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Equação de Condução de Calor Objetivos Quando termine de estudar este capítulo, se deve: • Entender a dependência multidimensional e temporal da transferência de calor, e as condições sob as quais um problema de transferência de calor pode ser aproximado para um problema unidimensional, • Obter a equação diferencial da condução de calor em vários sistemas coordenados, e simplificar eles para um caso unidimensional, • Identificar as condições térmicas nas superfícies, e expressar as • Identificar as condições térmicas nas superfícies, e expressar as mesmas matematicamente como condições de contorno e iniciais, • Resolver problemas de condução de calor unidimensionais e obter a distribuição de temperaturas dentro do meio e o fluxo de calor, • Analisar a condução de calor unidimensional em sólidos que envolvem a geração de calor, e • Avaliar a condução de calor em sólidos com condutividade térmica dependente da temperatura. Introdução • Embora a transferência de calor e a temperatura são bastante relacionados, eles são de natureza diferente. • Temperatura apenas possui a magnitude é uma quantidade escalar. • A transferência de calor possui direção assim como magnitude é uma quantidade vetorial. • Se trabalha com um sistema de coordenadas e se indica a direção com sinais + e -. Introdução ─ Continuação • A força motriz para qualquer forma de transferência de calor é a diferença de temperatura. • Quando a diferença de temperatura é maior, maior é a taxa de transferência de calor. • Três sistemas coordenados primários:• Três sistemas coordenados primários: – cartesiano (T(x, y, z, t)) , – cilíndrico (T(r, φ, z, t)), – esférico (T(r, φ, θ, t)). Classificação dos problemas de transferência de calor por condução: • transferência de calor estacionária versus Introdução ─ Continuação • transferência de calor estacionária versus transiente, • transferência de calor multidimensional, • geração de calor. Transferência de Calor Estacionária versus Transiente • Estacionária implica a não variação com o tempo em qualquer ponto dentro do meio • Transiente implica a variação com o tempo ou a dependência temporal Transferência de Calor Multidimensional • Problemas de transferência de calor também se classificam como: – unidimensionais, – bidimensionais, – tridimensionais. • No caso mais geral, a transferência de calor através de um meio é tridimensional. Porem, alguns problemas podem ser classificados como bi- ou unidimensionais dependendo das magnitudes relativas das taxas de transferência de calor nas diferentes direções e do nível de exatidão desejado. • A taxa de condução de calor através do meio numa direção determinada (e.g., na direção x) é expressa pela Lei de Fourier da condução de calor para a condução de calor unidimensional: • O calor é conduzido na direção de (W)cond dTQ kA dx = − & (2-1) • O calor é conduzido na direção de diminuição da temperatura, e então o gradiente da temperatura é negativo quando o calor é conduzido na direção positiva de x. Relação Geral da Lei de Fourier da Condução de Calor • O fluxo de calor no ponto P na superfície da figura deve ser perpendicular à superfície, e deve apontar na direção de diminuição da temperatura • Se n é a normal da superfície isotérmica no ponto P, a taxaisotérmica no ponto P, a taxa de condução de calor no ponto pode ser expressa pela lei de Fourier como (W)n dTQ kA dn = − & (2-2) Relação Geral da Lei de Fourier da Condução de Calor • Em coordenadas cartesianas, o vetor da condução de calor pode ser expresso em termos de seus componentes como • que pode ser determinado da lei de Fourier como n x y zQ Q i Q j Q k= + + r rr r & & & & (2-3) • que pode ser determinado da lei de Fourier como x x y y z z TQ kA x TQ kA y TQ kA z ∂ = − ∂ ∂ = − ∂ ∂ = − ∂ & & & (2-4) Geração de Calor • Exemplos: – energia elétrica se convertendo à calor na taxa I2R, – elementos combustível de reatores nucleares, – reações químicas exotérmicas. • A geração de calor é um fenômeno volumétrico. • As unidades da geração de calor: W/m3 ou Btu/h · ft3.• As unidades da geração de calor: W/m3 ou Btu/h · ft3. • A taxa de geração de calor num meio pode variar com o tempo, assim como com a posição dentro do meio. • A taxa total de geração de calor num meio de volume V pode ser determinada de (W)gen gen V E e dV= ∫& & (2-5) Equação de Condução de Calor Unidimensional – Parede Plana Taxa de condução de calor em x Taxa de condução de calor em x+∆∆∆∆x Taxa de geração de calor dentro do elemento Taxa de variação do conteúdo de energia do elemento - + = E∆ xQ& ,gen elementE+ &x xQ +∆− & element E t ∆ = ∆ (2-6) • A variação do conteúdo de energia e a taxa de geração de calor pode ser expressa como ( ) ( ) , element t t t t t t t t t gen element gen element gen E E E mc T T cA x T T E e V e A x ρ+∆ +∆ +∆∆ = − = − = ∆ − = = ∆ & & & , element x x x gen element EQ Q E t+∆ ∆ − + = ∆ & & & (2-6) (2-7) (2-8) • Substituindo na Eq. 2–6, se obtém x x xQ Q +∆−& & (2-9)gene A x+ ∆& t t t T T cA x t ρ +∆ −= ∆ ∆ 1 gen T TkA e c A x x t ρ∂ ∂ ∂ + = ∂ ∂ ∂ & (2-11) • Dividindo por A∆x, tomando o limite de ∆x� 0 e ∆t� 0, e usando a lei de Fourier: A área A de uma parede plana é constante � a equação de condução de calor 1D transiente numa parede plana é gen T Tk e c x x t ρ∂ ∂ ∂ + = ∂ ∂ ∂ &Condutividade variável: Condutividade constante: 2 2 1 ; gen eT T k x k t c α α ρ ∂ ∂ + = = ∂ ∂ & A equação da condução unidimensional se pode reduzir as (2-13) (2-14) 1) Estado estacionário: 2) Transiente, sem geração de calor: 3) Estacionário, sem geração de calor: 2 2 0 gened T dx k + = & 2 2 1T T x tα ∂ ∂ = ∂ ∂ 2 2 0 d T dx = A equação da condução unidimensional se pode reduzir as seguintes formas sob condições especiais (2-15) (2-16) (2-17) Equação de Condução de Calor Unidimensional – Cilindro Longo Taxa de condução de calor em r Taxa de condução de calor em r+∆∆∆∆r Taxa de geração de calor dentro do elemento Taxa de variação do conteúdo de energia do elemento - + = rQ& ,gen elementE+ & element E t ∆ = ∆r rQ +∆− & (2-18) • A variação do conteúdo de energia e a taxa de geração de calor se podem expressar como ( ) ( ) , element t t t t t t t t t gen element gen element gen E E E mc T T cA r T T E e V e A r ρ+∆ +∆ +∆∆ = − = − = ∆ − = = ∆ & & & , element r r r gen element EQ Q E t+∆ ∆ − + = ∆ & & & (2-18) (2-19) (2-20) • Substituindo na Eq. 2–18, se obtém r r r Q Q +∆−& & (2-21)gene A r+ ∆& t t t T T cA r t ρ +∆ −= ∆ ∆ 1 gen T TkA e c A r r t ρ∂ ∂ ∂ + = ∂ ∂ ∂ & (2-23) • Dividindo por A∆r, tomando o limite ∆r� 0 e ∆t� 0, e usando a lei de Fourier: Notando que a área varia com a variável independente r de acordo com A=2pirL, a equação unidimensional transiente da condução de calor num cilindro longo se torna 1 gen T T rk e c r r r t ρ∂ ∂ ∂ + = ∂ ∂ ∂ & A equação da condução unidimensional se pode reduzir as 1 1geneT T r r r r k tα ∂ ∂ ∂ + = ∂ ∂ ∂ & Condutividade variável: Condutividade constante: (2-25) (2-26) 1 0gen ed dT r r dr dr k + = & A equação da condução unidimensional se pode reduzir as seguintes formas baixo condições particulares 1 1T T r r r r tα ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ 0d dTr dr dr = 1) Estado estacionário: 2) Transiente, sem ger. de calor: 3) Estacionário, sem ger. de calor: (2-27) (2-28) (2-29) Equação de Condução de Calor Unidimensional – Esfera 2 2 1 gen T T r k e c r r r t ρ∂ ∂ ∂ + = ∂ ∂ ∂ & 2 2 1 1geneT T r r r r k tα ∂ ∂ ∂ + = ∂ ∂ ∂ & Condutividade variável: Condutividade constante: (2-30) (2-31) Equação Geral da Condução de Calor x y zQ Q Q+ +& & & Taxa de condução de calor em x, y, e z Taxa de condução de calor em x+∆∆∆∆x, y+∆∆∆∆y, e z+∆∆∆∆z Taxa de geração de calor dentro do elemento Taxa de variação do conteúdo de energia do elemento - + = x x y y z zQ Q Q+∆ +∆ +∆− − −& & & ,gen elementE+ element E t ∆ = ∆ (2-36) Repetindo o procedimento matemático usado para a condução de calor unidimensional a equação de condução de calor tridimensional se determina por 2 2 2 2 2 2 1geneT T T T x y z k tα ∂ ∂ ∂ ∂ + + + = ∂ ∂ ∂ ∂ & Bidimensional Condutividade constante: (2-39) 2 2 2 2 2 2 0 geneT T T x y z k ∂ ∂ ∂ + + + = ∂ ∂ ∂ & 2 2 2 2 2 2 1T T T T x y z tα ∂ ∂ ∂ ∂ + + = ∂ ∂ ∂ ∂ 2 2 2 2 2 2 0 T T T x y z ∂ ∂ ∂ + + = ∂ ∂ ∂ Tridimensional 1) Estado estacionário: 2) Transiente, sem ger. de calor: 3) Estacionário, sem ger. de calor: (2-40) (2-41) (2-42) Coordenadas cilíndricas 2 1 1 gen T T T T T rk k k e c r r r r z z t ρφ φ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ + + + = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ & (2-43) Coordenadas esféricas 2 2 2 2 2 1 1 1 sin sin sin gen T T T Tkr k k e c r r r r r t θ ρ θ φ φ θ θ θ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ + + + = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ & (2-44) Condições de Contorno e Iniciais • Condição de temperatura especificada • Fluxo de calor especificado • Condição de convecção no contorno • Condição de radiação no contorno • Condições de contorno na interface • Condições de contorno generalizadas Condição de temperatura especificada Para a transferência de calor unidimensional através de uma parede plana de espessura L, a condição de temperatura condição de temperatura especificada se pode expressar por T(0, t) = T1 T(L, t) = T2 As temperaturas especificadas podem ser constantes, que é caso para a condução de calor estacionária, ou podem variar com o tempo. (2-46) Condição de fluxo de calor especificado O fluxo de calor na direção positiva x em qualquer lugar do meio, incluindo os contornos, se pode expressar pela Lei de Fourier da condução dTq k dx = − =& Fluxo de calor na direção positiva de x O sinal do fluxo de calor se determina por inspeção: positivo se o fluxo de calor é na direção positiva do eixo de coordenadas, e negativo se é na direção oposta. (2-47) Dois casos especiais Contorno isolado Simetria térmica (0, ) (0, )0 or 0 T t T tk x x ∂ ∂ = = ∂ ∂ ( ),2 0LT t x ∂ = ∂ (2-49) (2-50) Condição de contorno de convecção Condução de calor na superfície na direção selecionada Convecção de calor na superfície na mesma direção= [ ]1 1(0, ) (0, )T tk h T T t x ∞ ∂ − = − ∂ [ ]2 2( , ) ( , )T L tk h T L t T x ∞ ∂ − = − ∂ e (2-51a) (2-51b) Condição de contorno de radiação Condução de calor na superfície na direção selecionada Troca por radiação na superfície na mesma direção = 4 4 1 ,1 (0, ) (0, )surr T tk T T t x ε σ ∂ − = − ∂ 4 4 2 ,2 ( , ) ( , ) surr T L tk T L t T x ε σ ∂ − = − ∂ e (2-52a) (2-52b) Condições de contorno na interface Na interface os requerimentos são: (1) dois corpos em contato devem ter a mesma temperatura na área de contato, (2) a interface (que é uma superfície) não pode armazenar qualquer 0 0( , ) ( , )A B A B T x t T x tk k x x ∂ ∂ − = − ∂ ∂ não pode armazenar qualquer tipo de energia, e dessa forma o fluxo de calor em ambos os lados deve ser o mesmo. TA(x0, t) = TB(x0, t) e (2-53) (2-54) Condições de contorno generalizadas Em geral uma superfície pode englobar processos de convecção, radiação, e fluxo de calor especificado simultaneamente. As condições de contorno nesses casos se obtém de um balanço de energia na superfície, como Transferência de calor para a Transferência de calor da superfície = calor para a superfície em todos os modos calor da superfície em todos os modos = Geração de calor nos sólidos As quantidades de maior interesse num meio com geração de calor são a temperatura da superfície Ts e a temperatura máxima Tmax que ocorre no meio numa operação estacionária. Taxa de transferência de calor do sólido Taxa de geração de energia dentro do sólido = Para uma geração de calor uniforme dentro do meio (W)genQ e V=& & Geração de calor em sólidos – A temperatura da superfície (2-64) (2-63) A taxa de transferência de calor por convecção pode ser expressa da lei de Newton do resfriamento como ( ) (W)s sQ hA T T∞= −& gen s s e V T T hA∞ = + & (W)genQ e V=& & - (2-64) (2-65) (2-66) Geração de calor em sólidos – A temperatura da superfície Para uma parede plana grande de espessura 2L (As=2Awall e V=2LAwall) , gen s plane wall e L T T h∞ = + & Para um cilindro sólido longo de raio r (A =2pir L e (2-67) Para um cilindro sólido longo de raio r0 (As=2pir0L e V=pir02L) 0 , 2 gen s cylinder e r T T h∞ = + & Para uma esfera sólida de raio r0 (As=4pir02 e V=4/3pir03) 0 , 3 gen s sphere e r T T h∞ = + & (2-68) (2-69) Geração de calor em sólidos – A temperatura máxima num Cilindro O calor gerado dentro de um cilindro interno deve ser igual ao calor conduzido através de sua superfície externa. r gen r dTkA e V dr − = & (2-70)r gen rdr Substituindo essas expressões na equação acima e separando as variáveis, se obtém ( ) ( )22 2gengen edTk rL e r L dT rdr dr k pi pi− = → = − & & Integrando de r =0 onde T(0) =T0 até r=ro 2 0 max, 0 4 gen cylinder s e r T T T k ∆ = − = & (2-71) (2-70) Condutividade térmica variável, k(T) • A condutividade térmica de um material, em geral, varia com a temperatura. • Um valor médio para a condutividade térmica se usa condutividade térmica se usa comumente quando a variação é pequena. • Isso também é uma prática comum para outras propriedades que dependem da temperatura tais como a densidade e o calor específico. Condutividade térmica variável para casos unidimensionais 2 ( )T k T dT∫ Quando a variação da condutividade térmica com a temperatura k(T) é conhecida, o valor médio da condutividade térmica no intervalo de temperaturas entre T1 e T2 se pode determinar de (2-75)1 2 1 ( ) T ave k T dT k T T = − ∫ A variação da condutividade térmica do material pode ser comumente aproximada por uma função linear, sendo expressa por 0( ) (1 )k T k Tβ= + ββββ é coeficiente de temperatura da condutividade térmica. (2-75) (2-79) Condutividade térmica variável • Para uma parede plana a temperatura varia linearmente durante a condução unidimensional quando a condutividade térmica é condutividade térmica é constante. • Esse não é o caso quando a condutividade térmica varia com a temperatura (mesmo que seja linearmente).
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