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Filo Nematoda • São pseudocelomados (ou blastocelomados) → blastocele persiste na forma adulta e mesoderma não reveste os órgãos internos • Triploblásticos (3 folhetos embrionários) • Simetria bilateral • Vermiformes, com corpo cilíndrico (“roundworms”) • Não-segmentados • Cerca de 2.500 spp. conhecidas (nº total de spp. estimado em mais de 1 milhão), incluindo formas de vida livre e parasitas (de animais e plantas) • Estão entre os animais + abundantes do planeta (estima-se que representem 80% de todos os metazoa) • As formas de vida livre estão presentes em praticamente todos os ecossistemas (terrestres, marinhos e de água doce), do equador aos pólos • As formas parasitas incluem mais da metade das spp. conhecidas • A maioria é microscópica, mas algumas formas parasitas atingem grande tamanho (uma espécie parasita de baleias atinge mais de 8 m) • Corpo revestido por uma cutícula bem desenvolvida, em camadas; conforme o animal cresce, são realizadas mudas ou ecdises (i.e. a cutícula é trocada) • Parede do corpo possui apenas músculos longitudinais (sem músculos circulares) • Trato digestivo completo (boca → esôfago → intestino → reto → ânus) • Sem sistemas circulatório e respiratório (trocas gasosas ocorrem por difusão pela superfície do corpo) • Sistema excretor formado por tubos condutores em “H” • A cavidade do corpo (pseudoceloma) é preenchida por líquido e funciona como esqueleto hidrostático, além da distribuição de nutrientes e recolhimento de excretas • Órgãos sensoriais - papilas e cerdas – receptores táteis - órgãos quimiorreceptores – anfídios (extremidade anterior) e fasmídios (extremidade posterior) • Sistema nervoso parcialmente centralizado, com anel nervoso ao redor do esôfago e vários gânglios associados, de onde partem os cordões nervosos • Possuem hábitos alimentares diversos, o que se reflete na grande variedade da anatomia bucal • Reprodução - Maioria é dióica (hermafroditismo é raro), com dimorfismo sexual (machos são menores que as fêmeas e possuem a cauda curvada p/ dentro) - Machos possuem espinhos copulatórios (espículos) - Fecundação interna - Espermatozóides amebóides (sem flagelo) - Maioria é ovípara; desenvolvimento tipicamente direto (embora o termo “larva” seja amplamente usado p/ os estágios juvenis, ele não é adequado) - As fêmeas de algumas spp. parasitas podem produzir milhares de ovos por dia • Muitos nematódeos podem suspender os processos vitais quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis e encistar, numa forma capaz de sobreviver a condições extremas e depois voltar à "vida" quando as condições voltam a ser favoráveis. Principais espécies parasitas do homem: –Ascaris lumbricoides (lombrigas), –Necator americanus e Ancylostoma duodenale (ancilóstomos) –Enterobius vermicularis (oxiúros), –Wuchereria bancrofti (filárias) –Strongyloides stercoralis –Trichinella spiralis –Trichuris trichiura • Ascaris lumbricoides (Lombrigas) –Ascaridíase – mais de 1,2 bilhões de pessoas infectadas no mundo (é a mais comum das verminoses humanas). –Estão entre os maiores nematódeos parasitas do homem (machos com 15-30 cm e fêmeas com 20-35 cm). –Uma fêmea pode pôr cerca de 200.000 ovos por dia. - Boca com três lábios bem desenvolvidos, um dorsal e dois ventrais. –A infecção ocorre com a ingestão dos ovos (junto com alimentos ou água contaminados ou contato de mãos sujas de terra com a boca). –Os ovos eclodem no intestino delgado e os jovens perfuram a parede intestinal e caem na corrente sanguínea, sendo transportados para o fígado e depois o coração, e daí para os pulmões. –Caso a infecção dos pulmões seja muito severa, uma séria pneumonia pode ocorrer nessa fase. –Dos pulmões eles sobem para a traquéia e daí para a faringe, sendo engolidos (às vezes são expectorados e expelidos pela boca). –Ao chegar ao intestino, tornam-se adultos e passam a copular e liberar ovos. –Ovos são liberados nas fezes do hospedeiro; o ciclo prossegue com a deposição dos ovos no solo. –Os ovos são bastantes resistentes a condições adversas e podem permanecer viáveis no solo por meses ou anos. Ciclo da ascaridíase –Adultos se alimentam do conteúdo intestinal, em geral sem causar muitos problemas, mas podem ocorrer dores abdominais e reações alérgicas. –Infecções muito intensas podem causar problemas mais graves como: •Desnutrição •bloqueio do intestino por “novelos” de vermes •migração de adultos para fora do intestino com invasão de outros órgãos, causando hemorragias e infecções (pancreatite, peritonite, etc). •Necator americanus e Ancylostoma duodenale (ancilóstomos) –Causam a ancilostomíase ou amarelão. –Comprimento até 1 cm nos machos e 1,5 cm nas fêmeas. –Área bucal com estruturas similares a dentes ou lâminas, para se fixar na mucosa intestinal. –Os adultos alimentam-se da mucosa intestinal e de sangue, causando hemorragia e necrose de tecidos. –As infecções severas podem causar anemia e, em crianças, deficiências mentais e de crescimento. Necator americanus (espécie + comum no Brasil) –As formas juvenis eclodem dos ovos no solo, onde se alimentam de bactérias. –Ao sofrerem a 2ª muda, tornam-se formas infectantes, que penetram ativamente no corpo humano quando a pele entra em contato com o solo infectado. –Ao penetrarem no corpo, os juvenis invadem o sistema circulatório, passam pelos pulmões, daí para a faringe e chegam ao intestino, onde tornam-se adultos. Ciclo do amarelão • Wuchereria bancrofti e formas afins (filárias) –Causam as filarioses linfáticas. –Nos países tropicais, aproximadamente 120 milhões de pessoas estão infectadas com as filárias. –Fêmeas da W. bancrofti chegam a 3 cm. –Os adultos vivem no sistema linfático dos seres humanos. –Os sintomas da filariose estão associados à inflamação e obstrução deste sistema –Nos casos severos podem surgir as dramáticas manifestações da elefantíase → acúmulo de fluido nos tecidos leva a uma inchação excessiva das partes afetadas, tais como pernas, braços, escroto e seios. –As fêmeas vivíparas liberam pequenas formas jovens chamadas microfilárias, nos sistemas circulatório e linfático do hospedeiro. –Mosquitos (principalmente Culex), ao sugarem o sangue das pessoas infectadas, ingerem as microfilárias. –Estas se desenvolvem no vetor até atingirem a fase infectante. –Quando o mosquito pica outra pessoa, as microfilárias entram na corrente sanguínea e de lá passam aos vasos linfáticos, onde maturam. Ciclo da filariose • Enterobius vermicularis (oxiúros) –São parasitas do intestino humano, ocorrendo no ceco (primeira parte do intestino grosso) e no apêndice. –O macho mede de 3 a 5 mm e a fêmea de 8 a 12 mm de comprimento. –Causam a enterobiose; única verminose ainda comum em países desenvolvidos (afeta principalmente crianças). –Sintomas incluem náuseas, vômitos e dores abdominais pouco intensas. –O sintoma mais característico é o prurido (coceira) anal, às vezes intolerável, que leva o paciente a coçar-se constantemente. –Esse prurido é causado pela movimentação das fêmeas que, durante a noite, migram para a região anal do hospedeiro para efetuar a postura (até 10.000 ovos). –Ao se coçar, o hospedeiro contamina as mãos e, eventualmente, roupas e outrosobjetos. –Os ovos se desenvolvem rapidamente, tornando-se infectantes em cerca de apenas seis horas. –Após serem engolidos, os ovos eclodem no duodeno, liberando juvenis. Ciclo do Enterobius vermicularis • Strongyloides stercoralis –As fêmeas desta espécie são parasitas, geralmente, do duodeno e da porção superior do jejuno dos seres humanos. –Essa parasitose é denominada estrongiloidíase. –A fêmea parasita (partenogenética) mede cerca de 2,5 mm de comprimento. – O ciclo de vida do S. stercoralis é complexo, envolvendo tanto gerações parasitas (unisexuadas) quanto de vida livre (bissexuadas). – As fêmeas parasitas produzem, por partenogênese, ovos que eclodem no intestino, liberando formas juvenis de vida livre com as fezes do hospedeiro. – No solo, os juvenis se alimentam, crescem e transformam-se nas formas infectantes, capazes de atravessar a pele e invadir o organismo. – Estas penetram ativamente na pele do hospedeiro humano e são levadas pelo sangue até o coração, daí ao pulmão e depois sobem até a faringe e são deglutidas; ao chegar no intestino delgado, maturam originando novas fêmeas partenogenéticas. – Sob certas condições ambientais, os juvenis de vida livre sofrem uma muda e se transformam em adultos de vida livre, masculinos ou femininos. – Estes irão copular e liberar ovos no solo, dos quais nascerão formas juvenis de vida livre que depois se tornarão formas infectantes. –No intestino, alguns juvenis recém-eclodidos podem se desenvolver em formas infectantes que, ao chegar na região perianal, penetram na mucosa e caem na corrente sanguínea → autoinfecção (torna a parasitose mais persistente e duradoura) Ciclo da estrongiloidíase –Os sintomas da estrongiloidíase podem ser: (1) cutâneos - penetração das larvas infectantes, podem produzir lesões na pele. (2) broncopulmonares - em geral, são discretos; em casos graves, pode ocorrer broncopneumonia, com febre, expectoração e dor torácica. (3) gastrointestinais - são os mais importantes, e bastante variados, incluindo náuseas e vômitos, cólicas intestinais, diarréia e anemia; em casos severos pode ocorrer a morte do doente. Trichinella spiralis -Causa a triquinose -Juvenis encistados são ingeridos na carne de porco mal cozida -No intestino, maturam e acasalam-se; os ovos eclodem e os juvenis são carregados pelo sangue até chegarem às fibras musculares, onde encistam-se. • Sintomas só se manifestam quando há muitas dezenas de “larvas” encistadas - Incluem dor muscular, edemas, febre, etc. - Na fase de maturação, no intestino, pode ocorrer náuseas, vômitos e diarréia Fibras musculares com Trichinella encistadas Outros parasitoses humanas causadas por nematódeos: • Oncocercose (Onchocerca volvulus) – “cegueira dos rios”; microfilárias transmitidas por mosquitos • Tricuríase (Trichuris trichiura) • Larva migrans – “bicho geográfico”; causa irritação cutânea • Muitas spp. parasitam animais domésticos e de criação (cavalos, gado, porcos, peixes, etc.) • Alguns nematódeos parasitas de plantas podem causar sérios prejuízos p/ agricultura Nematódeos tb podem ser “benéficos”: - ciclagem de nutrientes (incluindo nitrogênio) - algumas spp. são predadoras de outros nematódeos, incluindo parasitas de plantas → controle biológico - servem de alimento a diversos outros organismos do solo, incluindo artrópodes e outros nematódeos - podem servir como indicadores da qualidade dos solos - uma espécie de vida livre, Caenorhabditis elegans, é considerada um organismo modelo para estudos laboratoriais Filo Rotifera •São pseudocelomados •Triploblásticos (3 folhetos embrionários) •Simetria bilateral •Não-segmentados •Formas corporais variadas; em geral não-vermiformes •Cerca de 1.800 spp. •Microscópicos (em geral < 1 mm) •Maioria é de água doce; tb há espécies marinhas e terrestres (solos úmidos) •Há espécies móveis e sésseis • Corpo dividido em cabeça, tronco e pé • Possuem uma estrutura cefálica ciliada, a corona ou coroa (serve p/ alimentação e locomoção) • Trato digestivo completo; faringe modificada p/ triturar alimentos (mastax) • Sistema nervoso c/ gânglio cerebral anterior e cordões nervosos • Sem sistemas circulatório e respiratório; sistema excretor formado por protonefrídios • Reprodução pode ser sexuada ou assexuada (predominante), por partenogênese; ovíparos; geralmente c/ desenvolvimento direto • Muito importantes nas cadeias alimentares aquáticas → principal componente do zooplâncton de lagos; constituem uma rica fonte de energia p/ larvas de peixe e outros animais (utilizados como alimento em criações de peixes) • Algumas spp. detritívoras contribuem com a ciclagem de nutrientes e até com a depuração de ambientes c/ poluição orgânica • Podem servir como bioindicadores
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