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CAP˝TULO 1 1 11 CAP˝TULOCAP˝TULO Indicações Clássicas para o Uso do Hormônio de Crescimento Cristiane Kochi INTRODU˙ˆO O crescimento normal Ø um processo complexo e multifatorial. O de- senvolvimento morfológico global e as velocidades de divisªo celular nos diferentes órgªos e sistemas ocorrem em tempos variados e sªo determina- dos pela composiçªo genØtica do indivíduo em associaçªo aos fatores ex- ternos (nutricionais, psicológicos, sociais e econômicos). Apesar dessa complexidade, normalmente, as crianças tŒm seu cresci- mento estatural previsível. O desvio do padrªo normal pode ser a primeira manifestaçªo de vÆrios processos patológicos, que podem envolver qualquer órgªo ou sistema, tanto endócrino como nªo-endócrino. CONTROLE HORMONAL DO CRESCIMENTO EIXO GH-IGF-1 O hormônio de crescimento humano Ø produzido como uma proteína de cadeia œnica, com 191 aminoÆcidos, sendo que, normalmente, 75% do GH produzido pela hipófise sªo da forma madura de 22kd. A secreçªo do GH Ø pulsÆtil, e seu controle Ø feito por dois peptídeos hipotalâmicos de açªo antagônica: hormônio liberador de GH (GHRH), que estimula a secreçªo do GH e a somatostatina, que a inibe. A regulaçªo da secreçªo desses dois peptídeos nªo Ø completamente conhecida. Muitos neurotransmissores e neuropeptídeos estªo envolvidos na regulaçªo da libera- 2 CAP˝TULO 1 çªo desses fatores hipotalâmicos: serotonina, norepinefrina, dopamina, acetilcolina, Æcido gamaminobutírico, hormônio liberador da tireotrofina, peptídeo vasoativo, gastrina, neurotensina, substância P, calcitonina, neuropeptídeo Y, vasopressina, hormônio liberador de corticotrofina. Es- ses fatores, associados a estresse, sono, hemorragia, jejum, hipoglicemia e exercício influenciam a secreçªo do GH. Após sua secreçªo pela hipófise, o GH circula na corrente sangüínea ligado às proteínas carreadoras (GHBPs), e vai se ligar aos seus receptores hepÆ- ticos e perifericos, estimulando a síntese e a secreçªo dos fatores de cres- cimento, denominados fatores de crescimento semelhantes à insulina (Insulin- like Grouth Factors IGFs). As IGFs sªo uma família de peptídeos, em parte, dependentes do GH e sªo mediadoras de muitas das açıes anabólicas e mitogŒnicas do GH. A IGF-I Ø um peptídeo de 70 aminoÆcidos que tambØm Ø chamada de somatomedina-C, e a IGF-II Ø um peptídeo composto de 67 aminoÆcidos. Ambos tŒm aproximadamente 50% de aminoÆcidos homólogos à insulina. Os valores da IGF-I sªo mais dependentes do GH que a IGF-II, e pare- cem exibir as diferenças sœbitas dos padrıes de secreçªo do GH alØm disso sªo influenciados pela idade, pelo grau de maturaçªo sexual e pelo esta- do nutricional. As IGFs circulam no sangue carreadas por proteínas (IGFBPs), que aumen- tam sua meia-vida plasmÆtica e as transportam às cØlulas-alvo, modulando sua interaçªo com seus receptores. Atualmente, jÆ foram identificadas seis IGFBPs, sendo que a IGFBP3 Ø a proteína carreadora predominante e Ø GH-dependen- te. EstÆ ligada a cerca de 75% do total de IGF-I, primariamente como parte de um complexo ternÆrio de 150kd. Seus valores sØricos estªo diminuídos em pa- cientes com deficiŒncia de GH ou com quadros de resistŒncia hepÆtica ao GH (Fig. 1.1). Fig. 1.1 Representaçªo esquemÆtica do eixo GH-IGF, com suas proteínas carreadoras. HIPOT`LAMO GHRH(+) SOMATOSTATINA (-) HIPÓFISE GH GHBP F˝GADO IGF-I IGFBPs TECIDO-ALVO Hormônios Tireoidianos Os hormônios tireoidianos sªo de fundamental importância no cresci- mento pós-natal. AlØm do efeito direto na cartilagem epifisÆria, tŒm efeito permissivo na secreçªo do GH. Esteróides Gonadais Sªo importantes principalmente na adolescŒncia, pois o aumento da secreçªo dos esteróides sexuais nessa fase estÆ associado ao estirªo de cres- cimento puberal. CAP˝TULO 1 3 Os andrógenos estimulam a secreçªo do GH e a produçªo da IGF-I dire- tamente. Tanto os andrógenos quanto os estrógenos aceleram a maturaçªo óssea; no entanto, parece que os andrógenos tŒm açªo após a sua conversªo pela aromatase para estrógeno. INDICA˙ÕES DO USO DO GH HÆ mais de 30 anos, pacientes com deficiŒncia de GH sªo tratados com GH derivado da hipófise. A partir de 1985, o GH recombinante humano ficou disponível no mercado e, atualmente, Ø aprovado em nosso meio para tra- tamento da deficiŒncia do hormônio de crescimento (DGH) e da síndrome de Turner, sendo, portanto, as duas condiçıes abordadas nesse capítulo. DEFICI˚NCIA DO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO ETIOLOGIA As principais causas da DGH na infância estªo resumidas na Tabela 1.1. A investigaçªo etiológica deve incluir uma detalhada história familiar, os antecedentes obstØtricos, a pesquisa de trauma das infecçıes ou de irra- diaçªo do sistema nervoso central. Tabela 1.1 Causas da DeficiŒncia do Hormônio de Crescimento 1. Processos infecciosos e inflamatórios Meningoencefalites: virais (rubØola congŒnita, citomegalovírus); parasitÆrias (toxoplasmose), bacterianas, fœngicas Hipofisite auto-imune inespecífica 2. Processos infiltrativos Histiocitose, sarcoidose, hemossiderose 3. Alteraçıes vasculares Aneurismas da base do crânio, infarto hipofisÆrio, anemia falciforme 4. Processos expansivos hipotÆlamo-hipofisÆrios Craniofaringioma, gliomas hipotalâmicos e ópticos, pinealoma ectópico, hidrocefalias (principalmente do III ventrículo), cisto do III ventrículo 5. Seqüelas do tratamento de neoplasias Pós-quimioterapia intratecal, pós-radioterapia do SNC 6. Defeitos congŒnitos da linha mØdia facial Displasia septo-ótica, fenda palatina, lÆbio leporino, displasia frontonasal, síndrome do incisivo central œnico 7. Traumas Perinatais (parto pØlvico, anoxia grave) Acidentes (com fratura de base do crânio) Neurocirœrgicos Síndrome da criança espancada 8. GenØtica Associada a síndromes (Silver-Russell; Prader-Willi, Fanconi, Rieger) Anormalidades gŒnicas Gene do GH: defeitos tipos: I-A;I-B; II e III Defeito do receptor do GH (síndrome de Laron) ResistŒncia à IGF-I 9. IdiopÆtica 4 CAP˝TULO 1 DIAGNÓSTICO CL˝NICO O quadro clínico depende da idade de início, da etiologia e da gravida- de da DGH. As crianças com DGH podem ter história de parto pØlvico, anoxia e hipoglicemia neonatais. Elas podem apresentar facies típico, com maxilares pequenos, nariz em sela, fronte olímpica, voz aguda, mªos e pØs pequenos, obesidade de tron- co e micropŒnis. A velocidade de crescimento Ø menor do que dois desvios-padrªo para a idade cronológica, e a idade óssea Ø atrasada, principalmente quando hÆ associaçªo com deficiŒncia de TSH. É importante avaliar a presença de sinais e sintomas sugestivos de de- ficiŒncias de outros hormônios hipofisÆrios. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL A dosagem de valores sØricos isolados do GH nªo tem valor diagnósti- co. Utilizamos dois testes considerados potentes e que estimulam diferen- tes vias de secreçªo do GH. Os testes mais utilizados sªo o teste da clonidina e o teste de tolerância à insulina, mas outros testes, como o da arginina, glucagon, L-dopa, propranolol, tambØm podem ser realizados. Considera- se resposta normal quando hÆ um pico de GH maior ou igual a 10mg/dL em qualquer tempo (radioimunoensaio). HÆ um percentual de cerca de 30% de crianças normais que nªo apresentam pico de GH>10. Entretanto, o valor considerado normal pode variar conforme o tipo de ensaio usado para dosagem do GH, sendo sugeridos valore sde atØ 5mg/dL (IFMA) e 7mg/dL (IRMA). É importante que se tenha a avaliaçªo da funçªo tireoideana prØ- via aos testes de estímulo, pois, em vigŒncia de hipotireoidismo, vÆrios hormônios tŒm sua secreçªo diminuída. Nªo se deve utilizar o teste do exercício como teste diagnóstico da DGH. AlØm dos testes, pode-se dosar os valores da IGF-I e da IGFBP3 e correlacionÆ-los com os valores de normalidade para a idade óssea. No entanto, a IGF-I tem uma baixa especificidade,pois sofre influŒncia de fatores nutricionais, idade cronológica, sexo e estÆdio puberal. Todos os outros hormônios hipofisÆrios devem ser avaliados, pois pode haver a associaçªo de deficiŒncias hormonais. AlØm da avaliaçªo laboratorial, deve-se realizar avaliaçªo do SNC por meio de mØtodos por imagem, para afastar tumores. O ideal Ø a ressonân- cia magnØtica, que pode apresentar sinais sugestivos de DGH, como a ectopia do hipersinal da neuroipófise, sela vazia, secçªo ou afilamento da haste, associados ou nªo ao menor conteœdo hipofisÆrio. TRATAMENTO Os objetivos do tratamento de crianças com DGH sªo: obter estatura final dentro do esperado para o padrªo familial, permitir rÆpida recuperaçªo estatural, atingir um pico de massa óssea satisfatório e melhorar a qualida- de de vida do paciente. O prognóstico de melhor resposta ao tratamento inclui: menor veloci- dade de crescimento e maior atraso da idade óssea prØ-tratamento, diag- nóstico precoce e doses adequadas do GH. A dose do GH parece ser o principal fator para se atingir a estatura fi- nal adequada, seguida da duraçªo do tratamento. CAP˝TULO 1 5 HÆ grande variaçªo da dose de GH utilizada no mundo todo. Nos EUA, a dose varia entre 0,025-0,05 mg/kg/dia, na Europa, 0,025-0,035 mg/kg/dia, no Japªo, 0,025 mg/kg/dia e, no Brasil, 0,035mg/kg/dia (1mg = 3UI). No entan- to, todos esses locais utilizam a dose baseada no peso, e alguns autores sugerem que talvez fosse melhor associar outros parâmetros para se atingir a dose ideal (parâmetros auxológicos, sexo, idade e dosagens de IGF-I e IGFBP3), com o objetivo de melhor estatura final, correndo menos riscos de compli- caçıes a longo prazo. As aplicaçıes devem ser subcutâneas, noturnas, nos sete dias da sema- na, sem descanso. O tratamento deve ser mantido atØ idade óssea de 14 anos na menina e 16 anos no menino. Nas crianças com insuficiŒncia hipofisÆria mœltipla, a introduçªo de terapia substitutiva com esteróides sexuais pode ser feita com idade óssea de 12 anos na menina e 13 no menino, e em doses inicialmente baixas. BLOQUEIO PUBERAL DE CRIAN˙AS COM DEFICI˚NCIA DO GH Algumas crianças com deficiŒncia isolada do GH podem entrar em pu- berdade em faixa etÆria normal, comprometendo a estatura final, princi- palmente se a introduçªo do GH foi tardia. Nesses casos, pode-se optar pelo bloqueio da puberdade com o uso de anÆlogos do GnRH. A associaçªo dessas duas medicaçıes pode diminuir transitoriamente a mineralizaçªo óssea, porØm sem aparente perda de massa óssea permanente. S˝NDROME DE TURNER A síndrome de Turner (ST) foi descrita inicilamente em 1938 e ocorre em mulheres com monossomia parcial ou completa do cromossomo X. Uma variedade de cariótipos incluindo 45X (monossomia completa do X), 46,X,i(Xq) (isocromossomo para o braço longo do X), 46,X,del (X) (deleçªo parcial do X), 46,X,r(X) (X em anel), e outros em mosaicismo ou nªo estÆ associada com a ST, com uma incidŒncia combinada de 1 para cada 2.000 nascidas vivas. Estas constituiçıes cromossômicas anormais tŒm, em co- mum, uma cópia œnica de todo o cromossomo X ou de parte dele, impli- cando que a maioria das características fenotípicas da ST Ø o resultado de dosagem reduzida dos genes ligados ao cromossomo X (haploinsuficiŒncia) das cØlulas 45X em relaçªo às cØlulas 46XX, visto que os genes relaciona- dos a ST escapam da inativaçªo do cromossomo X. Um dos genes ligados à estatura Ø o SHOX (short stature homeobox- containing gene). Este gene foi descoberto por dois grupos que estudavam o locus da estatura na regiªo pseudoautossômica (PAR1), em 1997, e Ø um dos candidatos para explicar a baixa estatura na síndrome de Turner e parece estar relacionado a outras características clínicas como palato em ogiva, micrognatia e otite mØdia de repetiçªo. DIAGNÓSTICO CL˝NICO As meninas portadoras de síndrome de Turner apresentam uma grande variedade fenotípica, como: baixa estatura, baixa implantaçªo dos cabelos, cœbito valgo, palato em ogiva, quarto e quinto metacarpos curtos, pterígio coli, cardiopatia congŒnita, alteraçªo renal (rim em ferradura), hipogonadismo hipergonadotrófico. Ao nascimento podem ter edema de mªos e pØs. Po- 6 CAP˝TULO 1 dem ter otite mØdia de repetiçªo, levando ao dØficit auditivo. TambØm tŒm risco aumentado de doenças auto-imunes, como a tireoidite de Hashimoto. A estatura apresenta duas fases principais de desaceleraçªo: a primeira Ø intra-uterina e a segunda, após o terceiro ano de vida, e a estatura final sem tratamento, varia de 142 a 147. A causa da baixa estatura ainda Ø des- conhecida, mas nªo hÆ deficiŒncia de GH detectada nessas crianças. Com relaçªo ao conteœdo mineral ósseo, recentes estudos com avalia- çªo pela densitometria volumØtrica demonstraram que a densidade mine- ral óssea Ø adequada nas crianças com ST. Geralmente, sªo meninas com baixa estatura acentuada, com velocida- de de crescimento baixa, e idade óssea geralmente compatível com a idade cronológica ou com discreto atraso. Nem todos os casos apresentam quadro clínico com vÆrios estigmas. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL O diagnóstico de certeza Ø feito por meio do cariótipo, com contagem mínima de 50 metÆfases, onde serÆ identificada uma das alteraçıes cita- das acima. Nªo hÆ necessidade de se avaliar o eixo do GH em crianças que jÆ tŒm diagnóstico de ST. É importante fazer a dosagem dos hormônios tireoidianos e dos anticorpos antitireóide para avaliar a presença de tireoidite de Hashimoto. Dependendo da idade óssea, podem ser dosados o LH e o FSH, que es- tarªo elevados, confirmando o hipogonadismo hipergonadotrófico. Todas as pacientes devem realizar avaliaçªo cardíaca, renal (com ultra- sonografia de vias urinÆrias e pesquisa de infecçªo do trato urinÆrio) e otorrinolaringológica. Devem ser monitoradas com relaçªo à síndrome plurimetabólica (medi- da de pressªo arterial, perfil lipídico, glicemia e insulinemia) TRATAMENTO A ST jÆ Ø considerada indicaçªo clÆssica para o hormônio de crescimento. A dose habitualmente utilizada Ø de 0,045mg/kg/dia, com doses noturnas diÆrias, e o tratamento deve ser mantido atØ idade óssea de 14-15 anos. A reposiçªo estrogŒnica pode ser iniciada com idade óssea de 12-13 anos, desde que o tratamento com GH tenha sido iniciado precocemente (antes dos 8 anos de idade). Caso contrÆrio, pode-se entrar com estrógeno após um ano do início do GH. EFEITOS COLATERAIS DO USO DO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO Os efeitos colaterais sªo raros e incluem: pseudotumor cerebral, hipergli- cemia, retençªo de sal e Ægua, hipercalcemia, epifisiólise da cabeça do fŒmur, necrose assØptica da cabeça do fŒmur. O risco de leucemia nªo parece ser maior do que o risco da populaçªo geral. Recentemente, valores sØricos de IGF-I tŒm sido associados a risco aumen- tado de câncer de próstata, mama, pulmªo e cólon. Entretanto, os valores de IGFBP-3 nesses pacientes eram baixos, sugerindo que a IGFBP-3 tem papel protetor. Uma vez que a terapŒutica com GH aumenta os valores tanto da IGF-I quanto da IGFBP-3, esses pacientes nªo seriam de risco para esses tumores. CAP˝TULO 1 7 BIBLIOGRAFIA 1. August GP, Julius JR, Blethen SL. Adult height in children with growth hormone deficiency who are treated with biosynthetic growth hormone: The National Cooperative Growth Study Experience. Pediatrics 102: 512-6, 1998. 2. 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