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Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 1 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Farmacoterapia nas doenças vasculares periféricas Marcelo Araújo O tratamento conservador das doenças do sistema circulatório depende em grande parte da mudança de hábitos de vida, alimentação e prática de atividade física adequada, correção de fatores de risco e de condições desencadeantes e tratamento farmacológico de doenças associadas. Por outro lado, a utilização de drogas com a finalidade de melhorar a qualidade de vida do paciente portador de vasculopatia periférica é uma prática freqüente e obviamente necessária. Portanto é de suma importância que o angiologista e ou cirurgião vascular esteja familiarizado com os conceitos fisiopatológicos e as opções terapêuticas da especialidade.1 Os três setores da circulação – arterial, venosa e linfática - podem apresentar disfunções, que ao menos teoricamente, podem ter o funcionamento melhorado pelas chamadas drogas de ação vascular. O setor arterial e o venoso têm importante participação na fisiologia circulatória visceral e sistêmica. A distribuição do fluxo sangüíneo pode ser vista nos gráficos das figuras 1 e 2. O sistema linfático é responsável pelo auxílio na remoção reabsorção dos fluidos teciduais vindo a se juntar no sistema venoso. A seguir discorreremos sobre as principais drogas empregadas comentando aspectos farmacológicos e clínicos destes grupos. Algumas destas drogas foram estudadas e outras se encontram em estudo sob a forma de revisões sistemáticas pelo Peripheral Vascular Disease Group (PVD) do Colaboração Cochrane [URL: http://www.cochrane.org] agregando informações sobre as evidências e o valor para a prática clínica corrente uma vez que estão sendo atualizadas periodicamente. DROGAS UTILIZADAS NAS ARTERIOPATIAS Com o objetivo de aumentar o fluxo sangüíneo em extremidades isquêmicas empregavam-se inicialmente drogas de ação vasodilatadora, pois se imaginava que isto favoreceria a circulação. Desta maneira, muitas substâncias com a capacidade potencial de promover uma dilatação arterial surgiram e foram introduzidas na prática médica. Entretanto, por motivos fisiopatológicos isto não se traduz numa resposta clínica efetiva. A rede vascular distal a uma estenose ou obstrução tende a dilatar-se por efeitos metabólicos locais não sendo influenciada por drogas vasodilatadoras. Desta forma o fluxo sangüíneo tende a ser direcionado para a região que é irrigada por um Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 2 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro vaso normal piorando a isquemia na região afetada. Caracteriza-se assim um fenômeno chamado de ‘roubo’. Outro ponto importante é que os vasodilatadores podem causar hipotensão e reduzir ainda mais o fluxo sangüíneo. Estas são as situações mais comuns que ocorrem nos quadros isquêmicos de natureza aterosclerótica. Vários mecanismos de ação foram propostos para a obtenção da vasodilatação. De fato, o efeito vasodilatador é extremamente importante nos casos onde a simples ampliação da luz arterial é suficiente para melhorar o fluxo local como, por exemplo, as doenças vasoespásticas (Raynaud, espasmo vascular pós-traumático ou cirurgia). Mais recentemente observou-se que algumas destas drogas poderiam melhorar a circulação não por causa da vasodilatação (ação sobre o continente), mas por uma ação nos constituintes do sangue,2 em especial os eritrócitos (ação sobre o conteúdo). Esta se dá por uma modificação na capacidade de deformação destas células o que facilita a passagem por entre as placas ateroscleróticas com conseqüente melhora da perfusão tecidual. Tal efeito na reologia serviu de base para a proposição de um novo mecanismo de ação das drogas assim chamadas hemorreológicas. Distribuição vascular do fluxo sangüíneo 12% 12% 15% 45% 10% 6% Pulmões Artérias sistêmicas Grandes veias Pequenas Veias Coração Capilares Distribuição do fluxo sanguíneo por sistemas 13% 20% 20% 25% 10% 7% 5% Cérebro Fígado e intestino Músculos esqueléticos Rins Outros Pele Coração Figuras 1 e 2 - Distribuição do fluxo sangüíneo. A primeira droga a ser lançada com intenção de explorar este mecanismo foi a pentoxifilina. Inicialmente considerada vasodilatadora, logo passou a ser recomendada por trazer um potencial benefício nos quadros de claudicação intermitente. Diversos estudos demonstraram melhora clínica nesta situação, mas a importância clínica deste benefício tem sido contestada por outros autores.3,4 De qualquer forma esta foi a primeira droga autorizada pelo FDA (Food and Drug Administration), órgão de controle do governo americano, para o tratamento desta condição. Após isto, algumas substâncias já conhecidas como o naftidrofuril e o buflomedil, passaram também a serem estudados quanto à possibilidade deste efeito. Pentoxifilina (Trental®, Pentox®, Vascer®) Considerado padrão das drogas hemorreológicas encontra sua principal utilização na claudicação intermitente.5,6 Um estudo controlado duplo-cego inicial com pacientes portadores de claudicação Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 3 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro intermitente revelou melhora em torno de 12% em relação ao placebo, mas não houve diferença entre os dois grupos com relação à melhora distância máxima percorrida (MWD, tradução para maximum walking distance) na esteira. A distância percorrida sem dor (PFWD Tradução para pain-free walking distance) também não melhorou. Algumas meta-análises e revisões sistemáticas demonstraram apenas uma discreta melhora na capacidade de deambulação, desencorajando o seu uso alargado.7 O emprego em isquemia crítica e paciente com úlceras isquêmicas não encontra aceitação. Na doença cerebrovascular 8 a revisão do PVD não encontrou evidência para avaliar a segurança e efetividade da utilização de metilxantinas. A utilização nas úlceras da estase venosa9,10 pode auxiliar no processo de cicatrização. Farmacologia Apresenta rápida absorção pelo trato gastrointestinal sofrendo extenso metabolismo de primeira passagem no fígado e também nos eritrócitos. A maior parte da droga (95%) é eliminada sob a forma de 3- carboxipropil na urina e apenas 4% nas fezes. Deve-se ter cautela em hepatopatas e idosos devido à eliminação diminuída. Pacientes hipotensos e diabéticos em uso de insulina podem experimentar piora da hipotensão e hipoglicemia respectivamente. A droga age modificando a flexibilidade eritrocitária, a adesão e a agregação plaquetária com conseqüente redução da viscosidade sanguínea, diminuindo o fibrinogênio e deprimindo função dos granulócitos.11,12 Distúrbios gastrointestinais, náuseas, vômitos, cefaléia, arritimias cardíacas, flushing, e reações de hipersensibilidade podem ocorrer. A posologia habitual é de 400 mg via oral duas a três vezes ao dia ou 600mg duas vezes ao dia; 100 mg via intravenosa ou intrarterial ao dia em 5min; em casos graves 300 mg diluídos em 500 ml de solução fisiológica 0,9% ou glicosada 5%, em infusão por 90 a 180 min. Pentifilina e propentifilinatambém são derivados xantínicos para uso em desordens vasculares,mas não estão disponíveis no nosso meio. Buflomedil (Bufedil®) É também utilizado como vasodilatador na claudicação intermitente e eventualmente na insuficiência cerebrovascular, para alívio dos sinais de alterações cognitivas e psicomotoras. Alguns trabalhos apontam bons resultados em pacientes com fenômeno de Raynaud, algodistrofias, retinopatia diabética, e disfunções vestíbulo-cocleares. Tem sido pesquisada a possibilidade de ação hemorreológica. A grande maioria dos trabalhos disponíveis na literatura a respeito do emprego em claudicação intermitente é bastante variada quanto à metodologia e de validade duvidosa. O PVD avaliou um pequeno grupo de estudos aleatórios, duplos-cegos realizados em pacientes claudicantes estágio II (Fontaine) enfocando critérios como PFWD e distância máxima percorrida. Estes critérios puderam ser avaliados em apenas dois artigos. Ambos demonstraram moderada melhora na distância máxima percorrida (mas com intervalo de confiança muito amplo) e na PFWD, sendo que somente um deles com diferença estatisticamente significante neste critério. Concluíram que existe pouca evidência da eficiência do buflomedil para claudicação intermitente.13 Farmacologia Quimicamente é o cloridrato de 4-(1- pirrolidinil)-1-(2,4,6-trimetoxifenil)-1- butazona. O mecanismo de ação inclui inibição inespecífica de alfa-adrenoceptores da musculatura lisa dos vasos, inibição da agregação plaquetária, aumento da flexibilidade das hemácias, atividade antagonista inespecífica do cálcio e anti- hipoxemiante .14 A absorção gastrointestinal é boa e 20% da dose pode sofrer metabolismo de 1ª passagem. É amplamente distribuído, apresentando uma biodisponibilidade de 50 a 80%. A excreção se faz por via urinária sob forma inalterada e Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 4 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro como metabólitos. Efeitos adversos incluem taquicardia, hipotensão severa, convulsões, cefaléia, distúrbios gastrointestinais, hipotensão e parestesias.A dose diária é de 450 mg via oral ou 100 mg via intravenosa lenta. Naftidrofuril (Iridux®) Ações ganglioplégica e musculotrópica foram demonstradas experimentalmente sendo consideradas como responsáveis pelo efeito vasodilatador. Questiona-se, entretanto a possibilidade do efeito clínico ser decorrente de outros fatores como diminuição da viscosidade sangüínea e alterações da função plaquetária. O PVD revisou os trabalhos que utilizaram o naftidrofuril em isquemia crítica e observou redução da dor avaliada por um escore e pela diminuição do consumo de analgésicos e redução da necrose da pele, porém sem significado estatístico. O efeito na pressão média do tornozelo foi não foi conclusivo. No Reino Unido é uma das substâncias aprovadas para claudicação intermitente há mais de 20 anos. Em um outro estudo com o foco na claudicação intermitente demonstrou-se melhora na PFWD, mas não na MWD.15 Farmacologia A vasodilatação parece decorrer da inibição competitiva da acetilcolina no axônio ou no gânglio simpático, o que foi demonstrado experimentalmente na membrana nictante de gatos. Daí a sua definição como droga ganglioplégica. Parece também agir na parede vascular – ação musculotrópica - por uma ação antagonista dos receptores serotoninérgicos 5-HT2 assim como a produção de ATP pela estimulação da entrada de carboidratos e gordura no ciclo do ácido tricarboxílico, mecanismo semelhante à ação da insulina. A diminuição da concentração do lacatato produzido nas áreas isquêmicas também parece ocorrer.Ultimamente tem sido estudada a possibilidade de redução da viscosidade sangüínea em conseqüência destas ações, o que explicaria a melhora obtida em alguns poucos estudos controlados sobre a claudicação intermitente. Preconiza-se 100mg três vezes ao dia via oral para insuficiência cerebrovascular e 100 a 200mg três vezes ao dia para insuficiência vascular periférica. A utilização intravenosa para tratamento de doença arterial periférica foi abandonada em 1995 devido aos efeitos colaterais.16 Extrato de Ginkgo Biloba EGb-761 (Tebonin®, Tanakan®, Kiadon®) Um extrato obtido a partir das folhas desta antiga árvore chinesa passou a ser empregado na prática médica ocidental17 sob o nome EGb 761 desde 1965.18 Foi proposto como tendo ação metabólica, hemorreológica, ativadora cerebral e facilitadora da circulação periférica.19 Largamente empregado nos casos de déficit de memória de origem vascular e labirintopatias. Apesar disto não existem estudos controlados que confirmem efetivamente estas características. Farmacologia É constituído de uma fração flavanóica e uma fração não-flavonóica (terpenóides ginkgolídeos e bilobalídeos).20 Estudos em ratos com EGb 761 marcado com radioisótopos demonstraram uma absorção de 60%. As propriedades farmacocinéticas mostraram obedecer a um modelo bi-compartimental com aparente fase de 1ª ordem e meia vida de cerca de 4,5 horas. Durante as três primeiras horas a radioatividade foi detectada principalmente no plasma, mas após 48 horas a atividade específica dos eritrócitos foi a mesma do plasma. Fração flavonóica - os flavonóides sofrem a ação de bactérias intestinais são metabolizados no fígado e parte é eliminada por via renal. O mecanismo de ação não é totalmente conhecido. Foram identificados cinco tipos principais de ginkgolídeos assim designados: A, B, C, J e M. A fração flavonóica parece interferir com a fosfodiesterase do GMPc, inibir a COMT e a MAO conferindo uma ação anti-trombótica e vaso-protetora, prolongando a meia-vida do EDRF (endothelium-devived Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 5 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro relaxing factor) e aumentando a produção local de PGI2. Como possui rutina na sua composição, atribui-se a este componente a propriedade de redução da permeabilidade. Distúrbios digestivos podem ocorrer. Utiliza-se a via oral, preferentemente antes das refeições, na dose de 80 a 120 mg em dose única diária ou dividido em duas a três doses. Papaverina É útil em situações onde há espasmo vascular e no teste de ereção fármaco-induzida. Particularmente nesta última indicação tem sido substituída com vantagem pelas prostaglandinas especialmente o alprostadil. Farmacologia Protótipo das drogas vasodilatadoras é um alcalóide derivado natural do ópio, do grupo da benzilisoquinolina, depressor da musculatura lisa sem ação sobre o sistema nervoso central não sendo euforizante. Ocorre na proporção de 1%. Por via oral apresenta meia-vida de uma a duas horas, mas com uma grande variação interindividual. Liga-se a proteínas plasmáticas em 90%, é metabolizada no fígado e excretada na urina quase totalmente como metbólitos fenólicos conjugados com glucoronídeos. É metabolisada no fígado sendo a excreção por via urinária sob a forma de metabólitos. Relaxa a musculatura lisa vascular provavelmente por inibição inespecífica da fosfodiesterase promovendo aumento do AMP cíclico. Pode ocasionar arritimias cardíacas, glaucoma, depressão miocárdica, alterações gastrointestinais, fush facial, cefaléia, sonolência, rush cutâneo, sudorese e vertigem. É contra-indicada em portadores de bloqueio átrio-ventricular total. Utiliza-se 600mg via oral pordia. Pode também ser usado por via intravenosa ou intramuscular. Cilostazol (Cebralat®) Esta droga está disponível no Japão desde 1988 foi aprovada nos Estados Unidos para tratamento da claudicação intermitente1999 e lançada no Brasil em novembro de 2002. Estudos controlados têm demonstrado melhora na PFWD e MWD com significância estatística inclusive em pacientes diabéticos inclusive com superioridade em relação a pentoxifilina. Farmacologia É um inibidor reversível a fosfodiesterase III, derivado da 2-oxoquinolona, dotado de efeitos vasodilatador, anti-plaquetário e anti - trombótico. O provável mecanismo de ação é a inibição da fosfodiesterase da adenosina monofosfato cíclico (AMPc) fazendo com que haja uma inibição da degradação do AMPc elevando os níveis nas plaquetas e nos vasos sangüíneos. Atribuem-se também efeitos sobre as lipoproteínas plasmáticas. A absorção oral é rápida alcançando a concentração máxima em 3-4 horas e o estado de equilíbrio em 4 dias com uso de 100mg 2 x dia. A taxa de ligação protéica é de 95-98% e o metabolismo pela via do citocromo P450 primariamente pela enzima CYP3A4 e menos intensamente pela CYP2C19. O monohidroxilcilostazol e o diidro- cilostazol são os principais metabólitos dotados de atividade anti-agregante plaquetária especialmente o último. A eliminação se faz por via urinária (74%) e uma pequena porção pelas fezes. Os efeitos adversos mais comuns são cefaléia, diarréia, palpitações e taquicardia. Está contra -indicado nos casos de insuficiência cardíaca, renal, hepática, pacientes com predisposição a sangramento, arritimias cardíacas, na gravidez e lactação. Usuários de outras substâncias que utilizem a mesma via metabólica (e.g., cimetidina, eritromicina, omeprazol, lanzoprazol, cisaprida, nifedipina) não devem utilizar o cilostazol. Drogas com risco de potencialização incluem aspirina, varfarina, clopidogrel e outros anti-hipertensivos devem ter uso cauteloso. Prostaglandinas Prostaglandinas são produtos endógenos, do metabolismo do ácido aracdônico, com potente ação vasodilatadora e anti-agregante plaquetária. Foram sintetizadas, assim como algumas substâncias análogas, e têm sido utilizadas em algumas doenças vasculares. Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 6 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Discorreremos abaixo sobre o epoprostenol (PGI2 ou prostaciclina). Ciprostene e Iloprost são substâncias análogas ao epoprostenol e o Alprostadil que pertence a classe de PG E1.As propriedades e o uso clínico são similares. PG E1 – Alprostadil (Prostavasinââ);PG I2 (Epoprostenolââ);análogos a PG I2 (Ciprosteneââ e Iloprostââ) A utilização prostaglandinas no tratamento das doenças vasculares tem sido feito nos casos agudos onde há isquemia crítica especialmente por via intra -arterial.21 Entretanto a utilização no fenômeno de Raynaud22 e na claudicação intermitente tem sido realizada e avaliada em um menor número de estudos23 também por via venosa. Um análogo estável do epoprostenol para uso oral foi desenvolvido a fim de facilitar a sua utilização (Beraprost).24 A relação custo benefício demonstrou ser positiva em função da redução do risco de perda do membro.25 Efeitos sobre a microcirculação envolvem a prevenção da recíproca ativação plaquetéria e leucocitária que poderia levar ao dano endotelial e trombose. Há também a redução do sistema de ativação inflamatória pela diminuição da expressão da a-M-b 2 integrina na membrana do fagócito que poderia ter um papel de proteção e restauração da integridade do endotélio e interagir com a cascata da coagulação.26 Farmacologia O epoprostenol é usado por via intravenosa, e apresenta uma meia-vida curta de aproximadamente três minutos, sendo hidrolisado para uma forma mais estável, porém menos ativa (6-cetoprostaglandina F1a). Difere de outras prostaglandinas por não ser inativado na circulação pulmonar. Parecem promover o aumento do AMP cíclico intracelular por estimulação da adenil ciclase.27 É inativada pela ação da 15-OH- prostaglandina-desidrogenase (15-OH-PG-DH) produzindo as 15-cetoprostaglandinas, depois sofre ação da D-redutase formando as diidroprostaglandinas. A seguir uma b-oxidação e uma w-oxidação encerram da mesma forma que os demais ácidos graxos. Tal processo encontra nos pulmões o principal local de ação, onde há maior quantidade de 15-OH-PG-DH. Por ser uma substância de ocorrência natural, produzida por vários tecidos, suas ações manifestam-se em muitos locais como brônquios, tubo digestivo, útero e outros. Neste capítulo, interessa-nos a ação sobre os vasos e o sangue. Tem sido usada como vasodilatador em casos de isquemia severa vasoespasmo e doença de Rayanud. A utilidade clínica, entretanto estar por ser estabelecida Esquemas posológicos e vias de administração tem sido propostos. Emprega-se habitualmente até 10 ng/Kg/min intravenoso, durante 60 minutos, embora a maioria dos efeitos colaterais tenham ocorrido em doses de 4 ng/Kg/min. Cardiopatia, uso de anticoagulantes e discrasia sanguínea requerem muita cautela. Os efeitos adversos são habitualmente dependentes da dose. Pode surgir hipotensão, flushing, cefaléia, náusea, palidez, desconforto abdominal, e sudorese. Sonolência e dor torácica também podem ocorrer. DERIVADOS ERGÓTICOS Diversos alcalóides derivados do ergot encontram utilização variada na prática clínica. Analisaremos apenas os dois mais freqüentemente utilizados para o tratamento das vasculopatias periféricas e disfunções cerebrais.28,29 Mesilato de codergocrina (Hydergine® ) Farmacologia São poucos os dados disponíveis. Pode ser absorvida por via oral ou sublingual em até 25% da dose. Em um estudo envolvendo 8 indivíduos saudáveis usando técnica de radioimunoensaio, verificou-se rápida absorção, entretanto houve uma baixa biodisponibilidade variando entre 5,25 a 12,4%.O pico de concentração plasmática foi alcançado em uma hora sendo de 576pg/ml. O mecanismo de ação parece ser um alfa- bloqueio e uma possível ação metabólica à semelhança de outros alcalóides, funcionando como agonistas ou antagonistas parciais dos Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 7 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro receptores da serotonina e dopamina. Tem sido usada na demência senil leve a moderada. Quatro estudos submetidos ao FDA demonstraram uma melhoria de 11 a 21% de parâmetros como orientação, memória recente, cuidados pessoais, labilidade emocional, depressão e estado de alerta,17entretanto, os efeitos clínicos relatados variaram bastante. A dose usual é de 3 a 4,5 mg/dia via oral em dose única ou dividido em três doses, preferencialmente antes das refeições; 300 mg intramuscular ou subcutâneo uma ou duas vezes ao dia; intravenoso lento ou gota -a-gota diluído em 20ml de solução glicosada 5% ou fisiológica 0,9% duas vezes ao dia.Deve-se ter cautela na vigência de bradicardia grave. Os efeitos adversos mais freqüentes são náuseas, vômitos, cefaléia, rush cutâneo, flush e hipotensão ortostática. Mesilato de diidroergocristina (Iskemil®, Iskevert®, Isketam®) É um dos componentes do mesilato de codergocrina tendo ações semelhantes com posologia variando de 3 a 6mg/dia via oral; 300 a 600m intramuscular ou intravenoso. Outros Cinarizina (Stugeron®, Antigeron®, Cinageron®, Estuger®, Vessel®)Farmacologia Droga anti -histamínica, de origem piperazínica, sem efeitos sedativos pronunciados, usada também em afecções vasculares. É rapidamente absorvida no trato gastrointestinal, sofre metabolismo hepático e é excretado na urina sob a forma de metabólitos. A meia vida varia de 3 a 24 horas num estudo feito em voluntários sadios. Antagoniza a contração das fibras musculares lisas dos vasos induzidas por substâncias vasoconstrictoras, inibe o transporte dos íons cálcio através das membranas celulares. Provoca depressão do reflexo vestibular provocado por estimulação térmica labiríntica. Empregada em cinetoses, tonturas insuficiência vascular periférica e cerebral. Não se tem comprovado eficácia nestas duas últimas situações. A droga tem maior utilização no tratamento do mal de Ménière e outras labirintopatias. Não deve ser usado em pacientes com porfiria. As reações adversas mais comuns são astenia, náusea, vômito e sonolência. Sintomas extrapiramidais também foram descritos. Flunarizina (Sibelium®, Vertizine®, Vertix®, Flunarin®, Fluvert®) Semelhante à cinarizina apresenta grande variação interindividual do stady-state e da concentração plasmática da droga. Sugere que ela proteja o dano celular provocado pelo excesso de cálcio, as células cerebrais dos efeitos da hipóxia e os eritrócitos da rigidez de suas membranas. Também fora m encontrados efeitos anti -histamínicos, antiarrítimicos e anticonvulsivantes. DROGAS UTILIZADAS NA DOENÇA VENOSA E LINFÁTICA A doença venosa dos membros inferiores certamente é a causa mais freqüente de procura da especialidade. Dependendo do estágio evolutivo pode manifestar-se através de vários sinais e sintomas, muitas vezes subjetivos podendo variar desde a sensação de peso nas pernas, desconforto, inquietação, cansaço, parestesias, cãibras e edema até as alterações tróficas (hiperpigmentação, eczemas, lipodermatoesclerose) e ulceração cutânea. A ocorrência das varizes como componente do quadro de insuficiência venosa crônica pode ser primária, congênita ou secundária. Excetuando-se o quadro agudo da trombose venosa profunda onde o tratamento farmacológico com heparina e anticoagulantes orais é inquestionável, nos caso crônicos desde os mais leves até os mais severos a utilização de drogas com o objetivo específico de mitigar os sintomas da insuficiência venosa devem ser considerados com parcimônia e certamente são coadjuvantes na terapia destas condições.30 O maior conhecimento da fisiopatologia da insuficiência venosa crônica tem promovido uma melhor compreensão das medidas Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 8 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro terapêuticas passíveis do emprego racional. Com relação à farmacologia das drogas vasculares, supõe-se que elas possam aumentar o tônus da parede venosa, um dos principais e mais conhecidos efeitos, modificar alguns parâmetros da microcirculação31 diminuindo a produção de mediadores inflamatórios, reduzindo a hiperpermeabilidade capilar, a viscosidade sangüínea a impactação e ativação dos leucócitos e melhorando a pressão parcial de oxigênio.32,33 O objetivo da utilização das drogas destinadas ao tratamento dos distúrbios venosos e linfáticos habitualmente é a redução do edema34,35 resultante do desequilíbrio entre as forças de Starling. Conhecidos com o nome de flavonóides36 são substâncias de baixo peso molecular encontrados amplamente no reino vegetal. Estas drogas são naturais, mas podem ser semi -sinteticas e sintéticas. Podem ser agrupadas didaticamente, em três categorias: flebotônicos ou venotônicos, os que reduzem a permeabilidade capilar, e os que aumentam a reabsorção do transudato. Esta classificação é baseada no suposto mecanismo de ação das drogas, e não deve ser encarada como um referencial isolado, pois muitos dos produtos costumam associar substâncias de vários grupos, e alguns grupos apresentam características comuns. As principais são abaixo analisadas. FLEBOTÔNICOS OU VENOTÔNICOS São drogas que agem promovendo a venoconstricção. Os mais conhecidos são: a.) Derivados sintéticos da diidroergocristina. Promovem o aumento do tônus da parede venosa com conseqüente aceleração do esvaziamento venoso. A associação de heparina ao mesilato de diidroergotamina tem sido utilizada, demonstrando ser mais eficaz que a heparina isoladamente na prevenção da estase venosa, importante fator predisponente à trombose venosa profunda dos MMII. Os efeitos colaterais, especialmente a vasoconstricção arterial que ocorrem na intoxicação (ergotismo), limitam o seu uso clínico. Pode ocorrer isquemia intestinal e periférica. b.) Derivados da Castanha da Índia. Os derivados da castanha da Índia são conhecidos há muito tempo, e utilizados em grande número de preparações farmacêuticas comerciais. Origina-se da planta Aesculus hippocastanum que contém vários princípios ativos como esculosídeo (esculina: 6-b-d-glucopiranosixolixi-7- hidroxicumarina), escina (uma mistura de saponinas) e a esculetina. Glicosídeos da flavona são também encontrados. Algumas espécies podem ser venenosas. Sua ação se faz notadamente nas veias do plexo hemorroidário, mas também ocorre nas veias dos MMII.O princípio também é a venoconstriccão.37 Atribui-se também um efeito de redução da permeabilidade capilar. É uma opção segura e efetiva para o tratamento em curto prazo da IVC.38 A utilização pode ser por via oral, retal, tópico e intravenoso Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 9 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Grupo químico Componente ativo Produtos naturais Rutina Troxerutina Flavonóides (gg- benzopironas) Diosmina Hesperidina Cumarinas (aa-benzopironas) Cumarina (benzopirona) Derivados Saponinas Escina Diidroergotamina Derivados do ergot Diidroergocristina Diidroergocripitina Diosmina Produtos sintéticos Tribenosido Dobesilato de cálcio c.) Derivados da Rutina. É um derivado da flavona extraído de plantas como Ruta graveolens (arruda comum), Fagopyrun esculentum (trigo sarraceno), Sophora japonicae folhas de várias especíes de Eucalyptus. Quimicamente é a 3, 3’, 4’,5, 7-pentahidroxiflavona-3- ramnoglicosídeo. A rutina aumenta o tônus venoso, e acredita-se que tenha associado uma ação “impermeabilizante capilar”, semelhante a vitamina P, devido a inibição da hialuronidase.40 Tal ação impediria a passagem de proteínas que contribuiriam para a formação do edema.41 A troxerrutina42,43 é uma mistura que contém trihidroxietil- rutosídeo, e também mono, di, tetrahidroxietil-rutosídeo. É muito usada em preparações comerciais.44 Oxerutina,45 é um termo usado para designar cinco tipos de diferentes o-(b- hidroxietil) rutosídeos45 com não menos que 45% de troxerutina. REDUTORES DA PERMEABILIDADE CAPILAR Os bioflavonóides parecem promover aumento da resistência da parede vascular, com diminuição da permeabilidade capilar conseqüente a inibição da hialuronidase. Alguns como a diosmina e a hesperidina, apresentam também atividade flebotônica.46,47,48 Estudos experimentais sugerem que a associação destas duas substâncias potencializam a ação vasoconstrictora da noradrenalina. A posologia habitual é de 1000mg/dia divididos em duas doses. A aminaftona,a vitamina P e as leucocianidas também são incluídas neste grupo. A aminaftona tem ação hemostática, sendo usada em doses de 150 a 225mg/dia. Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 10 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro O dobesilato de cálcio tem sido usado com a finalidade de reduzir os edemas na IVC49,50,51,52 em retinopatias diabética e hipertensiva e doença hemorroidária. Atribui-se o efeito ao aumento da proteólise pelos macrófagos, normalização da permeabilidade capilar, aumento da resistência das paredes dos capilares e o incremento do transporte linfático. A remoção das proteínas evita a formação da fibrose nos edemas crônicos. O tribenosido,53 derivado sintético de um açúcar, pertencente ao grupo dos glicofuranosídeos, parece agir promovendo redução da permeabilidade capilar. Recomenda-se o uso de 200mg por via oral de três a quatro vezes ao dia. É usado na doença hemorroidária e distúrbios venosos. DROGAS QUE AUMENTAM A REABSORÇÃO Ao Melilotus officinalis (trevo cheiroso) atribui-se um importante efeito linfogogo devido a sua ação cumarínica.54 O nome genérico de benzopirona foi adotado para diferenciar a cumarina dos derivados cumarínicos como o dicumarol, que é um potente anticoagulante. A sua fórmula é a 5, 6-benzo-a-pirona, sua estrutura básica é de anticoagulante, mas a cumarina não possui esta ação. Os hidroxietil rutosídeos em doses adequadas também apresentam este efeito. Atribuem-se a esta substância um aumento da drenagem linfática, diminuição da permeabilidade capilar e a ação sobre os histiócitos do tecido conjuntivo.55,56,57 Principais produtos comerciais usados em patologias venosas e ou linfáticas disponíveis no Brasil Nome comercial Substância química Posologia Vias de administração Capilarema Aminaftona 150-225mg/dia via oral Daflon, Diosmin Diosmina 600-1800 mg/dia via oral Daflon 500 Diosmina e hesperidina 1000mg/dia via oral Doxium Dobesilato de cálcio 1000-1500 mg/dia via oral Glyvenol Tribenosido 600-800 mg/dia via oral Reparil Escina 20-60mg/d via oral Reparil injetável Escinato de sódio 10-20mg/d via intravenosa Varilise Castanha da Índia 250-750mg/d via oral Venalot Benzopirona e troxerutina 15/90 a 60/360mg/d via oral Venocur Triplex Rutina, Castanha da Índia e Miroton 300/100mg/ 150UC a 900/300mg/ 450UC via oral Venofortan Beta-escina e vitamina B1 via oral Venoruton 300 Rutina 300-900mg/d via oral Venoruton 500 Rutina 500-1000 mg/d via oral Venostasin Retard Castanha da Índia 300-900 mg/dia via oral Farmacoterapia nas Doenças Vasculares Periféricas Marcelo Araújo 16/05/2003 Página 11 de 13 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme salientado anteriormente o emprego de drogas de ação vascular deve ser criteriosamente avaliado, pois outras estratégias como a mudança dos hábitos de vida, redução ou abolição dos fatores de risco (tabagismo, obesidade, etc.), controle de doenças associadas (hipertensão arterial, diabetes, hiperlipidemia e outras), elastocompressão58,59 (na doença venosa e ou linfática), utilização de procedimentos fisioterápicos e a prática regular de exercícios físicos adequados (exercício programado para claudicação intermitente60) são essenciais para a melhoria da qualidade de vida e conseqüentemente o sucesso terapêutico.61 Excetuando-se os casos de disfunção erétil de causa vascular, doença arterial espástica ou oclusiva aguda, as drogas vasculares têm um papel facilitador devendo sempre que necessário ser empregadas como auxiliares devido ao alívio dos sintomas facilitando a aderência ao tratamento clínico, pois habitualmente não são capazes de modificar a evolução da doença. As relações custo - benefício e custo-efetividade da terapia farmacológica vascular, tanto para a doença arterial como para a doença venosa e linfática devem estar sempre na lembrança do médico assistente, que não deverá, entretanto privar o paciente por desconhecimento dos benefícios da indicação destas substâncias no contexto da boa prática médica. REFERÊNCIAS 1. Araújo M. Drogas que visam agir na circulação periférica. In Silva P. Farmacologia, 2002, Guanabara Koogan, 6ª edição, Rio de Janeiro. 2. Dormandy JA, Yates CJP, Berent A. Clinical relevance of blood viscosity and red cell deformability including newer therapeutic aspects. Angiology 1981;32:236- 42. 3. Bevan EG, Waller PC, Ramsay LE. Pharmacological approaches to the treatment of intermittent caludication. Drugs Aging. 1992;2:125-36. 4. Cameron HA, Waller PC, Ramsay LE. Drug tratment of intermittent claudication: a critical análisis of the methods and findings of published clinical trials 1965-1985. 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