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Curso de Ciência Política e TGE Felipe Silva

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CURSO DE CIÊNCIA POLÍTICA E TEROIA GERAL DO ESTADO
UNIDADE I
PROFESSOR: Me.FELIPE RIBEIRO SILVA
Aulas:
Introdução a Ciência Política e a Teoria Geral do Estado
Teorias Contratualistas de formação do Estado
Interpretações organicistas e mecanicistas
Sociedades políticas
 Finalidade Social e do Estado
Ordem social e Jurídica
Poder social
Elementos do Estado Moderno: Soberania, território, povo e finalidade
Referência Bibliográfica:
ARANHA, Maria, Filosofando: Introdução a filosofia. 3ª ed. revista. Moderna. São Paulo, 2003 
DALLARI ,Dalmo. Elementos de teoria Geral do Estado: Introdução. 9 ª ed. atualizada. Saraiva. São Paulo, 2009
 MALUF,Sahid. Teoria Geral do Estado. 31ª ed. atualizada. Saraiva. São Paulo, 2013
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 3ª ed. revista, atualizada e ampliada. Forense. Rio de Janeiro, 2012
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e Justiça Internacional. 5ª ed. Saraiva. São Paulo, 2014
Curso de Ciência Política : grandes autores do pensamento político moderno e contemporâneo/ Ricardo Guanabara [et al.]; coordenação Lier Pires Ferreira. – 3ª ed. – Elsevier. Rio de Janeiro, 201376
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 3ªed. Rio de Janeiro: Forense, 2012
CICCO, Cláudio de; Gonzaga, Alvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 7ª Edição ver. atual. e ampl.. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016
Contexto Histórico
_]________________]_______________]_________________]_______________]___
Civilizações Antigas
Oriente e Asia: China e Índia milenares
Oriente Médio: mesopotâmia e os povos sumérios
No Ocidente: 
Grécia, Roma, Sparta, Pérsia
Pré- história: das origens do homem até 4000 a.c
Antes de 4000 a.c
De 4000 a.c 476 
Idade Média:
Queda do império romano, invasões bárbaras, ordem teológica, Feudos como organizações políticas independentes.
De 476 a 1453
Idade Moderna
Queda de Constantinopla,
Período dos Absolutismos Monárquicos
Formação e consolidação dos Primeiros estados Modernos
Nascimento da Ciência Política moderna com Maquiavel
De 1453 a 1789
De 1789 aos dias atuais
Idade Contemporânea
Era das Revoluções burguesas:
Francesa, Americana e Gloriosa
Pensamento político clássico e contemporâneo: Contratualistas
Introdução à Ciência Política e 
a Teoria do Estado
Ciência
Na definição racionalista de Immanuel Kant,“por ciência se há de tomar toda série de conhecimentos sistematizados ou coordenados mediante princípios”
Conhecimento
Empírico ou Vulgar
Científico
Filosófico
Não unificado
Parcialmente unificado
Totalmente unificado
Campo Científico em Pierre Bourdieu
O Campo científico, enquanto sistema de relações objetivas entre posições adquiridas (em lutas anteriores), é o lugar, o espaço de jogo, de uma luta concorrencial. O que está em jogo nessa luta é o monopólio da autoridade científica”
Autoridade Científica
Capacidade Técnica e Poder Social
Competência Científica
Capacidade de falar e de agir legitimamente (com autorização e autoridade) que lhe é outorgada socialmente a um determinado agente
Campo
Universo no qual estão inseridos os agentes e as instituições que os produzem, reproduzem ou difundem...é um mundo social mas obedece a leis mais específicas
Ciência Política
“A ciência política faz o estudo da organização políticas e dos comportamentos políticos, tratando dessa temática à luz da teoria política, sem levar em conta os elementos jurídicos.” 
DALLARI, 2010
Três dificuldades enfrentadas pelo Cientista:
Linguagem
Os mesmos termos tem interpretações e significados diferentes entre países e escolas
Ex: Estado
 Objeto
É impossível fixar leis uniformes e invariáveis devido à mutabilidade de que se serve o cientista social
O Olhar do Pesquisador
Existe certa impossibilidade do observador se neutralizar diante do fenômeno que observa. A consciência não raro se liga ao fenômeno
Objeto da Ciência Política
OBJETO
Acontecimentos Políticos
Instituições Políticas
Idéias Políticas
Todos estes elementos são estudados à luz de três dimensões: A filosófica, a Sociológica e a Jurídica
Dimensão Filosófica da Ciência Política
“Desde a mais alta antiguidade clássica, principalmente em Sócrates, Platão e Aristóteles , os assuntos políticos impressionam o gênero humano, sequioso de conhecê-los e aprofundá-los”
BONAVIDES , P, 2001, p.43
Discute-se aqui
Origem
A essência
A justificação
Os fins do Estado e das Instituições Sociais
Dimensão Sociológica
 Nesta dimensão busca-se fazer uma avaliação da legitimação do poder, da forma como é exercido e as consequências desse no meio social
Max Weber é seu maior expoente: lançou as bases da Política Científica
A Política seria...
“o conjunto de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre estados seja no interior de um único Estado” 	 Conferência ‘a política como vocação’
Weber Analisou
A racionalização do poder
A legitimação das bases sociais em que repousa o poder
A influencia e natureza da burocracia
Investigou o regime político e partidos políticos
Investigou as formas legitimas de autoridade (tradicional, carismática e legal)
Dimensão Jurídica
“Tem sido também a ciência política objeto de Estudo que a Reduz ao Direito Político, a simples corpo de normas”
Nesta corrente, autores como Hans Kelsen vão banir dos Estado todas as implicações de ordem moral, ética, histórica, sociológica criando o Estado como puro conceito restritamente jurídico.
ESTADO = DIREITO
Relação entre Estado e Direito
Teoria Monista
Também chamada de estatismo jurídico, segundo a qual o Estado e o Direito confundem-se em uma só realidade
Teoria 
Dualística
Também chamada de pluralística, que sustenta serem o Estado e o Direito realidades distintas, independentes e inconfundíveis. Provem do Estado apenas o Direito positivo mas não o natural as regras sociais e etc.
Teoria do Paralelismo
Segundo a qual o Estado e Direito são realidades distintas, porém necessariamente interdependentes; adota uma concepção de gradação da positividade jurídica
TEORIA GERAL DO ESTADO 
O estudo da Teoria Geral do Estado (TGE) tem por finalidade uma preparação de caráter abrangente do operador do Direito, isto é, do profissional que atua nessa área, como o advogado, o juiz, o promotor e outros, para que não se limite meramente aos aspectos formais e imediatistas da técnica jurídica, mediante a aquisição de conhecimentos profundos acerca das instituições e da sociedade
O Estado é uma organização destinada a manter, pela aplicação do Direito, as condições universais de ordem social. E o Direito é o conjunto das condições existenciais da sociedade, que ao Estado cumpre assegurar
Divisão Geral do Direito e Posição da TGE
Direito Natural e Direito Positivo
Direito Natural (ius naturale): a ideia remete a antiguidade. Integra a doutrina do Jusnaturalismo. Tal doutrina entende que existe um sistema de normas de conduta que independe da vontade humana, sendo as leis positivas promulgadas como conclusão das leis naturais.
Tal direito tem validade em si, sendo para os jusnaturalistas, anterior e superior ao direito positivo e ao Estado
Direito Positivo
Deriva do termo latino positum (posto; que se impõe)
Consiste no conjunto de normas impostas e estabelecidas pelo Estado a fim de organizar uma sociedade em um dado tempo e espaço
A escola do positivismo jurídico acredita que exista apenas o direito positivo prescindindo do direito natural, sendo este considerado apenas valor moral e não jurídico
Ramos do Direito Positivo
Direito Privado: a parte das leis que regulamentam a relação entre os indivíduos, pessoas físicas e/ou jurídicas
São ramos do Direito Privado:
Direito Civil: direitos e deveres de todos os indivíduos, enquanto tais, contendo normas sobre o Estado e capacidade das pessoas e sobre as relações atinentes a familía, às coisas, as obrigações e sucessões, bem como as atividades empresariais 
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução a Ciência
do Direito
Direito Comercial: “é a designação tradicional do ramo jurídico que tem por objeto os meios socialmente estruturados de superação de conflitos de interesse entre os exercentes de atividades econômicas de produção ou circulação de bens ou serviços de que necessitamos todos para viver 
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito empresarial
Direito Público: a parte das leis que tratam das relações da sociedade política em si mesmas e suas interações com os indivíduos
O direito público é o que regula as coisas do Estado; o direito privado é o que diz respeito aos interesses particulares.
São Ramos do Direito Público:
Direito Constitucional: Ramo que introduz, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo
Direito Administrativo: “o princípio harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas, tendentes a realizar concreta, direta e indiretamente os fins desejados pelo Estado”
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo Brasileiro.
Direito Tributário: “ramo do direito que se ocupa da relação entre o Fisco e as pessoas sujeitas a imposição tributária de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra abusos desse poder”
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário
Direito Processual: É “...o complexo de normas e princípios que regem...o exercício da jurisdição pelo Estado-Juiz, da ação pelo demandante e da defesa do demandado
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo (et.al). Teoria Geral do Processo
Direito Penal: “Conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena, como consequência, e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado”
			MARQUES, José Frederíco, Apud JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal
Direito Eleitoral: “Estabelece os critérios e condições para o eleitor votar, para alguém se candidatar, bem como as datas das eleições, as formas das apurações, o número de candidatos a serem eleitos, fixando as bases para a criação e o funcionamento dos partidos políticos, etc.”
NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Introdução ao Estudo do Direito
Direito Militar: Regula as normas que afetam os militares no exercício de suas atividades
Direito Internacional Público: “sistema de normas jurídicas que visa disciplinar e regulamentar atividades exteriores da sociedade dos Estados
Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos
“São ramos do direito que não se enquadram totalmente no conceito de interesse público, uma vez que não tratam de confrontos entre autoridades, o Estado e o indivíduo, mas sim, garantias de qualidade de vida dos indivíduos referentes à dignidade da pessoa humana”
		CICCO, Cláudio de; GONZAGA, Alvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. P.41
São pertencentes a este ramo os seguintes Direitos:
Direito do Trabalho: Apesar de controvérsias e considerado direito difuso. São normas jurídicas que regem as relações de trabalho e os direitos resultantes da condição jurídica dos trabalhadores
Direito Previdenciário: Também envolto em controvérsia e considerado direito difuso. Abrange as normas jurídica que cuidam da previdência social
Direito do Consumidor: Ramo do direito que trata das relações de consumo e defesa dos direitos dos consumidores. CDC no Brasil
Direitos Econômicos: Consiste no “estudo (ou regulação) jurídica específica da organização e direção da atividade econômica pelos poderes públicos e/ou privados, quando dotados de capacidade de editar ou contribuir para a edição de regras com caráter geral, vinculativas dos agentes econômicos
SANTOS, Antônio Carlos. Direito Econômico
Direito Ambiental: engloba o conjunto de normas técnicas e instrumentos jurídicos sistematizados afim de estruturar e assegurar um comportamento de cuidado com o meio ambiente como a proteção a fauna e a flora ou o controle de poluição sonora e visual
Sociedade: Origens e seus Elementos Constitutivos
Indicação Bibliográfica de leitura para a aula: 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. Capitulo I - Da Sociedade. 1998 (no portal)
Origens
Natural
Contratual
Correntes de pensamento
Perguntas a serem respondidas:
Haverá, por acaso, uma coação irresistível, que impede a liberdade dos indivíduos e os obriga a viver em sociedade, mesmo contra sua vontade? Ou,diferentemente, será que se pode admitir que é a própria natureza do homem que o leva a aceitar, voluntariamente e como uma necessidade, as limitações impostas pela vida social?
Interpretação Organicista da Sociedade
O Organicismo é quando o pensador inquiri sobre:
A maneira por que se deve organizar ou governar a sociedade
Se a sociedade é um valor primário ou fundamental (essencial do homem)
Se sua existência importa uma realidade nova e superior
Um sub sistema
Concepção Naturalista
(tendência a comparar a sociedade com um organismo)
Concepção Mecanicista de Sociedade
Neste caso o indivíduo é:
Unidade embriogênica
O centro irredutível de toda a assimilação coletiva
O sujeito da ordem social
O ponto básico e primário do qual os ordenamentos sociais emanam como derivações secundárias
Que reporta-se a ele mesmo: o indivíduo
Concepção Contratual
Sociedade de Fins Particulares
São sociedades com finalidade definida voluntariamente escolhida pelos seus membros. Suas atividades visam direta e imediatamente, àquele objetivo que inspirou sua criação por um ato consciente e voluntário. Exemplo: uma sociedade Naturista
Sociedades de Fins Gerais
Objetivo, indefinido e genérico, é criar as condições necessárias para que os indivíduos e as demais sociedades que nela se integram consigam atingir fins particulares. A participação nelas, quase sempre, independe de um ato de vontade. Exemplo: As sociedades políticas, o Estado (grande amplitude), a família (círculo restrito)
Diferenças entre Sociedade e Comunidade
SOCIEDADE
Tem finalidade de perseguir um objetivo comum
Relações entre os membros regidas por vínculos jurídicos
Manifestações ordenadas
Poder central reconhecido e estabelecido pela ordem jurídica
COMUNIDADE
Preexiste a consciência dos seus membros
Não tem relações regidas por normas jurídicas
Os comportamentos são guiados pelos sentimentos comuns
Inexiste um poder central (há comando)
Sociedades Políticas
Três Elementos Comuns a todas as Sociedades
Finalidade ou valor social
Ordem social e Jurídica (manifestações em conjunto da Sociedade
Poder Social
Finalidade
O finalismo social é de grande importância ao estudo da TGE
DUAS CORRENTES
DETERMINISTAS
FINALISTAS
Os homens estão submetidos inexoravelmente a uma série de leis naturais, sujeitas a causalidade (princípio)
Há uma finalidade social livremente escolhida pelo homem. Há participação da vontade e inteligência humana. O homem tem consciência de que precisa viver em sociedade e fixa como objetivo uma finalidade
O Bem Comum (Finalidade Social)
É o valor a ser perseguido pela sociedade
“O bem comum consiste no conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana” 
Papa João XXIII
Conjunto de Condições (inclusive a ordem)
Valores Materiais
Valores Espirituais
O Bem Comum 
“Quando uma sociedade esta organizada de tal modo que só promove o bem de uma parte de seus integrantes, é sinal de que ela está mal organizada e afastada dos seus objetivos que justificam a sua existência”
DALLARI, Dalmo. 2010. p.24
Ordem Social e Jurídica
Para assegurar a orientação das manifestações em determinado sentido e para que se obtenha uma ação harmônica dos membros da sociedade.
As manifestações em conjunto devem seguir três requisitos
Reiteração
Ordem
Adequação
é indispensável que os membros da sociedade se manifestem em conjunto reiteradamente. Só assim o
todo realiza seus objetivos
Surge para manter a liberdade e a unidade na variedade e na diversidade
Todos devem ter em conta as exigências e as possibilidades na realidade social
Ordem Social
Regra da Imputabilidade (Hanz Kelsen)
Se ‘A’ (condição) é
‘B’ (consequência) deve ser
“Há certos comportamentos que são desejados ou tolerados, enquanto outros não são. Mas, entre os comportamentos que a sociedade considera indesejáveis, vê-se que alguns só despertam uma reação de desagrado, enquanto outros podem acarretar consequências mais graves, chegando mesmo a punição de quem os adota”
Dallari, D.(2010) p29
O Papel do Direito na Sociedade
Ordem Jurídica
Unilateralidade da Moral e a
 Bipolaridade do Direito
MORAL
Mesmo que as normas sejam reconhecidas por todos como desejáveis para a boa convivência não estabelecem um relacionamento
DIREITO
Pressupõe sempre uma relação de direitos e deveres ligando dois ou mais indivíduos
Imperativas
Imperativas Atributivas
Fonte: Garcia Maynez in: Dallari, 2010
Poder Social
Características Gerais
Sociabilidade
É um fenômeno social, jamais podendo ser explicado pela simples consideração individual
Bilateralidade
O poder é sempre uma correlação de duas ou mais vontades, havendo uma que predomina. O poder para existir precisa de vontades submetidas
Relação
Quando se procede ao isolamento artificial de um fenômeno,, para efeito de analise, verificando-se qual q posição dos que nele intervêm
Processo
Quando se estuda a Dinâmica do Poder
Teorias A Favor do Poder Social
O poder sempre existiu
Em todas as épocas se observam conflitos e a necessidade de intervenção de uma vontade preponderante para preservar a unidade ordenada em função de fins sociais
Nas sociedades primitivas se confunde com força física
Na antiguidade clássica e na era cristã era instrumento da vontade divina
Final da Idade média é visto como unidade e fonte de direitos do povo
Contratualistas: afirmam a existência de uma vontade geral e de direitos sociais situados na base da organização social
Século XIX: aspira-se coincidir as noções de poder legitimo e poder jurídico
Miguel Reale: “o poder e o direito devem ser vistos como fenomênos concomitantes, podendo-se falar, isto sim, em graus de juridicidade, na medida em que ele é mais ou menos empenhado na realização de fins de direito”
Teoria do Direito e do Estado
Síntese do Poder
O poder legítimo é poder consentido. George Burdeau
O poder, reconhecido como necessário, quer também o reconhecimento de sua legitimidade, o que se obtém pelo consentimento dos que a ele se submetem
Embora não seja jurídico puramente, ele age concomitante ao direito
Há um processo de objetivação que da precedência à vontade objetiva dos governados ou a lei (Impessoal)
O poder é despersonalizado (poder do grupo ou do sistema) que coloca a coação como forma extrema
Teorias Políticas Clássicas
Nicoló Machiavelli 
O Príncipe
Tito Lívio
1469- 1527
Nascido em Florença na Itália, foi o mais avançado e influente escritor da Renascença
Duas Obras Principais: Discursos sobre Tito Lívio e O Príncipe
Sonhava com uma Itália forte como nos tempos de Cesar e unificada capaz de fazer frente a outros estados
 A obra O príncipe foi feita como forma de aconselhar praticamente a influente família oligárquica dos Medicis (Juliano de Medicis) a como conduzir o poder rumo a esta unificação
 Seus conselhos práticos foram mal interpretados à época gerando desvios de interpretação
Itália Do Século XV
Pensador e fundador da ciência política moderna
Pensador empirista; conselhos práticos e realistas
Acredita na imutabilidade da natureza humana
A finalidade da ação governamental
Manutenção da Pátria
Bem geral da comunidade
MAQUIAVEL, Nicolau. Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio. 
O Príncipe
Nesta obra Maquiavel se desliga de todos os valores morais, tradições e princípios éticos, para pregar o oportunismo desenfreado e o cinismo como arte de governar
Analisa friamente as qualidades que devem orientar as ações do príncipe:
Ao príncipe tudo é permitido: a mentira, a hipocrisia, a crueldade, s dissimulação
O objetivo deve ser sempre a manutenção do estado
É importante salientar que estes princípios não são formulações para todos os homens e sim para aquele momento histórico visando um fim específico
A igreja considerou seu texto como obra escrita pelo próprio diabo e no concílio de Trento o condenou post mortem colocando seu nome no Índex
“O cuidado maior de um Príncipe deve ser o da manutenção do seu Estado; os meios que ele utiliza para esse fim serão sempre justificados e terão o louvor de todos, porque o vulgo se deixa impressionar pela aparência e pelos defeitos”						 O Príncipe
O Príncipe
Desejando eu, portanto, oferecer-me a Vossa Magnificência com um testemunho qualquer de minha submissão, não encontrei entre os meus cabedais coisa a mim mais cara ou que tanto estime, quanto o conhecimento das ações dos grandes homens apreendido através de uma
longa experiência das coisas modernas e uma contínua lição das antigas as quais tendo, com grande diligência, longamente perscrutado e examinado e, agora, reduzido a um pequeno volume, envio a Vossa Magnificência.
Maquiavel, O Príncipe, P.4
Virtú e Fortuna
Virtú
Conjunto de adjetivos que todo príncipe deve ter se quiser conquistar e manter estados
 é tida como indispensável ao bom príncipe
Fortuna
A fortuna representaria o imponderável, o acaso, algo que os homens não poderiam prever e que, por isso mesmo, poderia lhes ser fatal caso os pegasse desprevenidos
 é preciso olhar a diante e se precaver contra a volatilidade dos tempos
É preciso tem em conta o acaso e o imponderável nos negócios humanos
Astúcia e Sabedoria
suscetível a eventualidade
Leitura trecho O Príncipe: Capitulo XXV , conclusão (p. 92 –digital ou 38 no curso de ciência política – ultimo parágrafo)
Natureza Humana e a História
A Natureza Humana
Para Maquiavel os homens são fracos, covardes, temerários e propensos ao medo e desespero em situações de perigo o que não garante fidelidade e obediência
Os Homens são pérfidos e tendentes a corrupção
O homens esquece mais facilmente da perda da morte do seu pai do que a perda do patrimônio
Os homens são inclinados aos vícios e “A natureza dos homens soberbos e vis é mostrar-se insolentes na prosperidade e abjetos e humildes na adversidade.”
Nas paginas dos livros de Maquiavel encontram-se os seguintes adjetivos para descrever os homens: ingratos, volúveis, dissimulados, simuladores, invejosos, ambiciosos, maldosos dentre outros
“Pode-se fazer a seguinte generalização acerca dos homens; são ingratos, caprichosos, mentirosos e embusteiros. Fogem do perigo e são, ainda, ávidos de vantagens” 
(Maquiavel apud Skinner, 2003, p. 158) 
Maquiavel rompe com o conceito clássico de fazer política da “bondade” ou “ generosidade” como vetor da ação dos governantes
É com a natureza humana que os políticos vão lidar, não podendo esquecer jamais a incomoda situação em que estão inseridos, rodeado de homens ávidos por traí-lo.
Se os homens são os mesmos, tendem a reagir da mesma maneira certeris paribus, isto é, mantidas as mesmas condições (repetição da história)
Diante da repetição muito provável da história, convém estudar os fatos passados para melhor agir no presente e no futuro
A história possui o inequívoco poder de fornecer exemplos e cursos de ação
O príncipe de virtú deve portanto, ser um estudioso da história para daí extrais cursos de ação eficazes
	“Reportando-me às outras qualidades já referidas, digo que cada príncipe deve desejar ser tido como piedoso e não como cruel: não obstante isso, deve ter o cuidado de não usar mal essa piedade. César Bórgia era considerado cruel; entretanto, essa sua crueldade tinha recuperado a Romanha, logrando uní-la e pô-la em paz e em lealdade”Maquiavel, O Príncipe, P.60
“Nasce daí uma questão: se é melhor ser amado que temido ou o contrário. A resposta
é de que seria necessário ser uma coisa e outra; mas, como é difícil reuni-las, em tendo que faltar uma das duas é muito mais seguro ser temido do que amado. Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho; e, enquanto lhes fizeres bem, são todos teus, oferecem-te o próprio sangue, os bens, a vida, os filhos, desde que, como se disse acima, a necessidade esteja longe de ti; quando esta se avizinha, porém, revoltam-se. E o príncipe que confiou inteiramente em suas palavras, encontrando-se destituído de outros meios de defesa, está perdido: as amizades que se adquirem por dinheiro, e não pela grandeza e nobreza de alma, são compradas mas com elas não se pode contar e, no momento oportuno, não se torna possível utilizá-las. E os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer, posto que a amizade é mantida por um vínculo de obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que jamais se abandona.”
“Os homens hesitam menos em ofender quem se faz amar do que em ofender quem se faz temer; porque o amor é mantido por um vínculo de obrigação que, por serem os homens pérfidos, é rompido por qualquer ocasião em benefício próprio; mas o temor é mantido por um medo de punição que não abandona jamais.”
	“Um príncipe não deve, pois, temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais, pois que, com mui poucos exemplos, ele será mais piedoso do que aqueles que, por excessiva piedade, deixam acontecer as desordens das quais resultam assassínios ou rapinagens: porque estes costumam prejudicar a comunidade inteira, enquanto aquelas execuções que emanam do príncipe atingem apenas um indivíduo”Maquiavel, O Príncipe, P.60
O Conceito de Soberania em Jean Bodin
Jean Bodin
1523-1596
Jurista Francês
Pensador considerado por muitos, ao lado de Maquiavel, o pai da ciência política devido sua teoria sobre a Soberania
Suas ideias retratavam e idealizavam o Estado Absolutista, no momento histórico, conveniente para a consolidação da classe burguesa
Deu tratamento sistematizado a soberania em sua obra Les six livres de la republique
“A soberania é um poder perpétuo e ilimitado que tem como únicas limitações a lei divina e a lei natural. A soberania é absoluta dentro dos limites estabelecidos por essas leis.”
TEORIAS CONTRATUAIS
O ponto comum entre os contratualistas é a negação do impulso natural associativo e afirmam que só a vontade humana justifica a existência da sociedade.
Influi Diretamente
Organização social
Poder Social
Relacionamentos entre Indivíduos na Sociedade
THOMAS HOBBES
1588- 1679
Filósofo Inglês, o mais reputado dentre os escritores do século XVII
Primeiro sistematizador do contratualismo como teoria justificativa do Estado
Teórico de um absolutismo racional (não fundado no direito divino)
Concepção Jusnaturalista (racionalista)
Tradução aproximada da Inscrição Superior em latim: Livro de Jó (41-24) non est super terram potestas quae conparetur ei qui factus est ut nullum timeret - “não há sobre a terra, poder que possa ser comparado com aquele que foi feito para ninguém temer”
Principais Idéias: 
Para justificar o poder absoluto, Hobbes parte da descrição do estado de natureza: o homem não é naturalmente sociável como pretende a doutrina aristotélica - (o homem é o lobo do homem)
Cada homem alimenta em si a ambição do poder, a tendência para o domínio sobre os outros homens, que só cessa com a morte
Para saírem desse estado caótico, todos os indivíduos teriam cedido os seus direitos a um homem ou a uma assembléia de homens, que personifica a coletividade e que assume o encargo de conter o estado de guerra mútua
Assim a sociedade civil é um produto artificial de um pacto voluntário, que se explica pelo cálculo egoísta
Admitia a existência de Deus , mas atribuía ao estado a regulamentação dos cultos (o reino de Deus na terra é um reino civil, cada estado é um imediato de Deus, sendo que Deus fala aos homens pela boca do Estado)
ESTADO DE NATUREZA
“Designa não apenas os estágios mais primitivos da história, mas também a situação de desordem que se verifica sempre que os homens não tem suas ações reprimidas, ou pela voz da razão ou pela presença de instintos políticos eficientes.”
Leviatã
ESTADO SOCIAL
“Estado no qual o homem usa sua razão para estabelecer uma mutua transferência de direitos onde os indivíduos estabelecem a vida em sociedade”
O LEVIATÃ
	“Porque as leis de natureza (como a justiça, a eqüidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. E os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar qualquer segurança a ninguém.” Hobbes, O leviatã. P.59
Obra cujo Objetivo é analisar a Natureza Humana, a formação do Estado o poder e lançar as bases da teoria do Contrato Social como fundante da sociedade civil
Contrato Social em Hobbes
“Autorizo e transfiro a este homem ou assembléia de homens o meu direito de governar-me a mim mesmo, com a condição de que vós outros transfirais também a ele o vosso direito, e autorizeis todos os seus atos nas mesmas condições como faço.”
Ao se associarem, portanto, segundo Hobbes, procedem os homens por interesse e necessidade, reconhecendo a convivência de se armar um poder forte, capaz de conter a fúria natural dos indivíduos
2 Leis Fundamentais do Contrato Social
1ª Lei: Cada homem deve esforçar-se pela paz, enquanto tiver esperança para alcançá-la; e quando não puder obtê-la, deve buscar e utilizar todas as ajudas e vantagens da guerra
2ª Lei: cada um deve consentir, se os demais também concordam, e enquanto se concordam, e enquanto se considere necessário para a paz e a defesa de si mesmos, em renunciar ao seu direito de todas as coisas, e satisfazer-se, em relação aos demais homens, com a mesma liberdade que lhe foi concedida com respeito a si próprio.
A Guerra de Todos Contra Todos	
“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a conseqüência necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza que foram expostas nos capítulos décimo quarto e décimo quinto.”
HOBBES, Thomas. O Leviatã, Parte II, Cap.XVII
Das causas, geração e definição, de um Estado
John Locke 
1621-1704
Filósofo, político e médico Inglês que desenvolveu o contratualismo em bases liberais
Locke (empirista) procura demonstrar que o inatismo é uma doutrina do preconceito, levando diretamente ao dogmatismo individual e ao absolutismo.
Principal Obra - Ensaio sobre o Governo Civil (faz a justificação doutrinária da revolução gloriosa.
O homem não delegou ao Estado senão, os poderes de regulamentação das relações externas da vida social, pois reservou para si uma parte de direitos indelegáveis. 
As liberdades fundamentais, o direito a vida, como todos os direitos inerentes à personalidade humana, são anteriores e superiores ao Estado
Principais Ideias e Obras
Teórico sobre a origem do conhecimento (empirista- o homem aprende pela experiência)
No Primeiro Tratado sobre o Governo Civil, critica a tradição que afirmava o direito divino dos reis, declarando que a vida política é uma invenção humana, completamente
independente das questões divinas. No Segundo Tratado sobre o Governo Civil, expõe sua teoria política do Estado liberal e a propriedade privada.
No tocante a propriedade privada, afirma que tem sua base no direito natural: o Estado não cria a propriedade, mas a reconhece e protege
Foi ainda precursor da teoria dos três poderes fundamentais,desenvolvida posteriormente por Montesquieu
Conceito de poder Político
“Por poder político, então, eu entendo o direito de fazer leis, aplicando a pena de morte, ou, por via de conseqüência, qualquer pena menos severa, a fim de regulamentar e de preservar a propriedade, assim como de empregar a força da comunidade para a execução de tais leis e a defesa da república contra as depredações do estrangeiro, tudo isso tendo em vista apenas o bem público.”
Locke, J. Segundo tratado sobre o governo civil. P.35
	“Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através de acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade”
LOCKE, J. Segundo tratado do governo Civil. P61
“Por isso é preciso admitir que todos aqueles que saem de um estado de natureza para se unir em uma comunidade abdiquem de todo o poder necessário à realização dos objetivos pelos quais eles se uniram na sociedade, em favor da maioria da comunidade, a menos que uma estipulação expressa não exija o acordo de um número superior à maioria. Para isso basta um acordo que preveja a união de todos em uma mesma sociedade política, e os indivíduos que se inserem em uma comunidade política não necessitam de outro pacto. Assim, o ponto de partida e a verdadeira constituição de qualquer sociedade política não é nada mais que o consentimento de um número qualquer de homens livres, cuja maioria é capaz de se unir e se incorporar em uma tal sociedade. Esta é a única origem possível de todos os governos legais do mundo”
Sociedade Política
“todas as vezes que um número qualquer de homens se unir em uma sociedade, ainda que cada um renuncie ao seu poder executivo da lei da natureza e o confie ao público, lá, e somente lá, existe uma sociedade política ou civil...Os homens passam assim do estado de natureza para aquele da comunidade civil, instituindo um juiz na terra com autoridade para dirimir todas as controvérsias e reparar as injúrias que possam ocorrer a qualquer membro da sociedade civil; este juiz é o legislativo, ou os magistrados por ele nomeados. E onde houver homens, seja qual for seu número e sejam quais forem os elos que os unem, que não possam recorrer à decisão de um tal poder, eles ainda estão no estado de natureza.”			 		 Segundo tratado do governo p.58-59
 Para Locke o Estado podia ser feito e desfeito como qualquer contrato 
O estado nascia para garantir os direitos naturais, que era o seu propósito. Quando não cumpria tal função ou os violava a sociedade tinha o direito de resistir (desobediência civil) 
Filósofo natural de Genebra destacou-se pela sua influência sobre o mundo moderno
Duas Obras Fundamentais:
Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens (parte crítica)
Do Contrato Social (parte dogmática)
Atividade discente Leitura : Sahid Maluf. Cap. XIV- Justificação do Estado, pg. 101-105 – com antecedência para a aula
Jean Jacques Rousseau
1712-1778
Principais Ideias
No Estado de Natureza Rousseuanio os homens vivam sadios, bons e felizes, cuidando de sua própria sobrevivência até o momento em que surge a propriedade privada e uns passam a trabalhar para os outros gerando assim escravidão e miséria
Deseja a experiência política onde o homem experimenta o consenso
Vontade Geral 		é a soma da vontade manifestada pela (volonté générale)	maioria
A nação (povo organizado) é superior ao rei
A soberania nacional é ilimitada, ilimitável, total e inconstrangível (não pode ser forçado)
O governo não correspondendo ele aos anseios populares que determinam a sua organização, o povo tem o direito de substituí-lo, refazendo o contrato ( sustenta, pois, o direito de revolução)
O indivíduo que surge da desigualdade é corrompido pelo poder e esmagado pela violência
O homem não esta inclinado a se juntar a outros para formar uma sociedade com eles, por isso a necessidade do contrato
Discute a questão do soberano e de que forma a soberania verdadeira não saia das mãos povo a quem pertence (noção de soberania do povo)
Analisa as três formas de governo que acreditar ser possível: Democracia, Aristocracia e Monarquia
Influenciou a revolução francesa
Acredita que a Democracia é boa para estados pequenos, a aristocracia para estados médios e a monarquia para estados maiores
74
Discurso sobre a Origem e a Desigualdade entre os Homens
“O primeiro, que tendo cercado um terreno, se lembrou de dizer: Isso é meu! E encontrou pessoas bastante simples para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassinos, misérias e horrores, não teria poupado ao gênero humano, aquele que, arrancando as estacas ou tapando os buracos, tivesse gritado aos seus semelhantes: Livrai-vos de escutar este impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos, e a terra de ninguém.” 
Rosseau J.J . P.91
Justificação do Contrato Social
“...encontrar uma forma de associação que defenda e proteja de toda força comum a pessoa e os bens de cada associado, e pela qual, cada um, unindo-se a todos, não obedeça portanto senão a si mesmo, e permaneça tão livre como anteriormente. Tal é o problema fundamental, cuja a solução é dada pelo contrato social.
Rosseau, J.J; Do Contrato Social. P.24
Charles-Louis de Secondat Barão de la Brede e de Montesquieu 1689-1755
Nascido perto de Bordéus na França e filho de família nobre
Aristocrata Liberal (suas idéias defendiam o interesse de sua classe)
Na sua Obra mais importante, trata das instituições e das leis e busca compreender a diversidade das legislações nas diferentes épocas
Ao procurar descobrir qual as relações que as leis têm com a natureza e o princípio de cada governo desenvolveu uma alentada teoria de governo que alimenta as idéias fecundas do constitucionalismo
suas idéias se encaminham filosoficamente para a separação dos poderes (ainda hoje pedra angular do exercício do poder democrático) “só o poder freia o poder” 
A idéia da divisão dos três poderes não se encontra em Montesquieu com força e clareza que se costumou posteriormente atribuir-lhe
O que Montesquieu pretendia era realçar a relação de forças e a necessidade de equilíbrio e harmonia entre os três poderes
Montesquieu critica toda forma de despotismo, mas prefere a monarquia moderada e não aprecia a idéia de ver o povo assumindo o poder
“As leis, em seu significado mais extenso, são as relações necessárias que derivam da natureza das coisas; e, neste sentido, todos os seres têm suas leis; a Divindade possui suas leis, o mundo material possui suas leis, as inteligências superiores ao homem possuem suas leis, os animais possuem suas leis, o homem possui suas leis”
Montesquieu. Do Espírito das Leis. P. 4
“A Virtude Política é o Amor a Pátria e à Igualdade” p.6
“O amor à república, numa democracia, é o amor à democracia; o amor à democracia é o amor à igualdade.”		 P.23
“Não existem leis justas ou injustas. O que existe são leis mais ou menos adequadas a um determinado povo e a uma determinada circunstância de época ou lugar. O autor procura estabelecer a relação das leis com as sociedades, ou ainda, com o espírito dessas.”
Das Leis Naturais
Leis 
Naturais
Derivam Unicamente da constituição
do nosso ser. Para bem conhecê-las ,deve-se considerar o homem antes o estabelecimento das sociedades. Montesquieu divide em quatro leis naturais:
1ª Lei 
de Conservação
2ª Lei 
da procura da Alimentação
3ª Lei
 do Apelo natural de aproximação entre os sexos da mesma espécie
4ª Lei 
do desejo de viver em sociedade
Critica Hobbes usando o exemplo do selvagem e o sentimento de fraqueza
Todo ser vivo procura manter-se em busca de alimentação 
Deriva do encanto entre os sexos
Deriva do conhecimento gera o motivo para viverem em sociedade
Das Leis Positivas
As leis positivas derivam do conhecimento do homem. São racionais e direcionadas aos povos e épocas determinadas.
“A lei, em geral, é a razão humana, enquanto governa todos os povos da erra; e as leis políticas e civis de cada nação devem ser apenas casos particulares onde se aplica esta razão humana.”
Montesquieu, p.7
As leis positivas só surgem quando os homens estão em sociedade. Assim eles perdem o sentimento de fraqueza, a igualdade que existia entre eles cessa e o estado de guerra começa
Exemplo de princípio que estabelece a temporariedade na magistratura:
“Em toda magistratura, deve-se compensar a grandeza de seu poder pela brevidade de sua duração.”
Montesquieu ,p 10
Novos Elementos da Concepção de Estado e Sociedade
O espírito Geral constituição da sociedade são causas físicas (ex:o clima) e Morais (Ex: costumes, religião)
Noção de “Identidade Nacional”
Ampliação da noção de soberania
Soberania
TIPO DE GOVERNO
PRINCÍPIO MOTOR
NATUREZA (SER)
Monarquia
Honra
soberania nas mãos do monarca
Despostismo
Medo
soberania nas mãos do déspota
República
Democracia
Virtude
Na mão de muitos
Aristocracia
Virtude
Na mão de alguns
CAPÍTULO XII
Do Poder das Penas
A experiência demonstrou que nos países onde as penas são suaves o espírito do cidadão é marcado por elas, como o é, em outros lugares, pelas grandes. Surge algum inconveniente num Estado: um governo violento quer imediatamente corrigi-lo e, em vez de pensar em mandar executar as antigas leis, estabelece uma pena cruel que acaba com o mal num instante...Os roubos nas estradas eram comuns em alguns Estados; quiseram acabar com eles; inventaram o suplício da roda, que os suspendeu por algum tempo. A partir daí, se roubou como antes nas estradas.
CapXII .41-42
Nascimento das idéias do constitucionalismo
“Meio pelo qual se busca distribuir a autoridade por meios legais, de modo a evitar a violência e o abuso de poder de alguns” (combate as leis tirânicas)
Surgimento do princípio da separação dos poderes
 LEGISLATIVO
EXECUTIVO
JUDICIÁRIO
“Estes dois tipos de estado de guerra fazem com que se estabeleçam leis entre os homens. Considerados como habitantes de um planeta tão grande, a ponto de ser necessária a existência de diferentes povos, existem leis na relação que estes povos possuem entre si; é o DIREITO DAS GENTES. Considerados como membros de uma sociedade que deve ser mantida, existem leis na relação entre aqueles que governam e aqueles que são governados; é o DIREITO POLÍTICO. Elas existem ainda na relação que todos os cidadãos possuem entre si; e é o DIREITO CIVIL”
MONTESQUIEU, C.L. Do espírito das Leis, Cap III (das leis positivas), P. 6
Regimes Políticos
“Regimes políticos podem ser conceituados como o conjunto de elementos, que de fato ou direito, concorrem para a tomada das decisões coletivas essenciais, isto é, elementos condicionadores do exercício do poder”
SOARES, M. L. 2008, p.217
Regime Democrático
Com proeminência das liberdades públicas, das autoridades públicas e privadas e do Estado Representativo
Regimes Autocráticos
São sonegadas as liberdades públicas e desacreditadas as instituições democráticas. Geralmente, há concentração do poder público em uma única pessoa
Regimes em Transição
Estados que mesclam as duas formas de exercício do poder. Concedem certas liberdades civis e individuais, mas concentra o poder político
Exercícios
Julgue os itens a seguir com C (Certo) ou E (Errado):
A teoria dualística afirma que ser o Estado e o Direito duas realidades distintas e independentes não se confundindo
A teoria paralelística afirma que o estado e o direito são uma única realidade que caminham lado a lado
O objeto de estudo a Ciência Política é o Estado na sua dimensão jurídica apenas
O poder exercido através da hereditariedade é um modo e poder legitimado pela tradição
Segundo a corrente finalista os homens estão submetidos inexoravelmente a leis e causas naturais dão finalidade a sociedade
A ordem social consiste no conjunto de valores compartilhados socialmente e que tendem a dar direção as condutas inadequadas socialmente
 O poder é um fenômeno moderno não se podendo afirmar que ele sempre existiu. Esse tipo de ideia sustenta o pensamento anarquista
O poder não precisa ser necessariamente consentido, como em regimes autoritários
O poder atualmente é tido como personalizado já que os chefes e Estado são a personificação do poder a pessoa
Neil MacCormic, professor da Universidade de Edimburgo afirma sobre a relação do Estado com a política:
“O Estado é de interesse central para a política, sendo ele prórpio um locus para o exercício do poder, um produtor de decisões e a comunidade política primária para muitos seres humanos, no mundo contemporâneo...concebido como sujeito ativo, o Estado age através de indivíduos e grupos organizados de pessoas, que tomam e implementam decisões em nome do Estado e que, ao decidir, alegam que são agentes ou órgãos do Estado.”
Theories and Concepts of Politics, 1993 
Levando as considerações do professor Neil MacCormirc, é possível afirmar que:
 
( )	 Qualquer grupo político dentro do Estado tem legitimidade para tomar decisões em nome deste, bastando para isso este grupo ou organização ser dotado de personalidade jurídica e esta filiado a partido político.
( )	O Estado é reconhecido ora como pessoa jurídica e ora como pessoa física. Isso é possível quando seus agentes mesmo não estando em serviço do Estado agem em nome desse por força da necessidade
( )	Os agentes a serviço do Estado podem tomar decisões pessoais em nome do estado caso a situação seja de extrema necessidade. Agentes políticos por exemplo podem criar leis para limitar o poder dos cidadãos caso estes estejam prejudicando o funcionamento da administração
( )	O Estado é pessoa jurídica de soberania limitada sendo esta variável conforme seu regime político. Em países cuja tradição seja de governos totalitários a soberania não é a mesma do que a de países com regimes declaradamente democráticos.
( ) 	O Estado é universalmente reconhecido como pessoa jurídica, que expressa sua vontade através de determinadas pessoas ou determinados órgãos. O poder do Estado é, portanto, poder jurídico, sem perder seu caráter político.
 
As idéias expressas no conceito de formação da sociedade acima representam o pensamento de:
John Locke
Montesquieu
Thomas Hobbes
Jean Jacques Rousseau
Nicolo Maquiavelli
“Os homens vivem, inicialmente, sem poder e sem organização (isto é, nascem num estado da natureza), que somente vêm a surgir depois que estes estabelecem entre si um pacto, que estabelece as regras de convívio social e de subordinação política. O motivo pelo qual firmam este pacto encontra-se na convicção de que, não o fazendo, caminharão para a mútua destruição, em virtude da tensão que existe nas relações sociais. Essa tensão, se não for devidamente coibida (pelo Estado, cujo poder resulta desse pacto), impelirá os homens ao conflito aberto. O conflito não deriva, em princípio, dos bens que o homem possui, e sim, da honra, que é constituída pelo poder que detém, ou pelo respeito que a ele devotam os semelhantes.”
“No estado de natureza, já eram os homens dotados de razão, e desfrutavam da propriedade que, num significado primitivo e genérico, designava a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. A propriedade é pré-existente à sociedade (ou seja,
é direito natural do homem), razão pela qual não pode ser tomada pelo Estado.”
 
Tais definições contratualistas são idéias expressas por:
Imanuel Kant
Montesquieu
Jean Jacques Rousseau
Nicolo Maquiavelli
John Locke
Acerca da teoria política de John Locke julgue as afirmativas abaixo
 
I – Segundo Locke o homem não delegou ao Estado senão, os poderes de regulamentação das relações externas na vida social
II – Locke chegou a justificar o direito divino dos reis já que era inevitável ao homem viver sob monarquias à sua época
III – Defendia a propriedade privada em sentido amplo, pois segundo este pensador, este é um direito natural do qual os homens desfrutam. O Estado não cria a propriedade, mas a reconhece a protege e defende
IV – Pode-se afirmar que os direitos inerentes a pessoa humana são em Locke anteriores ao Estado 
V – Locke foi um filósofo empirista
 
Indique a incorreta
Conclui-se da afirmativa I que o homem reservou para si direitos, que são indelegáveis, como o direito a vida e propriedade
Ao afirmar que direito a propriedade é um direito natural e anterior ao estado, pode se concluir também que esta propriedade é tudo o que pertence ao indivíduo em sentindo amplo, ou seja, sua vida, sua liberdade, seus bens. 
O direitos inerentes da pessoa humana, referidos na afirmativa III são em Locke, o direito a vida, o de liberdade, e o de propriedade
Conclui-se da afirmativa II que Locke é obrigado a concordar com o poder eclesiástico devido ao momento histórico
Por filósofo empirista podemos deduzir que segundo este pensador a origem do conhecimento esta na experiência
Jean Jacques Rousseau foi um filósofo natural de Genebra que traçou as bases do contratualismo em sua máxima expressão. Suas concepções políticas diferenciam-se das de seus predecessores Locke, Hobbes e Maquiavel. Sobre este assunto, julgue as afirmações a seguir
 
I – o indivíduo que surge da desigualdade é bom, justo e propenso a ajudar o todo social, pois sem esse pensamento a vida não é possível
II - No Estado de Natureza de Rousseau os homens viviam sadios, bons e felizes, cuidando de sua própria sobrevivência até o momento em que surge a propriedade privada e uns passam a trabalhar para os outros gerando assim escravidão e miséria
III – Rousseau avaliou três formas de governo como sendo possíveis, a democracia, a aristocracia e a monarquia
IV – Para Rousseau o homem no Estado de Natureza é mau e inclinado ao vício. Por este motivo em algum momento ele precisa inclinar-se a viver em sociedade para poder restabelecer a ordem e a segurança
 
Estão corretas
 
I e II
II e III
III e IV
I e IV
I e III
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
TEORIA GERAL DO ESTADO
UNIDADE II
Estado: conceito, formas, elementos constitutivos e evolução histórica
Tipos de Estado (tipos Empíricos)
Modelos de Democracia
Alexis Tocqueville e o regime democrático 
Partidos Políticos
A constituição Brasileira e as Normas Internacionais
Os Direitos Humanos e o Princípio Constitucional Fundamental da Dignidade da Pessoa Humana
Evolução Histórica do Estado
Este Estudo Visa
Tipificar o Estado
Descobrir os movimentos Constantes
Formular probabilidades quanto a evolução futura
“Um Estado particular não é, em qualquer sentido, um fenômeno isolado, mas, de maneira mais ou menos consciente, influíram sobre ele, as relações atuais e pretéritas dos demais Estados, ou seja, a evolução total das instituições dos Estados.”
DALLARI, 2010, p.61
ESTADO – Conceito Objetivo
“Se dá essa designação a todas as sociedades políticas que, com autoridade superior, fixaram as regras de convivência entre os seus membros”
DALLARI, 2010, P.52
O Estado é uma realidade Jurídica 
Do ponto de vista doutrinário de surgimento há três correntes:
1ª) Sempre Existiu: Desde que o homem vive na terra acha-se integrado numa organização social, dotado de poder e com autoridade para determinar o comportamento do grupo
2ª) A Sociedade existiu um tempo sem o Estado: Foi sendo construído para atende as necessidades e conveniências dos grupos sociais
3ª) Só Admitem como Estados as Sociedades Políticas: Não é um conceito válido para todos os tempos, mas é conceito histórico concreto, que surge quando nasce a ideia prática da soberania o que só ocorreu no século XVII
Nação - Conceito Subjetivo
Nação e Estado são duas realidades distintas e inconfundíveis.
O conceito de nação é essencialmente de ordem subjetiva, enquanto o conceito de Estado é necessariamente objetivo
A nação é uma realidade sociológica. Envolve três fatores na formação nacional:
Naturais: território; unidade étnica e idioma comum
Históricos: Tradições, costumes, religião, cultos, rituais, etc.
Psicológicos: aspirações comuns; consciência nacional, conjunto de valores, etc.
Causas Do Aparecimento do Estado
Formação Originária
Formação Natural ou Espontânea: O Estado se formou Naturalmente
Origem Familiar ou Patriarcal: Cada família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado
Origem em atos Força, Violência ou Conquista: sustentam que a superioridade de força do grupo social permitiu submeter um grupo mais fraco nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominados
Origem em Causas Econômicas ou Patrimoniais: O Estado teria sido formado para se aproveitarem os benefícios da divisão do Trabalho, integrando-se as diferentes atividades econômicas e profissionais
Origem no Desenvolvimento Interno da Sociedade: O Estado é um a potencialidade e todas as sociedades têm absoluta necessidade dele então ele se constitui espontaneamente.
Parte de grupamentos humanos ainda não integrados
Formação Derivada
É a Criação de Estados a partir de Estados preexistentes. Há dois processos típicos e opostos
Fracionamento: Quando uma parte de um território de um Estado se desmembra e passa a constituir um novo Estado
Exemplo: alguns estados africanos, Cingapura, ex-repúblicas Soviéticas
União: É quando esta implica a adoção de uma constituição comum, desaparecendo os Estados preexistentes que aderiram a união
Exemplo: Suíça
Formas Atípicas: Por motivos excepcionais, não usuais e imprevisíveis
Exemplo: estados alemães pós segunda guerra
Tipos Empíricos
ESTADO ANTIGO
São os Estados mais recuados no tempo, também conhecidos como oriental ou teocrático.
Não Há Distinção
Doutrinas Econômicas
Pensamento Político
Religião
Moral
Filosofia
Duas Características Fundamentais
Natureza Unitária
(não há divisão interior ou território
Religiosidade 
Estado Teocrático
ESTADO GREGO
Caracterizado pela cidade-Estado (Atenas e Esparta) ou seja, a Pólis, como a sociedade política de maior expressão entre o povo helênico
O ideal era a auto suficiência
Objetivo de abastecimento por si mesmos
Mesmo efetuando conquistas, não efetivava expansão territorial e não procurava a integração de vencedores e vencidos numa ordem comum
A classe política era composta por uma elite (decisões políticas nas mãos de poucos
A ampliação excessiva tornaria inviável a manutenção do controle por um pequeno grupo
ESTADO ROMANO
Apesar do império e conquistas, Roma sempre manteve as características básicas de cidade-Estado, desde sua fundação em 754 a.c, até a morte de Justiniano em 565 d.c
A base da organização era familiar
O povo participava diretamente do governo (noção de povo era restrita)
Os magistrados eram os governantes supremos, sendo por muito tempo os principais magistraturas foram reservadas a famílias patrícias
Já nos últimos tempos tentaram fazer a integração jurídicas dos povos conquistados (mantendo sólid0 o núcleo do poder político)
Essa abertura foi o começo do fim: o Edito de Milão em 313 feito pelo imperador Constantino assegurou a liberdade religiosa no império, desaparecendo, por influencia do cristianismo, a noção de superioridade dos romanos, que fora a base da unidade do império
ESTADO MEDIEVAL
Três Fatores se Fizeram Presentes na Sociedade Medieval
Cristianismo
 Invasões Bárbaras
Feudalismo
Vai ser a Base de aspiração a Universalidade
Todos
os cristãos devem se integrar numa sociedade política
Multiplicidade de centros de poder
Invasões (sec III ao VI) de hordas (povos do norte) armadas gerando perturbações no império
Introduziam a ideia de independência
Ordem precária, constante situações de guerras e indefinição de fronteiras
Toda a vida social depende da propriedade da terra desenvolvendo-se um sistema administrativo e uma organização militar estreitamente ligados à situação patrimonial
FEUDALISMO
3 Institutos Jurídicos confundiram o setor público e o privado
VASSALAGEM
BENEFÍCIO
IMUNIDADE
Proprietários menos poderosos colocavam-se a serviço do senhor feudal, obrigando-se a dar-lhe apoio nas guerras e a entregar-lhe a contribuição pecuniária em troca de proteção
Contrato entre o senhor feudal e o chefe de família que não possuísse patrimônio. O servo recebia a terra para o seu sustento e entregava uma parcela ao seu senhor. O senhor adquiria poder de vida e morte e estabelecia as regras de comportamento
Instituto pelo qual se concedia a isenção de tributos sobre as terras sujeitas ao benefício
VASSALAGEM
Direito
Relação de Caráter Pessoal
BENEFÍCIO
Estabelecimento de um Direito Real
PODER POLÍTICO
Senhor Feudal
“Em última nálise, os próprios agentes do poder político, ligando o exercício de suas funções à propriedade ou à posse da terra, afirmavam a independencia em relação a qualquer autoridade maior, embora nominalmente integrados num Estado de dimensões muito vastas, ainda que imprecisas”
DALLARI, 2010, p.69
PODER NO ESTADO MEDIEVAL
Imperador
Poder Superior
Ordens Jurídicas Sem Hierarquia Claramente Definida
Ordem Imperial
Ordem Eclesiástica
O direito das monarquias inferiores
O direito comunal
Ordenações dos Feudos
Corporações de Ofícios
Conclusão
“Este quadro, como é fácil compreender, era causa e consequência de uma permanente instabilidade política, econômica e social, gerando uma intensa necessidade de ordem e de autoridade, que seria o germe da criação do Estado Moderno”
DALLARI, 2010,p.70
ESTADO MODERNO
Os tratados de paz de Westfalia tiveram o caráter de documentação da existência de um novo tipo de Estado, com característica básica de unidade territorial dotada de um poder soberano
Elementos Fundamentais do Estado Moderno
Soberania
Território
Povo
Finalidade
Noção de Soberania
Século XIX
Ganha corpo a noção de soberania como expressão de poder político, sobretudo por que interessa as grandes potencias empenhadas em conquistas territoriais, sustentar a imunidade a qualquer limitação jurídica
Na metade do século XIX surge na Alemanha o conceito de personalidade jurídica do Estado, que acabará sendo apontado como verdadeiro titular da soberania
Elemento Subjetivo
Século XI – Jean Bodin “Les six Livres de la Republique
“A soberania é o poder absoluto e perpétuo de uma República, palavra que se usa tanto em relação aos particulares quanto em relação aos que manipulam todos os negócios públicos de estado de uma República”
REPÚBLICA = ESTADO
Século XVIII – Jean Jaques Rousseau “O Contrato Social”
Transfere a titularidade da soberania da pessoa do governante para o povo
“A soberania é inalienável por ser o exercício da vontade geral, não podendo esta se designar e nem mesmo ser apresentada por quem quer que seja. É indivisível porque a vontade só é geral se houver a participação do todo. O contrato Social (pacto social) dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus membros, e este poder é aquele, que dirigido pela vontade geral leva o nome da soberania”
In: DALLARI, 2010
Século XX
Poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência
Miguel Reale
Assim organizada, a soberania jamais é simples expressão de um poder de fato, embora não seja, integralmente submetida ao direito, encontrando seus limites na exigência de jamais contrariar os fins éticos de convivência, compreendidos dentro da noção de bem comum. Dentro desses limites o poder soberano tem a faculdade de utilizar a coação para impor decisões.
Características da Soberania
UNA: por que não se admite dentro de um mesmo estado a convivência de 2 soberanias
INDIVISÍVEL: ela se aplica a universalidade dos fatos ocorridos no Estado, sendo inadmissível separá-la em partes
INALIENÁVEL: aquele que a detém desaparece quando estiver sem ela, seja o povo, nação ou Estado
IMPRESCRITÍVEL: Jamais seria verdadeiramente superior se tivesse prazo certo de duração
Soberania é ainda:
Poder Originário: Nasce no próprio momento em que nasce o Estado e como atributo inseparável deste
Poder Exclusivo: só o Estado possui
Poder Incondicionado: Só encontra limites impostos pelo próprio Estado
Poder Coativo: no seu desempenho, o Estado não só ordena, mas dispõe de meios para fazer cumprir suas ordens coativamente
Justificação e Titularidade da Soberania
Teorias Teocráticas
Essas teorias apresentavam-se como de direito divino sobrenatural quando afirmavam que o próprio Deus concedera o poder ao príncipe, e de direito divino providencial, quando sustentavam que a soberania vinha de Deus
Teorias Democráticas
Sustenta que a soberania se origina do próprio povo
Soberania emana do Povo
Soberania emana da Nação
Soberania Emana do Estado
Revolução Francesa
Soberania é uma Pessoa Jurídica
Território
“A delimitação territorial uma necessidade, porque tal delimitação é que torna possível a vigência simultânea de muitas ordens estatais. O território não chega a ser portanto, um componente do Estado, mas é o espaço ao qual se circunscreve a validade da ordem jurídica estatal, pois, embora a eficácia de suas normas possa ir além dos limites territoriais, sua validade como ordem jurídica estatal depende de um certo espaço, ocupado com exclusividade”
KELSEN, Hans. Teoria Geral do Estado. P.181
Fazem parte do Território:
A extensão territorial
As águas Territoriais (200 milhas) ZEE- Zona Econômica Exclusiva
As Ilhas Territoriais (fernando de Noronha São pedro e São Paulo – Estão + 200 milhas
O Espaço Aéreo
As Embaixadas nos países estrangeiros
Elemento Material
Bonavides Aponta a existência de 4 concepções fundamentais:
Território Patrimônio: Característico do Estado Medieval. O poder do Estado sobre o território é concebido exatamente como direito de qualquer proprietário sobre um imóvel 
Território Espaço: Implícito na idéia de Imperium. Teoria segundo a qual o território é a extensão espacial da soberania do Estado. A base dessa concepção é a idéia de que o Estado tem um direito de caráter pessoal
Território Objeto: Concebe o território como objeto de um direito real de caráter público. A relação do Estado com seu território é uma Relação de Domínio.
Território Competência: Teoria defendida por Kelsen que considera o território o Âmbito de validade da ordem jurídica do estado
Aspectos Fundamentais
Não Existe Estado sem Território
O território estabelece a delimitação da ação da soberania do Estado
Alem de ser elemento constitutivo necessário, o território, sendo âmbito de ação da soberania do Estado, é objeto de direitos deste, considerando seu conjunto
A ordem jurídica estatal está protegida pelo princípio da impenetrabilidade, o que significa reconhecer ao Estado o monopólio de ocupação de determinado espaço, sendo impossível que no mesmo lugar e ao mesmo tempo convivam duas ou mais soberanias.
Povo
POVO 
Vinculo Jurídico com Estado. Expressão utilizada pela CF/88 para definir os conjunto dos nacionais
POPULAÇÃO
Expressão demográfica, numérica ou econômica para designar quantidade de pessoas
NAÇÃO
comunhão formada por laços históricos e culturais e assentada sobre um sistema de relações de ordem objetiva. Tem caráter sociológico
POVO
Elemento Subjetivo
Elemento Objetivo
O Estado é sujeito do poder público, e o povo, como seu elemento componente, participa dessa condição
O mesmo povo é objeto da atividade do Estado, e sob este ângulo é que se tem
o povo em seu aspecto objetivo
JELINEK
Pontos Fundamentais em Relação ao Conceito
O povo é elemento fundamental do Estado e continua a ser componente ativo depois que os Estado foi constituído. (é o elemento que dá ao estado as condições para formar e externar uma vontade)
Deve-se compreender como povo o conjunto dos indivíduos que, através de um momento jurídico, se unem para constituir o Estado, estabelecendo com este um vínculo jurídico de caráter permanente, participando da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano.
Todos os que se integram no Estado, através da vinculação jurídica permanente, fixada no momento jurídico da unificação e da constituição do Estado, adquirem a condição de cidadãos, podendo-se, assim, conceituar o povo como o conjunto dos cidadãos do Estado
A aquisição da cidadania depende sempre das condições fixadas pelo próprio Estado, podendo ocorrer com o simples fato do nascimento em determinadas circunstâncias, bem como pelo atendimento de certos pressupostos que o Estado estabelece
A condição de cidadão implica direitos e deveres que acompanham o indivíduo mesmo quando se ache fora do território do Estado
pode ocorrer que o cidadão, deixando de atender aos requisitos mínimos para a preservação da cidadania, venha a perdê-la, sendo, então, excluído do povo do Estado
Cidadania Moderna
Paradigma do Estado Social
Modelos de Democracia
Alexis Tocqueville e o regime democrático 
Partidos Políticos
Conquista da Cidadania Moderna 
O processo de afirmação dos direitos humanos, como condição para convivência coletiva, exige um espaço público, ao qual só se tem acesso por meio da cidadania
Segundo Hannah Arendt a cidadania é o primeiro direito de onde emanam todos os outros
“O direito de ter Direitos”
“Tais direitos, como o a experiência totalitária tem mostrado, só podem ser exigidos através do total acesso à ordem jurídica que apenas a cidadania oferece”
Conceito Moderno
Deve ser compreendida como a participação política do indivíduo no Estado, ao contemplar o gozo de direitos políticos e civis, acompanhados de direitos econômicos, sociais e culturais
Cidadania do Estado Liberal
Indivíduos como pessoas privadas
Pessoas Externas ao Estado
Os interesses são pré políticos
Cidadania Social
Indivíduos Integrados numa Comunidade
Intervencionismo do Estado
Formal ou Passiva
Ativa e Pública
Características do Rol de Liberdades Burguesas
Sistema de Garantias
Reconhecimento das liberdades Individuais
Divisão de poderes
Participação do povo no Legislativo
Divisão ou Distinção de Poderes
Legislativo
Administrativo (executivo)
Judiciário
Constituição Escrita ou documento Constitucional
Pacto Político revestido em documento, que, ao tratar o esquema fundamental do Estado burguês de direito, consigna os direitos fundamentais e a divisão de poderes na ótica democrático-liberal
ESTADO LIBERAL DE DIREITOS
“Mais do que um conceito jurídico, o Estado de direito, construído pelo liberalismo, é um conceito político, constituído em instrumento de luta política da burguesia contra o Estado Absolutista centralizador e os resquícios feudais e estamentais.”
SOARES, M.L.Q. Cap. 12, p.192
Constituição
“...seria a decisão conjunta de um povo sobre o modo de sua existência política, apresentando-se válida quando emanado de um poder constituinte (no sentido de força ou autoridade) e se estabelece por usa vontade. 
CARL SHIMITT, Teoria de la constitucíon, p.34 
Elementos Estruturais do Estado Liberal Burguês
Referência constitucional
O Próprio Estado
Arquétipo
Estado Liberal
Subsidiariedade (estado secundário)
Estado Mínimo
Neutralidade
Telos
Racionalidade e limite do poder
Força Normativa
Organiza juridicamente as instituições
Estrutura Constitucional
Negativa: limita o poder do Estado e consagra Direitos de defesa do cidadão (direitos Liberdades e Garantias
A Verdade
Procurada no texto (expressa e no Contexto (oculta)
Princípios
A Questão da Igualdade ou da Democracia no Estado Liberal de Direito
Surgem as primeiras Críticas ao pensamento Liberal: Segundo alguns teóricos o Estado liberal estava a serviço da Burguesia.
Três Ações Burguesas comprovavam isso:
Dificultar o direito de Associação
Deixar o mercado aos economicamente poderosos
Reconhecer igualdade e liberdade no plano formal de (Direitos)
“ Na Democracia Liberal, a igualdade política entre os indivíduos, meramente formal, engendrou uma sociedade desequilibrada. A livre concorrência favoreceu o acúmulo de bens pela burguesia em detrimento dos segmentos proletarizados”
SOARES, p.195
Essas três ações geram críticas dos segmentos proletários
Exemplo da crítica de Marx:
Estudando as revoluções Francesa e Americana, Karl Marx vai criticar o Estado Liberal de Direito, tendo como eixo a posição do homem na sociedade
“A Organização Social de Produção determina a organização política e cultural. A separação existente entre a igualdade política e a desigualdade, operada pelo capitalismo, é pouco mais que ilusória.”
Princípio da Igualdade Política meramente Formal
Auto Valorização do Capital
Pessoas Alienadas
Formas cada vez mais Drásticas de Desigualdades Sociais
A Fórmula de Marx era:
“A sociedade civil, formada para ensejar um conjunto de condições possibilitadoras e autorizativas de liberdade, é um sistema de dominação anônima, que se torna independente das intenções dos indivíduos, inconscientemente socializados, e responde apenas à sua própria lógica, ao submeter o corpo social aos imperativos econômicos, que garantem a sua estabilidade.”
Jürgen Habermas, Entre fatos e Notas, 1996a
Concepção de Jürgen Habermas acerca do Estado Liberal
A Juridicização do Estado Liberal de Direito ou a Construção do Rechtsstaat
RECHTSSTAAT
Doutrina da Europa continental de Legalidade ou coisas Legais, Originária da Jurisprudência Germânica e que pode ser traduzida como “Estado Legal”, “Estado da Lei”, Estado de Justiça”, Estado de Direitos” ou Estado baseado na Justiça e Integridade”
“É o Estado Constitucional onde o poder do governo é restringido pela Lei”
Os Princípios Importantes do Rechtsstaat
Supremacia da Constituição e Garantia do uso da Coação para manter a salvos os direitos constitucionais.
A sociedade civil é pai do Estado
Separação dos poderes (executivo, legislativo e judiciário)
Executivo e Judiciário são obrigados por lei e o Legislativo é obrigado por princípios constitucionais
Publicidade (transparência nos atos de governo)
Hierarquia entre Leis
Proibição da retroatividade
Princípios da proporcionalidade
Monopólio do uso da força
“Para que o povo não se torne seu próprio tirano no exercício do poder”
1805 – 1859
Alexis de Tocqueville
Pensador político, historiador e escritor francês de família Aristocrata
Foi enviado pelo governo Francês para estudar o sistema prisional americano onde permaneceu por nove meses anotando detalhes sobre a sociedade americana, seus valores, economia e sistema político
Principal Obra A democracia na América.
O livro trata de certas leis e certos costumes políticos que foram naturalmente sugeridos aos americanos por seu estado social democrático
O estado social dos americanos e eminentemente democrático. Teve esse caráter desde o nascimento das colônias e o tem mais ainda nos dias de hoje
Alexis Tocqueville e o Regime Democrático
“As conseqüências políticas de semelhante estado social são fáceis de deduzir. E impossível compreender que a igualdade não acabe penetrando no mundo político como em outras partes. Não se poderia conceber os homens eternamente desiguais, entre si num só ponto e iguais em outros; portanto eles chegarão, num tempo dado, a sê-lo em todos. Ora, só conheço duas maneiras de fazer reinar a igualdade no mundo político: dar direitos a cada cidadão ou não dar a ninguém.”
TOCQUEVILLE. A. de.A Democracia na América, 2005. p.63.
Princípio da Soberania na América
Na America, o principio da soberania do povo não e oculto ou estéril, como
em certas nações; ele e reconhecido pelos costumes, proclamado pelas leis; estende-se como liberdade e chega sem obstáculos as ultimas consequências ( Ibid. iden., p. 65)
O Poder Central e a Democracia em Tocqueville
“O Povo reina sobre o mundo político americano, como Deus sobre o universo. Ele é a causa e o fim de todas as coisas. Tudo provém dele e tudo nele se absorve”
Alexis Tocqueville, A democracia na América, Cap. IV, p. 68
Tal afirmação se assenta no fato de que, no processo democrático norte americano, o poder não se encontra fora do corpo social, atuando sobre ele e fazendo-o caminhar em certo sentido. De fato a sociedade estadunidense exposta por Tocqueville age por si e sobre si mesma. 
O povo governa por si mesmo, estando a administração sujeita ao poder popular, do qual aquela emana
Para que se possa encontrar a liberdade dentro da igualdade é necessária a ação política dos cidadãos e sua participação nos negócios públicos
O Estado é subordinado a sociedade estadunidense
Princípio da Soberania Popular
O Paradigma constitucional do Estado Democrático de Direito
Parte do princípio da distinção entre autonomia pública e autonomia privada 
Autonomia 
Pública
Autonomia 
Privada
↔
São conceitos interdependentes
No estado democrático de direito há o pressuposto de que as causas destes abusos situam-se nas desigualdades sociais geradas pelas condições econômicas, políticas e sociais
SOARES, M.L.Q. 2008 p.213
No paradigma Estado Democrático de Direito, através de formas de comunicação, o próprio cidadão deve ser capaz de conhecer os problemas e criar soluções pertinente. Ao Estado compete apenas criar meios para que tais soluções sejam efetivadas
Princípios Concretizadores do Estado Democrático de Direito 
Direito fundamental
Legalidade da Administração
Princípio da constitucionalidade
Segurança Jurídica
Proteção Jurídica e das Garantias Processuais
Acesso ao Judiciário
Divisão do Poderes
Supremacia da constituição e vinculação do legislador e atos ao texto
Função democrática e social: Rol de direitos humanos
Supremacia ou prevalência da Lei e Reserva de Lei
Determinabilidade das Leis; proteção do cidadão
Procedimento justo e adequado de acesso e concretização do direito
Garantia do Pleno direito de defesa
Estabelece ordenação controlante-cooperante de funções
Tal modelo rege-se pela premissa de que a constituição do Estado democrático de direito deve desviar-se dos perigos que podem surgir na dimensão cidadão-Estado, ou seja, nas relações entre aparato administrativo, com o seu monopólio sobre o poder, e as pessoas privadas desarmadas.
HABERMAS, J. 1996 A, p. 245
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Princípios Concretizadores do Estado Democrático de Direito
“O povo, ao usufruir das modalidades democráticas, não se cinge apenas a exercer os seus direitos políticos de escolher seus representantes, mas também o de estatuir”
Précis de droit constitucionnel. PRÉLOT, M., p.227
Concretização do Princípio Democrático e Tipos Democracia
No paradigma do Estado democrático de direito, que se constrói, deve-se resgatar a democracia de identidade, ao consolidar a esfera pública como espaço público autônomo...Este espaço de debates e conflitos de diversos atores da sociedade propicia a formação democrática de opinião pública e da vontade política coletiva, ao materializar o ideal democrático de uma comunidade do povo e concretizar o princípio Democrático
É necessário oferecer aos cidadãos
Possibilidades efetivas de aprendizado da democracia
Participação nos processos decisórios
Exercício do controle crítico nas divergências de opinião
Produção de inputs políticos democráticos
A Representação Democrática
A representação democrática é uma autorização outorgada pelo povo a um órgão soberano, institucionalmente legitimado pela constituição, para agir autonomamente em nome do povo e dos interesses deste. (jurídico-formal)
Postulados
Exercício jurídico, constitucionalmente autorizado, de funções de domínio, formuladas em nome do povo, por órgãos de soberania do Estado
Derivação direta ou indireta da legitimação do domínio do princípio da soberania popular
Exercício do poder, visando os fins e interesses do povo
Características do Mandato Representativo
Generalidade
Liberdade de Atuação do Mandatário
Irrevogabilidade do Mandato
Independência
O mandatário representa todo o corpo eleitoral
O representante deve exercer o mandato com inteira autonomia da vontade. Os partidos políticos restringiram esta liberdade (o mandato parlamentar deixou de ter poderes amplos e irrestritos, ao condicionar-se às diretrizes políticas e partidárias)
Os eleitores não podem destituir seus representantes. Exceções: EUA e Suíça – recall e abberufungsrecht (mecanismo de correção de distorções do mandato representativo
Os atos do mandatário se encontram, salvo de ratificação, por parte do mandante
O Sufrágio Universal ou Regra da Maioria
A democracia vê-se caracterizada pelo sufrágio universal, aferido segundo o princípio da maioria, o qual tem como idéia subjacente a legitimação da ordem social pelo maior número possível de cidadãos, de acordo com a volonté générale (Rousseau) 
SOARES, M.L.Q. p.236
Para Kelsen (1990, p.280), a regra da maioria consiste no instrumento capaz de obter o grau máximo de liberdade política dentro da sociedade. O princípio da maioria, ao traduzir a idéia de democracia, é, portanto, uma síntese das ideias de liberdade e igualdade
SOARES, M.L.Q. p.237
A Regra da Maioria Engloba 
A) As 5 regras Básicas Majoritárias
1ª- a maioria simples não qualificada - metade mais um
2ª- Maioria Absoluta – maioria mais um do universo eleitoral
3ª-Maioria Relativa – metade mais um dos votantes
4ª- Maioria Qualificada – Poder ser de dois terços ou três quartos
5ª- Qualquer maioria – a maior dentre as minorias
B) Incorporação de mecanismos de correção das decisões tomadas
C) Garantia de ampla liberdade as minorias
Limites à Decisão Majoritária aplicáveis à maioria Parlamentar
1º Publicidade das Regras de Maioria
2º Regras de Proteção as Minorias
3º Direito das Minorias participarem da opinião publica da vontade política coletiva
4º Moralidade Política e Social
A deliberação pública no órgão representativo enseja maior participação popular e transparência nas tomadas de decisões
Para que estas minorias possam atuar em temor
Inserção destas em todos os trabalhos parlamentares (votações, comissões, administração, etc.)
Respeito as organizações partidárias representativas e às regras de procedimento do processo democrático
A Democracia na Constituição Brasileira
Problemas Históricos da Democracia e do Sistema Político no Brasil:
Privatização Exacerbada do Poder Político (Raimundo Faoro – Os donos do Poder
O Estado Patrimonial
A Conciliação e a Cooptação dos donos do Poder (Sérgio Buarque de Holanda – Raízes do Brasil
“...a experiência constitucional brasileira revela um sistema econômico excludente e perverso, legitimado por uma democracia formal, ao contrapor interesses conflitantes de uma classe dominante elitista, que concentra riquezas e obstaculiza reformas sociais, aos interesses de segmentos marginalizados da sociedade”
SOARES, M.L.Q, p.239
 A Carta de garantias constitucionais brasileiras oferece apenas o reconhecimento formal de certos direitos individuais, políticos e sociais 
SOARES afirma que “lamentavelmente, o discurso constitucional, que sustenta o Estado democrático de direito brasileiro, é uma utopia, distante da realidade constitucional, a qual apresenta instituições políticas carcomidas pela ineficiência e pela corrupção, conspurcando o processo democrático” p.241
“A concretização do princípio da participação popular no governo, consoante o Estado democrático de direito, é um remédio a ser aplicado para corrigir essa ausência de diálogo de uma sociedade oligárquica e patrimonialista. Daí sobrelevar-se a importância da educação política como condição inarredável para uma cidadania ativa em uma sociedade republicana e democrática”

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