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Introdução a Valorização em sistemas de produção

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VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE ATIVIDADES HUMANAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO MELLO DA SILVA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
FACULDADE DE TECNOLOGIA 
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
BRASÍLIA, AGOSTO/2014 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
2 
 
1 – RESUMO DA ABORDAGEM 
O objetivo é desenvolver o conhecimento sobre a formação de valor em sistemas que envolvam a ação 
explícita do ser humano. Esse tipo de sistema, que aflora quando a própria consciência humana é parte 
explícita da sua origem, denomina-se SISTEMA DE ATIVIDADES HUMANAS, abreviado pela sigla “SAH”. 
A premissa básica é que a formação de valor ou simplesmente a VALORIZAÇÃO, considerada como o 
propósito maior de qualquer sistema de atividades humanas, engloba tanto a geração e a conformação 
de valor quanto a apropriação desse valor a indivíduos ou grupos sociais interessados, internos e 
externos ao SAH, genericamente denominados stakeholders, que podem afetar ou ser afetados pela 
valorização. 
O espaço maior de convivência pessoal, institucional e em rede, que se constitui na base sobre a qual as 
configurações de SAHs são consolidadas quanto à valorização, considera um modelo de sociedade que 
caracteriza os diferentes tipos de valor e os respectivos planos nos quais esses valores são objeto das 
interações humanas. 
A consideração da sustentabilidade conduz à Valorização Sustentável. A premissa básica de que a 
sociedade deve fazer parte de ecossistemas sustentáveis dá origem à categoria de “Sistemas 
Sustentáveis de Atividades Humanas – SSAHs”, tomados como referência para a disciplina. 
A valorização em um SSAH é explicitada como função dos posicionamentos tempo/espaço de estados 
resultantes do comportamento do SSAH, posicionamentos esses traduzidos em trajetórias que cruzam 
uma DIVERSIDADE DE ESPAÇOS DE VALORIZAÇÃO (transição espacial), sob DIFERENTES PERSPECTIVAS 
DE TEMPO (transição temporal). 
A MATURIDADE de um SSAH, em termos da evolução tempo/espaço envolvendo sete estados básicos, 
numerados de acordo com uma ordem de evolução tomada como “natural” (1-FUNCIONAMENTO, 2-
ESPECIALIZAÇÃO, 3-CRESCIMENTO, 4-ABSTRAÇÃO, 5-CONVERGÊNCIA, 6-REFERÊNCIA e 7-MUTAÇÃO) 
pode ser avaliada quanto à valorização em trajetórias tempo/espaço, com desempenho contemplando 
quatro constituintes originais de qualquer SSAH (FACES DE RELACIONAMENTO, OBJETOS DE VALOR, 
INTERESSADOS INTERNOS e MOVIMENTAÇÕES DE OBJETOS DE VALOR). 
A partir do enquadramento de um coletivo humano qualquer em um determinado estado básico 1 a 7 
pode-se tomar decisões quanto a fins e meios (“planejar”) que permitam a transição temporal entre 
pares de estados. Essa transição binária pode resultar em: (i) permanência no mesmo estado; (ii) 
deslocamento entre estados contíguos; ou (iii) deslocamento entre estados não contíguos. Para tanto, 
utiliza-se uma MATRIZ DE TRANSIÇÕES BINÁRIAS, com sete linhas e sete colunas, que tem cada uma de 
suas quarenta e nove posições associada à caracterização das possibilidades de evolução entre dois 
estados do SSAH em determinado período de tempo. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
3 
 
2 – CONCEITOS BÁSICOS 
2.1 – SISTEMAS E MODELOS 
Como a formação de valor acontece em “sistemas de atividades humanas”, é necessário entender o que 
seja sistema. Partindo do texto conciso de que SISTEMA é um CONJUNTO DE ELEMENTOS INTER-
RELACIONADOS, vários autores e instituições de renome desenvolveram conceitos mais aderentes aos 
seus objetivos: 
� Ackoff (1976): Conjunto de dois ou mais elementos que satisfazem: 
� O comportamento de cada elemento tem um efeito no comportamento do todo; 
� O comportamento dos elementos e seus efeitos sobre o todo são interdependentes; 
� Qualquer subgrupo de elementos tem efeito no comportamento do todo; 
� Nenhum subgrupo tem efeito independente sobre o todo. 
� Bertalanffy (2006): Entidade que mantém sua existência pela interação mútua de suas partes. 
� Checkland (1981): Conjunto de elementos conectados que formam um todo, com esse todo tendo 
propriedades que são dele e não de suas partes. 
� DAU (2005): Um composto integrado de pessoas, produtos e processos que proveem uma 
capacitação para satisfazer necessidade ou objetivo estabelecido. 
� Rosnay 1979): Conjunto de elementos que interagem para formar um todo integrado. 
� Saussure (1931): Totalidade organizada, feita de elementos solidários que só podem 
definir-se uns em relação aos outros em função do lugar que ocupam nesta 
totalidade. 
� Turchin (1977): Objeto que consiste de outros objetos que são denominados subsistemas do dado 
sistema. 
Entendendo o que seja um sistema, o próximo passo é a aplicação prática de tal entendimento. Emerge, 
então, o conceito de modelo como a representação de alguma coisa real, por exemplo, um sistema de 
atividades humanas. Segundo Weinberg (2001), 
“Qualquer modelo é em essência a expressão de alguma coisa que esperamos entender em termos de 
outra que pensamos entender.” 
No que se refere a modelos de sistemas, Checkland (1981) considera sistemas que se encontram dentro 
dos limites do conhecimento humano e sistemas que transcendem tal conhecimento. No espaço de 
conhecimento humano, existem duas grandes classes: (i) sistemas naturais, que tratam da origem do 
universo e dos processos de evolução natural, nos quais o ser humano é considerado apenas como um 
ser vivo da esfera biológica; e (ii) sistemas decorrentes da ação explícita do ser humano. Como 
integrantes desta última classe, os SISTEMAS DE ATIVIDADES HUMANAS (SAHs) vêm à tona quando a 
própria consciência humana passa a fazer parte explícita da origem dos sistemas. 
Ackoff (1974) apresenta o seguinte conjunto de conceitos básicos relativos a sistemas: 
(i) Estado de um sistema em um dado momento de tempo� conjunto de propriedades relevantes 
do sistema naquele momento; 
(ii) Ambiente de um sistema em um dado momento de tempo� conjunto de elementos e suas 
propriedades relevantes, cujos elementos não são parte do sistema, mas mudanças em 
qualquer um deles pode produzir mudanças no estado do sistema; 
(iii) Sistema aberto� sistema que tem ambiente; 
(iv) Evento de um sistema (ou de seu ambiente)� mudança em propriedades estruturais do 
sistema (ou seu ambiente) durante um determinado período de tempo; 
(v) Reação de um sistema� evento do sistema para o qual outro evento (antecedente) que ocorra 
no mesmo sistema ou em seu ambiente é suficiente; 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
4 
 
(vi) Resposta de um sistema� evento do sistema para o qual outro evento (antecedente) que 
ocorra no mesmo sistema ou em seu ambiente é necessário mas não suficiente; 
(vii) Ação de um sistema� evento do sistema para o qual a ocorrência de outro evento 
(antecedente) no mesmo sistema ou em seu ambiente não é necessária nem suficiente; 
(viii) Comportamento de um sistema� eventos do sistema necessários ou suficientes para outro 
evento no mesmo sistema ou em seu ambiente. Comportamento diz respeito a eventos do 
sistema cujas consequências são de interesse; 
(ix) Sistema com propósito� pode produzir a mesma saída de diferentes maneiras no mesmo 
estado (interno ou externo) e pode produzir diferentes saídas no mesmo ou em diferentes 
estados. Pode alterar suas metas sob condições constantes; seleciona fins e meios, mostrando 
vontade (will). 
A partir do conceito de sistema com propósito (purposeful), Ackoff and Guarajedagui (1996) 
caracterizam quatro tipos de sistemas, em termos de o todo (sistema) e suas partes terem ou não 
propósito: (i) Determinístico�o todo e as partes não têm propósito; (ii) Animado�o todo tem 
propósito e as partes não; (iii) Social�o todo e as partes têm propósito; e (iv) Ecológico�o todo não 
tem propósitoe as partes sim. A Figura 2.1 mostra graficamente essa caracterização. 
TIPO DE SISTEMA
PROPÓSITO
TODO PARTES
NÃO NÃO
SIM NÃO
SIM SIM
NÃO SIM
DETERMINÍSTICO
ANIMADO
SOCIAL
ECOLÓGICO 
FIGURA 2.1 - 
O sistema social é aquele aplicável a SAHs. Por serem sistemas abertos, consomem insumos (entradas) 
disponíveis na sociedade e tornam possível o consumo, pela sociedade, dos produtos (saídas) por eles 
produzidos. A premissa básica é que a formação de valor ou simplesmente VALORIZAÇÃO, considerada 
como o propósito maior de qualquer sistema de atividades humanas, engloba tanto a geração e a 
conformação de valor quanto a apropriação desse valor a indivíduos ou grupos sociais interessados, 
internos e externos ao SAH, que podem afetar ou ser afetados pela valorização, genericamente 
denominados stakeholders. Para Ackoff e Guarajedagui (1996), um dos maiores problemas relacionando 
sistemas e modelos diz respeito às consequências de se aplicar modelo de um tipo de sistema a outro 
tipo de sistema. 
Segundo Rosnay (1979), os ecossistemas terrestres, que têm matéria, energia e informação como 
elementos básicos, podem ser vistos em termos de atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera para: 
a) Operacionalizar os ciclos de produção, armazenamento, consumo e regeneração de matéria viva; 
b) Fazer uso do fluxo inesgotável e irreversível de energia solar; 
c) Regular o funcionamento do ecossistema como um todo. 
Os SAHs dependem do funcionamento em longo prazo dos ecossistemas terrestres a que pertencem. 
Segundo o relatório Nosso Futuro Comum (http://www.un-documents.net/wced-ocf.htm), da Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento 
que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir 
suas próprias necessidades. Na conclusão do Capítulo 2 do relatório, caminhar em direção ao 
desenvolvimento sustentável requer: 
• sistema político que assegure participação efetiva da população na tomada de decisão; 
• sistema econômico capaz de gerar excedentes e conhecimento técnico em bases autônomas e 
sustentáveis; 
• sistema social que provê soluções para as tensões decorrentes de desenvolvimento não 
harmonioso; 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
5 
 
• sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base ecológica para o 
desenvolvimento; 
• sistema tecnológico que possa continuamente buscar novas soluções; 
• sistema internacional que crie padrões comerciais e financeiros sustentáveis; e 
• sistema administrativo que seja flexível e tenha a capacidade de auto-correção. 
O conceito de desenvolvimento sustentável conduz à VALORIZAÇÃO SUSTENTÁVEL. Daí, a premissa 
básica de que a sociedade humana deve ser parte de ecossistemas sustentáveis dá origem à categoria 
de “SISTEMAS SUSTENTÁVEIS DE ATIVIDADES HUMANAS – SSAHs”, tomados como referência para a 
disciplina. A Figura 2.2 ilustra o conceito, mostrando os SSAHs da sociedade humana como elementos de 
ecossistemas sustentáveis, que por sua vez pertencem à biosfera, atmosfera, hidrosfera e litosfera da 
Terra, planeta do sistema que tem o Sol como fonte inesgotável e irreversível de energia. 
ATMOSFERA, HIDROSFERA, LITOSFERA
BIOSFERA
SISTEMA SOLAR
SOCIEDADE HUMANA
SS
AH
 
B
2
SS
AH
 
Z2
SSAH ZN
ECOSSISTEMAS SUSTENTÁVEIS
TERRA
 
FIGURA 2.2 - 
2.2 – PARADIGMAS 
Como este trabalho pressupõe inquirição sobre um objeto da realidade, especificamente os SSAHs, é 
mister entender o paradigma científico sob o qual essa inquirição será desenvolvida. Em Guba e Lincoln 
(1994), paradigmas são conceituados como 
“sistemas de crenças básicas a partir de hipóteses éticas, ontológicas, epistemológicas e 
metodológicas.” 
Crenças são básicas no sentido de que devem ser aceitas pela fé, sem contestação, o que não exclui boa 
argumentação na sua apresentação. Na mesma publicação é colocado que paradigmas de inquirição 
definem, para os inquiridores, o objeto e o que está dentro e o que está fora da inquirição. As crenças 
básicas que definem paradigmas de inquirição podem ser sumariadas pelas respostas dadas pelos 
proponentes de qualquer paradigma a quatro questões fundamentais: 
� Questão ética: Qual é o papel moral do inquiridor no que concerne à realidade? 
� Questão ontológica: Qual é a forma e a natureza da realidade e o que se pode saber sobre essa 
realidade? 
� Questão epistemológica: Qual é a natureza do relacionamento entre o inquiridor e o que pode 
ser conhecido? 
� Questão metodológica: Como pode o inquiridor proceder em descobrir o que ele acredita poder 
ser conhecido? 
Ao tratar do paradigma construtivista em seu livro sobre fenomenologia aplicada ao ensino de 
geometria, Bicudo (2000) leva em consideração o trabalho de Guba e Lincoln (1994) na comparação 
entre dois grandes paradigmas, um baseado em crenças convencionais (positivistas) e outro em crenças 
construtivistas, nas dimensões ontológicas, epistemológicas e metodológicas. Fazendo ressalvas sobre a 
generalização a partir de apenas dois grandes paradigmas, Bicudo (2000) coloca várias questões que 
necessitam ser respondidas para se entender a realidade com vistas à construção do conhecimento: 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
6 
 
 “Como construída? Como estando em construção? Como estando sendo construída por um sujeito 
pensante? Como estando sendo construída socialmente? O ato de construção da realidade é 
criador, quer seja ele efetuado por um sujeito ou socialmente? O que esse ato cria? Uma realidade 
objetiva? Realidades múltiplas? Que tipo de realidade o processo pelo qual a realidade (construída) 
é conhecida fornece como produto: clara e distinta, única, múltipla, consensual?” 
Tomando como base um outro trabalho de Guba e Lincoln (1985), Bicudo (2000) explicita quatro 
significados de realidade: objetiva, percebida, construída e criada. Descartando apenas o significado de 
realidade objetiva, denotada como “realismo ingênuo ou hipotético”, para o qual “o mundo, a respeito 
do qual temos conhecimento, existe independentemente de termos dele conhecimentos”, são 
considerados válidos pontos relativos aos outros três significados de realidade. A partir desses 
conceitos, foi adotada uma atitude construtivista, tratando da construção do conhecimento e da 
construção da realidade. 
Referindo-se a Jean Piaget, que considera conhecimento como atividade que se edifica na relação 
indissociável entre sujeito e objeto, são tratados o ONDE e o COMO relativos à ocorrência dessa 
atividade. Com base nas reflexões de Merleau-Ponty em Fenomenologia da Percepção (1994), 
reconhece-se o ONDE como o mundo, explicitando que a consideração do “mundo como sendo o campo 
de todos os pensamentos e de todas as percepções explícitas, tem-se o núcleo da conexão construção do 
conhecimento e construção da realidade.” 
No que se refere à ocorrência do conhecimento como atividade, são introduzidos os conceitos de 
tempo, temporalidade e movimento, referindo-se a Merleau-Ponty de que a ORDEM DA COEXISTÊNCIA 
de objetos (aqui, ali) não é dissociada da sua ORDEM DE SUCESSÃO (antes, agora, depois). Ainda 
segundo Bicudo (2000), 
“Distância no tempo (passado, presente, futuro) e distância no espaço (aqui, ali) são unificadas por 
sínteses de transição que efetuam passagem de uma percepção a outra, em um continuum, sem 
ligar perspectivas diretas.” 
Uma outra citação complementa o raciocínio quanto à relação tempo/espaço: 
“Imbricada na percepção de tempo/espaço, vista como uma experiência original, está aquela de 
movimento. O fenômeno do movimento manifesta de modo mais sensível a mútua implicação 
espacial e temporal.” 
2.3 - VALORIZAÇÃO TEMPO/ESPAÇO 
O quadro conceitual apresentado neste trabalho considera que o propósitomaior de um SSAH é a 
formação sustentável de valor ou VALORIZAÇÃO SUSTENTÁVEL. Na condição de indicador síntese do 
desempenho quanto ao futuro desejado de um SSAH, a VALORIZAÇÃO SUSTENTÁVEL pode ser 
explicitada em termos dos posicionamentos tempo/espaço dos estados resultantes do comportamento 
do SSAH, posicionamentos esses traduzidos em TRAJETÓRIAS que cruzam uma DIVERSIDADE DE 
ESPAÇOS DE VALORIZAÇÃO, sob diferentes PERSPECTIVAS DE TEMPO. 
Considerando a valorização ocorrendo em um espaço i genérico, a ferramenta mestre da abordagem, 
que se constitui em uma espécie de “DNA” de um SSAH, é a MATRIZ DE VALORIZAÇÃO TEMPORAL DE 
SSAH NO ESPAÇO i, mostrada na Figura 2.3. Como pode ser notado pelos próprios títulos e subtítulos de 
linhas e colunas, o trabalho de Bicudo (2000) foi tomado como referência principal para a concepção 
dessa matriz. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
7 
 
PRÓXIMO
DISTANTE
AQUI
E
S
P
A
Ç
O 
i
O
R
D
E
M
D
O
S
C
O
E
X
I
S
T
E
N
T
E
S
ORDEM DOS SUCESSIVOS
TEMPO
AGORAANTES DEPOIS
MATRIZ DE 
VALORIZAÇÃO 
TEMPORAL DE 
COLETIVO HUMANO 
NO ESPAÇO i 
PERCEPÇÃO DE VALOR 
DE POSICIONAMENTOS 
INTERNOS E EXTERNOS 
NO ESPAÇO i 
LOCAÇÃO
ESPACIAL
INFLUÊNCIAS
CONFLUÊNCIAS
LOCALIZAÇÃO 
EM REDES DE 
VALOR DO 
ESPAÇO i
SEQUÊNCIA
TEMPORAL
PASSADO
HISTÓRICO
FUTURO 
DESEJADO
PRESENTE
PARADIGMAS CONSIDERADOS
 
FIGURA 2.3 – 
2.4 – TRANSIÇÃO ESPACIAL 
O entendimento do que seja “Aqui”, “Próximo” e “Distante” nos títulos das linhas da matriz, que 
correspondem à Ordem dos Coexistentes em qualquer Espaço i, exige a conceituação de ESCOPO, 
CONTEXTOS e AMBIENTES. Essa conceituação, por seu lado, toma como referência uma das primeiras 
categorizações aplicadas a sistemas por Guarajedagui (2006), que segmenta as variáveis associadas aos 
elementos de qualquer sistema, incluídos os SSAHs, em dois grandes grupos: as variáveis que podem e 
as que não podem ser controladas pelo sistema como decorrência de suas ações. Ainda de acordo com 
Guarajedagui (2006), CONTROLAR significa que as ações do sistema são NECESSÁRIAS E SUFICIENTES 
para produzir saídas desejadas em conjuntos interativos de variáveis. Dentro desse enfoque, SISTEMA 
engloba todos os conjuntos interativos de variáveis que podem ser por ele controlados, enquanto que 
no AMBIENTE estão todos os demais conjuntos interativos de variáveis que, apesar de poderem afetar o 
comportamento do sistema, não são por ele controlados. A BORDA, que estabelece os limites do 
sistema em termos do que está dentro e do que está fora do sistema, é tratada como algo 
subjetivamente definido pelos interesses e habilidades dos integrantes do sistema. 
Vindo de fora para dentro, Guarajedagui (2006) considera a existência de variáveis pertencentes a 
macrossistemas do ambiente que, apesar de não poderem ser controladas, podem influenciar o sistema 
ou serem influenciados pelo sistema. Utilizando o conceito de controlar acima descrito, INFLUENCIAR 
significa não ter controle, no sentido de que a ação, apesar de necessária, não é suficiente para uma 
saída desejada, sendo apenas uma CO-PRODUTORA. Ou seja, parte das variáveis não controláveis passa 
à categoria de influenciáveis, caracterizando um novo recorte, aquele dos macrossistemas com 
interesses, no qual estão incluídos os stakeholders. 
Continuando no movimento de fora para dentro, à medida que se aproxima das bordas do sistema, as 
características da proximidade fazem com que parte das variáveis influentes passem a confluentes. 
CONFLUENCIAR, aqui tomado como verbo mais ativo em termos de participação do que influenciar, 
significa que a ação, apesar de não suficiente para saídas desejadas, é uma CO-PRODUTORA PRÓXIMA 
que carrega condições de alavancagem em relação ao seu grau original de suficiência nas proximidades 
do sistema, desde que sejam consideradas interseções com ações de integrantes de outros sistemas 
com possibilidades de agir nas mesmas proximidades. No limite, a interseção das ações co-produtoras 
pode resultar em grau de suficiência que transforme ações confluentes em ações sob controle conjunto 
e não apenas individual do sistema em questão, englobando condições necessárias e suficientes para 
saídas desejadas do conjunto de sistemas envolvidos. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
8 
 
Tomando os conceitos acima como referência, é possível delimitar quatro seções para a caracterização 
de ações em sistemas: o ESCOPO, dois CONTEXTOS e o AMBIENTE: 
� Escopo: ações sob controle do sistema, no sentido de serem necessárias e suficientes para saídas 
desejadas; 
� Contextos: co-produção 
� Confluência: ações de co-produção, necessárias e, alavancadas pela proximidade, cada vez 
mais suficientes para saídas desejadas. No limite, a interseção das ações co-produtoras 
confluentes pode resultar em ações sob controle conjunto, englobando condições necessárias 
e suficientes para saídas desejadas de todos ou de parte dos sistemas co-produtores 
envolvidos. 
� Influência: ações de co-produção, necessárias e não suficientes para saídas desejadas, que não 
são alavancadas pela proximidade; 
� Ambientes: ações sem controle do SSAH quanto a saídas desejadas. 
A transição espacial, presente na última coluna da matriz, associa “confluências” a “próximo”, 
“localização corrente” a “aqui” e “influências” a “distante”. O “ambiente”, não explicitado na matriz, 
está associado aos “limites do distante” em termos de interesses. 
2.5 – TRANSIÇÃO TEMPORAL 
À semelhança da abordagem acima para a dimensão ESPAÇO, o entendimento do “Antes”, “Agora” e 
“Depois” nos títulos das colunas da matriz correspondentes à Ordem dos Sucessivos no Espaço i exige a 
conceituação de HORIZONTES DE MODELAGEM, que engloba generalizações da dimensão TEMPO 
quanto a prazos, complexidade e orientação. 
No HORIZONTE DE MODELAGEM DE PROJEÇÃO, o futuro é tratado como uma continuidade do passado, 
com base em plataformas inteligentes, que se caracterizam por possuir (i) dados integrados com 
qualidade e armazenados de modo inteligente; (ii) um arsenal de modelos analíticos; e (iii) um conjunto 
de ferramentas de inteligência. Projeções são elaboradas por composição (orientação bottom-up) a 
partir de evidências do passado, tendo sua grande aplicação no tratamento de situações de curto prazo 
envolvendo principalmente causa-efeito. Ainda que baseadas em plataformas inteligentes, projeções 
geralmente começam a ficar difusas à medida que os prazos ficam mais longos, as situações mais 
complexas em termos de causa-efeito e as composições de dados envolvem maiores níveis de abstração 
em relação às bases originais. Ou seja, o todo resultante das composições têm cada vez menos a ver 
com as partes originais consideradas. A REAÇÃO constitui a atitude essencial quanto à modelagem por 
projeção, que toma como ponto de partida o conhecimento sobre a realidade já acontecida. 
No HORIZONTE DE MODELAGEM DE VISÃO, tenta-se vislumbrar o futuro próximo a partir de visões 
futuras mais distantes. A visão complexa do futuro de longo prazo é tomada como referência compacta 
a ser decomposta (orientação top-down) para o que se espera acontecer no futuro mais próximo. A 
construção de visões de fronteiras do conhecimento, a serem tomadas como referências, são 
fundamentalmente consolidações do conhecimento especializado. Visões geralmente começam a ficar 
difusas à medida que os prazos tornam-se mais curtos, as situações mais simples e as decomposições 
mais abstratas com relação aos modelos sintéticos originais. Ou seja, as partes resultantes das 
decomposições têm cada vez menos a ver com o todo original considerado. A atitude essencial quanto à 
modelagem por visão é a IMAGINAÇÃO, partindo-se do conhecimento sobre a realidade ainda não 
acontecida. 
NoHORIZONTE DE MODELAGEM DE PROSPECÇÃO, combina-se projeção e visão, com (i) a COMPOSIÇÃO 
de todos obtidos em diferentes futuros pela montagem das partes a partir de bases analíticas atuais de 
dados; e (ii) a DECOMPOSIÇÃO de todos em partes obtidas em diferentes futuros mais próximos pela 
desmontagem desses todos em futuros mais distantes. Esse horizonte, que se constitui na ponte entre 
os outros dois, tem seu foco na sobreposição e fusão dos resultados das abordagens bottom-up e top-
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
9 
 
down dos horizontes de modelagem de projeção e de visão. Cenários são elaborados no horizonte de 
modelagem de prospecção. A ADAPTAÇÃO é a atitude essencial quanto à modelagem por prospecção. 
2.6 – INDICADORES DE DESEMPENHO 
O Sistema de Múltiplos Níveis de Aprendizagem desenvolvido por Wasdell (1993), considera SSAHs 
como sistemas abertos com propósito. O Nível Zero de um SSAH quanto à aprendizagem corresponde 
ao sistema sem ciclo de realimentação. Nesse nível, apesar de mudanças no ambiente, o SSAH não tem 
como se adaptar, não havendo alterações no comportamento e desempenho do sistema. 
Ao galgar o Nível 1, o sistema incorpora o Ciclo 1 de Aprendizagem, com possibilidade de adaptação do 
comportamento em função da realimentação recebida sobre os resultados obtidos. Esse progresso do 
SSAH, denominada Evolução 0/1, engloba desde meros ajustes até a transição completa para um novo 
comportamento do sistema. A Figura 2.4 mostra graficamente a Evolução 0/1. 
RESULTADOS 
ADEQUADOS AO 
COMPORTAMENTO?
EVOLUÇÃO 0/1
TRANSIÇÃO
COMPORTAMENTO
(REAÇÃO/RESPOSTA/AÇÃO)
CONSEQUÊNCIAS
(RESULTADOS)
CICLO 0
(SEM APRENDIZAGEM)
CICLO 1 (SIMPLES)
0/1
TRANSIÇÃO
AJUSTES
SIM
NÃO
AJUSTES
EVENTO(S) ANTECEDENTE(S)
(SISTEMA OU SEU AMBIENTE)
 
FIGURA 2.4 – EVOLUÇÃO 0/1 
A despeito da evolução do sistema em si, o correspondente sistema de aprendizagem está no Nível 
Zero. Ou seja, o sistema de aprendizagem do Ciclo 1 do SSAH não conta com nenhum ciclo de 
realimentação. Assim, apesar das mudanças no ambiente de aprendizagem, o sistema de aprendizagem 
nesse Nível Zero não tem como se adaptar, não havendo alterações no comportamento e desempenho 
em aprendizagem/aprendizado. 
Subindo agora ao Nível 2 do SSAH, há a incorporação do Ciclo 2 de aprendizagem, com possibilidade de 
alterações no comportamento do SSAH, em função da realimentação recebida não só sobre os 
resultados obtidos via Ciclo 1 do sistema de aprendizagem, mas também sobre os resultados do próprio 
Ciclo 1. Esse progresso do SSAH, denominada Evolução 1/2, que tem a Evolução 0/1 nela imersa, 
engloba desde meros ajustes até a transição para um novo comportamento do sistema, agora também 
em termos de aprendizagem. 
Continuando nessa incorporação de ciclos de aprendizagem, o progresso do SSAH do Nível n-1 para o 
Nível n, denominada Evolução (n-1)/n, que tem o conjunto {Evolução 0/1, Evolução 1/2, Evolução 2/3, 
..., Evolução (n-2)/(n-1)} nela imersa, engloba desde meros ajustes até a transição completa para um 
novo comportamento do sistema em termos de aprendizagem. 
Segundo Wasdell (1993), como teoricamente essa incorporação pode continuar indefinidamente, não 
há limites para o SSAH em aprendizagem. No âmbito este trabalho, dada a relevância das características 
únicas dos quatro primeiros ciclos de aprendizagem, esse conjunto de ciclos ganha um destaque 
especial. 
Ao tratar aprendizagem organizacional, Garavan (1997) considera os tipos adaptativo e regenerativo 
definidos por Argyris (1987). O adaptativo ou de Ciclo Simples de aprendizagem (single-loop), em que o 
comportamento deve obedecer premissas de aprendizagem organizacional, sem questionar valores da 
teoria de ação, usualmente ocorre de forma sequencial, incremental e focado em tópicos e 
oportunidades no âmbito das atividades tradicionais da organização. O regenerativo ou de Ciclo Duplo 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
10 
 
(double-loop) ocorre quando a organização passa a questionar valores da teoria de ação, estratégias e 
premissas às quais o comportamento está submetido. 
O conceito de Ciclo Triplo (triple-loop) abordado em Rome and Wittloostuijn (1999) remete ao 
questionamento da perspectiva da contextualização à qual as premissas devem ter aderência. A 
continuação desse movimento de expansão dá origem ao Ciclo Quádruplo (quadruple-loop) em que se 
questiona o referencial de modelagem sobre o qual o comportamento, as premissas e os contextos 
estão baseados. A sequência lógica correspondente aos quatro primeiros ciclos é então 
Referenciais�Contextos�Premissas�Comportamento�Resultados. 
Conforme mostra a Figura 2.5, esses quatro ciclos podem ser associados a quatro Indicadores de 
Excelência: 
(i) Eficiência (“Fazer certo”) � Ciclo Simples; 
(ii) Eficácia (“Fazer o certo”) � Ciclo Duplo; 
(iii) Efetividade (“Fazer certo o certo”) � Ciclo Triplo; 
(iv) Evidência (“Ter referencial certo para fazer certo o certo”) � Ciclo Quádruplo. 
Por se constituir na última fronteira com denominação própria, o Ciclo Quádruplo, no qual se questiona 
os Referenciais 1 e 2, passa a ser a denominação genérica dos ciclos de realimentação a partir do 
quarto: Ciclo 5�Quádruplo1 (questionamento dos Referenciais 1, 2 e 3), Ciclo 6�Quádruplo2 
(questionamento dos Referenciais1, 2, 3 e 4), e assim por diante. 
Sistema com propósito (purposeful) já foi definido acima, enquanto que Sistema com busca de ideais 
(ideal-seeking), que tem inerente o conceito de perfeição ou de mais desejável, é um sistema com 
propósito que, ao atingir qualquer de suas metas ou alcançar qualquer de seus objetivos, busca outra 
meta ou outro objetivo que mais se aproxima de seus ideais (Ackoff, 1974). 
Evidência, Eficiência, Eficácia e Efetividade, todos iniciados pela letra “E” de Excelência, são possíveis 
títulos de conjuntos de indicadores. Esses conjuntos de indicadores delimitam o futuro desejado para o 
coletivo humano, em termos de fins almejados e meios utilizados, sob diferentes perspectivas de tempo 
em cada um dos horizontes de modelagem: 
� Programas são meios para atingir metas dentro de um horizonte de tempo; 
� Estratégias buscam alcançar objetivos além do horizonte de tempo; 
� Diretrizes caminham em direção à concretização de ideais, que são fins não alcançáveis, mas que 
podem ser aproximados sem limite. 
 
FAZEND O 
C ERTO?
EV OLUÇÃ O 0/1
M U DANÇ AS
COM PORTA MEN TO
(REAÇÃO /RESP OSTA/AÇÃO)
CO NSE QU Ê NC IAS
(RESU LTADO S)
CIC LO 0
( SEM AP REN DIZA DO )
CIC LO 1 (SIM P LE S)
0/1
MUDANÇ AS
AJU ST ES
SIM
N ÃO
AJU STES
EVEN TO(S) AN TECEDENTE( S)
(S IS TE MA OU SE U AM BIEN TE )
FAZENDO 
O CERTO?
EVOLUÇÃO 1/2
SIM
NÃO
AJUSTES
PREMISSAS
MUDANÇAS
CICLO 2 (DUPLO)
0/1
MUDANÇAS
AJUSTES
1/2
SIM
NÃOAJUSTES
FAZENDO 
CERTO 
O CERTO?
EVOLUÇÃO 2/3
CONTEXTOS
MUDANÇAS
CICLO 3 (TRIPLO)
0/1
MUDANÇAS
AJUSTES
1/2 2/3
REFERENCIAL 1 
CERTO PARA 
FAZER CERTO 
O CERTO?
EVOLUÇÃO 3/4
SIM
NÃO
AJUSTES
TRANSIÇÃO
CICLO 4 (QUÁDRUPLO)
0/1
TRANSIÇÃO
AJUSTES
1/2 2/3 3/4
REFERENCIAL 1
REFERENCIAL 2
CICLO 1 
����EFICIÊNCIA 
CICLO 2 
����EFICÁCIA 
CICLO 3 
����EFETIVIDADE 
CICLO 4 
����EVIDÊNCIA 1 
 
FIGURA 2.5 – ASSOCIAÇÃO DE NÍVEIS DE APRENDIZAGEM COM EXCELÊNCIA 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
11 
 
Com relação à Figura 2.5 cabem as seguintes perguntas genéricas referentes aos indicadores de 
excelência, com imersão crescente: 
1. Comportamento está tendo Resultados alinhados às Premissas? (�Eficiência) 
2. Premissas associadas aos Contextos são válidas (�Eficácia) para 
2.1. Fazer Certo? (�Eficiência) 
3. Contextos decorrentes do Referencial 1 são adequados (�Efetividade) para 
3.1. Fazer O Certo?(�Eficácia) 
3.2. Fazer Certo? (�Eficiência) 
4. Referencial 1 está no estado da arte (�Evidência) para 
4.1. Fazer Certo O Certo? (�Efetividade) 
4.2. Fazer O Certo? (�Eficácia) 
4.3. Fazer Certo? (�Eficiência) 
3 – TRAJETÓRIAS DE EXCELÊNCIA NA VALORIZAÇÃO EM SSAHs 
Os posicionamentos tempo-espaço devem buscar TRAJETÓRIAS DE EXCELÊNCIA, em relação a FINS e 
MEIOS e INDICADORES DE DESEMPENHO. A transição temporal, presente na última linha da MATRIZ DE 
VALORIZAÇÃO TEMPORAL DE SSAH NO ESPAÇO i da Figura 2.3, associa “passado histórico” a “antes”, 
“percepção do presente via paradigmas considerados” a “agora” e “futuro desejado” a “depois”. A 
Figura 3.1 sintetiza graficamente a valorização de SSAHs, em termos de horizontes de modelagem, 
diversidade de espaços e trajetórias de excelência. 
EXCELÊNCIA 
(“Es”)
� EVIDÊNCIA
� EFICÁCIA
� EFICIÊNCIA
� EFETIVIDADE
FINS E MEIOS
� IDEAIS/DIRETRIZES
� OBJETIVOS/ESTRATÉGIAS
�METAS/PROGRAMAS
TRAJETÓRIAS 
POSICIONAMENTOS 
INTERNOS E EXTERNOS 
CORRENTES
EM DIVERSOS ESPAÇOS 
DE VALORIZAÇÃO
SITUAÇÃO 
CORRENTE
IMPLEMENTAÇÕES 
PASSADAS
POSICIONAMENTOS 
INTERNOS E EXTERNOS 
HISTÓRICOS 
EM DIVERSOS ESPAÇOS 
DE VALORIZAÇÃO
SSAH
SSAH
POSICIONAMENTOS 
INTERNOS E EXTERNOS 
DESEJADOS 
EM DIVERSOS ESPAÇOS 
DE VALORIZAÇÃO
IMPLEMENTAÇÕES 
FUTURAS
SSAH
PROJEÇÃO (DENTRO PARA FORA)
����PLATAFORMAS INTELIGENTES
HORIZONTES DE 
MODELAGEM 
VISÃO (FORA PARA DENTRO)
CONHECIMENTO ESPECIALIZADO 
����
PROSPECÇÃO
���� SOBREPOSIÇÕES E FUSÕES
����
 
FIGURA 3.1 – DIAGRAMA SINTÉTICO DA VALORIZAÇÃO EM SSAHs 
É interessante notar que, apesar de o tempo ser uma dimensão absoluta comum a todos os estados, 
pode haver distinção quanto à consideração de durações de períodos em diferentes espaços de 
valorização. Assim, as hipóteses de durações para programas, estratégias e diretrizes associadas às 
valorizações nos diferentes espaços torna-se um grande desafio de integração e coordenação. 
3.1 – INTERAÇÃO HUMANA E CONVIVÊNCIA 
Dentro do enfoque de que o propósito maior de qualquer SSAH é a sua VALORIZAÇÃO, SSAHs 
consomem insumos (entradas) disponíveis na sociedade e tornam possível o consumo, pela sociedade, 
dos produtos (saídas) por eles produzidos. 
O espaço maior de convivência, que se constitui na base sobre a qual as configurações de SSAHs serão 
consolidadas quanto à valorização, pressupõe a existência de um modelo de sociedade que permita 
caracterizar diferentes tipos de valor e os respectivos planos nos quais os portadores desses valores 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
12 
 
serão objeto das interações humanas. A abordagem apresentada a seguir é uma adaptação do trabalho 
de Hélio Jaguaribe em seu livro “Sociedade, Mudança e Política” (Jaguaribe, 1975). 
Tomando como base o modelo de Talcott Parsons para localizar a sociedade em um quadro geral da 
realidade (“The Social System-1951” (Talcot Parsons, 1951) e “Societies: Evolutionary and Comparative 
Perspectives-1966” (Talcot Parsons, 1966), Jaguaribe aborda o Sistema Social, definido como: 
“Um sistema de interação humana ... que constituirá sempre em (a) uma pluralidade de atores; (b) 
interagindo para realizar objetivos; (c) por certos meios; e (d) em certas condições.” 
Com relação às funções inerentes ao processo societal, Jaguaribe considera a interação humana 
ocorrendo em quatro planos estruturais da sociedade, associados aos principais conjuntos de funções 
do processo de interação humana: participacional; cultural; econômico; e político. 
Nessa abordagem, cada um desses planos constitui-se no lugar analítico de produção e apropriação de 
“algo que tenha valor” na satisfação de necessidades societais. Assim, no Plano Participacional acontece 
a interação pessoal, via atores, papéis e status, enquanto que no Plano Cultural há a interação simbólica, 
por crenças (factuais, de valores e normativas) e símbolos expressionais. No Plano Econômico, a 
interação ocorre por meio de bens e serviços e, no Plano Político acontece via comandos sancionáveis. A 
interação social global é resultado da síntese das interações levadas a efeito em cada um desses quatro 
planos. 
Para “algo que tenha valor”, Jaguaribe utiliza o termo genérico “valuável”, para denotar o que está 
sendo produzido e apropriado em qualquer dos quatro planos. Como decorrência do processo de 
aquisição de valuáveis de determinado plano, Jaguaribe, em uma colocação deveras interessante, 
introduz o conceito de influência, como indicativo de posse de qualquer meio primário intercambiável. 
Influência é então o meio secundário decorrente da posse de meios primários associados, 
respectivamente, aos planos Participacional, Cultural, Econômico e Político: Prestígio, Cultura, Dinheiro 
e Poder. 
São definidos ainda os seguintes Regimes de estratificação para cada um dos quatro planos: (i) 
Participacional�Participação; (ii) Cultural�Valores; (iii) Econômico�Propriedade; e (iv) 
Político�Poder. Cada um dos planos apresenta uma certa ordem social com diferenciação entre as 
camadas superior, média e inferior. 
Essas três camadas são aqui adaptadas e renomeadas para definidores da oferta de valuáveis, 
executores da oferta de valuáveis e consumidores dos valuáveis em oferta. Essa hierarquia definidor-
executor-consumidor é equivalente àquela de Jaguaribe para as camadas superior-média-inferior nos 
planos cultural (formuladores e intérpretes de símbolos-divulgadores de símbolos-consumidores de 
símbolos) e político (tomadores de decisão-executores da decisão-governados). 
No plano participacional, é necessário supor que o status de cada pessoa confunde-se com a própria 
pessoa. Ou seja, uma pessoa é definidora de status na medida em que seu status é um padrão superior 
de referência. Aqueles que procuram garantir a observância de padrões superiores de referência são os 
executores, enquanto que os que aceitam esses padrões constituem-se nos consumidores de status. 
Já no plano econômico, os controladores dos meios de produção são os definidores, enquanto que são 
considerados executores tanto os gerentes e técnicos (camada média de Jaguaribe) quanto os 
trabalhadores (camada inferior de Jaguaribe), já que ambas as camadas dizem respeito a empregados 
ou prepostos. Foram introduzidos, no nível de consumidores, os clientes e outros stakeholders nos 
mercados de provisão, não explicitados por Jaguaribe. 
No nível hierárquico Operacional, no qual as interações realmente acontecem, Jaguaribe define, de 
acordo com esses regimes, um tipo de organização para cada um dos respectivos planos: (i) Famílias no 
Participacional; (ii) Entidades culturais no Cultural; (iii) Empresas no Econômico; e (iv) Estado no Político. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
13 
 
Para efeitos de quantificação do valor criado pelo respectivo valuável no âmbito de qualquer 
organização dentro do processo social, todas as demais organizações são tratatas como unidades de 
demanda do valuável em questão. 
Na implementação do modelo teórico, é necessário ter o completo entendimento do papel de cada tipo 
de organização em todos os níveis das interações humanas. Por exemplo, na “economia informal”, pode 
existir a criação e apropriação de valor, via bens e serviços, pelas famílias, que são organizações do 
plano participacional. Do mesmo modo, o estado, que cria e apropria comandos sancionáveis, é o 
responsável maior por serviços de segurança pública, educação e saúde, bem como pela infraestrutura 
básica do país. Por meio de uma matriz quatro por quatro, na qual as quatro linhas correspondem aos 
tipos de organização e as quatro colunas aos planos de interação social, consegue-se mostrar dezesseis 
possíveis combinações “de-para” envolvendo todos os tipos de organização e todos os planos societais. 
A evolução dos coletivos humanos tem acompanhado aevolução da natureza da convivência dos seres 
humanos na terra. Os primeiros coletivos humanos foram as famílias, cujas interações se davam (e ainda 
se dão) basicamente em termos de parentescos, vizinhança e interesses que tratam da convivência 
pessoal, em territórios locais, valor associado a papéis e status pessoais e relações de conhecimento 
mútuo quanto a identidades e atos. 
Dada a natureza da convivência pessoal, as famílias cumpriram e continuam cumprindo o papel de 
operacionalizarem as diferentes interações humanas em grupos relativamente pequenos. O crescimento 
da população humana, que se traduziu em maior ocupação física da superfície terrestre, concentração 
em aglomerados humanos mais densos, e relacionamentos humanos cada vez mais intensos, redundou 
em territórios com fronteiras, grande intercâmbio de objetos de valor e relações institucionais formais. 
Essa complexidade estabeleceu a necessidade de um outro nível de convivência, agora em bases 
institucionais, exigindo a criação de organizações que operacionalizassem as interações humanas nos 
planos econômico, político e cultural, pelo intercâmbio de algo que tivesse valor, que Jaguaribe (1975) 
denota por “valuável” em cada um dos respectivos planos. A Figura 3.2 ilustra a dinâmica das interações 
via organizações. 
EMPRESAS
BENS E SERVIÇOS
�DINHEIRO
ECONÔMICO
ORGANIZAÇÕES
REGIME DE PROPRIEDADE
•CONTROLADORES DE MEIOS
•EMPREGADOS
•CLIENTES 
REGIME DE VALORES
•FORMULADORES DE SÍMBOLOS
•DIVULGADORES
•SEGUIDORES, ADEPTOS 
REGIME DE PODER
•TOMADORES DE DECISÃO
•EXECUTORES
•GOVERNADOS 
FIGURA 3.2 – CONVIVÊNCIA INSTITUCIONAL VIA ORGANIZAÇÕES 
A hipercomplexidade associada principalmente à globalização decorrente da crescente integração de 
sistemas de informação e redes de telecomunicações forçou o surgimento de um terceiro nível de 
convivência global em rede, para fazer frente a territórios sem fronteiras, valor no saber individualizado 
e relações institucionais virtuais, com o aparecimento de entidades sociais em rede, caracterizadas 
principalmente pela capacidade de adaptação e aprendizado. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
14 
 
A sequência de citações de textos das páginas 264 e 265 em Castells (2000), sobre características dos 
processos produtivos informacionais e da nova divisão de trabalho que caracteriza o paradigma 
informacional emergente, constitui-se em um referencial básico para o entendimento dessas entidades 
sociais em rede. A transcrição de apenas uma dessas citações, sobre os processos produtivos 
informacionais, transmite a sua densidade: 
“A maior parte das atividades ocorre nas organizações. Uma vez que as duas características 
principais da forma organizacional predominante (a empresa em rede) são adaptabilidade e 
flexibilidade externa, as duas características mais importantes do processo serão: capacidade de 
gerar tomada de decisão estratégica flexível e capacidade de conseguir integração organizacional 
entre todos os elementos do processo produtivo.” 
A Figura 3.3 mostra as interações envolvendo as três dimensões de convivência: pessoal, institucional e 
em rede. 
EMPRESAS
BENS
SERVIÇOS
EST ADO
COMANDO S
SANCI ONÁVEIS
EN
T I
DA
DE
S
CU
L T
UR
AI
S
SÍM
BO
L O
S
CU
LT
UR
ALPO
LÍT ICO
ECONÔM ICO
ORGANIZAÇÕES
EMPRESAS
BENS
SERVIÇOS
EMPRESAS
BENS
SERVIÇOS
EST ADO
COMANDO S
SANC I ONÁVEIS
EST ADO
COMANDO S
SANC I ONÁVEIS
EN
T I
DA
DE
S
CU
L T
UR
AI
S
SÍM
BO
L O
S
EN
T I
DA
DE
S
CU
L T
UR
AI
S
SÍM
BO
L O
S
CU
LT
UR
ALPO
LÍT ICO
ECONÔM ICO
ORGANIZAÇÕES
CU
LT
UR
ALPO
LÍT ICO
ECONÔM ICO
ORGANIZAÇÕES
PARENTESCOS
CONVIVÊNCIA PESSOAL
• TERRITÓRIOS����LOCAIS
• VALOR����PAPÉIS E STATUS PESSOAIS 
• RELAÇÃO����CONHECIMENTO MÚTUO
• IDENTIDADES
• ATOS
����FAMÍLIAS
FAMÍLIAS
CONVIVÊNCIA INSTITUCIONAL
• TERRITÓRIOS����COM FRONTEIRAS
• VALOR����VALUÁVEIS INTERCAMBIÁVEIS 
• ECONÔMICO����BENS E SERVIÇOS
• POLÍTICO����COMANDOS SANCIONÁVEIS
• CULTURAL����SÍMBOLOS
• RELAÇÃO����INSTITUIÇÕES
����ORGANIZAÇÕES
CONVIVÊNCIA GLOBAL
• TERRITÓRIOS����SEM FRONTEIRAS
• VALOR����SABER INDIVIDUALIZADO 
• RELAÇÃO����INSTITUIÇÕES VIRTUAIS
����ENTIDADES SOCIAIS EM REDE
ENTIDADES SOCIAIS EM REDE (ADAPTÁVEIS E FLEXÍVEIS)
PRINCÍPIOS DE COHABITAÇÃO
• COEXISTÊNCIA
• COOPERAÇÃO
• COEDUCAÇÃO
���� PG 132, BOARDMAN, JONH AND BRIAN SAUSER, SYSTEMS THINKING: 
COPING WITH 21st CENTURY PROBLEMS, CRC PRESS, 2008
 
 FIGURA 3.3 – CONVIVÊNCIA PESSOAL, INSTITUCIONAL E EM REDE 
Na evolução conceitual de planos de interação humana para espaços de convivência, os SSAHs, daqui 
por diante denominados Coletivos Humanos Sustentáveis – CHS (Lévy, 2003), tornam-se o foco deste 
trabalho. Os espaços de convivência pessoal, institucional e em rede, este último aderente aos conceitos 
de Castells (2000), passam então a constituir os referenciais para a consolidação de configurações de 
coletivos humanos que levem em conta uma diversidade analítica de espaços de valorização. 
3.2 – DIVERSIDADE DE ESPAÇOS DE VALORIZAÇÃO 
Apesar de não haver um número pré-definido para a DIVERSIDADE ANALÍTICA, oito espaços de 
valorização, separados em dois graus de diversidade, estão sendo explicitamente tratados neste 
trabalho: (i) grau de diversidade de fundação�encadeamento, contabilização, interesses e dinâmica; e 
(ii) grau de diversidade de procura�coesão, aprendizado, qualidade e governança. A abordagem 
utilizada permite ainda a consideração de outros espaços específicos que porventura venham a ter 
relevância para um ou mais CHSs em particular. 
3.2.1 – GRAU DE DIVERSIDADE DE FUNDAÇÃO 
A caracterização da valorização é iniciada levando em conta a orientação estruturante inerente aos 
espaços de encadeamento, contabilização, interesses e dinâmica, presentes no GRAU DE DIVERSIDADE 
DE FUNDAÇÃO de espaços de valorização de qualquer CHS. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
15 
 
No ESPAÇO DE ENCADEAMENTO a valorização decorre do estabelecimento dos locais e condições para 
os diferentes tipos de valores sejam criados e transacionados entre CHSs, seja na obtenção de entradas, 
como na geração interna via consolidação de entradas com disponibilidades internas, quanto na 
provisão de saídas. Assim, as possibilidades de ganho concentram-se na OBTENÇÃO, CONSOLIDAÇÃO 
INTERNA e PROVISÃO, que se constituem nos elos de cadeias de redes de valor. 
No elo de OBTENÇÃO ocorre a percepção e delimitação de provedores e outros stakeholders em 
mercados de obtenção, bem como a internalização de objetos de valor e adição de valor nesses objetos 
de valor. No elo de CONSOLIDAÇÃO INTERNA há a conjugação de internalizações com as 
disponibilidades internas e a adição interna de valor e a alocação do valor total adicionado. No elo de 
PROVISÃO acontece a externalização de objetos de valor e adição de valor nesses objetos de valor, bem 
como a percepção e delimitação de clientes e outros stakeholders em mercados de provisão. A Figura 
3.4 ilustra graficamente o conceito. 
AMBIENTES
PROXIMIDADES
SISTEMA SUSTENTÁVEL DE ATIVIDADES HUMANAS
ENTRADAS SAÍDAS
B
O
R
D
A
S
B
O
R
D
A
S
RESULTADO TOTAL
CONFORMAÇÃO 
INTERNA 
MACROSSISTEMAS DE INTERESSE
VALORIZAÇÃO NA 
OBTENÇÃO
VALORIZAÇÃO NA 
PROVISÃO
VALORIZAÇÃO
TOTAL
VALORIZAÇÃO NA 
CONSOLIDAÇÃO
 
FIGURA 3.4 – ESPAÇO DE VALORIZAÇÃO DE ENCADEAMENTO 
No ESPAÇO DE CONTABILIZAÇÃO, que valoriza o SSAH por MÉTRICAS de adequado tratamento analítico, 
as diferentes formas de OBJETOS DE VALOR, segmentadas em ATIVOS TRADICIONAIS e CAPITAL 
INTELECTUAL, são cotejadas com o reconhecimento dos objetos de valor, quanto à tangibilidade, em 
REALIZAÇÕES ou POTENCIALIDADES.No que se refere ao plano econômico, Ballow, Burgman & Burgoz (2004) propõem uma matriz de 
objetos de valor, na qual cinco formas de Objetos de Valor, agrupadas em Ativos Tradicionais 
(MONETÁRIOS e FÍSICOS) e Capital Intelectual (HUMANO, ORGANIZACIONAL e RELACIONAL), são 
cotejadas com o reconhecimento contábil dos Objetos de Valor em função da concretização como 
REALIZAÇÕES (mais tangíveis) ou POTENCIALIDADES (mais intangíveis). 
Nas POTENCIALIDADES, as oportunidades emergem do estabelecimento de negócios com chances reais 
de valorização da empresa, da correta caracterização de fatores com maiores possibilidades de se 
tornarem os insumos requeridos pela empresa e da manutenção dos melhores mercados atuais e da 
criação de promissores novos mercados. 
Quanto às REALIZAÇÕES, as oportunidades estão na oferta direta de produtos (composto bens e 
serviços) a clientes em mercados primários, no fornecimento direto de insumos a clientes de mercados 
secundários ou no atendimento a clientes de mercados primários ou secundários com 
compartilhamento de riscos com terceiros. A Figura 3.5 mostra os objetos de valor em termos das 
dimensões de Forma e Tangibilidade. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
16 
 
R
E
A
L
I
Z
A
Ç
Õ
E
S
P
O
T
E
N
C
I
A
L
I
D
A
D
E
S
T
A
N
G
I
B
I
L
I
D
A
D
E
ATIVOS TRADICIONAIS
MANUFATURADOSFINANCEIROS ORGANIZACIONALHUMANO RELACIONAL
FORMA
CAPITAL INTELECTUAL
OBJETOS 
DE VALOR
RF RM RH RO RR
PF PM PH PO PR
 
 FIGURA 3.5 – MATRIZ DE OBJETOS DE VALOR 
O ESPAÇO DE INTERESSES valoriza o CHS ao dar tratamento equânime aos diferentes indivíduos ou 
grupos sociais que afetam ou podem ser afetados pela valorização, os stakeholders, levando em conta 
principalmente o poder, a urgência e a legitimidade de cada um. 
A Figura 3.6 (Mitchell, 1995) mostra uma tipologia de oito tipos de stakeholders, todos iniciados pela 
letra D, com base em três dimensões: Poder, Legitimidade e Urgência: 
1. Dormente: Detentor de poder; 
2. Demandante: Conduzido pela urgência; 
3. Discricionário: Vestido pela legitimidade; 
4. Destrutivo (dangerous): Dormente e Demandante; 
5. Dominante: Dormente e Discricionário; 
6. Dependente: Demandante e Discricionário; 
7. Definitivo: Dormente, Demandante e Discrionário; 
8. Desinteressado: Sem poder, urgência e legitimidade. 
 
FIGURA 3.6 – TIPOLOGIA DE STAKEHOLDERS 
No espaço de DINÂMICA a valorização resulta da integração de funções, estrutura e processo, com foco 
em movimentações de objetos de valor. Com atenção especial no plano econômico, Burgman&Ross 
(2004) argumentam 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
17 
 
“... que o foco da gestão para criar valor para o acionista é na transformação dos ativos (objetos de 
valor) à sua disposição, não apenas na posse desses ativos. ...” 
Para facilitar a visualização das transformações “De/Para” entre diferentes formas de Objetos de Valor e 
as valorizações decorrentes dessas transformações, os autores sugerem a utilização de uma matriz, na 
qual cada posição (x, y) corresponde à situação original x (“De”) e situação final y (“Para”) de cada 
transformação entre os respectivos pares de Objetos de Valor. 
A Tabela 3.1 – Transformação de Objetos de Valor é uma adaptação daquela apresentada em [BUR04], 
no que concerne à consideração explícita da dimensão “Tangibilidade”, presente na Matriz de Objetos 
de Valor, que classifica os Objetos em Tangíveis ou Intangíveis. 
 
REALIZAÇÕES POTENCIALIDADES REALIZAÇÕES POTENCIALIDADES REALIZAÇÕES POTENCIALIDADES REALIZAÇÕES POTENCIALIDADES REALIZAÇÕES POTENCIALIDADES
REALIZAÇÕES
POTENCIALIDADES
REALIZAÇÕES
POTENCIALIDADES
REALIZAÇÕES
POTENCIALIDADES
REALIZAÇÕES
POTENCIALIDADES
REALIZAÇÕES
POTENCIALIDADES
ORGANIZACIONAL HUMANO
CAPITAL INTELECTUAL
MONETÁRIO FÍSICO
MATRIZ DE TRANSFORMAÇÃO DE OBJETOS DE VALOR
SITUAÇÃO 
INICIAL 
("DE")
HUMANO
PRIMARIAMENTE 
IMPACTA VALOR 
CORRENTE
SITUAÇÃO FINAL ("PARA")
PRIMARIAMENTE IMPACTA VALOR FUTURO
ATIVOS TRADICIONAIS
RELACIONAL
ATIVOS 
TRADICIONAIS
CAPITAL 
INTELECTUAL
MONETÁRIO
FÍSICO
RELACIONAL
ORGANIZACIONAL
 
TABELA 3.1 – TRANSFORMAÇÃO DE OBJETOS DE VALOR 
3.2.2 – CONSTITUIÇÃO DE COLETIVOS HUMANOS 
Conforme mostra a Figura 3.7, fazendo-se uma associação direta com os quatro espaços do grau de 
diversidade de fundação – encadeamento, contabilização, interesses e dinâmica – a ESTRUTURA de 
constituição de um CHS pode ser descrita em termos de: 
a) considerar stakeholders internos (QUEM); 
b) segmentar objetos de valor de modo a facilitar o reconhecimento e a quantificação (O QUE); 
c) ter espaços para relacionamentos internos e externos (ONDE); 
d) caracterizar a dinâmica das movimentações de objetos de valor (COMO). 
SISTEMA SUSTENTÁVEL DE ATIVIDADES HUMANAS = COLETIVO HUMANO SUSTENTÁVEL
INTER-RELACIONADOS CONJUNTO DE ELEMENTOS
ANÁLISE 
SÍNTESE 
COLETIVO HUMANO SUSTENTÁVEL
SÍNTESE 
II
INTERESSADOS
INTERNOS
(STAKEHOLDERS)
IDENTIFICAR E CARACTERIZAR 
INTERESSADOS INTERNOS
INTERESSES
PODER
LEGITIMIDADE
URGÊNCIA
QUEM?
FINALIDADE
FR
FACES DE
RELACIONAMENTO
ESTABELECER 
RELACIONAMENTOS 
INTERNOS E EXTERNOS
ENCADEAMENTO
ONDE?
OBTENÇÃO
TRANSFORMAÇÃO
PROVISÃO
FINALIDADE
MOVIMENTAÇÕES DE 
OBJETOS DE VALOR
MO
DISPONIBILIZAR PROCESSOS QUE 
CONSOLIDEM FUNÇÕES E 
ESTRUTURAS EM MOVIMENTAÇÕES 
DE OBJETOS DE VALOR 
COMO?
FUNÇÃO
ESTRUTURA
PROCESSO
DINÂMICA
FINALIDADE
OBJETOS DE 
VALOR
OVs
APLICAR MÉTRICAS DE 
VALORAÇÃO ENVOLVENDO 
FORMAS E TANGIBILIDADE
CONTABILIZAÇÃO
TANGIBILIDADE
FORMAS
O QUE?
MÉTRICAS
FINALIDADE
 
FIGURA 3.7 – ESTRUTURA CONSTITUCIONAL OU CONSTITUIÇÃO ESTRUTURAL 
Quanto à ITERATIVIDADE, a constituição de um CHS contempla o Ciclo PDCA, também conhecido por 
Ciclo de Deming, em homenagem ao seu idealizador, William Edwards Deming. Associado à própria 
existência do CHS, cada uma das quatro letras corresponde a um verbo em inglês: P de Plan; D de Do; C 
de Check; e A de Act. Procurando manter as mesmas letras para a sigla em português, foi necessário 
escolher palavras ou combinações de palavras que melhor retratassem os significados originais em 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
18 
 
inglês. Em lugar de tradução direta do inglês, um livro em francês possibilitou uma seleção mais 
adequada de textos. Assim, tomando como base André Chardonnet e Dominique Thibaudon em “Le 
Guide Du PDCA de Deming” (Chardonnet&Thibaudon, 2003), principalmente o item 1.2. Interprétation 
managériale des quatre phases de ce cycle do capítulo 2, foram escolhidas as seguintes palavras, com 
seus respectivos verbos em francês mostrados entre parênteses: P de Planejamento (“Planifier: 
Préparer l’action”); D de Desdobramento (“Déployer: Developper et réaliser l’action”); C de 
Compreensão (“Comprende: Vérifier et comprendre les résultats”) ; e A de Aprimoramento (“Améliorer: 
Réagir pour améliorer l’action future”). Utilizando essas quatro palavras, o caráter iterativo do Ciclo 
PDCA, ilustrado na Figura 3.8, pode ser descrito em termos das seguintes fases: 
1. Planejamento: (i) decidir, no presente, o que fazer para que o futuro desejado aconteça; e (ii) o 
decidido resulta em planos. 
2. Desdobramento: (i) caminhar em direção ao futuro desejado conforme planejado; e (ii) a 
implementação dos planos concretiza o futuro. 
3. Compreensão: (i) coletar, comparar e controlar dados e informações sobre a consecução do 
futuro; e (ii) a caracterização de desvios e oportunidades explicita situações com possibilidades de 
ganhos ou perdas na consecução do futuro. 
4. Aprimoramento: (i) consolidar possibilidades de ganhos ou perdas na consecução do futuro; e (ii) 
a consolidaçãode correções e ajustes no planejado, bem como de incorporação de situações 
ainda não contempladas antecipa progresso e possibilidades de valorização. 
 
PLANEJAMENTO DECISÃO SOBRE FUTURO DESEJADO
DECIDIDO
DESDOBRAMENTO CONSECUÇÃO DO FUTURO
REALIZADO
COMPREENSÃO COLETA, COMPARAÇÃO E CONTROLE 
APRIMORAMENTO
CORREÇÕES, AJUSTES 
E APROVEITAMENTO DE 
OPORTUNIDADES 
CONSOLIDADOS
DESVIOS E
OPORTUNIDADES 
CARACTERIZADOS
ANTECIPAÇÃO DO PROGRESSO
 
FIGURA 3.8 – ITERATIVIDADE CONSTITUCIONAL OU CONSTITUIÇÃO ITERATIVA 
O capítulo 3 de Chardonnet&Thibaudon (2003), principalmente os itens 3.1. PDCA du rôle du manager 
dans la démarche d’amélioration e 3.2. L’efficace managériale en PDCA huit phases, consolida uma 
caracterização funcional interna para cada uma das fases do PDCA em termos de GESTÃO e 
IMPLEMENTAÇÃO, conforme a Figura 3.9. 
 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
19 
 
P
DC
A
 
FIGURA 3.9 – CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL INTERNA AO PDCA 
A Figura 3.10, resultante da combinação das Figuras 3.7 e 3.9, mostra a constituição estrutural-iterativa 
de um CHS que, assim conceituado, compõe um quadro de referência muito mais amplo. 
 
ESCOPO
MOVIMENTAÇÕES DE 
OBJETOS DE VALOR
MOOBJETOS DE 
VALOR
OVs
COLETIVO HUMANO SUSTENTÁVEL
II
INTERESSADOS
INTERNOS
(STAKEHOLDERS)
FR
FACES DE
RELACIONAMENTO
P
DC
A
 
FIGURA 3.10 – CONSTITUIÇÃO ESTRUTURAL-ITERATIVA DE UM CHS 
A Figura 3.11, que corresponde ao recorte sincrônico sintético de CHS nas várias seções de um espaço 
de valorização, mostra os ambientes natural e social, bem como os macrossistemas sociais com 
interesses delimitando suas macro-fronteiras. Além dos contextos específicos que, juntamente com as 
bordas e o escopo configuram a coesão do coletivo humano, as setas da parte central da Figura 3.11 
explicitam os seguintes relacionamentos associados a seus quatro constituintes: 
• Relacionamentos Externos 
� Entradas de Objetos de Valor de Contextos de Entradas, compostos por Provedores e Outros 
Interessados Externos; 
� Saídas de Objetos de Valor para Contextos de Saídas, compostos por Clientes e Outros 
Interessados Externos. 
• Relacionamentos Internos 
� Os Objetos de Valor que entraram via Camada de Obtenção são combinados com as 
disponibilidades internas, visando à adição interna de valor e à alocação do valor total 
adicionado; 
� Os Stakeholders Internos interagem de acordo com os seus interesses para as movimentações 
de Objetos de Valor que resultarão em adição interna de valor e à alocação do valor total 
adicionado. Vale ressaltar que entre os Stakeholders Internos ocorrem interações nos três 
níveis de convivência: pessoal, institucional e em rede. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
20 
 
� Os Objetos de Valor resultantes da valorização interna são encaminhados para a Camada de 
Provisão. 
 
AMBIENTE NATURAL
AMBIENTE SOCIAL
MACROSSISTEMAS SOCIAIS COM INTERESSES
CONTEXTOS DE SAÍDAS: CLIENTES E 
OUTROS STAKEHOLDERS
CONTEXTOS DE ENTRADAS: PROVEDORES E 
OUTROS STAKEHOLDERS
����INFLUÊNCIA
����SEM CONTROLE
ESCOPO
MOVIMENTAÇÕES DE 
OBJETOS DE VALOR
MOOBJETOS DE 
VA LOR
OVs
COLETIVO H UMANO SUSTENTÁVEL
II
INTERESSADOS
INTERNOS
(STAKEHOLDERS)
FR
FACES DE
RELACIONAMENTO
P
DC
A
PROXIMIDADES ����CONFLUÊNCIA
ENTRADAS DE OVs
SAÍDAS DE OVs
����CONTROLE
 
 FIGURA 3.11 – DINÂMICA DE VALORIZAÇÃO 
3.2.3 – GRAU DE DIVERSIDADE DE PROCURA 
A inclusão de outros quatro espaços de valorização configura o GRAU DE DIVERSIDADE DE PROCURA de 
espaços de valorização do CHS, grau esse que se caracteriza pela abertura da possibilidade de busca e 
aquisição de valor por coesão, aprendizado, qualidade e governança. 
O ESPAÇO DE COESÃO valoriza o SAH ao tratar integradamente escopo, bordas e contextos, em termos 
de (i) sincronia ao longo dos espaços de valorização; (ii) diacronia no decorrer do tempo de diferentes 
horizontes; e (iii) progresso na busca de excelência. 
Os modelos de referência utilizados para estruturar o conteúdo de coesão incluem dois conceitos 
desenvolvidos por Werner Ulrich: (i) a “Triangulação Sistêmica”, que é um dos pilares da dinâmica da 
metodologia de heurísticas críticas de sistemas – Critical Systems Heuristics – CSH (Ulrich, 2005); e (ii) os 
“Degraus Filosóficos para a Definição, Desenho e Desenvolvimento” de sistemas de informação (Ulrich, 
2001). 
Conforme a Figura 3.12, na Triangulação Sistêmica cada vértice do triângulo deve sempre ser visto à luz 
dos outros dois. Segundo a metodologia CSH, a definição de um problema, uma proposta de solução ou 
outros focos de aplicação prática, pressupõem a consideração de fatos da realidade e normas de valores 
dependentes da delimitação de fronteiras do sistema de referência e vice-versa. Por exemplo: 
• de que modo a alteração (expansão ou contração) de fronteiras do sistema de referência influi na 
determinação da relevância de fatos e valores; 
• qual o impacto da observação de novos fatos da realidade na delimitação de fronteiras e no 
estabelecimento de normas de valores; 
• como novas avaliações com as mesmas normas de valores alteram a delimitação de fronteiras e a 
relevância de fatos da realidade. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
21 
 
 
FIGURA 3.12 – COESÃO POR TRIANGULAÇÃO SISTÊMICA 
Quanto a sistemas de informação, Ulrich (2001) considera três degraus filosóficos: informação, 
conhecimento e ação racional. 
No degrau de informação, a base é a Semiótica, que é a teoria dos sinais e símbolos. Os componentes 
desse degrau têm a ver com a clareza quanto à sintática (compreensão), semântica (significado) e 
pragmática (relevância). A questão básica colocada é: 
“Como saber se um sinal ou uma mensagem representa informação?” 
A base para o degrau de conhecimento é a Epistemologia, teoria do conhecimento. Esse degrau tem o 
foco na validade, em termos expressivos (veracidade), empíricos (verdade) e normativos (correição). A 
questão básica é a seguinte: 
“Como saber se uma informação representa conhecimento válido e relevante?” 
O degrau de ação racional, os passos filosóficos práticos dizem respeito quanto à racionalidade 
instrumental (com propósito), estratégica (viabilidade) e comunicativa (legitimidade). A questão básica a 
ser respondida é: 
“Como saber se o conhecimento no qual se está confiando conduzirá a ação racional?” 
O ESPAÇO DE APRENDIZADO considera que um coletivo humano tem possibilidade de aprender nos 
patamares de EXISTÊNCIA, VIVÊNCIA e INTELIGÊNCIA. Como externado pelas próprias denominações, 
esses patamares exibem uma hierarquia no sentido de que aprendizado por vivência pressupõe 
aprendizado por existência, enquanto que aprendizado por inteligência demanda, além de maior e 
melhor aprendizado por existência, também algum aprendizado por vivência. 
Reconhecendo a iteratividade e a interatividade inerentes ao aprendizado, a cada um desses patamares 
está associada uma ferramenta com atributos iterativos e interativos, que se constitui no fundamento 
principal para o aprendizado no respectivo patamar: 
� Existência: Ciclo PDCA (Deming); 
� Vivência: Ciclo de Vida; 
� Inteligência: Espiral do Conhecimento (Nonaka). 
Como decorrência do espírito hierárquico entre os patamares, a ferramenta de um patamar continua 
presente nos patamares superiores. Assim, o Ciclo PDCA é uma das bases para o Ciclo de Vida, sendo 
que ambos são bases para a Espiral do Conhecimento. 
No PATAMAR DE EXISTÊNCIA, a atenção está destinada ao entendimento das atividades quanto à sua 
funcionalidade. A caracterização funcional interna para cada uma das fases do PDCA em termos de 
GESTÃO e IMPLEMENTAÇÃO, conforme a Figura 3.9, será aqui utilizada para caracterizar atividades deacordo com o seguinte: 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
22 
 
• PCA�Atividades de Gestão; 
• D�Atividades de Implementação. 
Na valorização envolvendo o conceito de PDCA, de acordo com a caracterização funcional 
Implementação (“D”) e Gestão (“PCA”), as atividades fazem parte de trabalhos predominantemente 
transformacionais, transacionais rotineiros ou transacionais complexos. 
Inicialmente as atividades são agrupadas em três blocos, que caracterizam três “focos” de valorização: 
Cadeias de Valor (“Produção), Redes de Valor (“Mediação”) e Oficinas de Valor (“Solução”). O 
cruzamento das três configurações puras de valorização (cadeias de produção, redes de mediação, 
oficinas de solução) com os três tipos de trabalho quanto à predominância (transformacional, 
transacional rotineiro, transacional complexo), dá origem a segmentos que abrigam as atividades 
quanto ao alinhamento com a predominância de cada segmento. 
No PATAMAR DE VIVÊNCIA, a atenção está destinada ao entendimento das atividades quanto à sua 
perenidade. Nesse enfoque, as atividades são agrupadas em blocos de operações ou projetos. 
Atividades de operações são perenes e repetitivas, sendo responsáveis pela continuidade e 
possibilidade de evolução vegetativa do SAAH. Por seu lado, atividades de projetos são temporárias e 
não repetitivas, resultando em degraus de evolução do CHS. 
Na valorização envolvendo o Ciclo de Vida do CHS, as atividades são distribuídas em quatro fases: 
concepção, implantação, operação e desativação. As fases de concepção e implantação englobam 
basicamente o desenvolvimento de algo ainda não existente, enquanto as fases de operação e 
desativação constituem a exploração de alguma coisa já existente. Um dos pontos principais da quarta 
edição do Guia PMBOK (PMI, 2008), publicado em 2008 pelo Project Management Institute – PMI diz 
respeito ao cruzamento dos cinco grupos de processos em atividades de projetos do PMBOK (início, 
planejamento, execução, monitoramento e controle, encerramento) com as nove áreas de 
conhecimento do PMBOK (integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, riscos, 
comunicações, aquisição). 
No PATAMAR DE INTELIGÊNCIA, procura-se entender contribuição das atividades para a criação do 
conhecimento e transferência do conhecimento, agrupando-se as atividades em blocos ligados ao 
conhecimento tácito ou explícito. 
O modelo de análise realiza o mapeamento de espirais de criação e transferência de conhecimento em 
duas dimensões: natureza do conhecimento (tácito�explícito), no eixo horizontal, contra o patamar de 
conhecimento (existente�mais elevado), no eixo vertical. O conhecimento tácito atual, ponto de 
partida em determinada espiral de conhecimento, aumenta por socialização. Segue-se então a 
externalização desse conhecimento, que se consolida em conhecimento explícito. Esse conhecimento 
explícito então aumenta como decorrência da combinação com outros conhecimentos explícitos. Daí 
resulta a internalização de conhecimento, que resulta em novo conhecimento implícito, agora em nível 
mais elevado, levando ao estabelecimento de uma nova espiral do conhecimento em patamar mais 
elevado. A Figura 3.13, adaptada de Nonaka (1997), mostra graficamente o acima exposto. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
23 
 
CONHECIMENTO 
TÁCITO ATUAL
CONHECIMENTO 
TÁCITO(AMPLIADO)
INTERNALIZAÇÃO
SOCIALIZAÇÃO
COMBINAÇÃO
CONHECIMENTO 
EXPLÍCITO
EXTERNALIZAÇÃO
PATAMAR DE 
CONHECIMENTO
NATUREZA DO 
CONHECIMENTO
TÁCITO EXPLÍCITO
EXISTENTE
MAIS ELEVADO SOCIALIZAÇÃO
CONHECIMENTO 
EXPLÍCITO(AMPLIADO)
COMBINAÇÃO
EXTERNALIZAÇÃO
INTERNALIZAÇÃO
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FIGURA 3.13 – 
O ESPAÇO DE QUALIDADE apresenta um alto grau de paralelismo e de interação conceitual em relação 
ao Espaço de Aprendizado. Assim, em termos de estrutura, são considerados três níveis de qualidade: 
qualificação, diferenciação e perpetuação. Como no Espaço de Aprendizado, esses níveis exibem uma 
hierarquia no sentido de que qualidade por diferenciação pressupõe qualidade por qualificação, 
enquanto que qualidade por perpetuação demanda, além de maior e melhor qualidade por qualificação, 
muita qualidade por diferenciação. 
No NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO, a atenção está destinada ao entendimento das atividades quanto à sua 
contribuição à PADRONIZAÇÃO e MELHORIA CONTÍNUA. Predominam as atividades de operações, 
perenes e repetitivas, que caracterizam a continuidade do CHS. Eventuais projetos destinam-se à 
melhoria da padronização e de processos de melhoria contínua. 
No NÍVEL DE DIFERENCIAÇÃO, a atenção está destinada ao entendimento das atividades quanto à sua 
contribuição à RENOVAÇÃO e à INOVAÇÃO. Nesse enfoque, as atividades são agrupadas em blocos de 
operações ou projetos. Predominam as atividades de projetos, temporárias e não repetitivas, que são 
responsáveis pelos degraus de evolução do CHS. Como o próprio nome indica, o foco de atenção da 
renovação é algo existente, enquanto que a inovação destina-se ao desenvolvimento de algo ainda não 
existente. 
No NÍVEL DE PERPETUAÇÃO, procura-se a contribuição das atividades para a DISTINÇÃO ou RUPTURA. 
Distinção significa tornar-se referência (benchmark) para outros, havendo a perpetuação por clonagem. 
Ruptura, como o próprio nome indica, significa romper com tudo o que existe em termos de ordem 
estabelecida, caracterizando uma perpetuação por mutação. 
O ESPAÇO DE GOVERNANÇA foca a valorização do CHS decorrente do seu alinhamento aos princípios 
básicos de transparência, equidade e responsabilização. De acordo com o Código das Melhores Práticas 
de Governança Corporativa, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (IBG, 2003): 
“Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, 
envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, 
Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a 
finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua 
perenidade.” 
3.2.4 – GRAU DE DIVERSIDADE DE DESCOBERTA 
A consideração de espaços adicionais de valorização que tenham foco em particularidades únicas do 
coletivo humano traz à tona o GRAU DE DIVERSIDADE DE DESCOBERTA de espaços de valorização do 
CHS, que se caracteriza pela possibilidade formação de valor por meio de veios específicos. A Figura 
3.14 ilustra (i) interação humana em quatro planos: participacional, econômico, político, cultural; (ii) 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
24 
 
convivência em três espaços de convivência: pessoal, institucional, em rede; (iii) configuração do SAH 
em termos de valorização em até vinte espaços: quatro de origem no grau de diversidade de fundação 
(siglas OE, OC, OI, OD), inclusão de quatro de aquisição no grau de diversidade de procura (siglas AC, 
AA, AQ, AG) e incorporação de até mais doze veios específicos no grau de diversidade de descoberta 
(siglas VE1 a VE12). A justificativa para a adoção dessas siglas será dada quando da descrição da Matriz 
de Valorização Espacial, alguns parágrafos à frente. 
OE
AC
OC
OI
OD
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VE2 VE3
VE4
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VE6
VE7
VE8
VE9
VE10
VE12
VE11
PARTICIPACIONAL CULTURAL
ECONÔMICO POLÍTICO
CONVIVÊNCIA
PESSOAL, INSTITUCIONAL, EM REDE 
INTERAÇÃO 
HUMANA
CONFIGURAÇÃO
• FUNDAÇÃO����4
• PROCURA����+4
• DESCOBERTA����ATÉ + 12
 
FIGURA 3.14 – 
4 – EVOLUÇÃO DE COLETIVOS HUMANOS 
A evolução de coletivos humanos por trajetórias de excelência em termos da valorizaçãoglobal ao longo 
dos diversos espaços de valorização pode ser conseguida pela consolidação das trajetórias específicas ao 
longo de cada um dos espaços de valorização. Em termos de sistemas consolidados, um SAH apresenta, 
a cada instante, um estado decorrente da consolidação das variáveis de estado específicas de cada um 
dos espaços de valorização. 
Nesse trabalho estão sendo considerados sete estados contíguos, numerados de 1 a 7, em escala 
crescente de evolução: (1) FUNCIONAMENTO: Iteração e Interação; (2) ESPECIALIZAÇÃO: Núcleos e 
Lógicas; (3) CRESCIMENTO: Vida de Objetos de Valor; (4) ABSTRAÇÃO: Criação e Transferência de 
Conhecimento; (5) CONVERGÊNCIA: Concretização de Inovações; (6) REFERÊNCIA: Percepção e 
Clonagem da Distinção por Outros; e (7) MUTAÇÃO: Ruptura da Ordem Estabelecida. A Figura 4.1 
mostra a evolução entre estados contíguos, que define uma ordem “natural” de evolução. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
25 
 
MUTAÇÃO 
���� ESTADO 
CRESCIMENTO
���� ESTADO 3 
ABSTRAÇÃO
���� ESTADO 4 
CONVERGÊNCIA
���� ESTADO 5
REFERÊNCIA
���� ESTADO 6
ESPECIALIZAÇÃO
���� ESTADO 2
���� ESTADO 1
FUNCIONAMENTO
 
FIGURA 4.1 – 
Cada estado é descrito em termos da MATRIZ DE VALORIZAÇÃO ESPACIAL, que corresponde ao recorte 
sincrônico analítico desse estado nas seções do conjunto de espaços de valorização. As colunas da 
matriz têm como objeto os quatro constituintes do CHS (Camadas de Relacionamento, Objetos de Valor, 
Interessados Internos, Movimentações de Objetos de Valor). As linhas, por seu turno, correspondem às 
seções dos espaços de valorização: (i) Escopo (graus de diversidade de fundação, procura e descoberta); 
(ii) Contextos de Coprodução (entradas e saídas); e (iii) Ambientes (social e natural). 
Por terem sido a origem da definição dos constituintes do CHS, os quatro espaços do grau de 
diversidade de fundação têm a denominação genérica de “Original”, com a letra “O” precedendo a 
primeira letra do nome de cada espaço nas respectivas siglas de identificação. Essas siglas aparecem 
logo abaixo do título das quatro colunas da matriz: 
• Camadas de Relacionamento �OE: Espaço Original de Encadeamento; 
• Objetos de Valor �OC: Espaço Original de Contabilização; 
• Interessados Internos �OI: Espaço Original de Interesses; 
• Movimentações de OVs �OD: Espaço Original de Dinâmica. 
De modo similar, os quatro espaços incluídos para configurar o Grau de Diversidade de Procura – 
Coesão, Aprendizado, Qualidade e Governança – por guardarem a característica de “Aquisição”, passam 
a ter essa denominação genérica, com a letra “A” precedendo a primeira letra do nome de cada espaço 
nas respectivas siglas de identificação. Essas siglas aparecem nos subtítulos das linhas 2 a 5 da matriz: 
�AC: Espaço de Aquisição de Coesão; 
�AA: Espaço de Aquisição de Aprendizado; 
�AQ: Espaço de Aquisição de Qualidade; 
�AG: Espaço de Aquisição de Governança. 
No mesmo sentido, os espaços incluídos para configurar o Grau de Diversidade de Descoberta por 
serem associados a “Veios Específicos”, passam a ter essa denominação genérica, com as letras “VE” 
seguidas de um número sendo as respectivas siglas de identificação. Essas siglas aparecem na linha 6 da 
matriz. 
Mais do que simplesmente ter sido explicitado no título da primeira coluna da matriz, o conteúdo da 
primeira posição da primeira linha confunde-se com a própria descrição do constituinte “Camadas de 
Relacionamento” do SAH, pois contempla a descrição da valorização do constituinte “Camadas de 
Relacionamento” na seção “Escopo” de espaços de valorização de fundação, especificamente no Espaço 
Original de Encadeamento. O mesmo raciocínio aplica-se ao conteúdo das posições da primeira linha 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
26 
 
correspondentes à segunda, terceira e quarta colunas, quanto à descrição dos constituintes “Objetos de 
Valor”, “Interesses Internos” e “Movimentações de OVs”, respectivamente. A partir da segunda linha da 
matriz, o conteúdo de cada uma das posições da primeira, segunda, terceira e quarta colunas diz 
respeito, respectivamente, à valorização de cada um dos quatro constituintes do SAH (Camadas de 
Relacionamento, Objetos de Valor, Interessados Internos, Movimentações de OVs) na seção do espaço 
de valorização correspondente à linha. A última coluna e a última linha da matriz correspondem, 
respectivamente, às consolidações das seções de espaços de valorização do e dos constituintes do 
coletivo humano. A Figura 4.2 mostra a Matriz de Valorização Espacial 1, preparada para o 
preenchimento dos dados do Estado 1. 
FACES DE 
RELACIONAMENTO
OBJETOS DE VALOR
INTERESSADOS 
INTERNOS
MOVIMENTAÇÕES 
DE OVs
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MATRIZ DE 
VALORIZAÇÃO 
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FIGURA 4.2 – MATRIZ DE VALORIZAÇÃO ESPACIAL 1 
A Figura 4.3 mostra o conjunto das sete matrizes de valorização espacial, numeradas de 1 a 7, cada uma 
contendo as características do respectivo estado (“meta-estado”). Preenchendo-se agora a matriz de 
valorização espacial com os dados correspondentes a um determinado coletivo humano em estudo, é 
possível fazer o enquadramento deste coletivo humano em um meta-estado de 1 a 7 ou então nos 
intervalos entre esses meta-estados. 
 
VALORIZAÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
27 
 
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MATR IZ DE 
VALORIZAÇÃO

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