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SUS Completo

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Sistema Único de Saúde
SUS
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Até o início do século XX, a assistência médica era realizada por instituições de caridade sustentadas pela igreja ou por doações. Não havia participação do Estado nesta assistência.
Posteriormente, o direito à assistência ficou condicionado à contribuição do trabalhador
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A prática médica era curativa, individual, assistencialista e especializada em detrimento da saúde pública
Na década de 70 surgiu o Movimento da Reforma Sanitária composto por diversos segmentos da população (técnicos do setor de saúde, acadêmicos, secretários de saúde, etc.) que pregava entre outras ações a universalização do direito à saúde, a integralização das ações de cunho preventivo e curativa e a descentralização dos serviços de saúde
 
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O movimento sanitário procurava enfatizar o vínculo entre saúde e sociedade e desenvolver uma consciência sanitária na população
Este Movimento culminou com a convocação da VIII Conferência Nacional de Saúde por decreto presidencial em 1986
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A VIII Conferência Nacional de Saúde aprovou a criação de um sistema único de saúde, separando totalmente a saúde da previdência por meio de uma ampla reforma sanitária
O relatório produzido na VIII Conferência serviu de referência para os constituintes que elaboraram a constituição de 1988 
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A Constituição Federal aprovada e promulgada em 5 de outubro de 1988 em seu artigo 196 ressalta que é dever do Estado garantir a saúde “mediante políticas econômicas e sociais que visem a redução do risco de doença e de outros agravos”
A constituição reconhece a multicausalidade e a determinação social, econômica e política do processo saúde-doença
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 A constituição de 1988 enunciou as seguintes garantias para sistematização das ações e dos serviços destinados à promoção, proteção, preservação e recuperação da saúde individual e coletiva:
A saúde como um direito de cidadania e dever do Estado
A relevância pública das ações e serviços de saúde
c) A universalidade da cobertura e do atendimento, tendo como princípio a equidade da assistência
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d) A descentralização da gestão administrativa com garantia de participação comunitária
e) A integração da rede pública de serviços num sistema único
f) A possibilidade de participação complementar do setor privado de serviços no sistema público de saúde
g) O co-financiamento dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios
h) A direção única nas esferas de governo
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O SUS compreende a união de todas as ações e serviços de saúde públicos e privados contratados para garantir a todos os cidadãos brasileiros acesso à promoção de saúde, prevenção de doenças e assistência médica
Ações oferecidas pelo SUS:
Promoção de saúde: estimulação de hábitos saudáveis
- Prevenção de doenças: atividades de educação em saúde; vacinação; saneamento básico; controle do aumento de doenças e sua propagação (vigilância epidemiológica); controle da qualidade de remédios, de alimentação, da higiene (vigilância sanitária); prestação de assistência médica (consultas, exames, fornecimento de medicamentos básicos, órteses, próteses)
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 Em 1990 foram publicadas as Leis Orgânicas da Saúde (LOAS): duas leis complementares à constituição (Lei 8080/90 e Lei 8.142/90)
Lei 8080 de 19 de setembro de 1990
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde e regula as ações, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes (executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado)
Com base nessa lei, a saúde é entendida como um direito fundamental do ser humano
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Lei 8080
- Cabe ao Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício, por meio de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos, além do estabelecimento de condições que assegurem o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação
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Conjunto de ações e serviços do SUS referidos pela Lei 8080
Atividades voltadas para a promoção da saúde e prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de agravos e doenças
Ex: Serviços prestados no âmbito ambulatorial, hospitalar e nas unidades de apoio diagnóstico e terapêutico geridos pelo governo, bem como em outros espaços, especialmente no domiciliar
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Ações de distintas complexidades e custos que variam desde aplicação de vacinas e consultas médicas nas clínicas básicas (clínica médica, pediatria e ginecologia-obstetrícia) até cirurgias cardiovasculares e transplantes
Intervenções ambientais: condições sanitárias nos ambientes onde se vive e trabalha; produção e circulação de bens e serviços; controle de vetores e hospedeiros e a operação de sistemas de saneamento ambiental
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Instituições públicas voltadas para o controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, sangue e derivados e equipamentos para a saúde
Lei 8.142: dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde
- Os recursos serão depositados em conta especial (os fundos de saúde), em cada esfera de atuação e deverão ser movimentados sob controle e fiscalização dos conselhos de saúde
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SUS - Objetivos e atribuições
I- A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II- A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância dos seguintes artigos:
 1- O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação
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2- O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade 
III- A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas
Estão incluídas ainda no campo de atuação do SUS:
 A execução de ações:
De vigilância sanitária
De vigilância epidemiológica
De saúde do trabalhador
d) De assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica
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 - A participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
 - A ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde
 - A vigilância nutricional e a orientação alimentar
 - A colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho
 - A formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção
 - O controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde
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 - A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano
 - A participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos
 - O incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico
 - A formulação e execução da política de sangue e seus derivados
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SUS - Princípios e diretrizes
As ações e serviços de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o SUS, são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I- Universalidade: acesso de toda a população aos serviços de saúde, em todos os níveis de assistência, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
O direito à saúde vai além do acesso à assistência médica e aos serviços de saúde e engloba o conjunto de políticas que visam a melhoria das condições de vida da população
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II- Integralidade de assistência: entendida como conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema
É necessário a articulação entre prevenção, promoção e a recuperação nos cuidados prestados à população, além de ações intersetoriais para o alcance de melhores níveis de saúde individual e coletiva
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-Equidade: Significa assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que o caso requeira, more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras
Definida como igualdade no acesso aos serviços e ações de saúde no artigo 196 da Constituição federal
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O princípio da equidade assegura que a disponibilidade de serviços de saúde considere as diferenças entre os grupos populacionais e indivíduos, de modo a priorizar aqueles que apresentam maior necessidade em função de situação d risco e das condições de vida e saúde
Nesse sentido, significa um princípio de justiça social buscando corrigir diferenças sociais e em saúde
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Princípios organizativos do SUS Descentralização: compreende a redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os três níveis de governo – federal, estadual e municipal.
A Lei 8080 estabelece a descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera do governo, com ênfase na municipalização e na regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde
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A descentralização pode ser compreendida não apenas como um processo de transferência de responsabilidades, mas também de recursos para os estados, e especialmente, para os municípios que assumem a atribuição de promover as ações e serviços de saúde à população
Supera a desarticulação entre os serviços e constrói a coordenação das ações sob a direção de um único gestor em cada espaço político-institucional (secretário municipal, secretário estadual e ministro da saúde)
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O princípio da descentralização entende que a realidade local é a determinante principal para o estabelecimento de políticas de saúde 
A descentralização deve ser seguida de uma organização regionalizada e hierarquizada para maior integração da rede de serviços, levando-se em consideração as necessidades e realidades locais e regionais
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- Municipalizar a saúde significa reconhecer o município como principal responsável pela saúde da população. Isso implica a transferência de recursos para as cidades, de modo que os gestores municipais possam exercer com autonomia e de forma plena as funções de coordenação, negociação,planejamento,acompanhamento e avaliação, além do controle sobre os recursos financeiros, as ações e os serviços de saúde prestados aos seus municípios
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- Da constituição até os dias atuais, foram necessários diversos mecanismos para promover a descentralização proposta, incluindo normas, portarias e outras legislações. Esse processo é contínuo e requer aperfeiçoamento e vem sendo implantado a partir das Normas Operacionais Básicas (NOBs de 91, 93 e 96) e as Normas Operacionais da Assistência à Saúde (NOAS 2001/2002)
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Regionalização e hierarquização do sistema
A regionalização visa uma adequada distribuição de serviços para a promoção da equidade de acesso, otimização dos recursos e racionalidade de gastos
O princípio da hierarquização diz que o sistema de saúde deve organizar-se por níveis de atenção de complexidade crescente com fluxos assistenciais estabelecidos entre os serviços, de modo a garantir assistência integral e resolutiva à população
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De acordo com o Ministério da Saúde, o acesso da população à rede deve iniciar-se pelo serviço de atenção básica que deve estar qualificado para atender e resolver os principais problemas de saúde que chegam nesse nível
Os casos não resolvidos nesse nível devem ser referenciados para outros serviços que comportam maior complexidade tecnológica
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Níveis de atenção à saúde
A divisão em níveis de atenção é feita de acordo com o grau de incorporação de tecnologia material e de especialização de seus recursos humanos
I- Atenção primária à saúde: ESF; AC; UBS
Conjunto de unidades de saúde, responsáveis pelo atendimento a grupos populacionais situados em sua área de cobertura
Pretende ser a porta de entrada para os níveis superiores, de maior complexidade tecnológica
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Tem como objetivo: ações básicas em saúde, atendendo segmentos não assistidos pelas políticas de saúde
Consiste em prevenção e promoção de saúde
 Estratégia Saúde da família (programa de saúde da família)
- Atualmente, o Brasil tem 94% dos seus municípios com equipes de ESF, totalizando uma cobertura populacional de 49%, o que corresponde a 88 milhões de pessoas
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Objetivos:
Pretende ser uma estratégia renovadora da atenção primária no SUS
Centrado em prevenção e promoção de saúde (intervindo sobre os fatores de risco)
Trabalha com equipes interdisciplinares
Atende população cadastrada
Cada equipe responsabiliza-se pelo acompanhamento de, no máximo , 4 mil habitantes
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A atuação das equipes ocorre principalmente nas Unidades Básicas de Saúde, nos espaços domiciliares e na mobilização da comunidade
Transfere o centro da atenção do hospital para a comunidade
Aborda não apenas o paciente, mas também a família e a comunidade
Tem proposta de trabalho intersetorial: encaminhamentos
Detecção precoce de doenças
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Composição da equipe:
Médico de família; enfermeiro; técnico de enfermagem; agentes comunitários de saúde (ACS)
Equipe ampliada conta ainda com dentista; auxiliar de consultório dentário e técnico em higiene dental
- Os agentes comunitários acompanham as famílias cadastradas realizando visitas, marcação de consultas, busca ativa, verificação de aspectos psicossociais, trabalho informativo, palestras, etc.
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II- Atenção secundária à saúde
Representada por programas e serviços (apoio diagnóstico e terapêutico): tratamento ambulatorial; hospitais de pequeno porte (de tecnologia intermediária), serviços de atendimento de urgência e emergência
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III- Atenção terciária à saúde
Constituída por grandes hospitais gerais e especializados que oferecem serviços de alta complexidade
Tem proposta de reabilitação
Na saúde mental: CAPS
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Participação e controle social
Participação da população, por meio de suas entidades representativas do processo de formulação das políticas públicas de saúde, do controle e de sua execução, em diversos níveis, desde o local até o federal
A lei 8.142 regulamenta que o SUS contará, em cada esfera do governo, com as seguintes instâncias colegiadas: as conferências de saúde e os conselhos de saúde
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Conselhos de saúde
Têm caráter permanente e deliberativo, com a função de formular estratégias, controlar e fiscalizar a execução das políticas de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, devendo suas decisões serem homologadas pelo poder executivo em cada esfera de governo. 
50% dos conselheiros devem ser representantes dos usuários e os outros 50% devem ser representantes de trabalhadores da saúde (25%) e de gestores e prestadores de serviços (25%)
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 Conferências de saúde
A lei 8.142 estabelece que as conferências nacionais de saúde devem acontecer a cada 4 anos, com a representação dos vários segmentos (usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviços) para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes 
É convocada pelo poder executivo ou, extraordinariamente por esta ou pelo conselho de saúde
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A Lei 8.080 estabelece ainda outros princípios do SUS:
 Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática
Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral
Direito das pessoas assistidas à informações sobre sua saúde
Divulgação de informações
quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário
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 Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico
 Conjugação de recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população
 Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência
 Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos

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