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Vanessa Teorias de currículo ao longo do século XX e início do século XXI

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Teorias de currículo ao longo do século XX e início do século XXI. 
 
O termo Currículo vem do latim curriculum, que significa “carreira”, “curso”, 
“percurso”, “lugar onde se corre”. O seu emprego no contexto educacional se 
deu volta no fim do século XVI, no contexto da Reforma Protestante, 
possivelmente na Universidade de Leiden (Holanda). Naquele momento, o 
termo empregado teria sido empregado para imprimir maior rigor à organização 
do ensino, especialmente universitário. Desta forma a origem do currículo está 
associada ao controle do processo educacional e à ideia de formalização e 
eficiência do ensino. 
O currículo não é neutro, tampouco desinteressado, não é uma realidade 
abstrata, à margem do sistema socioeconômico, da cultura e do sistema 
educacional no qual se desenvolve e para o qual é proposto, o currículo é a 
trajetória, viagem, percurso, está ligado à relação de interesses mútuos. 
A história do currículo se dá por estudos em diferentes épocas e lugares, 
estando diretamente ligada à constituição de grupos de especialistas, sobre 
estudos e pesquisas relacionados a essa temática, deste modo emergem 
diversas teorias de currículo ao longo do século XX e início do século XXI. 
 Teorias Tradicionais: Especialmente John Bobbitt (1918) propunha 
que a organização e o funcionamento da escola fossem iguais aos de 
uma empresa comercias ou industrial. Para Tyler, assim como para 
Bobbitt, o currículo é uma questão técnica, centrado em questões de 
organização e desenvolvimento. Dessa maneira, as teorias 
tradicionais representadas por Bobbit e Ralph Tyler, compreendem 
que o currículo reduz-se atividade técnica, burocrática e 
administrativa. As orientações de Bobbitt constituíram-se em uma das 
vertentes dominantes da educação nos Estados Unidos, século XX, 
concorrendo com vertentes mais progressistas como a desenvolvida 
por John Dewey. 
 Teorias Críticas: A partir da década de 1960, intensos debates, 
protestos e reivindicações surgiram nos países ocidentais, realizados 
por movimentos sociais e culturais em prol de melhores condições de 
vida e dos direitos da população, nesse contexto apareceram 
produções que questionavam a estrutura e teorias educacionais 
tradicionais, sendo que em cada país ou região predominou a 
contribuição de determinado representante ou grupo de 
representantes. Na Inglaterra, por exemplo, destacaram-se os 
estudos de Michael Young; no Brasil, as produções de Paulo Freire; e 
na França, as contribuições de Louis Althusser, Pierre Bourdieu, Jean 
Passeron, Christian Baudelot e Roger Establet. Para as Teorias 
Críticas o currículo não é neutro, se opõem as Teorias Tradicionais 
que defendem a aceitação, a adaptação e manutenção da estrutura e 
das condições sociais vigentes, as Teorias Críticas defendem a 
transformação social, o currículo é político e resultado de um 
processo de construção histórica e social. As Teorias Críticas são 
construídas por, pelo menos, três teorizações; são elas as: 
teorizações críticas mais gerais; as teorizações centradas em 
questões curriculares; e as teorias críticas da educação. 
 Teorias Pós-Críticas: Concordam com as Teorias Críticas em relação 
ao pressuposto de que o currículo só pode ser entendido nas relações 
de poder em que está envolvido. No entanto, enquanto as teorias 
críticas fundamentam sua análise na economia política do poder, as 
Teorias Pós-Críticas focam em formas textuais e discursivas, ampliam 
a análise das relações de poder. As Teorias Críticas e as Teorias 
Pós-Críticas ambas se combinam e se completam para compreender 
o currículo. 
A formação do currículo sempre esteve ligado ao contexto social e as teorias 
desenvolvidas por estudiosos e suas aplicações no meio educacional. 
A Caracterização do campo do currículo no Brasil: Desde o período dos 
Jesuítas a partir de 1549 ouve uma proposta curricular, mesmo não sendo 
denominada dessa forma, destacou-se, inicialmente, o plano de instrução, 
elaborado pelo padre português Manuel da Nóbrega, e na sequência o Ratio 
Studiorum. Entre as décadas de 1920 e 1930 é que se efetivaram as 
discussões sistematizadas sobre o campo do currículo no Brasil, em um 
contexto de urbanização e industrialização, motivado pelas reformas 
educacionais do movimento Escola Nova, representado, especialmente, por 
Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Mario Casassanta, Carneiro Leão, 
Francisco Campos, entre outros. O Escolanovismo fundamentou-se 
especialmente, nas ideias de John Dewey, o qual defendia a educação como 
principal instrumento para a construção da sociedade democrática, para isso a 
escola deveria considerar e respeitar as diversidades os interesses e a 
realidade dos estudantes. Na sequência emergem as ideias tecnicistas, 
meados de 1950 e auge em 1970, também as teorias críticas e as teorias 
educacionais progressistas com destaque para Paulo Freire e Dermeval 
Saviani. 
A consolidação do campo do currículo no Brasil ocorreu na década de 1990; 
no século XXI o currículo deixou de ser uma disciplina a ser estudada ou feita 
para transpor conhecimentos, históricos, pedagógicos e culturais, passando a 
levar em consideração os conhecimentos prévios de cada aluno, relacionados 
à prática social, o professor passa a ser responsável por esse processo, 
atuando como mediador entre o conhecimento científico e o conhecimento do 
estudante, considerando suas necessidades e seus interesses. 
Para a escola do século XXI, ao currículo associam-se diferentes 
concepções, cada qual caracterizada por uma intencionalidade e determinada 
por uma concepção de educação e pelos fatos políticos, econômicos, sociais, 
epistemológicos, e culturais que influenciaram em cada período, deste modo 
para definir a concepção de currículo a ser adotada, e sua organização, é 
necessário pensarmos em qual modelo de educação que defendemos ou 
almejamos. Hoje a educação básica no Brasil consiste em preparar os 
estudantes para terem condições de contribuir para a construção de uma 
sociedade democrática e justa, em que se possa exercer a liberdade, a 
autonomia e a responsabilidade. Desta maneira, cabe às escolas o papel de 
promover a socialização e o confronto do conhecimento, as trocas de saberes, 
a interação entre os estudantes, o acolhimento e o aconchego, para garantir o 
bem estar dos estudantes, respeitando, valorizando e incluindo as diversidades 
culturais. 
O currículo é polissêmico e se faz necessário ser desta forma, pois as 
diversas conceituações a ele atribuídas, muitas vezes, são divergentes e 
remetem a diferentes concepções, valores, interesses e intenções. Para melhor 
compreendermos o currículo se faz necessário o estudo das teorias que 
compõem o campo do currículo, feito isso é possível observar que todas as 
transformações que ocorreram em todo o modelo curricular, foram e continuam 
sendo necessárias, acompanhando as novas gerações o currículo foi se 
transformando ao longo de décadas, com ideias inovadoras de alguns 
estudiosos que se destacaram por suas teorias e sucesso na execução destas 
no meio pedagógico. Cada concepção de educação remete a uma concepção 
de currículo, sendo que, atualmente, a proposta de uma educação escolar 
cidadã exige um currículo estendido com as experiências escolares, nas quais 
os conhecimentos são desenvolvidos nas relações sociais e promovem o 
desenvolvimento da identidade dos estudantes. 
Vanessa Alves Luciano.

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