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Popupança, Ivestimento e Crescimento de Longo Prazo Introdução a Economia Ana Carolina Zoghbi (UnB) 1 Definições Básicas • Quais fatores afetam o Crescimento de Longo Prazo? • Duas variáveis são importantes – Poupança – Investimento 2 Definições Básicas • Poupança é o montante de recursos não consumidos em determinado período, para serem consumidos em um período posterior. • Investimento é o montante de recursos aplicado na aquisição de capital físico ou humano, ou na produção de conhecimento, com o intuito de promover a produção de bens e serviços, ou seja, aumentar a capacidade produtiva. 3 Poupança e Investimento • Para aumentar a produção de bens e serviços devem ser realizados investimentos em diversas áreas. Por exemplo: – Produção de bens de capital – Produção de capital humano – Investimento em pesquisa científica e tecnológica. 4 Poupança e Investimento • Para financiar esse investimento, a sociedade deve poupar, i.e. abdicar de consumo presente. • Portanto, são necessárias políticas de estímulo à poupança para financiar esse investimento (e.g. redução do IR sobre rendimentos da poupança ), que levará ao crescimento e aumento do padrão de vida das pessoas. 5 Poupança e Investimento nas Contas Nacionais • Contas Nacinais: calcular o desempenho do país. – Como calcular o produto do país • Paritndo do PIB a valores de mercado – Produto interno bruto à preços de mercado (inclui impostos e subsídios) 6 Poupança e Investimento nas Contas Nacionais • 𝑌𝑌 = 𝐶𝐶 + 𝐼𝐼 + 𝐺𝐺 + 𝐸𝐸𝐸𝐸 (1) • Y=PIB (renda ou despesa total) • C=consumo • I=investimento privado • G= Despesas do Governo • EL=X-M (ou exportações líquidas) 7 Poupança e Investimento nas Contas Nacionais • Supondo uma Economia Fechada (para simplificar), então EL=0. • A expressão do PIB nesse caso será • 𝑌𝑌 = 𝐶𝐶 + 𝐼𝐼 + 𝐺𝐺 (2) • Isolando I • 𝑌𝑌 − 𝐶𝐶 − 𝐺𝐺 = 𝐼𝐼 (3) 8 Poupança e Investimento nas Contas Nacionais • Além disso, sabemos que • 𝑌𝑌 − 𝐶𝐶 − 𝐺𝐺 = 𝑆𝑆 (4) • Isto é, na economia fechada, tudo que não é consumido pelas famílias ou gasto pelo setor público, é poupado. • Assim temos que • 𝑆𝑆 = 𝐼𝐼 (5) • Isto é, a poupança é igual ao investimento. 9 Poupança e Investimento nas Contas Nacionais • Seja T o montante líquido arrecadado de impostos. • Somando o montante de arrecadação líquida T em (4) temos • 𝑌𝑌 − 𝐶𝐶 − 𝐺𝐺 + 𝑇𝑇 = 𝐼𝐼+ 𝑇𝑇 (6) • 𝑌𝑌 − 𝑇𝑇 − 𝐶𝐶 + (𝑇𝑇 − 𝐺𝐺) = 𝐼𝐼 (7) • 𝑌𝑌 − 𝑇𝑇 − 𝐶𝐶 + (𝑇𝑇 − 𝐺𝐺) = 𝑆𝑆 (8) 10 Poupança e Investimento nas Contas Nacionais • Dado • 𝑌𝑌 − 𝑇𝑇 − 𝐶𝐶 = 𝑆𝑆𝑃𝑃 (poupança privada) e • 𝑇𝑇 − 𝐺𝐺 = 𝑆𝑆𝐺𝐺 (poupança pública) • Então, • 𝑆𝑆 = 𝑆𝑆𝑃𝑃 + 𝑆𝑆𝐺𝐺 • Essa igualdade vale para economia fechada 11 Poupança e Investimento nas Contas Nacionais • Se • 𝑇𝑇 >G temos superávit, e a poupança pública é positiva. • 𝑇𝑇 <G temos déficit, e a poupança pública é negativa. 12 Poupança, Investimento e Crescimento Econômico • Em termos macroeconômicos, investimento refere-se ao aumento da capacidade produtiva. • Poupança, Investimento e Crescimento Econômico estão fortemente correlacionados. 13 Poupança, Investimento e Crescimento Econômico 14 Poupança, Investimento e Crescimento Econômico 15 Poupança, Investimento e Crescimento Econômico 16 Produtividade: seu papel e seus determinantes • Heterogeneidade do Crescimento entre Países • Diferença em termos de padrão de vida • Produtividade – Países com trabalhadores mais produtivos, ou seja, que tem maior capacidade de produzir bens e serviços apresentam um padrão de vida superior do que aqueles países com trabalhadores menos produtivos. 17 Produtividade: seu papel e seus determinantes • Razão entre o Produto Interno Bruto (PIB) pelo número de trabalhadores • Não adianta aumentar o número de trabalhadores se não aumentar a produtividade desses trabalhadores. (Crescimento de Longo Prazo) 18 Produtividade: seu papel e seus determinantes • Brasil - 2015: – Caiu 3% entre 2014 e 2015. – Segunda maior queda entre países da América Latina – Venezuela caiu 7,6% – Dos 129 países analisados, somente 14 tiveram recuo. – A produtividade do Brasil representa ¼ das dos EUA 19 Produtividade: seu papel e seus determinantes • Avanço da produtividade entre 2000 -2015: – Brasil: 9,5% – Chile: 19,8% – Colômbia: 18,9% – Peru: 36,8% – México: 3,3% 20 Produtividade: seu papel e seus determinantes • Se a produtividade resulta em um maior crescimento, o que aumenta a produtividade? – Capital físico – Capital humano – Recursos naturais – Conhecimento tecnológico 21 Capital físico (ou somente capital) • O capital físico é o estoque de equipamentos e estruturas usadas para produzir bens e serviços. • Uma quantidade maior de ferramentas, por exemplo, permitirá ao trabalhador produzir mais em um menor período de tempo. Equipamentos mais modernos e precisos também auxiliarão na atividade produtiva. 22 Capital humano • O capital humano designa conhecimentos e habilidades adquiridos por meio da Educação, treinamento e experiência. • Inclui habilidades adquiridas desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, programas de treinamento, pós-graduação, etc. 23 Recursos Naturais • São os insumos proporcionados pela natureza, como terra, rios e depósitos minerais, florestas e mares. • Podem ser renováveis ou não renováveis. – Florestas são renováveis. – Petróleo, carvão e minérios são não-renováveis (podem se esgotar). 24 Conhecimento Tecnológico • Se refere a maneira de produzir bens e serviços. • Há 80 anos metade da população no Brasil vivia na área rural e trabalhava na terra para produzir alimentos. Hoje, com os avanços tecnológicos, só uma pequena parcela da população precisa trabalhar na terra para produzir alimentos para todo o resto. 25 Conhecimento Tecnológico x Capital Humano • O primeiro se refere ao conhecimento de métodos, procedimentos e técnicas disponíveis para a produção. • O segundo se refere ao tempo e insumos gastos ensinando a utilização desses métodos, técnicas e procedimentos aos trabalhadores. • Exemplo: pense em um software que permite a realização de projetos de construção civil, mas ninguém que saiba utilizá-lo. 26 A função de produção • Matematicamente pode ser representada por • 𝑌𝑌 = 𝐴𝐴𝐴𝐴 𝐸𝐸,𝐾𝐾,𝐻𝐻,𝑁𝑁 • Em que • 𝑌𝑌 é o produto. • 𝐸𝐸 é a quantidade de trabalho. • 𝐾𝐾 é a quantidade de capital. 27 A função de produção • 𝐻𝐻 é a quantidade de capital humano. • 𝑁𝑁 é quantidade de recursos naturais. • 𝐴𝐴(∙) é uma função que mostra como os insumos são combinados para produzir o produto 𝑌𝑌. • 𝐴𝐴 é uma variável que representa a tecnologia produtiva disponível, que aumenta conforme há melhoria tecnológica. 28 A função de produção • Podemos obter a produtividade em função do capital, capital humano e recursos naturais por trabalhador • 𝑌𝑌 𝐿𝐿 = 𝐴𝐴𝐴𝐴 1, 𝐾𝐾 𝐿𝐿 , 𝐻𝐻 𝐿𝐿 , 𝑁𝑁 𝐿𝐿 ⇒ 𝑦𝑦 = 𝑓𝑓(𝑘𝑘,ℎ,𝑛𝑛) 29 Crescimento econômico e Políticas Públicas • O que políticas governamentais podem fazer para aumentar a produtividade e os padrões de vida? • As principais políticas buscam influenciar: – Poupança e o Investimento– Investimento Estrangeiro – Capital Físico – Capital humano – Conhecimento Tecnológico 30 Poupança e Investimento • Para aumentar a produção de bens e serviços devem ser realizados investimentos em diversas áreas. – Produção de bens de capital – Produção de capital humano – Investimento em pesquisa científica e tecnológica. 31 Poupança e Investimento • Para financiar esse investimento, a sociedade deve poupar, i.e. abdicar de consumo presente. • Portanto, são necessárias políticas de estímulo à poupança para financiar esse investimento (e.g. redução do IR sobre rendimentos da poupança ), que levará ao crescimento e aumento do padrão de vida das pessoas. 32 Investimento Estrangeiro • Outra maneira de investir em capital novo (além da poupança doméstica) é recorrer ao investimento estrangeiro (ou poupança externa). • Investimentos realizados por firmas de países estrangeiros é denominado “Investimento estrangeiro direto”. 33 Investimento Estrangeiro • O investidor estrangeiro que compra ações de empresas locais realiza “investimento estrangeiro de portfólio”. • Nos dois casos (direto e de portfolio) o estoque de capital do país aumenta, mas uma parcela dos ganhos de renda são repatriados na forma de Lucros e dividendos das ações. 34 Investimento Estrangeiro • Investimento estrangeiro implica maior produtividade e maiores salários. • Pode propiciar a países pobres aprendizado de novas tecnologias. • É necessário incentivar investimentos estrangeiro. • O ambiente precisa ser favorável para estes investimentos. – Facilitar a remessa de lucro 35 Investimento Estrangeiro • Políticas de promoção do Investimento Estrangeiro podem contribuir para o aumento da renda e podem ser incentivadas ao se removerem barreiras tarifárias e institucionais. 36 Estabilidade Política e Funcionamento das Instituições • Estabilidade política • Respeitos aos contratos • Direito de propriedade • Direitos humanos • Boas leis • Um sistema eficiente que consiga aplicá-las 37 Apresentador Notas de apresentação null Sistema Financeiro • Normalmente essa operação de contratação de crédito ocorre por meio do “sistema financeiro”. • Sistema Financeiro: é composto por instituições que ajudam a promover o encontro de pessoas que poupam com aquelas que investem. 38 Poupança e crescimento • Países que poupam grande parte de seus PIBs têm mais recursos para investir em capital, o que aumenta a produtividade e o padrão de vida no futuro. 39 Perguntas principais • Como a economia coordena poupança e investimento? • O que reúne poupadores e investidores? • O que garante a oferta de fundos daqueles que querem poupar seja igual a demanda daqueles que querem investir? 40 Instituições Financeiras • Ao usar o sistema financeiro, poupadores têm a expectativa de receber juros em uma data futura. • Tomadores têm consciência que devem pagar juros, esperando lucros e benefícios futuros de seus investimentos. 41 O mercado de Fundos Disponíveis para Empréstimos (visão clássica) • Hipóteses para uma análise simplificada: – Supõe-se que haja apenas um mercado de fundos disponíveis para empréstimos. – Poupadores vão ao mercado para depositar suas poupanças e tomadores para obter crédito. – Supõe-se também que haja somente uma taxa de juros que representa o retorno da poupança e o custo do empréstimo. • Vejamos a oferta e a demanda por fundos. 42 Oferta e demanda de fundos para empréstimos • A taxa de juros é o preço do empréstimo. • Se a taxa de juros sobe, o empréstimo fica mais caro e a demanda por fundos (p/ investimento) cai. • Se a taxa de juros é baixa, o empréstimo é mais barato e a demanda por fundos para investimento aumenta. 43 Oferta e demanda de fundos para empréstimos • Por outro lado... • Taxas de juros elevadas incentivam a poupança aumentando a oferta de recursos emprestáveis. • Taxa de juros baixas reduzem o incentivo à poupança. • O equilíbrio entre oferta e demanda por fundos se dá pelo ajuste da taxa de juros real (que elimina excessos de demanda e oferta). 44 Oferta e demanda de fundos para empréstimos 45 Efeitos de Políticas • Veremos os efeitos de 3 políticas: • 1) política de incentivos à poupança • 2) política de incentivos ao investimento. • 3) Déficits e Superávits orçamentários do Governo. 46 Política 1: Incentivos à poupança • Uma possível política de incentivo à poupança consiste em dar um tratamento tributário diferenciado aos poupadores, reduzindo a alíquota de IR sobre rendimentos. 47 Política 1: Incentivos à poupança Reduzindo o IR sobre rendimentos da poupança 48 Política 1: Incentivos à poupança Reduzindo o IR sobre rendimentos da poupança • Essa oferta maior de fundos cria um excesso de oferta. • Para absorver esse excesso de oferta os demandantes exigem juros menor sobre os fundos emprestáveis. • A taxa de juros se reduzirá até que a oferta e a demanda por fundos se igualem, sem excesso de oferta, e a um nível de empréstimos maior. 49 Política 2: Incentivos ao Investimento • Uma possível política de incentivos ao investimento consiste em dar uma vantagem tributária para qualquer empresa que construa uma nova fábrica ou compre equipamento novo. • Tal política, na prática, aumentaria a demanda por fundos para investimento para cada taxa de juros, mas não afeta a curva de oferta de fundos. 50 Política 2: Incentivos ao Investimento 51 Política 2: Incentivos ao Investimento • Após o incentivo tributário, à taxa de juros vigente, haveria excesso de demanda por fundos. • Só com o aumento da taxa de juros é que a demanda e ofertas se equilibram, em 6%, e com uma quantidade de empréstimos maior, R$1.400 bilhões. 52 Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo • 𝑌𝑌 − 𝑇𝑇 − 𝐶𝐶 + (𝑇𝑇 − 𝐺𝐺) = 𝑆𝑆 • Lembre-se que o déficit ocorre quando G>T. • O financiamento dos déficits se dá por meio de venda de títulos públicos. O Governo contrai, portanto, dívida pública. • Superávit ocorre quando T>G. • Se T=G diz-se que o orçamento é equilibrado. 53 Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo • Um déficit reduz a poupança pública, que será negativa. • Isso reduz a poupança nacional e a oferta de fundos p/ empréstimos. • A curva de oferta se desloca para a esquerda, aumentando a taxa de juros, tornando mais caro o investimento. 54 Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo • Exemplo: Considere que à taxa de juros inicial haverá excesso de demanda, só equilibrado via aumento da taxa de juros de 5% para 6%. O montante emprestado para investimento se reduz de R$1.200 bilhões para R$800 bilhões. • Essa queda do investimento em virtude de um déficit público é chamada “Efeito deslocamento” ou “crowding-out”. 55 Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo • Portanto, déficits orçamentários causam redução da poupança nacional, aumento na taxa de juros e queda do Investimento, reduzindo a taxa de crescimento da renda per capita. 56 Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo • Superávits têm efeito oposto. Aumentam a poupança do governo e a poupança total. • Com mais fundos ofertados à mesma taxa de juros, haverá excesso de oferta de fundos, e a taxa de juros deverá baixar para que a oferta se iguale a demanda. 57 Popupança, Ivestimento e Crescimentode Longo Prazo Definições Básicas Definições Básicas Poupança e Investimento Poupança e Investimento Poupança e Investimento nas Contas Nacionais Poupança e Investimento nas Contas Nacionais Poupança e Investimento nas Contas Nacionais Poupança e Investimento nas Contas Nacionais Poupança e Investimento nas Contas Nacionais Poupança e Investimento nas Contas Nacionais Poupança e Investimento nas Contas Nacionais Poupança, Investimento e Crescimento Econômico Poupança, Investimento e Crescimento Econômico Poupança, Investimento e Crescimento Econômico Poupança, Investimento e Crescimento Econômico Produtividade: seu papel e seus determinantes Produtividade: seu papel e seus determinantes Produtividade: seu papel e seus determinantes Produtividade: seu papel e seus determinantes Produtividade: seu papel e seus determinantes Capital físico (ou somente capital) Capital humano Recursos Naturais Conhecimento Tecnológico Conhecimento Tecnológico x Capital Humano A função de produção A função de produção A função de produção Crescimento econômico e Políticas Públicas Poupança e Investimento Poupança e Investimento Investimento Estrangeiro Investimento Estrangeiro Investimento Estrangeiro Investimento Estrangeiro Estabilidade Política e Funcionamento das Instituições Sistema Financeiro Poupança e crescimento Perguntas principais Instituições Financeiras O mercado de Fundos Disponíveis para Empréstimos (visão clássica) Oferta e demanda de fundos para empréstimos Oferta e demanda de fundos para empréstimos Oferta e demanda de fundos para empréstimos Efeitos de Políticas Política 1: Incentivos à poupança Política 1: Incentivos à poupança�Reduzindo o IR sobre rendimentos da poupança Política 1: Incentivos à poupança�Reduzindo o IR sobre rendimentos da poupança Política 2: Incentivos ao Investimento Política 2: Incentivos ao Investimento Política 2: Incentivos ao Investimento Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo Política 3: Déficits e Superávits Orçamentários do Governo
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