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Anafilaxia amendoim

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FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS
ESTUDO DE CASO CLÍNICO DE IMUNOLOGIA MÉDICA
 CASO CLÍNICO 1 - GRUPO 1
ANAFILAXIA SISTÊMICA AGUDA
Matheus Soares era saudável até os 22 meses de idade, quando apresentou inchaço dos lábios enquanto comia biscoitos com manteiga de amendoim. Os sintomas desapareceram em uma hora. Um mês depois, ao comer o mesmo tipo de biscoito, começou a vomitar, ficou rouco, teve dificuldade de respirar, apresentava chiado e seu rosto estava inchado. Ele foi levado imediatamente para a emergência do hospital infantil, mas no caminho tornou-se apático e perdeu a consciência.
Na chegada ao hospital, a pressão sanguínea estava extremamente baixa, 40/10 mmHg (normal: 90/65 mmHg). Seu pulso estava em 185 batimentos/min. (normal: 80-130 batimentos/min.) e a taxa respiratória era 76/min. (normal: 20/min.). Sua respiração era difícil e foi diagnosticada uma reação anafilática. Matheus recebeu, imediatamente, uma injeção subcutânea de 0,15 mL de epinefrina a uma concentração de 1:1000 (adrenalina). Uma solução fisiológica salina intravenosa (0,15 M) foi iniciada a uma taxa de 20 mL/kg de peso por hora. Também foram administrados intravenosamente 25 mg do anti-histamínico Benadryl (hidrocloreto de difenidramina) e 25 mg do corticosteróide anti-inflamatório (metilpredinosolona). Uma amostra de sangue foi obtida para verificar a presença de histamina e tripsinase.
Dentro de minutos após a injeção de epinefrina, o estado de Matheus melhorou. O chiado diminuiu e sua respiração tornou-se menos forçada. Sua pressão sanguínea subiu para 60/30 mmHg, o pulso diminuiu para 145 batimentos/min., e sua respiração, para 61/min. Trinta minutos depois, o chiado e o inchaço pioraram novamente e sua pressão sanguínea caiu para 40/20 mmHg, o pulso subiu para 170 batimentos por min. e a taxa respiratória, para 70/min.
Matheus recebeu outra injeção de epinefrina e recebeu para inalar 0,15 mL de albuterol (um agente (2-adrenérgico) em aerossol (uma solução de 5mg/mL) em 2 mL de solução salina. Este tratamento foi repetido mais uma vez, trinta minutos depois. Uma hora mais tarde, a criança estava completamente responsiva, sua pressão sanguínea estava 70/50mmHg, o pulso era 116 batimentos/min. e a taxa respiratória caiu para 46/min. Uma injeção de Susfrina (uma epinefrina de ação duradoura) foi administrada e a criança permaneceu no hospital para observação.
O tratamento com Benadryl (25 mg) e metilpredinosolona (1 mg/Kg peso) intravenosa a cada 6 horas foi continuado por 24 horas, tempo durante o qual o inchaço da face desapareceu e a pressão, a taxa respiratória e o pulso voltaram ao normal. Seu chiado cessou e, à ausculta, o peito estava limpo.
A medicação de Matheus foi interrompida e ele foi observado por mais 12 horas. Ele permaneceu bem e recebeu alta. Seus pais foram instruídos a não dar alimentos contendo qualquer forma de amendoim e comprometeram-se a levar o menino a uma clínica de alergia para mais testes em poucos dias.
Quando Matheus foi levado por seus pais à clínica de alergia, uma enfermeira realizou vários testes cutâneos em seu braço com agulha plástica contendo antígeno de amendoim. Matheus também foi testado com antígeno de castanha, ovos, leite, milho e trigo. Dentro de 5 min. Matheus desenvolveu um inchaço de 10 x 12 mm de tamanho, circundado por uma área vermelha de 25 x 30 mm, no local da aplicação do antígeno de amendoim. Nenhuma reação foi observada para outros antígenos. O teste ImmunoCAP foi realizado com uma amostra de sangue para verificar a presença de IgE para antígenos de amendoim. Seu resultado foi positivo.
Questões:
1 – Por que Matheus ficou rouco e apresentou chiado?
2 – Quais seriam as suas recomendações aos pais de Matheus?
3 – Por que Matheus foi tratado primeiramente com epinefrina na sala de emergência? Como a epinefrina atua?
4 – Por que se realizou teste para histamina e triptase no sangue de Matheus?
5 – Por que o teste cutâneo para amendoim não foi feito imediatamente após a recuperação de Matheus no hospital, mas sim em uma visita posterior?

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