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DIARIO DE CAMPO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
ATAISE CHRISTINA TOALDO COMIM - 453194
PORTFÓLIO
UTA EDUCAÇÃO E TRABALHO
MÓDULO A – FASE I
ASTORGA
2018
UMA INCLUSÃO SOCIOEDUCATIVA COM SUCESSO
No dia dezenove de março de dois mil e dezoito estive na Escola Elias Abrahão – Anos iniciais do Ensino Fundamental, localizada no município de Lobato-PR, para participar de uma aula com a turma do Infantil IV onde se encontram matriculadas aproximadamente dezoito crianças com idade de 4 anos completos. Dentre os alunos encontra-se matriculado a criança denominada neste relato como Sr N (nome fictício), o qual possui um atraso neuromotor devido às complicações no momento de seu nascimento. Sr N frequenta a APAE no período da manhã e a escola regular no período da tarde.
Tendo em vista que o projeto político desta instituição se respalda em propostas relacionadas com apontamentos de Lima, Zanlorenzi e Pinheiro (2012), os quais afirmam que o currículo da instituição escolar não deve ser pautado somente em favorecer a aquisição de informações, mas muito mais “o desenvolvimento multidimensional de todos os indivíduos, para que possam se reconhecer importantes nas atuações cidadãs e possam negar qualquer forma de exploração, discriminação e opressão”, faz-se importante analisar a trajetória desta criança na escola regular, considerando a inclusão escolar justa e assegurada conforme a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) de 2015. 
 No ano de 2017, Sr N frequentou a APAE e a pré-escola. Na APAE a criança realizada fisioterapia, terapia ocupacional e sessões de fonoaudiologia. Também possui acompanhamento de outros profissionais da saúde no município de Maringá, durante duas vezes na semana. O desenvolvimento intelectual desta criança é totalmente preservado, porém pelo comprometimento de seu desenvolvimento muscular, onde não possui tônus muscular nas pernas e nos braços, Sr N não consegue andar e fazer movimentos simples com as mãos, assim necessita de uma cadeira de rodas, a qual é adaptada para seu caso, desta forma consegue se manter junto com as outras crianças, fazendo uso inclusive de uma mesa de seus amigos. Conforme relato dos profissionais da instituição, a escola precisou fazer algumas reformas no prédio para se adaptar às necessidades desta criança: adaptação nos banheiros com portas mais largas para passagem da cadeira de roda; rampas em todas as passagens da escola (entrada, pátio, salas de aula, banheiros); trocas de algumas portas para possibilitar a passagem da criança com a cadeira. Também foi necessário a contratação de um professor auxiliar para estar acompanhando todo o trabalho pedagógico de Sr N, possibilitando seu desenvolvimento adequado. 
Durante o momento da aula onde realizou-se a observação participativa, percebeu-se a vontade da criança em aprender e sua dedicação nas tarefas propostas. A professora se dirige a todos alunos de uma forma que as crianças não se distraem com as limitações de Sr N, ao contrário disto, as crianças muitas vezes o ajudam em suas dificuldades. A interação social é constante dentro e fora da sala de aula; Sr N necessita de mediação a todo momento, para ir ao banheiro, para se alimentar, pegar um lápis, mas mesmo assim sempre está envolvido com outras crianças pois a professora auxiliar o ampara, permanecendo ao seu lado em todos os momentos que está na escola. A professora da sala, quando realiza alguma atividade na qual Sr N terá muita dificuldade, sempre explica para a turma toda sobre as suas limitações e instiga as crianças a ajuda-lo. Muito interessante perceber como, automaticamente e sem preconceitos, as crianças se envolvem e se tornam tão parceiras de Sr N, mesmo que a professora não solicita, os alunos estão sempre preocupados com ele. Em determinado momento, a professora colocou os crachás com o nome das crianças no chão para cada uma pegar o seu. Neste momento, a professora auxiliar retirou Sr N da cadeira e o posicionou sentado no chão (apoiado nela, já que o mesmo não possui equilíbrio), assim ele permaneceu junto com todos os alunos em círculo. Havia uma criança que não conseguia reconhecer seu nome no crachá, logo Sr N se deitou de bruços no chão, pegando o crachá e entregou ao coleguinha; todos estes movimentos ocorreram de forma lenta e com bastante dificuldade, mas a professora controlou os alunos para terem paciência e esperarem Sr N fazer esta tarefa. Vale enfatizar neste momento como, em um momento tão simples, ocorre a inclusão social e educativa, momento este permitido pela escola, pelos professores como também pelos próprios alunos da sala. Assim, a inclusão de crianças com deficiências é necessária para que as diferenças sejam respeitadas, para que a sociedade compreenda que não importa as limitações de uma pessoa, mas sim as suas capacidades que são inúmeras. Dialogando com as professoras na sala foi possível compreender o tanto de ansiedade que surgiu no início deste ano letivo quando se esperava ter um aluno “de inclusão” na sala de aula, mas hoje elas mesmas confirmam que “é tão simples, basta nos permitirmos ensinar com paciência e aprender no dia-a-dia como se trabalhar cada vez melhor – tudo vale a pena quando é para o bem comum”. As professoras também relataram que a partir desta experiência elas foram motivadas a estudarem mais, para romper com as inseguranças que surgem na sala de aula; este relato vem de encontro com as diretrizes que apontam a necessidade do aprimoramento profissional para realizar um trabalho efetivo de educação inclusiva. 
Segundo Mori e Jacobsi (2012) “os direitos de ir e vir para os alunos com dificuldades de deambular na escola estão distantes de ser concretizados, mas facilitar a movimentação de todos na sala de aula é uma ação de transposição que deve se fazer constante e presente em nosso meio. ” 
Assim, percebe-se a importância de um olhar humano para com o próximo e não somente profissional. Não basta todos os estudos sobre a inclusão, o mais importante são as práticas efetivas de inclusão social, educacional e emocional. 
Este diário de campo compreende a visão da inclusão socioeducativa em uma escola de ensino fundamental, a esperança para dias melhores em uma sociedade tão conturbada atualmente é que este trabalho visualizado nesta instituição seja amplificado em toda a cadeia educacional e social, tendo como base o respeito e a dignidade humana que se fazem urgente e necessárias para um futuro melhor desta humanidade. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, M.F.; ZANLORENZI, C.M.P.; PINHEIRO, L.R. A função do currículo no contexto escolar. Curitiba: Intersaberes, 2012.
MORI, Nerli Nonato Ribeiro; JACOBSE, Cristina Cerezuela, organizadoras. Caderno - Atendimento educacional especializado no contexto da educação básica. Maringá: Eduem, 2012.

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