Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica – IE A´lgebra 1 - Turma C Semana 9 – Soluc¸o˜es Temas abordados: Grupos alternantes An, Teorema de Lagrange e consequeˆncias, definic¸a˜o de anel e exemplos. 1) Descreva explicitamente todas as permutac¸o˜es de A4. Depois, descreva todos os subgrupos de A4 e verifique que Z(A4) = {e}. Vamos descrever todas as permutac¸o˜es de A4. Sabemos que |A4| = 4!2 = 12. Sendo assim, temos os seguintes elementos (todas as permutac¸o˜es pares em S4): A4 = { e = ( 1 2 3 4 1 2 3 4 ) , a1 = ( 1 2 3 4 2 1 4 3 ) , a2 = ( 1 2 3 4 3 4 1 2 ) , a3 = ( 1 2 3 4 4 3 2 1 ) , a4 = ( 1 2 3 4 1 3 4 2 ) , a5 = ( 1 2 3 4 1 4 2 3 ) , a6 = ( 1 2 3 4 3 2 4 1 ) , a7 = ( 1 2 3 4 4 2 1 3 ) , a8 = ( 1 2 3 4 2 4 3 1 ) , a9 = ( 1 2 3 4 4 1 3 2 ) , a10 = ( 1 2 3 4 2 3 1 4 ) , a11 = ( 1 2 3 4 3 1 2 4 )} Vamos visualizar a estrutura de subgrupos de A4: A4 〈a10〉〈a6〉 〈a8〉 V4 = 〈a2, a3〉 〈a4〉 〈a1〉 〈a2〉 〈a3〉 {e} Temos os seguintes subgrupos: 〈e〉 = {e}; 〈a1〉 = {e, a1}, 〈a2〉 = {e, a2}, 〈a3〉 = {e, a3}; 1 2 V4 = 〈a2, a3〉 = {e, a1, a2, a3}; 〈a4〉 = {e, a4, a5}, 〈a6〉 = {e, a6, a7}, 〈a8〉 = {e, a8, a9}, 〈a10〉 = {e, a10, a11}, e A4 Note que na˜o existe um subgrupo de ordem 6. 2) Sejam G um grupo e H < G tal que [G : H] = 2. Prove que Hx = xH ∀x ∈ G. Prova: Notamos que se x ∈ H, enta˜o xH = H = Hx. Se x /∈ H, enta˜o temos que Hx 6= H e tambe´m que xH 6= H. Como [G : H] = 2, sabemos que H possui duas classes laterais a` direita e duas classes laterais a` esquerda em G. Lembrando que G = ⋃ x∈GHx = ⋃ x∈G xH e que as classes laterais sa˜o classes de equivaleˆncia, temos que, se x /∈ H, enta˜o Hx = G \H e xH = G \H. Portanto Hx = xH, como queriamos. 3) Temos que |H| = 4. 4) Temos que |H| = 25. 5) Seja (A,+, ·) um anel e seja 0A o elemento neutro com respeito a` soma de A. (a) Temos que ∀x ∈ A, x · 0A = x · (0A + 0A) = x · 0A + x · 0A e, pela unicidade do elemento neutro com respeito a +, temos que x · 0A = 0A. Tambe´m temos que 0A · x = (0A + 0A) · x = 0A · x + 0A · x e, novamente pela unicidade do elemento neutro com respeito a +, temos que 0A · x = 0A. (b) Notamos que ∀x, y ∈ A temos que 0A = 0A ·y = (x+(−x)) ·y = x ·y+(−x) ·y, e pela unicidade do elemento oposto temos que (−x) ·y = −(x ·y). De forma ana´loga se prova a outra igualdade, considerando que 0A = x · 0A = x · (y + (−y) = ... Os demais itens sa˜o deixados para o leitor provar, usando os axiomas de anel e as igualdades obtidas em (a) e (b). 6) E´ poss´ıvel provar todas as igualdades por induc¸a˜o sobre n ≥ 1 [em (b) sobre m ≥ 1]. Contas deixadas ao leitor. Vamos provar a letra (a). Tome n = 1. Enta˜o xm+1 = xm · x por definic¸a˜o. Agora, a hipo´tese indutiva diz que: xm+n = xm · xn. Vamos provar que a equac¸a˜o acima vale para n + 1. Temos que xmx(n+1) = xm · (xn · x) = (xm · xn) · x = xm+n · x = xm+n+1, como quer´ıamos demonstrar. Os outros exerc´ıcios ficam para o leitor. 7) Item (a) deixado ao leitor (vamos ver em aula). 8) Notamos que o conjunto considerado com as operac¸o˜es definidas na˜o e´ um anel ja´ que temos, ∀f, g, h ∈ F(R) ((f · (g + h))(x) = f(g(x) + h(x)) e ((f · g) + (f · h))(x) = f(g(x)) + f(h(x)) e obviamente essas duas expresso˜es na˜o coincidem para quaisquer f, g, h ∈ F(R). De fato, pegue por exemplo f(x) = sinx, g(x) = x = h(x). Temos que sin(x + x) 6= sinx + sinx. 9) No item (a), as contas sa˜o deixadas ao leitor, mas sa˜o parecidas com as feitas nos exerc´ıcios 11 e 12. Para o item (b), notamos que o elemento zero (neutro com respeito a ⊕) e´ o elemento oposto de 1 em (A,+, ·), que iremos chamar de −1. Ja´ para o item (c), o anel (A,⊕,�) possui elemento neutro com respeito a � (o elemento unidade) que e´ o elemento 0A, o elemento neutro com respeito a + em (A,+, ·). 3 10) Exerc´ıcio similar ao ex 11. Contas deixadas ao leitor. 11) Considere Q com as duas operac¸o˜es: x ∗ y = x + y − 3, e x∆y = x + y − xy 3 , ∀x, y ∈ Q. Provaremos que (Q, ∗,∆) e´ um anel. Prova: note que (Q,+, ·) e´ um anel comutativo com unidade, porque usaremos essa informac¸a˜o na prova. Temos que: • ∀x, y, z ∈ Q, (x ∗ y) ∗ z = (x + y − 3) ∗ z = x + y − 3 + z − 3 = x + (y + z − 3)− 3 = x ∗ (y ∗ z); • ∀x, y ∈ Q, x ∗ y = x + y − 3 = y + x− 3 = y ∗ x; • ∀x ∈ Q existe um elemento neutro com respeito a ∗. De fato, chamando de e esse elemento, ter´ıamos (x ∗ e) = x+ e− 3 = x. Como 0 e´ o elemento neutro com respeito a + em (Q,+, ·), temos que e − 3 = 0 e, assim, o elemento neutro com respeito a ∗ e´ 3. • ∀x ∈ Q existe um elemento oposto com respeito a ∗. De fato, chamando de b o elemento oposto de x, ter´ıamos (x∗ b) = x+ b−3 = 3, ou seja, b = 6−x, ja´ que em (Q,+, ·) existe o elemento oposto de x com respeito a +. Segue que o oposto de x com respeito a ∗ e´ 6− x. Isso prova que (Q, ∗) e´ um grupo abeliano. Agora note que: • ∀x, y, z ∈ Q, (x∆y)∆z = (x+y−xy 3 )+z−(x + y − xy 3 )z 3 = x+(y+z−yz 3 )−x(y + z − yz 3 ) 3 = x∆(y∆z); • ∀x, y, z ∈ Q, x∆(y∗z) = x+(y+z−3)−x(y + z − 3) 3 = (x+y−xy 3 )+(x+z−xz 3 )−3 = (x∆y)∗(x∆z). E´ poss´ıvel provar de forma ana´loga que (x ∗ y)∆z = (x∆z) ∗ (y∆z). Isso conclui a prova que (Q, ∗,∆) e´ um anel. Ale´m disso temos que: • ∀x, y ∈ Q x∆y = x + y − xy 3 = y + x− yx 3 = y∆x, ou seja que (Q, ∗,∆) e´ um anel comutativo, e • existe a unidade com respeito a ∆. De fato, chamando de e esse elemento, para todo x ∈ Q teriamos (x∆e) = x + e − xe3 = x, ou seja e − xe3 = 0 ⇒ e(3− x) = 0. Segue que o elemento unidade com respeito a ∆ e´ 0. Portanto (Q, ∗,∆) e´ um anel comutativo com unidade. 12) Seja A = {a, b, c, d}. Sabendo que (A,+, ·) e´ um anel e que 0A = a e 1A = b e b + b = a, c + c = a, c · d = a, temos que 4 + a b c d a a b c d b b a d c c c d a b d d c b a · a b c d a a a a a b a b c d c a c c a d a d a d 13) Seja (A,+, ·) um anel tal que x2 = x ∀x ∈ A. Mostramos que x = −x ∀x ∈ A Prova: Note que, ∀x ∈ A temos: x + x = (x + x)2 = (x + x) · (x + x) = x2 + x2 + x2 + x2 = (x + x) + (x + x). Assim, pela unicidade do elemento neutro 0A com respeito a` soma, temos que x + x = 0A e, portanto, pela unicidade do elemento oposto com respeito a` soma, segue que x = −x. 14) Seja (A,+, ·) um anel tal que x2 = x ∀x ∈ A. Prove que A e´ comutativo. Prova: ∀x, y ∈ A temos que: x + y = (x + y)2 = (x + y) · (x + y) = x2 + xy + yx + y2 = x + xy + yx + y, assim segue que xy + yx = 0A ou seja que xy = −yx. Agora, pelo ex. 14 temos que yx = −yx e, portanto, conclu´ımos que xy = yx∀x, y ∈ A, ou seja, que A e´ comutativo.
Compartilhar