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Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação – FACE Departamento de Administração – ADM Max Weber - Contextualização Antônio Maria Dos Reis Lisboa Matrícula: 17/0006271 Emanuel Mateus da Conceição Teixeira Matrícula: 17/0057623 Brasília 2017 Sumário 1. Introdução ............................................................................................................. 3 2. O Estado como detentor do monopólio da violência ............................................ 4 3. Formas de Legitimação da dominação ................................................................. 5 4. Viver “da” e “para” a política ............................................................................... 6 5. Ética da responsabilidade e da finalidade ............................................................. 6 6. Atributos do político vocacionado ........................................................................ 6 7. Conclusão ............................................................................................................. 8 8. Referências Bibliográficas .................................................................................... 9 3 1. Introdução As matérias estudadas em sala durante as aulas de ICP relacionadas às teorias de Weber têm absolutamente muita coisa em comum com o momento em que o Brasil se encontra atualmente no contexto político e social. Nesse trabalho, procuramos uma contextualização das teorias de Weber como: O estado como detentor do monopólio da violência, formas de legitimação da violência e os tipos de ética. Assuntos esses, já estudados em sala de aula e que serão tratados com a visão de estudantes acerca do cenário político brasileiro. 4 2. O Estado como detentor do monopólio da violência É extremamente delicada a situação política no país hoje. Em ano véspera de eleições, há bastante tenções no meio político, com acusações por todas as partes, principalmente com ajuda do recurso da delação premiada a qual não isentou nem o Presidente da República tornando-o alvo de investigações na maior operação policial desse tipo na história do país, a Lava Jato. Em meio a toda essa cena, a população é a que mais sofre e se indigna indo às ruas e pedindo um basta a essa situação As teorias de Weber se relacionam bastante com a situação relatada acima. Weber dá por definição à política como "os esforços feitos para participar do poder ou influenciar sua divisão”, ou seja, uma luta pelo poder dentro do Estado, o que se associa muito bem ao contexto político encontrado atualmente no Brasil, quem está no poder não o quer deixar, fazendo todo o possível para se manter à frente dele como podemos ver na ação do presidente Temer autorizando a compra do silêncio de determinadas pessoas às quais ameaçariam seu poder acarretando em um possível queda, assim como associa à sua ascensão ao cargo de presidente de maneiras chamadas por alguns de no mínimo ilegítimas ou golpe, pois às custas da depreciação e acusação de seus antigos companheiros de chapa, Temer assume um papel de "traidor" e se volta contra eles, caracterizando assim o "golpe" pois, nas urnas, é de fácil constatação sua incapacidade de conquista do voto popular. Portanto se faz necessária a presença do povo nas ruas para demonstrar sua indignação e repúdio a este tipo de atitude. E aí entra outra teoria de Weber, pois um chefe de Estado ao ver o povo em manifestações, encontra neles uma afronta à sua autoridade, por tanto sente se ameaçado e irá reagir com violência para inibi-los, caracterizando assim a definição de Weber para Estado, ou seja, a "instituição que dentro de seus limites territoriais, detém o monopólio da violência", portanto diferenciando o Estado de outras instituições, grupos ou pessoas que utilizem da violência para sustentação ou aquisição de poder por deter de legitimidade ao utilizá-la, ou seja, com ela a repressão feita pelo Estado está amparada, tornando atributo próprio e único do Estado. 5 (http://www.ocafezinho.com/2016/04/18/o-brasil-agora-e-de-temer/) 3. Formas de Legitimação da dominação Outra teoria weberiana facilmente empregada na atualidade é a classificação dos tipos de autoridade em 3, a Tradicional que se atribui a alguém por tradição ou costume seja cultural ou ritual dentro de uma sociedade, por exemplo a autoridade de um padre ou na época da monarquia a autoridade de um rei que era hereditária, por vezes uma mesma pessoa poderia ser classificada com dois tipos de autoridade, utilizando do mesmo exemplo, um padre como hoje temos o Papa Francisco detentor de uma autoridade tradicional exercida por seu cargo e de um enorme carisma atribuído a ele por seus seguidores, assim assume se a definição de autoridade carismática por Weber conferida a pessoa ou entidade que cativa seus seguidores de forma a fazê-los obedecer puramente baseado no respeito e consideração por tal pessoa digna de tê-los conquistados. A terceira classificação de autoridade por Weber é a Racional-Legal que tem por principal meio de obtenção a burocracia, ou seja, essa autoridade é comumente conferida aos servidores do Estado, algumas não nos simpatizamos com eles por vários motivos, mas mesmo assim lhe atribuímos poder por serem representantes do Estado em determinada função. Continuando no meio político e utilizando um pouco de sarcasmo mas também com o objetivo de alertar e conscientizar sobre a perpetuação da oligarquia da família Sarney no estado do Maranhão prestes a se tornar uma autoridade tradicional devido aos consecutivos anos à frente do poder no estado e à aparente hereditariedade "legal" presente na renovação do poder mas de tamanha estranheza por não se associar a uma autoridade Carismática o que tornaria mais aceitável a situação, também não se associa à autoridade Racional-Legal que por meios legais e comumente usados atribui poder ao cidadão por meio de votos ou aprovação em 6 concurso público, já na família Sarney algumas vezes pode aparecer por simplesmente ser um membro dela o que caracteriza o chamado nepotismo, mas o mais estranho é tanta gente não saber, os meios de comunicação não relatarem e o país parecer alheio à situação. 4. Viver “da” e “para” a política Um dos temas centrais das reflexões de Weber era a distinção entre viver da política e viver para a política. Essa diferença define-se em indivíduos que fazem da política sua fonte de arrecadação de renda pessoal, que apenas trabalha nela com o intuito de obter dinheiro para sustento próprio ou familiar sem responsabilidades pessoais com a política em si, já quem vive para a política faz dela seu propósito de vida, visa seu crescimento e desenvolvimento nela e dela, tem compromisso direto com a política, por tanto, é fácil perceber a ausência de políticos com essas características hoje em dia, e ao abrir o jornal e ler as notícias está cada dia mais claro e visível pelos escândalo apresentados relacionados à corrupção diariamente, ou seja, as pessoas que possuem papel importantíssimo em nossa sociedade estão se vendendo exatamente por não terem sua vida voltada para a evolução política e sim para o enriquecimentopessoal o que Weber define bem. 5. Ética da responsabilidade e da finalidade Weber discorre sobre a relação de ética com a política e nos mostra basicamente duas orientações, sendo a ética pela finalidade e ética pela responsabilidade. A primeira que é citada no texto trata sobre a ética pela finalidade, onde ele exemplifica o cristão que deve cumprir o que deve pelos mandamentos da sua religião e deixar os resultados para deus, visando atitudes que levem ao fim desejado (atitudes exemplares). Quanto a ética da responsabilidade que trata a responsabilização pelos nossos atos e que mesmo um pequeno avanço, é um avanço. No nosso cenário político, isso é bem perceptível quando vemos os governantes usarem da premissa de fazer tudo aos poucos e sempre atribuindo o mérito a si, para quem sabe, garantir o próximo mandato e continuar no poder. Atitude essa que, em partes, estaria dentro da ética de responsabilidade, porém, mal usada. Cita ainda que o político vocacionado deve fazer uso em uníssono das duas éticas para alcançar os objetivos. 6. Atributos do político vocacionado Deveria ser um consenso em achar que políticos de vocação deveriam ter alguns atributos que faltam na maioria dos nossos governantes. 7 Atributos esses, também elencados por weber e seu texto onde começa pela paixão pela sua tarefa, o sentimento de responsabilidade que faria a atividade política falhar sem ela e o senso de proporção que visaria saber a hora certa de exercer ações severas ou não, onde a política se faz usando a cabeça e não as demais áreas do corpo. (WEBER, Max, 1993). 8 7. Conclusão Vimos que as teorias decorridas por Weber se encaixam quase que perfeitamente com o cenário que o Brasil passa hoje. Claro que precisamos de mais diálogo e questionamentos para podermos chegar a uma conclusão clara, mas, de acordo com o que estudamos, os ensinamentos de Max Weber continuam bastante atuais na conjuntura política. Pelo menos na brasileira. 9 8. Referências Bibliográficas WEBER, Max. “A P olítica como vocação”. Em Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Ed. Cultrix, 1993, p. 55-69;104-124; http://www.ocafezinho.com/2016/04/18/o-brasil-agora-e-de-temer/ (acesso em 03/06/17); https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/332941642/temer-entre-a-etica-e-a-cordialidade- das-oligarquias-corruptas (acesso em 03/06/17); http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/08/12/el-pais-cita-weber-e-maquiavel-para-explicar- impeachment/ (acesso em 04/06/17).
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