC – Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
A cláusula adicional feita com um só dos devedores não pode agravar a situação dos demais devedores. Pode exigir os R$ 30.000,00 contratados, mas não pode agravar para os demais devedores.
Ex: Contrato de locação. Locador aumenta o valor do aluguel e não pega a assinatura do fiador. Agravou para o fiador
E se a cláusula beneficiar os demais devedores? PODE, mesmo sem o consentimento deles.
Se todos consentiram pode agravar? PODE.
A solidariedade não precisa nascer concomitantemente com a obrigação. Poderá ser contratada depois.
Art. 279 CC – Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente, mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Impossibilidade da prestação. Todos respondem pelo equivalente. Só o culpado pelas perdas e danos. 
A solidariedade é compatível com todo o tipo de obrigação. A obrigação pode ser indivisível e solidária? Sim. Vocês são meus devedores solidários de um telefone no valor de R$ 300,00. A obrigação é solidária e também a prestação é indivisível.
Se quebrar o telefone acaba a indivisibilidade porque se converte em perdas e danos, mas não acaba a solidariedade.
Pelas perdas e danos só responde o culpado. Acaba a indivisibilidade, mas não acaba a solidariedade.
Art. 280 CC – Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Juros da mora são os juros decorrentes do atraso no cumprimento da obrigação.
Ex: Vocês me devem um cavalo no valor de R$ 10.000,00. Ela matou o cavalo. Davi pagou o cavalo e vai cobrar da culpada as perdas e danos.
Vocês me devem R$ 300,00. Venceu dia 30/03. Cada um se comprometeu a pagar R$ 30,00. 
Não pagando em dia todos respondem pelos juros da mora. Se houve culpado depois cobro regressivamente dele os juros da mora.
As perdas e danos só o culpado paga.
Art. 281 CC – O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Para solidariedade passiva é a mesma coisa que para solidariedade ativa.
Todos os devedores solidários podem apresentar as defesas comuns.
Exceções pessoais: Vocês todos são meus devedores solidários à vista. Aline só é devedora a partir de 10/07. Se o professor cobra hoje, é uma defesa pessoal. A dívida ainda não está vencida para a Aline, e somente para ela.
Art. 282 CC – O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Ex: O professor renuncia ao vínculo de solidariedade do Davi. Somos devedores solidários de R$ 30.000,00, mas do Davi o professor só cobra R$ 1.000,00.
É diferente de perdão. Exemplos:
A dívida é de R$ 30.000,00 e perdoei o Davi. Quanto posso cobrar de você? R$ 29.000,00.
A dívida é de R$ 30.000,00 e renunciei à solidariedade do Davi. Quanto posso cobrar de você? R$ 30.000,00 Nesse caso o professor não perdoou a dívida do Davi, só renunciou à solidariedade dele.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
O professor renunciou a solidariedade em favor do Davi. Todos os outros continuam solidários.
Art. 283 CC – O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.Se o contrato não estabelece as quotas partes, presumem-se idênticas.
A Aline ficou insolvente (faliu). Você vai pagar a sua parte e mais a parte dela. Vai dividir entre todos os co-devedores na proporção de suas quotas partes.
Art. 284 CC – No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
O Davi foi exonerado da solidariedade. Apesar de exonerado tem que participar do rateio da quota parte da Aline. A renúncia à solidariedade foi só da quota parte dele, não foi dela. Ele continua com interesses comuns.
Diferentes efeitos da solidariedade ativa e passiva:
O credor solidário pode receber tudo e pode perdoar tudo, depois o outro credor cobra dele regressivamente os R$ 15.000,00.
Art. 285 CC – Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
Se a dívida interessar a um dos devedores apenas e ele a quitar, não terá direito regressivo contra os demais.
Ex: O professor assinou uma nota promissória no valor de R$ 10.000,00 para o Davi, sendo a Eveny avalista. O professor tem direito regressivo contra a Eveny? Não, porque só o professor tem interesse na dívida.
Avalista e fiador são co-responsáveis.
O fiador só será solidário se renunciar ao benefício de ordem. 
O avalista não tem esse benefício.
Hipóteses de Extinção da Solidariedade:
Do mesmo modo como a solidariedade nasce pode se extinguir;
A morte extingue a solidariedade em relação aos herdeiros do falecido individualmente (Art. 270-276)
Renúncia expressa. A renúncia é expressa quando for falada ou escrita;
Renúncia tácita: A renúncia é tácita em razão de um comportamento ou de uma omissão. A lei não estabelece hipótese de renúncia tácita, a jurisprudência sim.
Se o credor recebe só a quota parte. O professor poderia cobrar do André R$ 30.000,00 somente cobrei R$ 1.000,00. Tacitamente renunciei quanto ao André, permanece quanto aos demais.
Se o credor receber por tempo fracionadamente. Recebo por tempo e não a prestação por inteiro. A prestação é de R$ 3.000,00, o professor poderia cobrar 3 mil todo o mês, mas só cobra a quota parte do André.
Se o credor demandar só a quota parte. Podia cobrar do Davi os R$ 30.000,00, só cobrou R$ 1.000,00.
Demandar=cobrar judicialmente
Há semelhanças entre as obrigações solidárias e as indivisíveis. Principais diferenças:
Solidária
Indivisível
A fonte da solidariedade é o título, é o negócio. (Vocês convencionaram no contrato)
A fonte da indivisibilidade é o objeto da prestação. (Vocês me devem um pato)
A morte de um dos co-devedores ou co-credores extingue a solidariedade para os herdeiros (Art. 270-276)
Não cessa a indivisibilidade. Se o Davi falecer os herdeiros dele vão ter que pagar o pato.
Persiste a solidariedade quando a prestação se converte em perdas e danos. Ex: Vocês me devem um telefone. Quebrou. Cessa a indivisibilidade, permanece a solidariedade. (art. 263).
Acaba a indivisibilidade se a obrigação se converter em perdas e danos. O pato morreu. (valor do pato).
Juros de mora: na solidária todos respondem; (solidária – todos se comprometem a entregar tudo)
Na indivisível: só o culpado.
1)A nulidade ou anulabilidade não se estende a todos na solidária necessariamente. Ex: Vocês são meus credores solidários, o Davi me coagiu, a obrigação é nula quanto ao Davi, não se estende aos demais.
2)na indivisível sim, afeta a todos.(indivisível – pato – afeta a todos)
Caução de ratificação. Não se exige na solidária.
Exige-se na indivisível.
2.º BIMESTRE
Obrigações Condicionadas:
Conceito: Obrigação condicional é aquela que contém cláusula que subordina a eficácia ou a ineficácia do ato jurídico a evento futuro e incerto. Diz-se que a obrigação é condicional porque ela contém uma cláusula que subordina a sua eficácia a evento futuro e incerto. A sua ocorrência pode ou não acontecer. Ex: Pagarei R$ 1.000,00 sob a condição de tal time ser campeão nacional de 2005.
Seguro de vida é obrigação condicional: sob a condição de o segurado falecer em certo período.
Somente a morte não é condição, porque todos estão sujeitos. Chover também não é condição porque um dia ou outro choverá. Nem todas as obrigações podem ser condicionais.
Não se admite condição à paternidade; não se admite casamento sob condição; direito à vida, ao nome, à emancipação; não pode ser condicional.
A obrigação condicional pode ser cumulativa ou alternativa.
Cumulativa: apresenta diversas condições a ser implementadas.
Alternativa: as cláusulas condicionais são alternativas. O implemento de qualquer uma delas estará cumprida a obrigação.
As condições podem ser classificadas quanto:
Possibilidade (Art. 123 e 124): as condições devem ser possíveis física e juridicamente. Quando a condição for física ou materialmente impossível não haverá condição. A obrigação será pura, simples, sem condição. Quem se compromete a pagar sob uma condição impossível, assume o compromisso pura e simplesmente. Quando a condição for juridicamente impossível a obrigação toda estará contaminada. O negócio todo estará viciado. Ex: sob a condição de você não se casar; de você não se divorciar.
Licitude (Art. 122): as condições devem ser lícitas, não apenas juridicamente, mas num conceito mais amplo. As condições não podem atentar contra a moral, os bons princípios, a ordem pública. Se atentarem, estaremos diante da nulidade do negócio.
Natureza: quanto ao aspecto da natureza jurídica podem ser:
3.1) Necessárias: há uma impropriedade quando se fala condição necessária ou condicio sine qua non. Ex: maioridade. (condicio sine qua non não são condições, são requisitos).
3.2) Voluntárias: decorrem da vontade das partes da contratação. São as verdadeiras condições. Ex: não chover nos próximos 60 dias.
Vontade: quanto à vontade dos contratantes se classificam em:
4.1) casuais: Esta condição resultou da vontade, do contrato, mas a sua ocorrência dependerá de um evento casual. Ex: eventos da natureza.
4.2) potestativas: as condições podem ser quanto à vontade dos contratantes potestativas. As condições potestativas se subdividem em duas: potestativas puras e potestativas simples.
4.2.1) potestativas puras: são nulas porque a sua ocorrência fica sujeita ao mero arbítrio de uma das partes. Porque decorre do mero arbítrio, da vontade exclusiva de um dos contratantes. Invalidam o negócio ou mesmo a condição. Ex: pagarei R$ 2.000,00 sob a condição de você gritar, ou de você levantar o braço. Um exemplo muito comum é do empregado que contrai dívida com o patrão. Ocorrerá o vencimento antecipado se o empregado for demitido com ou sem justa causa. Essa condição é potestativa pura.
4.2.2) potestativas simples: são válidas porque não decorrem do mero arbítrio. Dependem da prática de atos, inclusive fatores externos, exógenos. Por exemplo: pagarei R$ 500,00 ao ator, sob a condição de ele representar bem na peça “As Valquírias” no teatro de Manaus. Pagarei R$ 200,00 sob a condição de Bobô atuar bem pelo Corinthians. Contrato de locação onde a parte (locador) já aceita a renovação do contrato por mais um ano e fica sob a condição do locatário aceitar ou não a renovação. Esta condição seria potestativa pura ou simples? Simples. Há uma série de fatores que vão influenciar.
4.3) Promíscuas: São aquelas que no início são potestativas puras, vindo a perder essa característica por fato superveniente; alheio à vontade das partes que vem dificultar o seu implemento. No início são potestativas puras, mas elas perdem essa característica no decorrer do negócio porque ocorre um elemento dificultador. Era potestativa, deixa de ser e passa a ser válida. Não depende só do agente. Ex: jogador, sofre contusão, depende do médico, etc. Shumaker é escalado para pilotar Ferrari. Ocorre um evento dificultador, passa a ser promíscua.
4.4) Mistas: dependem em parte da vontade e em parte do elemento casual que pode seraté a vontade de terceiro. Pagarei R$ 1.000,00 sob a condição de você constituir uma empresa se associando a fulano. Pagarei sob a condição de ser verificar tal fato decorrente da natureza.
Modo de atuação: também podemos classificar as condições quanto ao modo de atuação:
5.1) Suspensivas: São aquelas que subordinam a eficácia do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Diz-se que a condição é suspensiva porque a eficácia do negócio é retardada. Pagarei R$ 5.000,00 sob a condição de você ser aprovada em Direito Civil II. Não há direito adquirido na pendência da condição suspensiva? Ocorre a prescrição do direito (Art. 199 I) não ocorre a prescrição. Essa condição suspensiva pode ser expressa ou tácita. A condição suspensiva subordina a eficácia do negócio. Não há obrigação ainda de pagar, mas isso não significa que aquele credor em potencial não tenha a condição de ser precaver, de se acautelar. Não tem direito de ação, mas está se esforçando para fazer jus. É possível àquele credor em potencial exercer medidas acautelatórias para proteger o seu direito em potencial. Ex: carro para não ser roubado.
5.2) Resolutivas: São aquelas que subordinam a ineficácia do ato a evento futuro e incerto. É a ineficácia do negócio que fica subordinada a um evento futuro e incerto. Ex: pagarei R$ 200,00 enquanto ela cursar Direito. Se interromper o curso gera a ineficácia do negócio. Na pendência da condição resolutiva há direito adquirido? Sim. Enquanto não ocorrer o evento que determine a ineficácia do negócio ela tem direito adquirido. Tem direito à ação na pendência da condição resolutiva? Sim. Corre o prazo prescricional na pendência da condição resolutiva? Sim. Três anos, nada exigiu, prescreve. Todos os contratos bilaterais trazem ínsita a condição resolutiva. Ex: contrato de compra e venda. Expressa ou tacitamente o inadimplemento resolve o contrato. Eu tenho o direito de resolver o negócio se inadimplir.
Obrigações a termo:
Conceito: Obrigação a termo é aquela que contém cláusula que subordina os seus efeitos a evento futuro e certo. Ex: pagarei quando da morte. É certa a morte. É um evento a termo. Pagarei quando chover. Se limitar o evento no tempo passa a ser condicional. Ex: pagarei se chover em 15 dias; se morrer em 1 ano.
Espécies:
Termo inicial: É o instante quando tem início o exercício do ato. Ex: contrato de locação que começa a viger em 1º de junho. Termo inicial: 1º de junho.
Termo final: é o momento quando deve cessar o exercício. O contrato acima tem o seu termo final em 31/05/2006. (locação).
Termo certo: É aquele com data certa, fixa. Ex: 30 de junho – a nota promissória é a termo. Termo certo é 30 de junho.
Termo incerto: É aquele de ocorrência certa em data incerta. Ex: a chuva. É de ocorrência certa, é termo, mas de data incerta.
Termo impossível: É aquele astronomicamente impossível. Ex: 30 de fevereiro. Passa para o primeiro dia útil subseqüente
Prazo: É o interstício temporal. O tempo que separa (medeia) o termo inicial do termo final. Prazo de um ano (1º de junho de 2005 a 31 de maio de 2006). Na dúvida interpretar-se-á a favor do devedor, porque se entende que competiria ao credor ser mais claro.
Obrigação Modal
Conceito: É aquela que conta com um modo ou um encargo que impõe ônus à pessoa contemplada na relação jurídica creditória. 
- Diferente do que ocorre na obrigação condicional, a obrigação modal impõe um ônus. 
- Ex: Doação Onerosa. Faço doação à essa turma de R$ 50.000,00 com o ônus de prestarem serviços comunitários por seis meses a uma entidade de caridade. Se não cumprirem o ônus, ficarão sujeitos à revogação do negócio e, se, parte desse dinheiro, já tiver sido pago, terá que ser devolvido.
- Normalmente a obrigação modal está na doação.
- O Encargo pode ser uma Ação ou uma Omissão.
- Na Obrigação Condicional não há ônus, na Obrigação Modal há ônus que, se não for cumprido, pode levar a revogação do negócio.
Obrigação Principal:
Conceito: É aquela que tem existência por si, abstrata ou concretamente, não se subordinando a qualquer outra relação jurídica.
Obrigação Acessória:
Conceito: É aquela cuja existência depende da obrigação principal. Tem que existir uma obrigação principal.
-Ex: Contrato de Compra e Venda – Obrigação Principal; Pagar Juros – Obrigação Acessória. 
Aval
Fiança
Garantia Real
Cláusula Penal (multa)
Garantia que o vendedor dá ao comprador de que a coisa comprada não tem defeito.
Conseqüências Jurídicas:
1. A extinção da principal implica a da acessória.
2. A nulidade ou a anulação da principal implica a da acessória, salvo no caso de declaração da nulidade da principal por incapacidade do devedor, quando prevalece a fiança. Nula ou anulada a obrigação principal, nula será a acessória, salvo quando a nulidade da principal decorrer da incapacidade do devedor. Ex: O devedor é menor. A fiança não é nula. Só dá fiança; aquele que conhece o afiançado, (Art. 824, CC).
3. A prescrição da principal afeta a da acessória. Prescrito o direito de exigir a obrigação principal, também fica fulminada de prescrição a acessória.
4. A obrigação acessória estipulada por um co-devedor solidário não agrava os demais sem o consentimento destes, (Art. 278, CC).
5. A cessão de um crédito abrange todos os acessórios, salvo estipulação em contrário, (Art. 287, CC). Ex: O professor era nosso credor. Cede o seu crédito ao professor Eduardo. Cedeu também as obrigações acessórias.
6. A obrigação de dar inclui os acessórios mesmo não convencionados, exceto se o contrário resultar das circunstâncias ou do contrato. Quem se compromete a entregar a coisa assume o compromisso de entregar com os acessórios (accessorium secundum principalis). Ex: Vende um carro, vende com todos os acessórios. No entanto, pode o contrato estabelecer o contrário, ou haver circunstâncias tais que elidem (afastam) a presunção de que os acessórios devam seguir o principal. Ex: Sempre vendeu carros sem acessórios. Mas essa é uma circunstância excepcional, difícil de comprovar.
- O acessório pode valer mais que o principal? Sim.
7. A nulidade e a extinção da obrigação acessória não afeta a principal. Ex: Lhes devo R$ 10.000,00 mais juros abusivos. 
- Se os juros são abusivos, deixo de dever o principal? Não. Juros entre particulares (não é o caso dos bancos) é de no máximo 1% ao mês.
CESSÃO DE CRÉDITO
Conceito: É negócio jurídico pelo qual o credor (cedente) de uma obrigação a transfere a outrem (cessionário) independentemente da vontade do devedor.
- Ex: Professor é credor da turma. Cede seu crédito, independentemente do nosso consentimento, a um terceiro.
Requisitos:
1. Capacidade especial para atos de alienação (para vender; para transferir; para alienar o crédito). Ex: Pode o marido vender um imóvel sem a anuência da esposa? Não.
2. Objeto: (Art. 286 CC) O que pode ser objeto da cessão de crédito? Nem todos os direitos. Nem todos os créditos são passíveis de cessão. Existem direitos que são inalienáveis: Os direitos de personalidade – nome, maternidade, paternidade, crédito, alimentício. Ex: O Prof. Campanelli tem direito junto a nós de receber uma casa. Cede o crédito ao Prof. Eduardo e como ele vai pagar em parcelas, proíbe de cedê-la a terceiros enquanto não pagar todas as parcelas. Devedor e credor proíbem a cessão de crédito, mas a lei também pode proibir. As indenizações decorrentes de acidente de trabalho não podem ser cedidas.
3. Forma: O contrato de cessão de crédito não é um contrato formal, não exige forma. A cessão de crédito não precisa ser solene. Pode ser verbal ou pode ser feito numa folha de papel. Quando tiver por objeto a transferência de imóveis será celebrado por meio de escritura pública e levada a registro público. O contrato particular não precisa de registro público. O endosso de um cheque é uma cessão de crédito. Não é necessária a anuência do devedor.
Notificação do devedor:
- Qual a razão de se formalizar a Cessão de Crédito?- Para dar conhecimento público. 
Finalidades:
1. Ligar odevedor à nova relação para que não mais pague ao antigo credor (cedente) – Art. 292, CC –, pois, se não cientificado poderá pagar ao antigo credor. Ex: Se eu não sei que o Prof. Campanelli transferiu o seu crédito a terceiro posso pagar a ele. Paguei bem ou mal? Paguei bem porque não tinha obrigação de saber se não fui notificado.
2. Permitir ao devedor apresentar ao cessionário as mesmas defesas que poderia opor ao cedente (Art. 294, CC). O Senhor está notificando que o Prof. Campanelli lhe transferiu o crédito. Saiba que já pagamos, ou está prescrito, ou a obrigação é nula. Se os devedores podem apresentar alguma defesa, foram notificados da cessão e não apresentaram de pronto essa defesa ao serem notificados, não poderão apresentá-la posteriormente, (Art. 294, CC). O silêncio equivale a anuência. Ex: O crédito vencerá em julho de 2006. Em maio de 2005 foi feita a cessão. O devedor foi notificado e, na época, não apresentou defesa. Não poderá fazê-lo quando do vencimento do crédito. Se notificado, o devedor permanece silente, não pode posteriormente querer se defender. O silêncio equivale à anuência. Dispensa-se a notificação do devedor quando o devedor já tem ciência. (Art. 290, CC).
Efeitos da cessão de crédito:
1. Transferência da relação jurídica
2. O cedente responde pela existência do crédito cedido ao tempo da cessão (Art. 295, CC), mas não responde pela solvência (pela liquidação) da dívida, salvo estipulação em contrário. (Art. 296, CC). Ex: O Prof. Campanelli vai garantir ao Prof. Diniz a existência do seu crédito, não que nós iremos lhe pagar.
- Garantias Subsidiárias – Se o cedente garantir, também, a liquidação, ele será Devedor Subsidiário, ou seja, responderá subsidiariamente pela dívida – NÃO SERÁ DEVEDOR SOLIDÁRIO.
3. O crédito penhorado não mais pode ser cedido pelo credor ciente da penhora, mas se o devedor não ciente, pagar ao novo credor estará quites (eximido). Ex: O Prof. Campanelli não tem mais nada de seu, além de um crédito de R$ 1.000,00 com a turma 4000. Um credor seu pede ao juiz a penhora desse crédito. O credor deverá notificar ao Professor para que este não ceda seu crédito, de boa-fé, a outro credor. O credor deverá, também, notificar à turma 4000 para que não pague mais ao Professor e sim a ele.
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA:
Conceito: É o negócio pelo qual o devedor transfere para terceiro sua posição na relação jurídica, que o substitui mediante o consentimento expresso ou tácito do credor. (Art. 292 a 303).
Na assunção de dívidas transfere a sua posição na mesma obrigação a um novo devedor que o substitui mediante consentimento do credor. Assume posição na mesma dívida. O consentimento pode ser verbal ou escrito (expresso).
Quando o credor aceita receber de outro devedor reiteradamente (tácita). Ex: contrato de gaveta, ou o credor ao invés de cobrar do devedor original, cobra diversas vezes o novo devedor (subentende-se que este aceitou a substituição do devedor).
Conseqüências Jurídicas:
O devedor primitivo (antigo) permanecerá vinculado se o terceiro for insolvente ao tempo da assunção e o credor ignorar. Não há necessidade de má fé do devedor primitivo. A responsabilidade do devedor primitivo permanecerá se este estado for desconhecido do credor. O devedor primitivo não será devedor solidário, mas devedor subsidiário, se o novo devedor insolvente não pagar então estarei obrigado a pagar. Não é devedor solidário o devedor primitivo.
O devedor primitivo e o novo podem estipular prazo para que o credor consinta. Podem estabelecer prazo para que o credor consinta, se neste prazo o credor não consentir presume-se a recusa (Art. 299).
O silêncio, não presume aceitação por parte do credor. Pelo contrário. Se o credor tem x dias para se manifestar acerca da assunção e não o fizer, subentende-se que este recusou a troca.
Cessam as garantias dadas a partir da assunção, salvo expressa concordância do devedor primitivo (Art. 300). Só prevalecem se ele concordar.
Anulada a assunção, restauram-se o débito e as garantias, exceto as dadas por terceiros, que só permaneceria vinculado se conhecia o vínculo (vício) (Art. 301).
O novo devedor não pode opor as exceções pessoais que competiam ao primitivo (Art. 312). Comprei o anel de vocês, o anel era falso, quem tem que alegar; sou eu. Ele foi coagido, eu não. 
As defesas pessoais do primitivo devedor não podem ser argüidas pelo novo (Art. 302).
O adquirente do imóvel hipotecado assumirá a responsabilidade de pagamento do crédito garantido se notificar o credor e este não impugnar a transferência no prazo de 30 dias. Superado o prazo, o consentimento é presumido (Art. 303). Vocês são devedores de um banco e deram um imóvel em garantia hipotecária. Adquiro o imóvel, comunico o banco. O banco terá 30 dias para responder. O legislador ao solicitar ao novo devedor a comunicação andou bem, O Prof.Campanelli discorda do Prof. Silvio, que diz que não seria necessário comunicar.
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
Pagamento strictu sensu: É o exato e voluntário cumprimento da obrigação. Ex: devo R$ 500,00 vencíveis em 24/05/2005. Pago os R$ 500,00 no dia 24/05/2005 espontaneamente.
Pagamento latu sensu: É o cumprimento generalizado da obrigação. Ex: devo R$ 500,00 vencíveis em 24/05/2005. Pago R$ 530,00 três meses depois, ou ofereço um objeto em quitação. (dação em pagamento).
Quem deve pagar? Em princípio qualquer um pode pagar, inclusive o terceiro não interessado, se o fizer em nome e por conta do devedor, salvo oposição deste (Art. 304 e 306).
Pode ser paga pelo devedor ou por terceiro interessado ou não interessado. Terceiro interessado é aquele que de alguma forma pode ser afetado pelo inadimplemento. Ex: o avalista, o fiador, o co-devedor são terceiros interessados. O terceiro não interessado é aquele que não será alcançado, atingido, prejudicado pelo inadimplemento. O amigo, o irmão, o pai, a mãe, noivo, amante, são não interessados. Se o devedor desconhece o pagamento feito pelo terceiro não interessado e tinha meios para afastar aquela cobrança, não precisará reembolsar.
É importante distinguir terceiro interessado de terceiro não interessado. Quando um terceiro interessado substitui o credor, sub-roga-se no direito do credor. Avalista que paga o aluguel, vai se voltar contra o inquilino. Quando é terceiro não interessado só terá direito ao reembolso do que pagou (Art. 305). Se pagar antes do vencimento não poderá cobrar senão no vencimento.
O Art. 307 traz regra fundamental de pagamento. Quem paga tem que ter capacidade para transferir a coisa dada em pagamento. Se eu transfiro ao meu credor o domínio da coisa dada em pagamento de quem passa a ser o domínio? Do credor. E se eu depositar para discutir? Dei em pagamento? Não. Nomear a penhora não é pagar. Um dos predicados da propriedade é o direito de uso da coisa. Quem paga deve de ter capacidade para transferir o domínio da coisa. Eu posso pegar o seu carro para pagar dívida minha? Não porque não tenho capacidade para transferir o domínio do seu carro. Aquele que recebe é o accipiens. Aquele que oferece em pagamento (solvens) deve ter capacidade para transferir o domínio da coisa, mas ele transferiu ao credor de boa fé que consumiu. Consumida não é comida só, pode ser também vendida. Se der em pagamento coisa fungível não se poderá mais reclamar do credor que a recebeu e consumiu ainda que o solvente não tivesse meio de aliena-la (Art. 307).
A quem se deve pagar:
Deve-se pagar ao credor ou ao seu representante. Eu vou pagar ao credor ou ao seu representante. O representante pode ser judicial (em juízo) Ex: oficial de justiça, representante do juiz; síndico em processo de falência; comissário em processo de concordata; o inventariante, o tutor, o curador, o síndico no condomínio, os pais são os representantes legais dos filhos menores, e também podemos pagar ao representante legal – ao procurador. 
Mandato é contrato (instrumento – procuração) É indispensávelconstar da procuração esse poder para receber e dar quitação. Nós devíamos para a turma 5000 e pagamos para a turma 6000. Pagamos bem? Não. Pagamos mal. Mas a turma 6000 repassou o dinheiro para a turma 5000 e a turma 5000 ratificou o pagamento. O pagamento valerá quando comprovado que se reverteu em favor do credor.
O pagamento feito ao incapaz é nulo? O que é nulo não pode ser ratificado. Você deve um trator novo para um menor e entrega o trator para outra pessoa que não o menor na fazenda do menor e vem sendo usado em benefício do mesmo. Você pagaria de novo? Não.
CREDOR PUTATIVO:
Conceito: É o credor aparente. É aquele que surge diante dos olhos de todos como legítimo credor, sem o ser (Art. 309). Ex: Tonico, filho de Tonhão. Morreu Tonhão, a quem se deu a herança? Deu para Tonico. Depois constatamos que Tonico não era filho de Tonhão, ele foi roubado em uma maternidade. E então, valerá esse pagamento? (Art. 309). E o credor real como fica? Agora apareceu o credor real, era Antonia. Vai cobrar de quem? Do Tonico, ou do devedor, ou de nós que pagamos?
Art. 311 O portador dá quitação. Aquele que porta o título presume-se autorizado a receber. Esta é uma presunção juris tantum (relativa). Admite-se prova em contrário. Pode ser ilidida pelas circunstâncias. Não é juris et de jure (absoluta).
Se uma pessoa porta nota promissória, duplicata, recibo, presume-se que a mesma está autorizada a receber. Podem existir circunstâncias tais que ilidam a presunção. 
É sempre válido o pagamento feito pelo credor real?
A quem se deve pagar?
Objeto, Lugar e Tempo do Pagamento.
Deve-se pagar ao credor.
Credor putativo é aquele que aparece (aparente)
É sempre válido o pagamento feito ao credor real?
Nem sempre é válido o pagamento feito ao credor real. Se, mesmo depois da penhora, o devedor decide pagar, corre o risco de pagar outras vezes (pode ser constrangido).
Pode o devedor ser intimado a não pagar a o credor real em função de prova crédito ou a sua impugnação, (Art. 321, CC). Nessa caso o devedor pode depositar em juízo e se livrar da dívida.
OBJETO DO PAGAMENTO
- O devedor tem a obrigação de pagar, mas tem o direito de exigir a quitação do pagamento que faz.
O pagamento apresenta algumas características:
1. Identidade: paga-se o que é devido. Ex: Eu devo laranjas; pago laranjas e não abacates.
2. Integridade: paga-se tudo o que é devido, integralmente. Ex: Eu devo dez caixas de laranjas; pago as dez caixas de laranjas.
3. Indivisibilidade: paga-se tudo o que é devido, de uma só vez. (não confundir com anterior). Ex: Eu devo dez caixas de laranjas; pago as dez caixas de laranja de uma só vez.
São essas as três características que tem o pagamento.
Existem Dívidas que devem ser solvidas em dinheiro (Arts. 315 e 318, CC). Devem ser solvidas (quitadas) em moeda corrente nacional (Art. 315, CC), inclusive com reajuste, aumento progressivo (Art. 316, CC), se assim for tratado.
É válido contratar em moeda estrangeira?
É válido para os contratos de importação e exportação. Mas contratar é diferente de pagar.
E para os outros contratos?
Uma situação é contratar em dólar. Outra é pagar em moeda estrangeira.
Há divergências sobre a possibilidade de se contratar ou não em moeda estrangeira. 
Uma das três turmas do STJ aceita a contratação em dólar, mas, as outras duas não aceitam nem a contratação nem o pagamento em dólar.
É vedado o pagamento em moeda estrangeira no nosso meio.
O devedor está sujeito ao pagamento, mas pode retê-lo se não lhe for dada a quitação regular. Art. 319, CC – O devedor que paga tem direito a quitação regular e pode reter o pagamento caso não lhe seja dado.
Art. 320, CC. Explicita o que vem a ser quitação regular. 
Não precisa ser feita por instrumento público, mesmo que o contrato tenha sido feito por instrumento público.
Pode a quitação ser verbal? Não existe assinatura verbal.
A quitação será escrita e mencionará o nome do devedor, o valor e a espécie da dívida, a data e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor ou de seu representante, o qual tem que ter poderes especiais para dar e receber quitação.
Pode valer o pagamento feito pelo devedor ao credor real sem que o credor tenha dado quitação real? Sim, desde que se reverta em benefício dele (credor) e desde que o devedor possa provar, (Art. 320, PU, CC).
Art. 321, CC – O devedor quer pagar. O credor perdeu o cheque (título). Para você pagar você não quer o cheque? Se extraviar o título o devedor pede ao credor uma declaração de que o título se extraviou e entra-se com uma ação declaratória pedindo ao juiz que declare a nulidade desse título. Se alguém se encontrar na posse desse título e se julgar legítimo credor, que se apresente de posse do título. Se não se apresentar no prazo, o juiz declarará quitado o título.
Vocês pagam mediante recibo sem a devolução do título? A devolução do título gera a presunção de quitação relativa. Peguem a quitação no verso do título. Caberá ao credor dizer que não foi feito pagamento. Não rasguem as Notas Promissórias*.
Art. 322, CC – Cotas periódicas. O pagamento das parcelas posteriores gera a presunção do pagamento das anteriores. Esta presunção admite prova em contrário. Caberá ao credor informar que não foram pagas. 
Essa presunção vale para as dívidas públicas? Não. Se o devedor vai pagar a última parcela do IPTU tem que provar que pagou as anteriores.
Art. 323, CC – O credor não recebeu juros e deu a quitação da dívida. Presumem-se pagos os juros. A não ser que declare que recebeu a dívida principal, ressalvados os juros, ainda em pagamento.
Art. 324, CC – O credor devolveu o título. Presume-se feito o pagamento. É relativo (iuris tantum). 
Art. 324, PU, CC – Caberá ao credor que deu a quitação provar que não foi feito o pagamento. Tem o prazo de 60 dias para notificar o devedor. Esse prazo é decadencial.
Art. 325, CC – As despesas com o pagamento cabem ao devedor. Mas, as despesas acrescidas por culpa do credor ficará a cargo deste. 
Ex: Eu tenho que entregar uma mercadoria em Presidente Prudente, mas o credor se mudou e agora quer que eu entregue em Cuiabá. Até Presidente Prudente cabe ao devedor. De Presidente Prudente até Cuiabá, o que acrescer cabe ao credor.
O Art. 325 é uma Norma dispositiva.
Art. 326 – Prevalecem os usos e costumes do lugar da execução da prestação. Aplica-se a medidas de área (hectare, alqueire, etc), de peso (quilo, arroba, etc), entre outros. 
Ex: Eu contratei em Cuiabá, mas devo cumprir a obrigação em Sorocaba. Terei que faze-lo de acordo com os usos e costumes de Sorocaba. 
QUITAÇÃO PRÓ SOLVENDO E QUITAÇÃO PRÓ-SOLUTO
- Pró-Solvendo: É aquela que só ocorre com a efetiva quitação do título. Só se confirmará quando o título for efetivamente pago. Ex: Cheque, quando for compensado.
- Pró-Soluto: É aquela que se dá independentemente da quitação do título pelo banco. Quando não tem ressalva, a quitação é pró-soluto.
Lugar do Pagamento:
Onde deve ser feito o pagamento.
******O PAGAMENTO DEVE SER FEITO NO DOMICÍLIO ATUAL DO DEVEDOR******
Regra Geral:
É o domicílio do devedor ao tempo da execução e não da contratação.
O pagamento deve ser feito ao devedor no seu domicílio ao tempo da execução. (Art. 327, CC).
Há exceções:
1. Estipulação em Contrato: Podem as partes estipular outro local para o pagamento? Em regra sim. Mas, há hipóteses em que não é permitida, por força de lei - salários, relações de consumo, alimentos, tributos.
2. Circunstâncias Especiais: Existem obrigações, negócios que, não podem ser satisfeitas, executadas, no domicílio do devedor. Ex: Reparação em Edifícios, empréstimos contraídos por viajantes, etc.
3. Natureza da Obrigação: Pode ser de natureza tal que afaste a regra geral de que o pagamento se faz no domicílio ATUAL do devedor. Ex: Mercadoria com pagamento contra entrega. O credor pode estar passando férias no Costão do Santinho e pede

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