Buscar

Código de Ética Profissional AV2

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Código de Ética Profissional
O código de ética profissional define-se a partir de um corpo de práticas que buscam atender as demandas sociais.
Todo código de ética profissional é elaborado a partir de padrões técnicos e normas éticas que têm por objetivo garantir uma adequada relação do profissional com seus pares e com a sociedade como um todo.
O código de ética estabelece os padrões que são esperados nas práticas de cada categoria profissional e pela sociedade. Com isso procura provocar a autoreflexão de cada indivíduo a respeito da sua prática e responsabilizá-lo (pessoal e coletivamente) por suas ações e suas consequências no exercício profissional
 
O código de ética não pretende normatizar a natureza técnica do trabalho, mas assegurar um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social de cada categoria profissional.
O código de ética:
Expressa uma concepção de homem e de sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos
Traduz-se em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao homem e seus direitos fundamentais
c) Expressa valores universais tais como: 
1- Valores constantes na declaração Universal dos Direitos Humanos
2- Valores socioculturais que refletem a realidade do país
3- Valores que estruturam uma profissão
- Sendo assim, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas e imutável no tempo
As sociedades mudam, as profissões sofrem transformações e isso exige uma reflexão contínua sobre o código de ética que nos orienta
O atual código de ética (2005) responde ao contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país e ao estágio de desenvolvimento da psicologia enquanto campo científico e profissional
O atual código de ética refletiu a necessidade de atender à evolução do contexto institucional legal do país a partir da promulgação da Constituição de 1988 e das legislações dela decorrentes
Foi elaborado a partir de várias discussões por todo o país, com a participação direta dos psicólogos e aberto à sociedade. O processo de elaboração ocorreu ao longo de 3 anos
O código de ética do psicólogo aproxima-se mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas
São nortes de sua construção:
a) Valorizar os princípios fundamentais como eixos que têm como objetivo orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência
b) Abrir espaço para o psicólogo discutir os limites e interseções relativos aos direitos individuais e coletivos
c) Contemplar a diversidade do exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais
d) Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas particulares, já que os dilemas éticos surgem em quaisquer contextos de atuação
O objetivo do código de ética profissional do psicólogo é de que seja um instrumento capaz de evidenciar para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para sua formação e balizar os julgamentos de suas ações, contribuindo para o fortalecimento e ampliação do significado social da profissão
O código de ética disponibiliza: os princípios fundamentais; as responsabilidades (os deveres fundamentais) e as disposições gerais (as infrações disciplinares e suas penalidades)
Histórico da profissão de psicólogo no Brasil
Década de 1960: a disciplina de psicologia começou a ser ministrada no Brasil, aplicada aos problemas educacionais
Posteriormente, a partir das mudanças decorrentes da aceleração do desenvolvimento social, econômico e cultural, foram introduzidas as técnicas psicanalíticas desenvolvidas na Europa para tratar os doentes mentais
Em 1945 foi fundada a Sociedade de Psicologia de São Paulo por Klinenberg e Anita Cabral: reuniões científicas, conferências, cursos de extensão e seminários
Em 1953 foi enviada a primeira proposta para a criação do curso de psicologia no Brasil
Em 1954 foi fundada a Associação Brasileira de psicólogos (ABP)
A Lei Estadual 3. 862 de 28/05/1957 regulamentou o curso de psicologia que teve seu início em 1958 na Universidade de São Paulo
Inicialmente os professores vinham de outros países e nem sempre compreendiam os problemas brasileiros
A formalização da psicologia como profissão ocorreu com a Lei 4. 119 de 27/08/1962 que dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamente a profissão de psicólogo
O Decreto 53. 464 de 21/01/1964 regulamenta a Lei 4.119 e discorre sobre a estruturação do curso de psicologia, nas Faculdades de Filosofia, em cursos de bacharelado, licenciatura e psicologia, seu currículo mínimo e sobre os direitos conferidos aos diplomados em cada um deles 
Este decreto estabeleceu como funções privativas do psicólogo: o diagnóstico psicológico, a orientação e seleção de pessoal, a orientação psicopedagógica, a solução de problemas de ajustamento, a colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras ciências
 Determinou também, como exigência para o funcionamento dos cursos, a organização de serviços clínicos e de aplicação à educação e ao trabalho, abertos ao público 
OBS: Esta Lei regulamentou o exercício profissional daqueles que já vinham exercendo a profissão por mais de 5 anos, podendo ser expedido o registro profissional de psicólogo
O parecer 403/1962 do Conselho Federal de Educação versa sobre o currículo do curso de psicologia no território brasileiro
Em 1967, a Associação Brasileira de psicólogos elaborou e aprovou um código de ética, que foi modificado em 1975 transformando-se no primeiro código de ética oficial dos psicólogos
Somente em 1971, a Lei 5. 766 criou o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia com o objetivo de regulamentar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão elaborando o primeiro código de ética publicado em 1975
O código de ética de 1975 enfatizava:
A importância da formação contínua
As funções sociais da psicologia (ser aplicada em prol do bem estar da coletividade)
Vedou o uso de técnicas hipnóticas em interrogatórios (este código foi elaborado durante o regime militar)
Código de ética de 1979
Na comemoração do centenário da psicologia como ciência comportamental, algumas reformulações foram realizadas no 1° código de ética 
Com a diminuição do autoritarismo político foi excluída a alínea “h” do artigo 4° do código de ética de 1975 que vetava o interrogatório sob ação hipnótica
Foram acrescentados artigos mais explícitos a respeito do sigilo profissional, das relações com a justiça
Com o aumento do número de psicólogos as relações com a classe foram mais evidenciadas neste segundo código de ética
O código de ética de 1987
Enfoca o respeito pelo outro e por sua integridade
Enfoca a importância da formação, da responsabilidade profissional e do aprimoramento pessoal e profissional
Enfoca a função social do psicólogo
A Resolução CFP de 1988 instituiu o Código de Processamento Disciplinar, dispondo sobre os procedimentos preliminares para a instauração dos processos disciplinares
A partir da década de 1990 várias resoluções do CFP foram criadas para complementar e retificar o código de ética atendendo às especificações, mudanças e dilemas que demandam das constantes mudanças da realidade e da forma como estas são percebidas
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948); a Constituição Federal do Brasil (1988); o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990); o Estatuto do Idoso (2003) e a Resolução do Conselho Nacional da Saúde/Ministério da Saúde (1996) que versa sobre as normas éticas da pesquisa envolvendo seres humanos, embasam o código de ética do psicólogo
O Código de Ética de 2005
Foi elaborado a partir das discussões democráticas, votações pelo site do CRP, amplas plenárias e discussões, refletindo o aprendizado democrático e a luta pela atuação social do psicólogo
Em seus princípios fundamentais enfoca o respeito pelo outro e por sua integridade, destacando a promoção da liberdade, da dignidade
e da igualdade
Atribui ao psicólogo a função social de promover a saúde e a qualidade de vida, de promover a análise crítica das situações e da realidade que o rodeia e de ser agente de transformação
Destaca a importância da formação, da responsabilidade profissional e do aprimoramento pessoal e profissional
Explicita em seus artigos a questão do preconceito racial e sexual, englobando a Resolução de 1999 que estabelece as normas de atuação em relação à questão da orientação sexual e a resolução de 2002 que estabelece normas de atuação em relação ao preconceito e à discriminação racial
Princípios fundamentais da ética
A ética é uma reflexão sobre os costumes e as ações humanas que ocorre dentro de um contexto social, político, econômico e cultural
A ética implica em uma interiorização das normas ao longo da vida, tendo como sustentáculo as relações afetivas. Não pode ser pensada como algo a ser ensinado cognitivamente
Os dilemas éticos estão sempre presentes em situações passíveis de desencadearem conflitos de interesse (sejam religiosos, educacionais, econômicos, ideológicos, etc.)
O Código de ética profissional do psicólogo e as Resoluções Complementares do período de 1996 a 2005 baseiam-se nos princípios da Não Maleficência, Beneficência, Autonomia e Justiça, buscando MINIMIZAR os riscos envolvidos em quaisquer procedimentos, sejam estes de pesquisa ou não, MAXIMIZANDO os benefícios, respeitando a autonomia, a possibilidade de escolha, a individualidade e o tratamento igualitário, garantindo condições de sigilo, privacidade e confidencialidade
Para isso é necessário uma formação acadêmica e pessoal sólida
A pesquisa com seres humanos em Psicologia
Bioética (Potter, 1970): abrange a ética aplicada às questões de saúde e pesquisa com seres humanos, de forma interdisciplinar, baseando-se em casuística e princípios
Em 1987 o Relatório Belmont (Estados Unidos) abordou a adequação ética das pesquisas científicas realizadas com seres humanos, ressaltando 3 princípios básicos: o respeito às pessoas, a beneficência e a justiça
Em 1996 ocorreu a aprovação da Resolução do Conselho Nacional/Ministério da Saúde que versa sobre as normas éticas da pesquisa envolvendo seres humanos:
Todo e qualquer procedimento experimental envolvendo humanos deve ser submetido e aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) que deve ser credenciado e subordinado ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) antes do início da fase de coleta de dados 
Existe uma responsabilidade institucional, além da do pesquisador, visando assegurar os direitos e deveres relacionados à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
- Deve constar nome da pesquisa, da instituição onde se desenvolverá, objetivos, técnicas empregadas, riscos envolvidos, duração, garantias de confidencialidade e privacidade, possibilidade de retirar o consentimento a qualquer tempo, a forma como os resultados serão divulgados, o nome do pesquisador, a forma de entrar em contato com ele, caso se sinta lesado
O Termo de Compromisso deverá ser assinado em 2 vias, ficando uma em poder do sujeito e a outra arquivada por 5 anos após o término da pesquisa, com o pesquisador responsável
O Comitê de Ética em Pesquisa deve avaliar:
As razões da pesquisa
A metodologia científica a ser empregada
Os riscos e benefícios
A privacidade e a confidencialidade
- A pesquisa deve pautar-se em um levantamento bibliográfico consistente, em um objetivo claro que sustente a metodologia proposta
- Em 20/12/2000, o Conselho Federal de Psicologia publicou a Resolução 016/2000 que dispõe sobre a realização de pesquisa em Psicologia com seres humanos, constituindo uma referência para as especificidades encontradas nesse campo, regulamentando regras e procedimentos
A determinação de que não há necessidade de consentimento informado somente pode ser feita por Comitê de Ética em Pesquisa
As mesmas reflexões, cuidados e procedimentos que devem nortear uma pesquisa, também deveriam nortear um contrato terapêutico, devendo estar claro e transparente e conveniente para todas as partes
Delimitação do campo de atuação e das técnicas empregadas
- O CRP estabelece diretrizes e ações que possam nortear a prática, contribuindo para o desenvolvimento da psicologia, estabelecendo os limites de sua área de atuação, especificando quais são as práticas psicológicas específicas da atuação do psicólogo, quais podem ser compartilhadas com outras ciências e a forma de apresentação dos resultados
Avaliação psicológica
É privativo do psicólogo o uso de métodos e técnicas psicológicas
O ensino de métodos e técnicas psicológicas fica reservado exclusivamente aos alunos regularmente matriculados nos cursos de psicologia e aos psicólogos registrados no respectivo conselho regional
A necessidade de aprimorar os instrumentos e procedimentos técnicos de trabalho do psicólogo e, da revisão periódica das condições dos métodos e técnicas utilizadas na avaliação psicológica, tem como objetivo garantir serviços com qualidade técnica e ética à população usuária desses serviços
Os requisitos mínimos que os instrumentos devem possuir para serem reconhecidos como testes psicológicos e possam ser utilizados pelos profissionais de psicologia devem constar no manual e seguir as resoluções previstas no código de ética
Os testes estrangeiros de qualquer natureza, traduzidos para o português devem ser adequados a partir de estudos realizados com amostras brasileiras considerando a relação de contingência entre as evidências de validade, precisão e dados normativos com o ambiente cultural onde foram realizados os estudos para sua elaboração
Os requerentes, autores, editores, laboratórios e responsáveis técnicos de testes psicológicos, comercializados ou não, poderão encaminhar os mesmos ao CFP, protocolando requerimento
- O CFP mantém uma comissão consultiva em avaliação psicológica com o objetivo de analisar e emitir parecer sobre os testes psicológicos encaminhados ao CFP com base nos parâmetros definidos no código de ética, bem como, apresentar sugestões para aprimoramento dos procedimentos e critérios envolvidos nessa tarefa, subsidiando as decisões do Plenário a respeito da matéria
Será considerado teste psicológico em condição de uso, aquele que após receber o parecer da Comissão Consultiva em avaliação psicológica for aprovado pelo CFP
Os testes psicológicos devem ser revisados periodicamente, não podendo o intervalo entre um estudo e outro ultrapassar 15 anos para os dados referentes à padronização e 20 anos para os dados referentes à validade e precisão
Não sendo apresentada a revisão no prazo estabelecido, o teste psicológico perderá a condição de uso e será excluído da relação de testes em condições de comercialização e uso
A responsabilidade pela revisão periódica dos testes será do autor, do psicólogo responsável técnico pela edição e da editora, que responderão individualmente e solidariamente em caso de desrespeito à lei e ao disposto na Resolução, no âmbito de suas respectivas competências e responsabilidades
A revisão dos testes psicológicos deverá ser realizada por pesquisadores ou laboratórios de pesquisa, com competência comprovada na área de psicometria, que deverão publicar os estudos nos veículos de comunicação científica disponíveis
O CFP manterá a relação de testes em condições de uso em função da análise da documentação apresentada
Será considerada falta de ética a utilização de testes psicológicos que não constam na relação de testes aprovados pelo CFP, salvo os casos de pesquisa
O CFP disponibiliza na página WWW.pol.org.br informações atualizadas sobre as etapas de cada teste psicológico em análise e a relação dos testes aprovados
A Resolução CFP 001/2000 regulamenta a avaliação psicológica em concursos públicos: “orientando aos psicólogos a respeito dos procedimentos adequados a serem empregados nos processos seletivos”...
- A Resolução CFP 015/96 institui e regulamenta a concessão de atestado
psicológico para tratamento de saúde devido a problemas psicológicos que incapacitem para o trabalho e/ou estudos desde que se baseie no diagnóstico psicológico elaborado por meio de documentação técnica (que deve ser arquivada), com ou sem a utilização do Código Internacional de Doenças (CID) ou outros códigos, científica e socialmente reconhecidos
A Resolução CFP 010/2000 especifica e qualifica a psicoterapia como prática do psicólogo
A resolução CFP 010/97 “estabelece critérios para a divulgação, a publicação e o exercício profissional do psicólogo, associados à práticas que não estejam de acordo com os critérios científicos estabelecidos no campo da Psicologia”
- Tal resolução salienta que as técnicas e práticas ainda não reconhecidas poderão ser utilizadas no exercício profissional, desde que estejam em processo de pesquisa no CFP e que o usuário seja informado tratar-se de uma pesquisa, seus objetivos, riscos subjacentes e assine o Termo de Consentimento Informado e Esclarecido, expressando ter conhecimento do seu caráter experimental
Além disso, o profissional precisa comprovar treinamento específico para a utilização da técnica e não pode cobrar honorários ou pagar pela participação do usuário
O psicólogo não deverá veicular seu título e número de registro a tais práticas, em quaisquer circunstâncias
A hipnose passou a ser reconhecida pela Resolução CFP 13/2000 como um recurso auxiliar de trabalho psicológico, desde que o psicólogo possa comprovar capacitação adequada
A acupuntura foi regulamentada pela Resolução CFP 05/2002 e também deve ser utilizada como recurso auxiliar, desde que o psicólogo possa comprovar capacitação adequada
A psicoterapia mediada por computador constitui-se em uma outra prática não reconhecida na psicologia, sendo que só pode ser utilizada se seguir os critérios da Resolução CFP 003/2000 que especifica os serviços mediados por computador e reconhecidos pela comunidade científica
A resolução CFP 006/2000 institui a Comissão Nacional de Credenciamento e Fiscalização dos Serviços pela internet
A Resolução CFP 010/2003 e a resolução CFP 012/2005 mantém e ampliam vários artigos da anterior
Serão reconhecidos os serviços psicológicos mediados por computador, desde que não psicoterapêuticos (artigo 6° da Resolução CFP 012/2005)
Aos psicólogos que prestam os serviços indicados na Resolução CFP 012/2005 é permitido cobrança de honorários desde que não utilize o preço como forma de propaganda

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais