Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica HEMATOLOGIA CLÍNICA Aula 7: Anemias por deficiência de produção: Interpretação dos exames laboratoriais e Teste de Velocidade de hemossedimentação AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Objetivos desta aula Aula Prática 1. Analisar e interpretar os exames laboratoriais e suas correlações com as anemias por deficiência de produção; 2. Reconhecer as principais alterações morfológicas encontradas nas anemias; 3. Aplicar o teste de velocidade de Hemossedimentação; 4. Explicar o princípio e a aplicabilidade do exame de Velocidade de Hemossedimentação. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Anemia Segundo Nunes & Barone (2013), a anemia é definida como uma alteração qualitativa ou quantitativa nos eritrócitos ou nos índices de hemoglobina, causando ao organismo uma deficiência de suprimentos de oxigênio para os tecidos. É analisado: Morfologia eritrocitária; Eritrograma, sendo o Hemoglobina o parâmetro mais importante analisado que varia com o sexo, idade e condições ambientais; Análise complementares (dosagem de ferro, ferritina, transferrina, Vitamina B12, ácido fólico, eletroforese de hemoglobina, Velocidade de Hemossedimentação sanguínea, punção de medula óssea, dentre outros) a fim de identificar e tratar o paciente de forma adequada. Diagnóstico das Anemias Fonte: NUNES, D.,C.; BARONE, A. (2013). Utilização de Marcadores Hematológicos para a diferenciação de anemia ferroprivas da anemia de doença crônica. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:3munJg65Lq8J:www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ACIS/article/download/551/674+&cd=2&hl=pt- BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b-ab> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Alterações morfológicas de eritrócitos relacionadas às causas de anemias Fonte: NAOUM P., C. E NAOUM F.,A. Interpretação Laboratorial do Hemograma. Disponível em: <http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/Interphemo.pdf> 6 O caso 1 é típico de anemia microcítica (VCM diminuído) e hipocrômica (HCM diminuído); o caso 2 é característico de anemia normocítica (VCM normal) e normocrômica (HCM normal); o caso 3 é indicativo de anemia macrocítica (VCM aumentado). Se formos analisar a morfologia eritrocitária desses três casos é muito possível que no caso 1 sejam visualizados eritrócitos microcíticos e hipocrômicos; no caso 2 podem ser observados eritrócitos microcíticos, macrocíticos e normocrômicos (que na média dos valores resultem em VCM normal) e anisocromia com eritrócitos normocrômicos e hipocrômicos (que na média dos valores resultem em HCM normal), no caso 3 a anemia é do tipo macrocítica e normocrômica com predomínio de macrócitos normocrômicos. O índice CHCM nem sempre está diminuído nas anemias, entretanto observa- se sua diminuição em casos graves de hipocromia (ex.: talassemia beta maior, anemia ferropriva grave). Por outro lado, a elevação do CHCM quase sempre está relacionada com elevado número de eritrócitos esferócitos (ex.: esferocitose hereditária). O índice RDW tem importância quando está aumentado acima do padrão e é indicativo de anisocitose. A avaliação qualitativa dos eritrócitos complementa o eritrograma e sua análise obedece a uma seqüência analítica: tamanho (anisocitose), forma (poiquilocitose), coloração (hipocromia e hipercromia) e inclusões. Apresento a seguir a sinopse das principais, mas não todas, alterações morfológicas dos eritrócitos, relacionando-as com as principais causas de anemias (tabela 4). Tabela 4: Alterações morfológicas de eritrócitos relacionadas às principais causas de anemias. Termo geral Termo específico Principais ocorrências Anisocitose (Tamanho) Micrócitos Macrócitos Ferropenia, Talassemias Def. B12 e Folatos Poiquilocitose (Forma) Células em alvo Leptócitos Dacriócitos Esquisócitos Esferócitos Eliptócitos Falciforme Estomatócitos Equinócitos Acantócitos Ferropenia, talassemias Ferropenia Talassemias Talassemias Esferocitoses, anemias hemolíticas Eliptocitose Doença falciforme Estomatocitose, Hepatopatias Hepatopatias, artefato (*) Hepatopatias, artefato (*) Coloração Hipocrômica Hipercromia Ferropenia, Talassemias Esferócitos Inclusões Pontilhados basófilos Howell-Jolly Anel de Cabot Parasitas Talassemias, Intoxicação Pb (**) Anemias hemolíticas Anemia grave Malária (*) Tampão com pH ácido; sangue coletado > 24 horas (**) Pb: chumbo Análise da série branca Essa análise é também conhecida por leucograma e avalia as contagens total e diferencial (valores relativo e absoluto) dos leucócitos, bem como a morfologia dos neutrófilos, linfócitos e monócitos, principalmente. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Atividade proposta Fonte: ASH. American Society of Hematology. Disponível em: <http://www.hematology.org/> A seguir são listados diferentes lâminas de distensão sanguínea de gestantes que realizaram o Pré-natal na Maternidade Escola da UFRJ. 1) Qual a morfologia encontrada em cada paciente (letra A ao D) e quais são as possíveis alterações morfológicas encontras em cada lâmina de paciente? 2) Correlacione a morfologia eritrocitária encontrada (letra A ao D) com as principais ocorrências destas alterações. ( ) Deficiência de Ferro ( ) Deficiência de Vitamina B 12 ( ) Deficiência de ácido Fólico ( ) Indivíduo Normal B) A) C) D) 1) 2) AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Valores de referências do eritrograma de acordo com a idade Fonte: NUNES, D.,C.; BARONE, A. (2013). Utilização de Marcadores Hematológicos para a diferenciação de anemia ferroprivas da anemia de doença crônica. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:3munJg65Lq8J:www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ACIS/article/download/551/674+&cd=2&hl=pt- BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b-ab> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Análise das principais alterações no eritrograma e classificação das anemias Fonte: NAOUM P., C. E NAOUM F.,A. Interpretação Laboratorial do Hemograma. Disponível em: <http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/Interphemo.pdf> Em paciente com Hemoglobina com valor abaixo do valor de referência, deve-se analisar o VCM e o CHCM: Quando o VCM e o CHCM estiverem diminuídos, denomina-se anemia microcítica e hipocrômica; Se o VCM e o CHCM estão dentro dos valores da faixa de normalidade, a anemia é normocítica e normocrômica; Se o VCM estiver elevado, a anemia é do tipo Macrocítica. Hematologia 12 Wanessa Lordêlo P. Vivas Anemia VCM CHCM Etiologia Macrocítica Normocrômica > 98 32 a 35 *Maturação de tipo Megaloblástica (Medula) a.Deficiência de vitamina B12 b.Deficiência de Ferro *Sem Maturaçãomegaloblástica (Medula): a.Doenças hepáticas crônicas b.Hipotireoidismo Normocítica Normo crômica 80 a 98 32 a 35 *Hemorragia aguda *Hemólise *Hemoglobinopatias *Produção deficiente, excluindo a vitamina B12, Ácido fólico e Ferro Microcítica Normocrômica < 80 32 a 35 *Formação atípica de sangue *Inflamações subagudas e crônicas *Intoxicações por drogas *Neoplasias *Doenças endócrinas Microcítica Hipocrômica < 80 27 a 32 *Ferropriva: a.Hemorragias b.Má absorção intestinal *Envenenamentos *Síndrome da Talassemia RDW / ( red blood cell distribution width = amplitude de distribuição dos eritrócitos) É um subproduto da medida eletrônica do volume dos eritrócitos; ou seja, só pode ser detectado através da automação. O seu valor normal está entre 11 e 14 %. Valores encontrados abaixo do normal indicariam população eritróide mais homogênea que a usual, o que parece ser apenas um extremo da normalidade. Valores acima de 14 indicam excessiva heterogeneidade da população (anisocitose), sendo notada ao microscópio. Segundo Failace,se houver anemia e/ou índices hematimétricos anormais, o profissional deverá: 1. Confirmar visualmente as alterações numéricas e julgar sua compatibilidade com o grupo etário do paciente. 2. Pesquisar os dados morfológicos das células do paciente. 3. Nada observando de esclarecedor, os resultados numéricos e a lâmina do paciente são separados para reexame; se a distensão não estiver perfeita, faz-se uma nova. As principais alterações morfológicas a serem avaliadas são: Pecilocitose: também conhecida como poiquilocitose, diz respeito à presença de formas anormais dos eritrócitos. Deve ser sempre mencionado quando observado na lâmina. O melhor é definir cada um dos aspectos celulares notados através de suas características morfológicas. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Atividade proposta Fonte: NAOUM P., C. E NAOUM F.,A. Interpretação Laboratorial do Hemograma. Disponível em: <http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/Interphemo.pdf> A seguir são relacionados o eritrograma de três mulheres adultas. Em cada caso, observar os valores obtidos e classificar o tipo de anemia usando como base os valores dos índices hematimêtricos. E sugerir o tipo de morfologia das hemácias que podem ser encontradas em cada caso. 5 Análise da série vermelha A análise da série vermelha contempla a quantificação de eritrócitos, hematócrito, dosagem de hemoglobina e índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM, RDW), bem como o exame microscópico da morfologia eritrocitária. Esses dois conjuntos de análises fornecem subsídios para o diagnóstico das principais causas de anemias. Para a exposição desse assunto e para facilitar o entendimento dos leitores, podemos considerar inicialmente a quantificação dos eritrócitos – que dará subsídios para a “classificação laboratorial das anemias” e, a seguir, a análise morfológica dos eritrócitos que auxilia na “classificação das causas e dos tipos de anemias”. Define-se por anemia quando o eritrograma apresenta a concentração da dosagem de hemoglobina menor que o valor padrão para a idade, ou para homens e mulheres adultos (tabela 3). A análise quantitativa dos eritrócitos e que permite a classificação laboratorial das anemias se suporta nos valores dos índices hematimétricos de VCM e HCM, conforme mostra a tabela 3. TABELA 3 – Valores mínimos e máximos dos valores eritrocitários, conforme a faixa etária e sexos masculino e feminino em adultos obtidos na região de São José do Rio Preto, SP. Eritrograma RN* 1 a 11 meses 1 a 2 anos 3 a 10 anos 10 a 15 anos Adulto** masc. Adulto** fem. Eritrócitos 5.2 4.0 – 4.9 4.0 – 5.1 4.0 – 5.1 4.0 – 5.1 4.5 – 6.1 4.0 – 5.4 Hemoglobina 17.0 10.3 – 12.7 10.6 – 13.0 11.5 – 14.5 11.5 – 14.5 12.8 – 16.3 11.3 - 14.5 Hematócrito 52.0 33 – 41 33 – 41 34 – 42 34 – 42 40 – 54 36 – 48 HCM 27 – 31 25 – 29 25 – 29 26 – 29 26 – 29 27 – 29 27 – 29 VCM 80 –100 75 – 90 75 – 90 77 – 90 77 – 90 77 – 92 77 – 92 CHCM 30 – 35 30 – 35 30 – 35 30 – 35 30 – 35 30 – 35 30 – 35 RDW 10 - 15 10 - 15 10 – 15 10 - 15 10 - 15 10 - 15 10 - 15 * Valores médios em RN até 15 dias de vida. ** O termo adulto nesse caso é considerado quando os níveis hormonais estão bem estabelecidos e a massa corporal bem definida, geralmente acima dos 15 anos. Quando um paciente com anemia (Hb abaixo do valor padrão) se apresenta com o VCM e HCM diminuídos, denomina-se anemia microcítica e hipocrômica; se o VCM e HCM estiverem dentro dos valores da faixa de normalidade, a anemia é normocítica e normocrômica; e se o VCM estiver elevado (não há HCM elevado!) a anemia é do tipo macrocítica. Para exemplificar essas três situações, consideremos os exemplos hipotéticos de 3 diferentes mulheres adultas, comparando seus resultados com os da tabela 3. Caso 1 Caso 2 Caso 3 Eritrócitos (x106) 3,8 3,3 2,8 Hemoglobina (g/dL 8,5 9,0 8,3 Hematócrito (%) 27 30 27 HCM (pg) 22 27 28 VCM (fL) 71 90 96 CHCM (g/dL) 31 30 30 RDW (%) 16 17 16 AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Achados laboratoriais da deficiência de ferro GROTTO, H.W.Z. Diagnóstico laboratorial da deficiência de ferro. Rev.Bras.Hematol.Hemoter. 2010; 32 (sulp 2): 22- 28. 26 estar localizados dentro ou fora dos macrófagos e estarão ausentes na deficiência de ferro.21 É considerado o teste mais preciso para o diagnóstico da deficiência de ferro, mas, devido ao seu caráter invasivo e por ser desconfortável ao paciente, na prática só é realizado em casos mais complexos e não diagnosticados pelos métodos usuais. O resultado é dado como negativo ou de 1+ a 5+, sendo 2+ considerado normal e 5+ correspondendo a estoque de ferro marcadamente elevado. Normalmente, um pequeno número de grânulos azuis pode ser visualizado nos macrófagos. Na deficiência de ferro, esses grânulos são raros ou ausentes. Do mesmo modo, a porcentagem de sideroblastos encontra-se diminuída na AF (< 20%).22 b) Ferritina sérica: embora grandes quantidades de ferritina estejam estocadas nos tecidos do fígado e baço, somente pequenas quantidades estão presentes no soro. Essa ferritina circulante é essencialmente livre de ferro. A impor- tância da determinação da ferritina sérica é que a sua quan- tificação representa uma medida precisa do ferro total do compartimento de estoque: 1 µg/L de ferritina sérica corres- ponde a 8 mg-10 mg de ferro em estoque em um indivíduo adulto.23 A concentração de ferritina circulante varia de 15 a 300 µg/L. Os valores de normalidade são superiores nos homens (15 a 300 µg/L) em relação às mulheres em idade fértil (15 a 200 µg/L). Após a menopausa, esses valores são similares para ambos os sexos.12 É um teste preciso e muito utilizado para avaliar os es- toques de ferro. Entretanto, por se tratar de uma proteína de fase aguda, a síntese de apoferritina está aumentada em con- dições inflamatórias, infecciosas e malignidade, principalmen- te devido ao estímulo das IL-1 e IL-6. As concentrações de ferritina sérica são particularmente influenciadas pela pre- sença de doença hepática, como hepatite e cirrose.24 Em pacientes com inflamação, infecção ou outras doenças crô- nicas valores inferiores a 15 µg/L são compatíveis com au- sênciade ferro no estoque e acima de 100 µg/L indicam a presença de estoque. Nesse grupo de indivíduos, valores de ferritina entre 15 e 100 µg/L devem ser interpretados com cautela porque podem ocultar uma deficiência de ferro asso- ciada.9 Estudos demonstraram que valores acima de 30 µg/L em pacientes anêmicos e com uma condição inflamatória associada, como artrite reumatoide ou insuficiência renal crônica, não excluem a possibilidade de uma AF instalada. Alguns autores sugerem que somente valores de ferritina sérica superiores a 60 µg/L deveriam ser considerados indicativos de estoque normal em pacientes com inflamação associada.25 Na criança (< 15 anos), valores inferiores a 12µg/l são indicativos da deficiência de ferro.9 A deficiência de vitamina C pode reduzir as concentra- ções de ferritina e ferro séricos. Esta, provavelmente, é a única condição em que a ferritina está reduzida na ausência de deficiência de ferro.26 Havendo sobrecarga de ferro, altas concentrações de ferritina sérica podem ser observadas, como na hemocro- matose avançada, mas não nas fases iniciais, onde esses valores encontram-se normais. Doenças hematológicas malignas podem cursar com níveis elevados de ferritina e estão relacionadas com os estados de remissão e recaída da doença. Uma causa de elevados níveis de ferritina está associ- ada com uma síndrome hereditária caracterizada por hiper- ferritinemia e catarata. Descrita em 1995, 27,28 tem um padrão de herança autossômica dominante e resulta de uma mutação no cromossoma 19q, onde é codificado o gene para a subunidade L da ferritina. O excesso de ferritina acumula no cristalino, e a catarata torna-se sintomática, em geral a partir da segunda década de vida. O ferro sérico e o TIBC encontram- se em níveis normais. Os métodos para determinação da ferritina sérica atu- almente utilizados são imunoenzimáticos, utilizando anti- corpos antiferritina humana, através de técnicas de ELISA ou eletroquimioluminescência, disponibilizados em kits co- merciais. A automatização dessas técnicas tem assegurado resultados confiáveis e rápidos a um custo bastante razoável.8 De maneira geral, as alterações compatíveis com a defi- ciência de ferro podem ser resumidas no Quadro 3. No entanto, vale a pena lembrar que a instalação da deficiência de ferro é progressiva e as alterações laboratoriais têm uma dinâmica, como pode ser observado na Figura 2. Assim, na fase de depleção de estoque, a principal alteração observada é a diminuição gradativa dos níveis de ferritina sérica. Na fase de deficiência na eritropoese, os níveis de Hb estão ainda na faixa de normalidade, mas são detectados si- nais de falha na hemoglobinização das células, com queda do conteúdo de Hb dos reticulócitos (não mostrado na figura) e Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):22-28 Grotto HZW AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Alterações laboratoriais nos diferentes estágios da instalação da anemia ferropriva Fonte: NUNES, D.,C.; BARONE, A. (2013). Utilização de Marcadores Hematológicos para a diferenciação de anemia ferroprivas da anemia de doença crônica. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:3munJg65Lq8J:www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ACIS/article/download/551/674+&cd=2&hl=pt- BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-b-ab> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 1 Um homem de 45 anos com história de gastrectomia, apresentando uma enorme dificuldade de deglutição e fadiga ao pequeno exercício, procurou a UPA da Frei caneca. Ao ser atendido na UPA, o médico de plantão solicitou o hemograma completo. Os resultados dos exames foram: • Hemoglobina igual a 7 g/dL; • Contagem de plaquetas normal; • Contagem global de leucócitos normal; • Reticulócitos 2,5%; • VCM igual a 61 fL. O Exame do sangue periférico mostrou eritrócitos com hipocromia e microcitose. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 1 Após o hemograma, qual o tipo da anemia que se pode suspeitar? Quais os dados laboratoriais encontrados que podem ser correlacionados com a análise microscópica? Quais exames adicionais poderiam ser realizados para confirmar essa suspeita? ASH. American Society of Hematology. Disponível em: <http://www.hematology.org/> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 1 O médico suspeitou de anemia por deficiência de ferro. E foi solicitado dosagem de ferritina sérica, de ferro sérico e transferrina . Os exames laboratoriais apresentaram os seguintes valores: • Ferritina sérica igual a 6ng/mL (16 a 300ng/mL); • Ferro sérico igual a 12ng/mL (60 a 180ng/mL); e • Transferrina igual a 400 µg/dL (250 a 380 µg/mL). AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 1 A partir desses dados pede-se: a) A classificação da anemia? b) Quais os parâmetros encontrados no hemograma completo, nas dosagens bioquímicas e na morfologia das hemácias e leucócitos que possibilitam a classificação deste tipo de anemia? c) Qual é a provável causa da deficiência? AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Importante: Eritroblastos Não são encontrados normalmente nas lâminas de sangue periférico; São encontrados em casos de lesão ou destruição da medula óssea ou na hematopoiese extramedular; No recém nascido, é comum encontrar essas células até 5 dias após o nascimento (3 a 10 eitroblástos/100 leucócitos); Esse número aumenta em caso de hipóxia neonatal, em prematuros e na doença hemolítica do recém nascido. Hematologia 17 Wanessa Lordêlo P. Vivas Hipocromia Hipocromia Policromatocitose: São eritrócitos acinzentados ou azulados considerados uns dos dados mais importantes na microscopia do sangue anêmico. Não é notada pela automação e é fundamental para a interpretação. A policromatocitose está presente também após o 40dia na regeneração pós-hemorrágica, sempre nas anemias hemolíticas. Eritroblásto: São eritrócitos nucleados que aparecem no sangue no decurso de grandes regenerações eritróides, principalmente em crianças, acompanhando a policromatocitose; como também em sangue do recém-nascido, na primeira semana. Os eritroblastos circulantes podem apresentar uma freqüência aumentada nas intoxicações por chumbo, e em certos estados diseritropoéticos , como na eritroleucemia, e emsmo na anemia ferropenica grave. Eritrblásto Eritrblásto Os eritroblastos são contados como leucócitos nos contadores eletrônicos. Quando ultrapassam 5% justifica-se desconta- los na contagem de leucócitos. Essa correção deve ser feita através da seguinte fórmula: Leucócito global 100 100 + eritroblastos GROTTO, H..Z., W. Hemácias Nucleadas no sangue: Sua importância clínica na quantificação. Disponívelem: <http://www.sysmexwebinars.com/Media/PDF/183569489.PDF> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Importante: Eritroblastos GROTTO, H..Z., W. Hemácias Nucleadas no sangue: Sua importância clínica na quantificação. Disponível em: <http://www.sysmexwebinars.com/Media/PDF/183569489.PDF> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Importante: Eritroblastos Fonte: NAOUM P., C. E NAOUM F.,A . Interpretação Laboratorial do Hemograma. Disponível em: <http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/Interphemo.pdf> Nos contadores automáticos são contados como linfócitos e quando ultrapassam o valor de 5% devem ser descontados na contagem global de leucócitos; São contados normalmente nas lâminas de sangue periférico e deve ser somado os eritroblástos encontrados em 100 leucócitos, durante a contagem diferencial dos leucócitos, através da fórmula: Hematologia 17 Wanessa Lordêlo P. Vivas Hipocromia Hipocromia Policromatocitose: São eritrócitos acinzentados ou azulados considerados uns dos dados mais importantes na microscopia do sangue anêmico. Não é notada pela automação e é fundamental para a interpretação. A policromatocitose está presente também após o 40dia na regeneração pós-hemorrágica, sempre nas anemias hemolíticas. Eritroblásto: São eritrócitos nucleados que aparecem no sangue no decurso de grandes regenerações eritróides, principalmente em crianças, acompanhando a policromatocitose; como também em sangue do recém-nascido, na primeira semana. Os eritroblastos circulantes podem apresentar uma freqüência aumentada nas intoxicações por chumbo, e em certos estados diseritropoéticos , como na eritroleucemia, e emsmo na anemia ferropenica grave. Eritrblásto Eritrblásto Os eritroblastos são contados como leucócitos nos contadores eletrônicos. Quando ultrapassam 5% justifica-se desconta- los na contagem de leucócitos. Essa correção deve ser feita através da seguinte fórmula: Leucócito global 100 100 + eritroblastos AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Importante: Eritroblastos FONTE: NAOUM P., C. E NAOUM F.,A . Interpretação Laboratorial do Hemograma. Disponível em: <http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/Interphemo.pdf> Atividade Proposta Um paciente, após o hemograma em um aparelho automatizado, apresentou uma contagem global de leucócitos igual a 12.000. O farmacêutico, ao realizar a leitura da lâmina, percebeu que existiam inúmeros eritroblástos e realizou sua contagem. Sabendo que o farmacêutico encontrou 14 eritroblástos/100 leucócitos, pergunta-se: • A contagem global de leucócitos fornecida pelo aparelho está correta? • Caso apresente algum erro, qual a contagem correta? • Qual a importância da análise das lâminas de distensão sanguínea e de quantificar os eritroblástos encontrados para um diagnóstico correto das anemias pelo médico? AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Achados laboratoriais da deficiência de B12 Fonte: BAIN, B.,J. Células Sanguíneas: Um guia prático. Editora Artmed. 4ª Edição (2009) Exame Laboratorial Resultados encontrados Morfologia Eritrocitária Macrocitose, anisocitose Eritrócitos com inclusões ( corpos de Howell-Jolly) e eritroblastos Dosagem de Hemoglobina Baixa Volume Corpuscular Médio (VCM) Alto Contagem de Leucócitos Leucopenia Morfologia dos granulócitos Neutrófilos Hipersegmentados Contagem de plaquetas Normal ou pouco diminuída Medula óssea Aumento da série vermelha, Megaloblastos e macroeritroblástos. Os precursores Granulocíticos podem estar em grande tamanho (Células Tempka-Braun) Dosagem sérica de Vitamina B12 Baixa Teste de Schilling Eliminação urinária de Vitamina B12 Negativa quando não ocorre absorção de vitamina B12 Dosagem de Homocisteína e ácido metilmalônico Níveis aumentados Presença de anticorpos contra células parietais do estômago Positivo para anemia Perniciosa AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 2 Uma mulher de 59 anos com mal-estar foi atendida em um hospital. Ao ser examinada, a mulher apresentava taquicardia, palidez cutânea e fadiga. Foi solicitado hemograma completo. Os resultados dos exames foram: • Hemoglobina igual a 9,2 g/dL; • Contagem de plaquetas normal; • Contagem global de leucócitos igual a 3.2 × 103/µL; • Reticulócitos baixos; • VCM igual a 128 fL. O Exame do sangue periférico mostrou uma hipersegmentação e eritrócitos policromáticos. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 2 Após o hemograma, qual o tipo da anemia que se pode suspeitar? Quais os dados laboratoriais encontrados que podem ser correlacionados com a análise microscópica? Quais exames adicionais poderiam ser realizados para confirmar essa suspeita? ASH. American Society of Hematology. Disponível em: <http://www.hematology.org/> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 2 ASH. American Society of Hematology. Disponível em: <http://www.hematology.org/> A partir desses dados pede-se: a) A classificação da anemia? b) Quais os parâmetros encontrados no hemograma completo, nas dosagens bioquímicas e na morfologia das hemácias e leucócitos que possibilitam a classificação deste tipo de anemia? a) Poderia ser solicitado outro exame? AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Achados laboratoriais da deficiência de ácido fólico Fonte: BAIN, B.,J. Células Sanguíneas: um guia prático. Editora Artmed. 4ª Edição (2009) Exame Laboratorial Resultados encontrados Morfologia Eritrocitária Macrocitose, anisocitose e megalobásticos. Dosagem de Hemoglobina Baixa Volume Corpuscular Médio (VCM) Alto Medula óssea Megaloblastos Dosagem sérica de Vitamina B12 Normal Teste de Schilling Normal Dosagem de Homocisteína Aumentada Ácido metilmalônico Aumentada Folato Baixo AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 3 Uma mulher de 32 anos no primeiro trimestre de gestação realizou o pré-natal e, após os exames, o médico receitou para a gestante uma suplementação alimentar (sulfato ferroso) e indicou a paciente para uma nutricionista para acompanhamento da dieta. Os resultados dos exames foram: • Hemoglobina igual a 11 g/dL; • Contagem de plaquetas normal; • Leucócitos normais; • VCM igual a 128 fL. O exame de sangue periférico mostrou uma macrocitose, com hipersegmentação dos leucócitos. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTEDE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 3 Após o hemograma, qual o tipo da anemia que se pode suspeitar? A conduta do médico está correta? Por quê? Quais os dados laboratoriais encontrados que podem ser correlacionados com a análise microscópica? Quais os exames adicionais poderiam ser realizados para confirmar essa suspeita? ASH. American Society of Hematology. Disponível em: <http://www.hematology.org/> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 3 ASH. American Society of Hematology. Disponível em: <http://www.hematology.org/> Foi suspeitado de deficiência de ferro. E foi solicitado algumas dosagens bioquímicas. Os exames laboratoriais apresentaram os seguintes valores: • Vitamina B12 igual a 120 pg/mL (Valor de Referência 176 – 949 pg/mL); • Folato igual a 2,3 ng/mL (Valor de referência 2,6 – 16,0 ng/mL); • Homocisteina e ácido metilmalônico estão elevados (66 nM e 280 n mol/ L, respectivamente); • Dosagem de ferro sérico normal (valor de referência). AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Caso clínico 3 ASH. American Society of Hematology. Disponível em: <http://www.hematology.org/> A partir desses dados pede-se: a) A classificação da anemia? b) Quais os parâmetros encontrados no hemograma completo, nas dosagens bioquímicas e na morfologia das hemácias e leucócitos que possibilitam a classificação deste tipo de anemia? Poderia ser solicitado outro exame? c) Qual a correlação entre as deficiências encontradas e o tipo de anemia da gestante? Qual é a relação entre a Vitamina B12 e o ácido fólico. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) SANTOS, V.,M.; CUNHA, S.,F.,C.; CUNHA, D., F. Velocidade de sedimentação das Hemácias: Utilidade e Limitações. Rev Ass Med Brasil 2000; 46(3): 232-6. Princípio: Segundo Henry, et al. (2012), “Quando o sangue venoso é colocado num tubo vertical, os eritrócitos tendem a sedimentar no fundo. O comprimento da queda a contar do topo da coluna de eritrócitos em um determinado intervalo é chamado de Velocidade de Hemossedimentação (VHS)”. O VHS não mede a viscosidade sanguínea, mas é influenciado pelo volume e forma dos eritrócitos e pelas proteínas plasmáticas (fibrinogênio, as α 2, β e ɤ- globulinas e em menor quantidade a albumina); Método inespecífico na detecção de processos neoplásicos, inflamatórios ou neoplásicos, ou na avaliação do grau de atividade ou de extensão da doença de base. É um exame indispensável no diagnóstico da artrite temporal e da polimialgia reumática; O VHS varia de acordo com a idade, cor, sexo dos indivíduos, em algumas condições fisiológicas como a menstruação, gravidez e envelhecimento e uso de contraceptivos orais, penicilinas; Em alguns casos o VHS pode apresentar valores anormais AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) SANTOS, V.,M.; CUNHA, S.,F.,C.; CUNHA, D., F. Velocidade de sedimentação das Hemácias: Utilidade e Limitações. Rev Ass Med Brasil 2000; 46(3): 232-6. Fatores que alteram a sedimentação sanguínea Os fatores que reduzem o VHS: Alterações morfológicas celulares; Os fatores que aumentam o VHS: Estado de hemodiluição; Aumento das imunoglobulina; Aumento das proteínas de fase aguda. Presença de proteínas plasmáticas assimétricas de alto peso molecular que se ligam à membrana celular, o que reduz o potencial zeta e facilita a formação do rouleaux, constituído por hemácias empilhadas e aderidas. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) SANTOS, V.,M.; CUNHA, S.,F.,C.; CUNHA, D., F. Velocidade de sedimentação das Hemácias: Utilidade e Limitações. Rev Ass Med Brasil 2000; 46(3): 232-6. Condições clínicas associada ao aumento do VHS; Condições clínicas associada à diminuição do VHS: Policitemia; Leucocitose severa; Anemia hemolítica; Esferocitose hereditária; Uso de corticoesteroides; Hipofibrinogemia. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) SANTOS, V.,M.; CUNHA, S.,F.,C.; CUNHA, D., F. Velocidade de sedimentação das Hemácias: Utilidade e Limitações. Rev Ass Med Brasil 2000; 46(3): 232-6. MÉTODO DE WESTERGREN Diferente métodos são descritos para a determinação do VHS, mas o de referência é o método de Westergren; Neste método, 1,6ml de uma mistura de sangue venoso mais 0,4mL de citrato de sódio a 3,8% são colocados num tubo transparente com diâmetro interno de 2,5mm e graduado em milímetros; A marca zero fica na extremidade superior, exatamente a 200mm da ponta; A pipeta tem que ficar na vertical e em repouso durante pelo menos 1 hora; A leitura é dada pela altura da coluna de plasma, no limite de separação com as hemácias sedimentadas; O resultado é expresso em milímetros por hora. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) Fonte: ICTLS. Disponível em: <http://www.ictsl.net/productos/plastico/pipetawestergrensistemaaquiselp3.html> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) SANTOS, V.,M.; CUNHA, S.,F.,C.; CUNHA, D., F. Velocidade de sedimentação das Hemácias: Utilidade e Limitações. Rev Ass Med Brasil 2000; 46(3): 232-6. Interferentes: Demora na coleta e a realização do exame; Posição não vertical do tubo; A quantidade e o tipo de anticoagulante usado (citrato, oxalato, EDTA). AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) SANTOS, V.,M.; CUNHA, S.,F.,C.; CUNHA, D., F. Velocidade de sedimentação das Hemácias: Utilidade e Limitações. Rev Ass Med Brasil 2000; 46(3): 232-6. MÉTODO DE WESTERGREN MODIFICADO Utiliza sangue coletado com anticoagulante EDTA; Possibilita a determinação do VHS a partir da amostra de sangue utilizada para os demais ensaios hematológicos. AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO Hematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) SANTOS, V.,M.; CUNHA, S.,F.,C.; CUNHA, D., F. Velocidade de sedimentação das Hemácias: Utilidade e Limitações. Rev Ass Med Brasil 2000; 46(3): 232-6. MÉTODO DE WINTROBE Utiliza um tubo de hematócrito coletado com anticoagulante oxalato; Os valores normais diferem, pois o tubo apresenta metade do comprimento e diferentes graduações Fonte: Slide Player. Disponível em :<http://slideplayer.es/slide/3506636/> AULA 7: ANEMIAS POR DEFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO: INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS E TESTE DE VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃOHematologia clínica Velocidade de Hemossedimentação (VHS) Fonte: Atlante medicina. Disponível em: <https://atlantemedicina.wordpress.com/tag/ves/> ATIVIDADE PROPOSTA: Num laboratório, foi realizado o VHS em oito pacientes, conforme demostrado a seguir. Qual o VHS encontrado em cada um dos casos ? AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Fisiopatologia das anemias aplásticas, anemia de doença crônica e anemia sideroblástica; Causas da pancitopenia; Etiologia e patogênese envolvidos nas anemias aplásticas, anemia de doença crônica e anemia sideroblástica; Aspectos laboratoriais da anemia em estudo; Exames laboratoriais das anemias em estudo; Interpretação dos achados laboratoriais.
Compartilhar