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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EJA EM ECONOMIA SOLIDÁRIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
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José Ozildo dos Santos 
(Organizador) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Práticas Pedagógicas 
na EJA em Economia 
Solidária e Educação 
Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campina Grande - PB 
2018 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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José Ozildo dos Santos 
(Organizador) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Práticas Pedagógicas 
na EJA em Economia 
Solidária e Educação 
Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campina Grande - PB 
2018 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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Ficha Catalográfica 
Catalogação na Fonte 
_____________________________________________________________________________________ 
Santos, José Ozildo dos. Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e 
Educação Ambiental. 
/José Ozildo dos Santos (organizador). – Campina Grande - PB, Grupo de Estudos Sociais, 
Econômicos e Ambientais – GESEA, 2018. 
128p. 
 
E-book – ISBN – 979-85-7675-981-2 
 
1. Educação de Jovens e Adultos. 2. Economia Solidária. 3. Educação Ambiental. I. Título. 
 
CDU: 616-083 
 
 
_____________________________________________________________________________ 
A reprodução de partes ou do todo deste trabalho é permitida, desde que haja a devida 
citação bibliográfica dos autores, conforme a legislação brasileira vigente. 
 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
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Práticas Pedagógicas na 
EJA em Economia 
Solidária e Educação 
Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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 Sumário 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
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 7 
Sumário 
 
 
APRESENTAÇÃO 11 
 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EJA: Os desafios enfrentados pelos 
professores de uma escola pública no interior paraibano 
Elismar Abílio da Silva 
José Ozildo dos Santos 
13 
 
ECOSOL E SUSTENTABILIDADE: Horta escolar com auxilio do 
Programa Mais Educação 
Geonardo Vicente da Silva 
José Ozildo dos Santos 
37 
 
OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS PROFESSORES DE 
CIÊNCIAS DA NATUREZA QUE ATUAM NA EJA PROMOVIDA EM 
UMA PERSPECTIVA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA 
Maria do Bonsucesso Pereira Morais 
José Ozildo dos Santos 
63 
 
AVALIANDO A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE UMA 
ESCOLA PÚBLICA DO INTERIOR PARAIBANO SOBRE A 
CONTRIBUIÇÃO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA AO 
DESENVOLVIMENTO LOCAL 
Maria José Roberto Nóbrega da Silva 
José Ozildo dos Santos 
91 
 
 
PERFIL DO ALUNO DA EJA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO 
INTERIOR PARAIBANO 
Uilcoana Valesca Cavalcante de Lacerda 
José Ozildo dos Santos 
115 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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Apresentação 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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 11 
APRESENTAÇÃO 
 
 
José Ozildo dos Santos 
Faculdade Rebouças de Campina Grande 
 
 
 
 
Na Educação de Jovens e Adultos a inovação deve ser algo sempre 
presente, principalmente, quando se quer abordar temas atuais como Educação 
Ambiental e Economia Solidária. Na verdade, tratam-se de temáticas que se 
convergem no cenário de aprendizagem da Educação de Jovens e Adultos 
(EJA). 
A Economia Solidária busca a promoção da autonomia do indivíduo 
envolvido em seu processo. E, uma das formas de se promover essa autonomia 
é educando-o e capacitando para a vida. Dito como outras palavras, 
promovendo-se a EJA, fortalecendo-a, fazendo com que aqueles que não 
tiveram acesso ao processo educativo ou que dele saíram antes de concluírem 
seus estudos básicos, consigam um diploma, facilitando a sua inserção no 
mundo do trabalho e/ou nele permanecendo. 
Deve-se ressaltar que a Economia Solidária (Ecosol) também tem 
compromisso com a sustentabilidade. Se mediante a promoção EJA ela 
privilegia o pilar social, o ambiental não é esquecido, pois existe uma 
preocupação real com a preservação do meio ambiente, mediante a adoção e o 
ensino de práticas agrícolas sustentáveis. 
O desenvolvimento local, sustentável e solidário, além da autogestão, da 
justiça social e do trabalho, é algo privilegiado pela economia solidária, 
enquanto prática de produção e de consumo. 
Sempre apoiados pelas entidades de assessoria e/ou fomento, os 
empreendimentos solidários materializam a economia solidária, enquanto 
estratégia de desenvolvimento, fazendo com esta prática de produção e de 
consumo sai da teoria e se manifeste enquanto prática. 
Contudo, apesar de ser amplamente discutida no contexto acadêmico, a 
articulação da Educação Ambientale da Economia Solidária, ainda é pouco 
explorada na prática. Diante da necessidade de reduzir os obstáculos existentes 
acredita-se que o processo educativo pode dá uma grande contribuição nesse 
sentido. E, por essa razão, deve-se criar espaço no contexto das salas de aulas da 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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 12 
EJA para se promover discussões que privilegiem essa articulação, sempre 
reconhecendo a necessidade de se construir uma consciência ambiental coletiva. 
De forma bem clara, a articulação entre Economia Solidária e Educação 
Ambiental mostra ao educando a necessidade que este possui de repensar suas 
práticas quotidianas, sejam estas individuais, coletivas ou institucionais. Isso é 
possível porque tal articulação possui um forte aspecto cultural, capaz de mexer 
com todo o indivíduo, principalmente, no que diz respeito à forma de ver o 
consumo e a produção. 
O presente livro é fruto de cinco pesquisas distintas desenvolvidas por 
alunos do Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos com 
Ênfase em Economia Solidária no Semiárido, promovido pela Universidade 
Federal de Campina Grande, na cidade de Cajazeirinhas-PB, objetivando 
mostrar, dentre outras particularidades, os desafios enfrentados pelos 
professores que atuam na EJA, na promoção da Educação Ambiental e da 
Economia Solidária. 
As imperfeições do presente livro podem [e devem] ser deixadas de lado 
diante de sua iniciativa pioneira, configurando-se na materialização do sonho 
de uma equipe de professores-alunos, que sabem que “não há ensino sem 
pesquisa e pesquisa sem ensino”, que, enquanto ensinam, continuam buscando, 
reprocurando novas formas de ensinar, indagando e indagando-se. E assim, 
colocando em prática os ensinamentos do grande pedagogo Paulo Freire, que 
ensinava porque buscava, porque indagava, são cientes de que o educador 
precisa pesquisar para conhecer o que ainda não conhece, ampliando sua 
capacidade de comunicar-se e de saber anunciar em sala novidades, que levem 
à produção de uma aprendizagem significativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Capítulo 1 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
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 15 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EJA: Os 
desafios enfrentados pelos professores de uma 
escola pública no interior paraibano 
 
Elismar Abílio da Silva 
José Ozildo dos Santos 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Atualmente, a educação ambiental é uma ferramenta de grande 
significância para a promoção da sustentabilidade e tem sido um componente 
importante para se repensar as teorias e práticas, que fundamentam as ações 
educativas nos contextos formais ou informais, visando construir verdadeiras 
comunidades de aprendizagem com vista a um desenvolvimento sustentável. 
Facilmente observa-se que muitas pessoas não têm interesse pelos 
assuntos e problemas relacionados ao meio ambiente. Quando se fala que o ser 
humano está destruindo a natureza ou que por falta de cuidados pode-se 
acabar com os recursos naturais, a sociedade não demonstra preocupação. No 
entanto, todos devem lutar para que o pior não aconteça e essa luta deve 
começar na escola para que todos fiquem conscientes da real situação e possam 
abraçar essa causa. 
Diante disso, é fundamental a conscientização das pessoas em relação ao 
meio ambiente em que vivem para que possam ter acesso a uma melhor 
qualidade de vida, sem desrespeitarem a natureza, tentando assim criar um 
modelo de comportamento que leve toda a sociedade a refletir e repensar seus 
valores e condutas. 
A sustentabilidade é um termo usado para mostrar a importância do 
desenvolvimento sustentável nos dias atuais, proporcionando que futuramente 
a população não sofra as consequências dos atos impensados promovidos pela 
sociedade do presente. O aceitamento de ações sustentáveis garante um planeta 
com melhores condições de vida, principalmente, para o ser humano. 
Quando o assunto é meio ambiente, deve-se destacar que a Educação de 
Jovens e Adultos (EJA) vem contribuindo para a sua promoção. O currículo 
dessa modalidade de ensino, que é destinada às pessoas que não tiveram acesso 
ou oportunidades de estudar na idade adequada, tem contribuindo com as 
discussões em torno das questões ambientais. 
Tais questões constituem um grande desafio para toda a humanidade. 
Pois, a crise ambiental na atualidade, é resultado do mau relacionamento entre 
o ambiente natural e o social, o que vem provocando o desequilíbrio 
socioambiental. Assim, são necessárias medidas urgentes quanto a uma 
conscientização das pessoas, que as levem a se conscientizarem da importância 
da preservação do meio ambiente. Nesse contexto, a formação do professor é de 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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 16 
essencial importância na prática da educação ambiental. O tipo de formação 
inicial e continuada que um educador tem, vai fazer toda uma diferença em sua 
prática pedagógica. 
Contudo, para se promover a prática educacional integradora é preciso 
também valorizar os saberes trazidos pelos alunos, considerando que estes 
indivíduos trazem influências do meio para o processo de ensino e de 
aprendizagem. Diante de uma crise socioambiental que vem afetando a 
sociedade e que tem sido uma preocupação mundial, a busca por ações que 
possam reverter ou desacelerar o processo de degradação ambiental, configura-
se em um grande desafio para a sociedade atual. 
Segundo Diógenes e Rocha (2010), o aproveitamento dos recursos naturais 
de forma desordenada levou a sociedade a questionar por quanto tempo tais 
recursos aguentariam de forma que, se o modo de produção continuasse a se 
perpetuar da mesma maneira, existiria a possibilidade de uma crise ambiental. 
Partindo do princípio de que a educação ambiental na EJA é considerada 
uma ferramenta de formação e de emancipação do educando, esta pode dá uma 
grande importância para o enfrentamento dessa crise. 
Para tanto, é necessário que os professores passem a trabalhar temáticas 
em sala de aula, que possuam uma correlação direta com as questões 
ambientais. Por sua vez, a escola como espaço social responsável por promover 
um processo contínuo de socialização dos alunos, deverá oferecer/desenvolver 
meios efetivos para que cada aluno compreenda a importância da relação 
homem/natureza, suas causas, efeitos e consequências. 
Assim, através da Educação Ambiental é possível desenvolver no aluno 
uma postura crítica para repensar suas atitudes, enquanto agente 
transformadordo meio em que vive. Na EJA, a Educação Ambiental pode 
contribuir para aquisição da consciência ambiental, associação do conteúdo 
programático das diferentes disciplinas à realidade social, cultural e ambiental 
vivenciadas pelo aluno. 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 A educação ambiental no contexto escolar 
 
 Nesses últimos anos a Terra vem passando por acontecimentos estranhos, 
fatos inusitados jamais vistos. Isso acontece pelo modo de vida que o ser 
humano está levando, esgotando os recursos naturais do planeta. Assim, ou ele 
muda a forma de como explora tais recursos ou estes deixaram de existir. 
Como a sociedade precisa ter uma consciência ecológica coletiva, a escola 
tem um grande desafio: contribuir para que este processo seja concretizado. E a 
forma para começar a desenvolver essa prática de convencimento é 
promovendo a Educação Ambiental, destacando as práticas sustentáveis 
(BEZERRA; BURSZTYN, 2000). 
Por sua vez, a Educação Ambiental é um ensino contínuo, que deve ser 
iniciado nas séries inicias e continuar para a vida toda. Assim sendo, para 
alcançar respostas positivas, as escolas devem abordar a sustentabilidade como 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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 17 
destaque em todas as disciplinas. Ela deve trabalhar com projetos voltados para 
os temas ambientais, envolvendo alunos e professores. 
Esse novo processo educativo pode ser iniciado com palestras, com cursos 
sobre reciclagem. No entanto, independentemente da realização de projetos, o 
tema seja discutido todos os dias na escola. A prática sustentável diária na 
escola incentiva o aluno a praticarem atividades politicamente corretas não só 
na referida instituição, mas também no ambiente familiar e na sociedade como 
um todo. Essa e uma forma de se salva o planeta. As questões ambientais estão 
cada dia mais presente no cotidiano do homem. Por essa razão, a escola deve 
esta ciente dos problemas ambientais e capacitar os professores. Pois, eles são 
instrumentos transformadores, que educarão a sociedade para o amanhã. 
Como bem destaca a ‘Carta da Terra’, elaborada pela ONU, o homem deve 
somar forças para gerar uma sociedade sustentável global, baseada no respeito 
pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa 
cultura pela paz (ONU, 2002). 
De acordo com Segura (2001, p. 61): 
 
‘A Carta da Terra’ é uma grande estratégia de educação ambiental. 
Pois, pois ela fala da atualidade e do futuro, se agora no presente não 
cuidarmos do nosso planeta as futuras gerações vão sofrer as 
consequências, pois nós já estamos vendo o inicio do que vai acontecer se 
não cuidarmos a tendência é piorar cada vez mais. 
 
Diante dessa realidade, percebe-se que todos os temas sobre 
sustentabilidade devem ser trabalhados nas escolas para formar nos alunos 
uma consciência ecológica, transformando-os em agente protetores do meio 
ambiente. Contudo, não e fácil conscientizar o mundo, mas também não é 
impossível. Deve-se sempre lembrar que a educação tem a capacidade de 
promover valores e não pode ser vista como um simples meio de transmitir 
informações. Por isso, essa ‘conscientização’ é algo possível. 
Ainda segundo Segura (2001, p. 165): 
 
Quando a gente fala em educação ambiental pode viajar em muitas 
coisas, mais a primeira coisa que se passa na cabeça ser humano é o meio 
ambiente. Ele não é só o meio ambiente físico, quer dizer, o ar, a terra, a 
água, o solo. É também o ambiente que a gente vive – a escola, a casa, o 
bairro, a cidade. É o planeta de modo geral. [...] não adianta nada a gente 
explicar o que é efeito estufa; problemas no buraco da camada de ozônio 
sem antes os alunos, as pessoas perceberem a importância e a ligação que 
se tem com o meio ambiente, no geral, no todo e que faz parte deles. A 
conscientização é muito importante e isso tem a ver com a educação no 
sentido mais amplo da palavra. [...] conhecimento em termos de 
consciência [...]. A gente só pode primeiro conhecer para depois aprender 
amar, principalmente, de respeitar o ambiente. 
 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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 18 
O ser humano é o responsável direto pelos problemas ambientais. E, por 
essa razão, ele mesmo deve buscar os meios adequados para reparar os danos 
causados, solucionando os problemas que ele mesmo contribuiu para agravá-
los, procurando, assim, viver nos campos ou nas cidades sem prejudicar o meio 
ambiente. Se não houver um equilíbrio ambiental, serão as futuras gerações que 
irão sofrer as consequências. 
Por sua importância para o desenvolvimento de uma consciência ecológica 
coletiva, a Educação Ambiental precisa ser implantada logo nos anos iniciais do 
ensino fundamental para que a criança tenha noção dos problemas que o ser 
humano está enfrentando em relação ao meio ambiente. 
De acordo com Barreto et al. (2011), através da educação ambiental, pode-
se sensibilizar os alunos sobre os problemas ambientais, mostrando que todos 
são responsáveis pela preservação da natureza, visto que o meio ambiente 
saudável é um direito de todos. 
É importante destacar que quando o educador consegue ligar o conteúdo 
das ciências às questões do cotidiano, ele torna a aprendizagem mais 
significativa. É através de um ensino investigativo, provocativo que o aluno 
começa a pensar e a refletir sobre o processo de construção do conhecimento 
(FREIRE, 1996). 
O certo é especializar os professores e as escolas públicas/privadas para 
lidarem com essas questões ambientais. E estas sejam trabalhadas 
individualmente e/ou em grupos. Pois, somente assim será possível se criar 
uma sociedade com uma consciência ecológica coletiva. 
 
2.2 A EJA enquanto modalidade educativa 
 
A história da EJA no Brasil se reproduz à margem do sistema educacional, 
impulsionado pela luta dos movimentos sociais, marcada pelo domínio e pela 
exclusão estabelecida por décadas entre a elite e as classes populares neste país 
(SAMPAIO; ALMEIDA, 2009). 
Para Miranda (2003), o papel do educador na EJA é suprir a escolarização 
regular para os adolescentes e adultos que não a tenham ou não concluíram na 
idade própria. E, proporcionar mediante repetida volta à escola, estudo de 
aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular 
no todo ou em parte. 
Acrescenta Leal (2005), que alfabetizar na EJA envolve também a 
afetividade, o gosto e a responsabilidade. É fundamental que o professor da 
EJA tenha a consciência da valorização do outro. Ele precisa saber valorizar o 
conhecimento que este aluno possui. Pois, durante toda a vida o discente 
adquire um vasto conhecimento do senso comum. 
Logo, cabe ao professor valorizar também as experiências de vida de seus 
educandos. Para tanto, o diálogo entre o professor e o aluno tem que está 
presente nas aulas. Nesse diálogo, o professor tem que usar uma linguagem 
simples e acessível. O professor é um incentivador da aprendizagem. Um meio 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
l 
 19 
para se alcançar a motivação dos alunos nesta modalidade de ensino é a 
motivação, que em todo processo educativo possui um aspecto fundamental. 
A prática da ação-reflexão-ação permite ao professor lançar estratégias 
para o sucesso do processode ensino-aprendizagem. Ao observar turmas da 
EJA é comum observar que os professores regentes em tais turmas são 
geralmente professores experientes, que despertam a confiança em seus alunos 
e que acredita na educação como foco de mudança. 
A grande maioria dos sujeitos da EJA pertence a grupos/classes em 
situação/estado de vulnerabilidade social, submetidos às desigualdades 
econômicas. Diante disso, pode-se dizer que o objetivo da EJA vai muito mais 
além da missão de diminuir o analfabetismo. Ela busca com seus métodos 
específicos formar jovens e adultos para o mercado de trabalho, onde os 
mesmos irão poder desfrutar dos seus direitos enquanto cidadãos. 
A EJA, enquanto modalidade de ensino regulamentada pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação (LDB), é um direito assegurado a todos e 
quaisquer cidadãos, com mais de 15 anos completos, que queiram e necessitem 
exercer o seu direito de estudar. Atualmente, um significativo contingente de 
pessoas ainda não se usufrui desse direito, apesar da existência dessa 
modalidade de ensino no Brasil. 
Para Barreto et al. (2011), a EJA deve ser entendida enquanto espaço de 
participação, de exercício de cidadania, de construção partilhada de 
conhecimentos, de valorização dos seus sujeitos, respeitando seus interesses, 
motivações, necessidades e angústias. E, considerando as diversas histórias de 
vida que compõem a sala de aula. 
Por isso, para desenvolver uma educação de forma significativa, a EJA 
deve valorizar e respeitar sua maior especificidade: seus sujeitos. Por outro 
lado, os educadores que se comprometem com a Educação de Jovens e Adultos, 
têm que possuir consciência da necessidade de buscar mecanismos, métodos e 
teorias que estimulem o público alvo a não abandonar a sala de aula, ou seja, o 
professor é o estimulador, o mediador de seus alunos. Esses educadores devem 
ser comprometidos com a aprendizagem dessas pessoas, adequando métodos 
incessantemente cada vez mais relacionados à realidade do público que estão 
trabalhando, inserindo no currículo a realidade do aluno. 
 
2.3 Discutindo a educação ambiental na EJA 
 
A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino destinada a 
pessoas que não tiveram oportunidade de estudar na idade adequada. Muitos 
deixaram de frequentar a escola, obrigados, por terem que trabalhar para o seu 
sustento ou para o sustento da família. Na EJA, existe a oportunidade de se 
estudar e de aprender. Por isso, tal modalidade de ensino deve ser promovida. 
A Educação de Jovens e Adultos foi idealizada com o objetivo de 
proporcionar o acesso ao processo educativo a uma parcela da população, que 
por razões diversas [principalmente de natureza econômica], não conseguiu 
ingressa na escola, ou se ingressou, foi obrigada a abandoná-la. Na atualidade, a 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 20 
maioria do aluno da EJA deixou a escola para trabalhar, evidenciando a 
exclusão social. (OLIVEIRA; SANTOS, 2009) 
Ressalta Arroyo (2001, p. 136) que: 
 
Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), modalidade de ensino 
ligada a Paulo Freire e a sua proposta de educação libertadora, sobretudo, 
é preciso a compreensão de que os educandos vivenciam problemas de 
preconceito, discriminação, falta de aceitação, cansaço, dificuldades 
sociais, dentre outros, que muitas vezes dificultam o desenvolvimento dos 
conteúdos programados. O grande desafio é perceber que é possível 
contribuir com a formação desses sujeitos sociais, evidenciando que a EJA 
é uma possibilidade de formação cidadã capaz de mudar 
significativamente suas vidas, possibilitando-lhes uma nova leitura do 
mundo, a aquisição de novas habilidades, o desenvolvimento de novas 
posturas e a transformação para que reescrevam sua própria história de 
vida. 
 
Quando se analisa a citação acima, percebe-se que a EJA possui um caráter 
emancipador. Ela não somente forma como informa, dando ao educando a 
oportunidade de ter um certificar e de ingressar no mercado de trabalho ou nele 
permanecer. Assim, além de ter um público específico, essa modalidade de 
ensino também tem um modelo todo especial de promover o processo 
educativo. Por outro lado, quando o assunto é a discussão das questões 
relacionadas ao meio ambiente no contexto da sala de aula da EJA, verifica-se 
que nem sempre se trata de uma tarefa fácil. E, geralmente, despertar o 
interesse do aluno dessa modalidade para a educação ambiental é algo difícil. 
No entanto, a educação ambiental deve ser sempre vista como uma 
ferramenta de ensino para resolver os problemas ambientais do planeta. Para 
solucionar esses problemas tem que haver uma relação de amor, ou por amor. 
A Educação Ambiental é uma forma abrangente que necessita atingir 
todos os cidadãos permanentemente e procura influenciar o aluno a ter uma 
visão diferenciada, influente e critica sobre a problemática ambiental. Diante do 
exposto, cabe o seguinte questionamento: A EA na EJA deve estar pautada em 
atividades e discussões que despertem a conscientização crítica ou mágica? 
Para responder a essa pergunta, é oportuno recorrer a Freire (2000, p. 117) 
que assim expressa: 
 
[...] toda compreensão de algo corresponde, cedo ou tarde, a uma 
ação. Captado um desafio, compreendido, admitidas as hipóteses de 
resposta, o homem age. A natureza da ação corresponde à natureza da 
compreensão. Se a compreensão é crítica ou preponderantemente crítica, a 
ação também o será. Se é mágica a compreensão, mágica será a ação. 
 
Desta forma, a Educação Ambiental deve está presente no processo 
educativo direcionado aos jovens e adultos por ser uma modalidade de ensino 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
l 
 21 
básico. Mediante a prática educativa desenvolvida em sala de aula da EJA, é 
possível conscientizar o jovem e o adulto quanto à necessidade de se preservar 
o meio ambiente, fazendo com eles entendam e coloquem em prática o 
conhecimento repassado. O objetivo da EA na Educação de Jovens e Adultos é 
sensibilizar os alunos da importância da preservação do meio ambiente, para 
uma melhor qualidade de vida, que também deverá ser garantida às futuras 
gerações. 
Esclarece Grün (2003), que através da educação ambiental, o ser humano 
pode mudar a sua forma de ver e de se comprometer com o meio ambiente, 
aprendendo a viver em harmonia com o planeta. Ele passa a ser um indivíduo 
consciente de suas responsabilidades para com o meio ambiente, tornando-se, 
muitas das vezes, um multiplicador das informações sobre a necessidade da 
promoção da sustentabilidade (MORAES, SHUVARTZ, PARANHOS, 2008). 
Em relação ao meio ambiente, a sociedade precisa lutar para que as 
futuras gerações possam viver com qualidade de vida. Mais do que nunca, é 
necessário se discutir as questões ambientais no espaço escolar. Na EJA, o 
processo educativo deve apresentar ao aluno os conceitos necessários para que 
este possa compreender melhor as questões ambientais. 
Para resolver ou minimizar os impactos ambientais, o processo educativo 
na EJA deve conscientizar os alunos de que tais impactos são resultantes da 
ação humana sobre o meio ambiente. Sempre deverá ser mostrado ao aluno da 
EJA o quanto o meio ambiente é importante na vida do ser humano, para que o 
discente se conscientize quanto à importância da preservação do meio 
ambiente. 
 
2.4 A formação do docente e a promoção da educação ambiental na EJA 
 
A formação de docentes é uma forma de se trazerpara o centro da 
discussão, não só novas maneiras de ensinar, mas também de refletir como os 
professores devem atuar em sala de aula. Essa reflexão é necessária porque 
pode contribuir para o preenchimento das lacunas deixadas pela formação 
inicial, obtida na graduação. Como agente facilitador da aprendizagem o 
professor precisa está preparado para atender às diversas exigências da 
sociedade, que se apresenta em constantes transformações (TARDIF; LESSARD, 
2009). 
A formação de educadores ambientais implica em uma reformulação 
metodológica, conceitual e curricular. Na verdade, trata-se de um novo tipo de 
docente. Esse professor deve assumir o conhecimento enquanto um processo 
dialético resultante da interação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, 
possuindo uma dimensão afetiva e uma visão da complexidade, tendo ainda a 
capacidade de contextualizar o ensino para que o aluno melhor possa 
compreender os problemas ambientais (TAGLIEBER, 2004). 
Segundo Mattos (2004), no processo de formação do professor para atuar 
no contexto atual, deve ser privilegiada prática pedagógica que contemple as 
necessidades políticas, educativas, sociais e ambientais. 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 22 
Isto porque tais situações são vivenciadas pelos professores no cotidiano 
escolar. Capacitado de forma completa, o professor está mais apto para atuar no 
cenário escolar, desenvolvendo práticas educativas disseminadora de valores e 
crenças, que devem ir de encontro aos sabres culturais produzidos pelas 
comunidades. A formação continuada do docente também contribui para a 
valorização da escola. Ela implica em um conhecimento complementar, que dá 
ao professor uma maior vivência com o processo educativo, inserindo-o em um 
cenário de produção do conhecimento. 
Por outro lado, quando essa formação continuada é no campo da EA, ela 
contribui para o desenvolvimento de um processo educativo, que privilegia 
uma nova ética, encontrando-se vinculada e condicionada à mudança de 
valores, atitudes e práticas individuais e coletivas (ABÍLIO, 2011). 
Grün (2003) afirma que a Educação Ambiental surgiu a partir da 
constatação de que ela poderia ser capaz de reorientar as premissas do agir 
humano em sua relação com o ambiente. Pois, para se alcançar um futuro 
sustentável é necessário fomentar, entre a população, a consciência da 
importância do meio ambiente através da EA. 
Assim, é notório que a formação continuada de docentes para a na EJA. 
Estes precisam estar aptos. Pois, irão lidar com jovens e adultos de várias 
idades, bem como com pessoas que não sabem ler. 
Para tanto, o docente precisa utilizar metodologias que façam com que a 
aprendizagem dos jovens e adultos seja sempre significativa. Em resumo, e por 
ter que mostrar a realidade ambiental e fazer com o aluno compreenda essa 
realidade, que a Educação Ambiental deve também ter um espaço especial 
dentro da EJA. 
 
3 MATERIAIS E MÉTODOS 
3.1 Tipo e local de estudo 
 
Trata-se de um estudo exploratório de abordagem quantitativa. Quanto à 
natureza, este pode ser classificado como sendo uma pesquisa aplicada, 
partindo do princípio de vista gerar conhecimento para aplicação prática no 
cenário do estudo. 
Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, mediante busca 
eletrônica utilizando-se dos principais bancos de dados, bem como do acervo 
bibliográfico existente em bibliotecas públicas e acervo particular. 
Em um segundo momento, foi aplicado um questionário junto aos 
professores que atuam na Escola de Ensino Fundamental e Médio ‘Advogado 
Nobel Vita’, localizada na cidade de Coremas, Estado da Paraíba. 
 
3.2 População e amostra 
 
Para o presente estudo, foi considerada como população todos os 
professores que exercem suas atividades na citada escola, totalizando 31 
docentes. Deste, retirou-se uma amostra composta por 10 (dez) professores, 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
l 
 23 
escolhidos entre aqueles que demonstraram o interesse de participarem desta 
pesquisa. 
 
3.3 Instrumentos para coleta de dados 
 
Para a recolha/coleta dos dados foi utilizado um questionário 
previamente estruturado, dividido em duas partes. A primeira, voltada para 
traçar o perfil da amostra entrevistada. E, a segunda, composta por dez (10) 
questões subjetivas, privilegiando os objetivos do presente trabalho. 
 
3.4 Análises dos dados colhidos 
 
Após a recolha dos dados, estes receberam tratamento estatístico e foram 
apresentados em Gráficos. E, no final, comentados à luz da literatura 
especializada. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1 Perfil da amostra 
 
Inicialmente, procurou-se colher dados para traçar o perfil da amostra 
entrevistada na presente pesquisa, no que diz respeito ao sexo, à formação 
acadêmica e à disciplina que leciona. A Tabela 1 apresenta os dados coletados 
através da primeira parte do questionário aplicado aos professores. 
 
Tabela 1 - Distribuição da amostra quanto ao perfil profissional apresentado 
Variáveis Frequência Percentual 
Gênero 
Masculino 03 30% 
Feminino 07 70% 
Total 10 100% 
Formação Acadêmica 
Superior completo 04 40% 
Superior + Especialização 06 60% 
Total 10 100% 
Disciplina que leciona 
Química 01 10% 
Língua Espanhola 01 10% 
Filosofia 01 10% 
Artes e Língua Portuguesa 01 10% 
Matemática 01 10% 
História 02 20% 
Sociologia 01 10% 
Ciências 01 10% 
Física 01 10% 
Total 10 100% 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017). 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 24 
Quando se analisa os dados apresentados na Tabela 1, verifica-se que a 
amostra foi composta por 10 (doze) participantes, sendo que 6 eram do sexo 
feminino e que os demais pertenciam ao sexo masculino. Quanto à formação 
acadêmica, todos os entrevistados possuíam curso superior completo, sendo 
que 40% possuíam apenas a graduação e 60%, além da graduação possuía um 
curso de especialização. 
Quanto às disciplinas que os entrevistados lecionam, 20% ministram 
história e os demais, em parcelas iguais de 10%, lecionam as seguintes 
disciplinas: Química, Língua Espanhola, Filosofia, Artes e Língua Portuguesa, 
Matemática, Sociologia, Ciências e Física. 
Um dos pontos apresentados por estes dados, que refletem positivamente 
no processo educativo, diz respeito à formação acadêmica dos professores 
entrevistados: todos possuíam formação superior. 
 
4.2 Dados relativos aos objetivos da pesquisa 
 
A segunda fase do questionário identifica os dados relativos aos objetivos 
da pesquisa. Através da primeira pergunta procurou-se saber se os 
participantes discutem as questões ambientais nas reuniões pedagógicas que 
ocorrem em sua escola. Os dados colhidos foram apresentados no Gráfico 1. 
 
Gráfico 1. Distribuição dos participantes quanto ao fato se discutem as 
questões ambientais nas reuniões pedagógicas que ocorrem em sua escola 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
 
Quando se analisa os dados apresentados no Gráfico 1, verifica-se que 70% 
dos participantes discutem as questões ambientais nas reuniões pedagógicas de 
forma informal; 20% discutem periodicamente e 10%, apenas mensalmente. 
0% 
10% 
20% 
30% 
40%50% 
60% 
70% 
80% 
20% 
70% 
10% 
Periodicamente 
(n=2) 
Informalmente (n=7) 
Mensalmente (n=1) 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
l 
 25 
Tomando por base os dados colhidos, pode-se afirmar que a escola que 
serviu de campo para a presente pesquisa, precisa mudar sua metodologia de 
ensino e observar com maiores detalhes o que preceituam os Parâmetros 
Curriculares Nacionais, no que diz respeito ao meio ambiente. Pois, segundo 
aquelas orientações pedagógicas, o meio ambiente é um tema que deve ser 
trabalhado amplamente na escola, seja como conteúdo específico ou em forma 
de tema transversal. 
De acordo Zeppone (2011), utilizando da transversalidade, a escola ganha 
um novo sentido, passando de um mero espaço de acesso a informações para 
um espaço de formação socialmente relevante, no qual as informações são um 
meio, mas nunca um fim em si mesmo. 
É preciso que o professor entenda que os temas transversais devem ser o 
eixo em torno do qual deve girar a temática das áreas curriculares. Pois, através 
de tais instrumentos pode-se inserir dentro do contexto escolar, as atuais 
preocupações sociais. Em síntese, é preciso que o professor aprenda que o 
melhor professor de Matemática nem sempre é aquele que somente ensina a 
ciência matemática. Mas, aquele que ensina o aluno a multiplicar o 
conhecimento e ter uma vida melhor, de forma digna e responsável. Tal 
princípio também se aplica a tudo aquilo que diz respeito ao meio ambiente. 
Mediante o segundo questionamento, procurou-se saber dos entrevistados 
se os conteúdos ministrados em sua escola estimulam a educação ambiental. O 
Gráfico 2 relaciona-se a esse questionamento. 
 
Gráfico 2. Distribuição dos participantes quanto ao fato se os conteúdos 
ministrados em sua escola estimulam a educação ambiental 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
 
0% 
5% 
10% 
15% 
20% 
25% 
30% 
35% 
40% 
45% 
50% 
50% 
40% 
10% 
Apenas em disciplinas 
ligadas à natureza 
(n=5) 
Na maioria das 
disciplinas (n=4) 
Deixa-se à vontade 
(n=1) 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 26 
De acordo com os dados apresentados no Gráfico 2, segundo 50% dos 
entrevistados os conteúdos ministrados em sua escola estimulam a educação 
ambiental apenas em disciplinas ligadas à natureza. Contudo, 40% dos 
entrevistados afirmaram que este estímulo ocorre na maioria das disciplinas. E, 
10% afirmaram que a escola deixa essa abordagem à vontade, não exigindo que 
seja tratada em disciplinas específicas. 
Na concepção de Meller (2007), a escola ainda é o lugar mais adequado 
para trabalhar a relação homem-ambiente-sociedade, sendo um espaço 
adequado para formar um novo homem, crítico e criativo, com uma nova visão 
de mundo que supere o antropocentrismo. 
Trabalhar a Educação Ambiental a partir de eixos temáticos exige do 
professor pesquisa, trabalho em equipe, criatividade, entre outros atributos. A 
princípio, isto pode provocar atitudes de medo, insegurança, recusa e, até 
mesmo, insatisfação e indisponibilidade. Entretanto, com compromisso o 
docente consegue superar tudo isto. 
Em síntese, a educação ambiental como uma ação destinada a reformular 
comportamentos humanos, pode proporcionar a conscientização para a 
preservação do meio ambiente, por ser “um processo educativo fundamental 
para garantir um ambiente sadio para todos os homens e todas as formas de 
vida” (TOZONI-REIS, 2004, p. 73). 
Através do terceiro questionamento, indagou-se aos participantes como se 
dá a participação de sua escola nas atividades relacionadas à educação 
ambiental. Todos os dados colhidos foram apresentados no Gráfico 3. 
 
Gráfico 3. Distribuição dos participantes quanto à forma 
de como se dá a participação de sua escola nas atividades relacionadas à 
educação ambiental 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
0% 
10% 
20% 
30% 
40% 
50% 
60% 
70% 
80% 
90% 
10% 
90% 
Eventos (n=1) 
Feiras de Ciências 
(n=9) 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
l 
 27 
Quando se analisa os dados apresentados no Gráfico 3, constata-se que 
segundo 90% dos entrevistados a participação da sua escola em eventos ou 
atividades de educação ambiental, dar-se através de feiras de ciências. No 
entanto, 10% ressaltaram que essa participação é através de eventos realizados 
na própria escola. 
Destaca Pereira (2007), que geralmente, entre os eventos promovidos pela 
escola que abordam a temática do meio ambiente, encontram-se as gincanas 
escolares, os seminários, as feiras de ciências, caminhadas ecológicas, aulas 
práticas no campo, visitas aos mananciais, bem como a parques e áreas de 
preservação ambiental, etc. 
Assim sendo, vê-se que para promover o ensino sobre o meio ambiente, a 
escola tem a sua disposição várias opções. No entanto, cabe aos professores 
escolher uma metodologia que melhor se relacione com à realidade da escola e 
de seus alunos e possa proporcionar uma aprendizagem significativa no 
contexto de sua sala de aula. 
Em resumo, trata-se de um sucesso que depende muito do compromisso 
do professor e de seu envolvimento com seus alunos, na busca da construção 
do conhecimento e na promoção da conscientização ambiental coletiva. 
Posteriormente, perguntou-se aos professores que participaram desta 
pesquisa, a qual a contribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o 
estudo dos temas transversais, a exemplo do Meio Ambiente. O Gráfico 4 
esboça os dados colhidos através desse questionamento. 
 
Gráfico 4. Distribuição dos participantes quanto à contribuição 
dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o estudo dos temas 
transversais, a exemplo do Meio Ambiente 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
 
0% 
10% 
20% 
30% 
40% 
50% 
60% 
70% 
60% 
40% 
Estimulam em sala de 
aula a discussão sobre 
a preservação da 
natureza (n=6) 
Estimulam a 
conscientização 
ecológica entre os 
jovens (n=4) 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 28 
Os dados esboçados no Gráfico 4 mostram que segundo 60% dos 
professores entrevistados os Parâmetros Curriculares Nacionais contribuem 
para o estudo dos temas transversais, a exemplo do Meio Ambiente, 
estimulando em sala de aula a discussão sobre a preservação da natureza. 
Contudo, 40% ressaltaram que estes estimulam a conscientização ecológica 
entre os jovens. 
Destaca Figueiredo (2004), que um dos objetivos dos Paramentos 
Curriculares Nacionais, editados pelo Ministério da Educação, é disciplinar o 
processo de ensino, fixando diretrizes e estabelecendo conteúdos para cada 
ciclo de ensino. 
Tal documento trouxe para a discussão pedagógica a necessidade de se 
trabalhar em sala de aula a transversalidade, por entender que através da 
interdisciplinaridade pode-se promover melhor o rendimento escolar. Os PCN 
se configuram-se como sendo verdadeiros instrumentos norteadores da prática 
pedagógica, mostrando como contextualizar oensino e tornando-o mais 
transversal. 
Mediante o quinto questionamento, procurou-se saber dos entrevistados 
se a Educação Ambiental é importante para a formação do cidadão. A esse 
questionamento todos os entrevistados (100%) responderam que ‘sim’, ou seja, 
que a Educação Ambiental é importante para a formação do cidadão. Assim, 
considerando que somente obteve-se uma resposta, deixou-se de construir um 
gráfico representativo para tal resultado obtido. Mas, a discussão desses dados 
também se faz necessária. 
De acordo com Figueiredo (2004, p. 54): 
 
A educação ambiental é um processo que visa formar uma 
população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os 
problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os 
conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o 
sentido de participação e engajamento que lhe permitam trabalhar 
individual e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir 
que se repitam. 
 
Nesse sentido, a educação ambiental deverá ser trabalhada na escola como 
processo educacional em todas as instâncias de formação e em todas a 
disciplinas do currículo, pois ela se integra ao processo educacional como um 
tema transversal que permeia os diferentes conteúdos disciplinares e envolve a 
apropriação de conteúdos, formação de conceitos e a aquisição de competências 
para agir na realidade de forma transformadora. 
No contexto escolar, ela deve proporcionar a produção da consciência 
ambiental em geral, bem como a compreensão crítica das questões ambientais 
decorrentes da utilização do meio ambiente pelas sociedades humanas no seu 
percurso histórico, permitindo desenvolver nos alunos um profundo interesse 
pelas questões ambientais. E, a vontade de participar ativamente na sua 
proteção e melhoramento, bem como adquirir os conhecimentos necessários 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
l 
 29 
para intervir na resolução dos problemas ambientais, fomentando o valor e a 
necessidade de cooperação local, nacional e internacional. 
Em ato contínuo, procurou-se saber dos participantes como eles avaliam o 
nível de conhecimento dos seus alunos sobre ‘meio ambiente’. As respostas 
colhidas foram transformadas em dados e apresentadas no Gráfico 5, a seguir. 
 
Gráfico 5. Distribuição dos participantes quanto ao fato de como 
eles avaliam o nível de conhecimento dos seus alunos sobre meio ambiente 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
 
Os dados apresentados no Gráfico 5 mostram que 70% dos professores 
entrevistados avaliam como sendo regular o nível de conhecimento de seus 
alunos sobre Meio Ambiente; 10% avaliam como sendo insatisfatório e 20%, 
como satisfatório. 
Destaca o próprio Ministério da Educação (BRASIL, 2006, p. 37) que: 
 
Para garantir que todos os alunos aprendam, a escola precisa ter uma 
proposta pedagógica com orientações claras. É na proposta pedagógica 
que ficam definidos quais os objetivos para cada etapa, que tipo de 
atividade precisa ser realizado na sala de aula e na escola, como será a 
avaliação. Orientados por essa proposta é que os professores planejam 
suas aulas. 
 
Partir desse princípio, a escola, em sua proposta pedagógica deve 
priorizar questões atuais, a exemplo da problemática do meio ambiente, 
possibilitando que seus alunos tenham as melhores informações sobre o 
referido tema e adquiriram os conhecimentos necessários para participarem das 
discussões em sociedade, que o referido tema requer. 
0% 
10% 
20% 
30% 
40% 
50% 
60% 
70% 
80% 
10% 
20% 
70% 
Insatisfatório (n=1) 
Satisfatório (n=2) 
Regular (n=7) 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 30 
Mediante o sétimo questionamento, indagou-se dos participantes se em 
sua escola existe algum projeto que trabalhe a Educação Ambiental. O Gráfico 6 
relaciona-se a esse questionamento. 
 
Gráfico 6. Distribuição dos participantes quanto ao fato em sua escola existe 
algum projeto que trabalhe a Educação Ambiental 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
 
Quando se analisar os dados apresentados no Gráfico acima, verifica-se 
que segundo 50% dos entrevistados, em sua escolha existe projeto que trabalha 
com a Educação Ambiental. Contudo, outros 50% afirmaram que não existe. 
Para trabalhar Educação Ambiental nas escolas, existem vários 
procedimentos metodológicos, entre os quais destacam-se: atividades artísticas, 
experiências práticas, trabalhos de campo, produção de materiais locais, 
projetos ou qualquer outra atividade que conduza os alunos no processo que 
norteia a política ambientalista. 
Na concepção de Sato (2003, p. 31): 
 
É extremamente importante introduzir mais criatividade nas novas 
metodologias, abandonando os modelos mais tradicionais e buscando 
novas alternativas. Nesse contexto, o professor é o fator-chave para mediar 
o processo de aprendizagem. O método selecionado pelo professor 
depende do que ele aceita com o objetivo da educação ambiental, seu 
interesse e sua formação construtiva. 
 
Nessa linha, cabe aos professores, por intermédio de uma prática 
interdisciplinar, promoverem novas metodologias nas aulas, que favoreçam a 
implementação da Educação Ambiental; considerar o ambiente da comunidade 
escolar, relacionando-o a problemas ambientais atualizados, deve ser uma 
0% 
5% 
10% 
15% 
20% 
25% 
30% 
35% 
40% 
45% 
50% 
50% 50% 
Sim (n=5) 
Não (n=5) 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
l 
 31 
forma de inclusão de conteúdos nas diversas disciplinas dos currículos 
escolares. 
Àqueles participantes que responderam ‘sim’ à questão anterior, 
perguntou-se como eles avaliam o envolvimento do aluno no projeto de 
educação ambiental existente em sua escola. Nesse caso, a amostra se limitou a 
cinco participantes. O Gráfico 7 relaciona-se a esse questionamento, traduzindo 
em percentuais os dados colhidos. 
 
Gráfico 7. Distribuição dos participantes quanto ao fato de como 
avaliam o envolvimento do aluno no projeto de educação 
ambiental existente em sua escola 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
 
Os dados esboçados no Gráfico 7 mostram que 60% dos entrevistados 
avaliam de forma satisfatória o projeto sobre o meio ambiente existente em sua 
escola. Os demais, em duas parcelas iguais de 20% avaliam de forma 
insatisfatória e de forma regular, respectivamente. 
A pedagogia de projeto vem se apresentando com sendo um dos recursos 
mais utilizados para se trabalhar a educação ambiental no contexto escolar. 
Contudo, destaca Roldão (2006, p. 59), que “trabalhar a Educação Ambiental a 
partir de eixos temáticos, exige do professor pesquisa, trabalho em equipe, 
criatividade, entre outros atributos”. 
Assim, quanto mais criativo for o professor no desenvolvimento de seu 
projeto ambiental, maior poderá ser o envolvimento do alunado nas ações 
educativas. Logo, é necessário trazer uma inquietação para educadores e 
cidadãos, principalmente, aqueles preocupados em estudar esta temática e 
buscarem alternativas teórico-metodológicas, com potencial para produzir 
aprendizagem entre os educandos. 
Através do penúltimo questionamento procurou-se saber dos 
participantes se durantea formação acadêmica deles, como as questões 
0% 
10% 
20% 
30% 
40% 
50% 
60% 
70% 
20% 
60% 
20% 
De forma insatisfatória 
(n=1) 
De forma satisfatória 
(n=3) 
De forma regular 
(n=1) 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 32 
ambientais foram abordadas. O gráfico a seguir diz respeito a esse 
questionamento. 
 
Gráfico 8. Distribuição dos participantes quanto ao fato de como 
as questões ambientais foram abordadas durante suas formações acadêmicas 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
 
Com base nos dados apresentados no Gráfico 8, segundo 70% dos 
entrevistados, as questões ambientais foram abordadas de forma excelente 
durante suas formações acadêmicas. E, de acordo com os demais participantes, 
divididos em três parcelas iguais de 10%, tais questões foram abordadas de 
forma insatisfatória, de forma regular e de forma satisfatória, respectivamente. 
De acordo com Leff (2001, p. 113), “a educação ambiental se fundamenta 
em dois princípios básicos: uma nova ética que orienta os valores e 
comportamentos para os objetivos de sustentabilidade ecológica e a equidade 
social; uma nova concepção do mundo como sistemas complexos, a 
reconstituição do conhecimento e o diálogo de saberes”. 
Levando em consideração a relevância das questões ambientais, durante a 
formação do futuro professor, a educação ambiental é algo que não pode faltar. 
Ela, como construção de conhecimento consiste em proporcionar aos educandos 
uma compreensão crítica global, sistematizada do ambiente. 
Por essa razão, durante a formação do futuro docente, é essencial que o 
currículo privilegie o máximo possível a temática da Educação Ambiental. Se 
não houver essa preocupação, cabe ao futuro docente procurar suprir essa 
deficiência participando de algum de formação continuada ou uma capacitação, 
que abordem o assunto de forma eficiente. 
Através do último questionamento indagou-se dos entrevistados se eles, 
na condição de docentes, enfrentam alguma dificuldade para trabalhar a 
0% 
10% 
20% 
30% 
40% 
50% 
60% 
70% 
80% 
10% 10% 10% 
70% 
De forma insatisfatória 
(n=1) 
De forma regular (n=1) 
De forma satisfatória (n=1) 
De forma excelente (n=7) 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
l 
 33 
educação ambiental em sala de aula. O Gráfico 9 traz um esboço dos dados 
colhidos. 
 
Gráfico 9. Distribuição dos participantes quanto ao fato se eles, 
na condição de docentes, enfrentam alguma dificuldade para 
trabalhar a educação ambiental em sala de aula 
 
Fonte: Pesquisa de campo (maio/2017) 
 
Quando se analisa os dados contidos no Gráfico 9, verifica-se que 30% dos 
entrevistados, na condição de condição de docentes, sempre enfrentam alguma 
dificuldade para trabalhar a educação ambiental em sala de aula; 40% 
ressaltaram que nunca enfrentam e outros 30%, que às vezes enfrentam alguma 
dificuldade. 
De acordo com Baeta et al. (2002, p. 132): 
 
A Educação Ambiental permite desenvolver valores e atitudes que 
levam a uma postura consciente e participativa nas questões relacionadas 
à conservação, preservação, utilização de recursos naturais, visando 
sempre à melhoria da qualidade de vida, eliminando a fome, a pobreza e o 
risco de extinção das mais variadas formas de vida. 
 
Levando em consideração o apresentado acima, a Educação Ambiental 
deve ser trabalhada em todas as modalidades de ensino, bem como em todos os 
cursos de nível superior, para proporcionar ao acadêmico o conhecimento 
necessário que sobre a temática meio ambiente. Principalmente, nos cursos de 
licenciatura, que formam profissionais para atuarem em sala de aula como 
agentes facilitadores da aprendizagem. 
Assim, se essa temática é pouco trabalhada na graduação, o futuro 
professor poderá ter dificuldades de trabalhar as questões ambientais no 
contexto da sala de aula. Para que isto não ocorra, é de suma importância que 
0% 
5% 
10% 
15% 
20% 
25% 
30% 
35% 
40% 
30% 
40% 
30% 
Sempre (n=3) 
Nunca (n=4) 
Às vezes (n=3) 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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 34 
haja um espaço especial para educação ambiental durante a formação do futuro 
docente. 
 
5 CONCLUSÃO 
 
A Educação Ambiental deve ser considerada uma prática política, sendo 
essa uma de suas características mais marcantes, visando proporcionar a 
organização coletiva na busca de soluções para os problemas socioambientais. 
Além da dimensão coletiva, a Educação Ambiental apresenta também a 
dimensão individual e se constitui como um processo de grande abrangência, 
não se limitando aos princípios e às teorias cientificas. 
No contexto escolar, a Educação Ambiental não pode se restringir apenas 
aos conceitos ecológicos da natureza. Ela deve abordar também as questões dos 
valores morais, da cidadania, da justiça, da saúde, da pobreza, da igualdade e 
das diferenças de desenvolvimento, dentre muitos outras. 
Por isso, a EA implica a triangulação das relações sociais entre as pessoas, 
a sociedade e o meio, sendo um processo de construção de novos 
conhecimentos e valores, que criam condições para que as pessoas consigam 
atingir seu potencial como cidadãos ambientalistas e possam intervir na 
realidade, sendo corresponsáveis pela melhoria da triangulação das relações. 
Por outro lado, os problemas socioambientais precisam ser analisados e 
discutidos por todos os professores das diferentes áreas e/ou disciplinas, uma 
vez que a escola se constitui num espaço onde as crianças poderão aprender 
valores de cidadania em defesa da vida. 
Uma das contribuições mais importantes da Educação Ambiental é o fato 
de que ela deve ser trabalhada de forma transversal, em todos os currículos 
escolares, conforme orientação dos PCN, estimulando a luta pelos direitos 
humanos e pelos direitos da vida, além de uma reflexão a respeito das relações 
da sociedade com a natureza e com os seres humanos entre si. 
Em síntese, é papel da Educação Ambiental preparar as pessoas do 
presente e do futuro, dispostas e aptas a estabelecerem com o mundo natural 
novas formas afetivas e vivenciais de educação, ou seja, pessoas capazes de 
verem e sentirem o ambiente em que vivem. 
 
6 REFERÊNCIAS 
 
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José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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 Capítulo 2 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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 39 
ECOSOL E SUSTENTABILIDADE: Horta escolar 
com auxilio do Programa Mais Educação 
 
 
Geonardo Vicente da Silva 
José Ozildo dos Santos 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Esta pesquisa cientifica pretende mostrar que através de um projeto de 
hortas escolares pode-se promover conhecimentos educacionais pedagógicos 
para os educandos da Educação de Jovens e Adultos, como também mostrar a 
importância do consumo consciente de produtos orgânicos, oriundos de 
processos naturais, sem agredir o ecossistema. E, tendo ainda o cuidado de 
apresentar a economia solidária como fonte de renda coletiva na 
comercialização local, visando o desenvolvimento socioeconômico. 
Através de uma iniciativa como esta, é possível contribuir com a 
preservação do meio ambiente, bem como mostrar como os menos favorecidos 
podem ser inseridos no mercado de trabalho, cooperando com educação 
ambiental. Para tanto, utilizou-se das ações positivas já desenvolvidas através 
do ‘Programa Mais Educação’, através do qual foram construídas hortas 
escolares nas dependências da Escola Estadual de Ensino Fundamental Carlos 
Luiz de Araújo, localizada na cidade de Coremas, Estado da Paraíba, tendo 
como objetivo promover os aspectos de segurança alimentar e de mostrar os 
benefícios para a saúde humana, bem como os ganhos ecológicos. 
Assim, as ações apresentadas nessa produção acadêmica foram 
desenvolvidas em parceria com os educandos da EJA, objetivando mostrar a 
importância do cultivo com qualidade, destinado a suprir as necessidades 
alimentícias e socioeconômicas, explorando recursos hídricos existentes no 
município sem desperdício, desenvolvendo um trabalho pedagógico e agrícola 
na sala de aula. 
É oportuno destacar que o ‘Mais Educação, como jornada escolar 
ampliada, é um programa social, que tem por principio fundamental mostrar a 
autogestão do trabalho, promovendo o empreendedorismo regional. 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 Consumo sustentável 
 
O consumo sustentável propõe escolhas conscientes, privilegiando o 
consumo de produtos orgânicos sem agrotóxicos, que não ocasionam nenhuma 
consequência ambiental. E, são produzidos adotando novos valores sociais, 
promovendo a conscientização de empresas de produtos industrializados a 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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 40 
utilizarem tecnologias que reduzam o desperdício de matérias primas, energia e 
água. 
É importante destacar que através do consumo sustentável, se prolonga a 
chamada ‘vida útil’ do ser humano, a partir das novas escolhas alimentícias, 
isentas de resíduos químicos que possam trazer danos à saúde humana. 
O consumo sustentável tem por foco a preservação dos recursos naturais, 
criando um cenário agradável na sociedade, contribuindo para que se viva em 
um ambiente agradável e saudável. 
A respeito disso, Pereira (2008, p. 13) esclarece que: 
 
A viabilização da sustentabilidade exige também o estabelecimento 
de políticas governamentais, ações empresariais e da sociedade. Exige a 
melhoria da qualidade de vida de parte significativa da população 
terráquea que vive em condições subumanas e exige, por fim, a 
modificação dos padrões de consumo das sociedades. 
 
Assim, para a concretização do consumo sustentável é preciso se 
promover mudanças de hábitos de consumo. E, ao mesmo tempo, reduzir as 
diferenças sociais. É necessário reaprender a consumir. 
Cada vez mais, os recursos naturais estão ficando escassos no planeta. 
Tarefas peculiares estão ficando impossíveis de ser praticadas por escassez de 
espaços naturais adequados. Resultando do desenvolvimento econômico, o 
planeta vive em um completo abandono.Para tanto, é preciso se estimular a 
construção de uma vida mais saudável e pura. 
De acordo com Gonçalves-Dias e Moura (2007, p. 9), o consumo 
sustentável: 
 
[...] realmente inaugura uma fase de transição do modelo de 
produção e consumo. Sabe-se que, mudança nos padrões de produção e 
consumo implica aumento do nível de informação da população, 
conscientização das pessoas, eliminação de desperdício, desenvolvimento 
de tecnologias, responsabilidades compartilhadas, reciclagem, mas acima 
de tudo mudança do padrão comportamental da sociedade. 
 
Diante do exposto, percebe-se que a promoção do consumo sustentável 
não é algo fácil: é preciso uma mudança completa da forma de pensar o 
consumo em si por parte de sociedade. Esta precisa ser esclarecida e 
conscientizada, levada a aprender apenas a adquirir aquilo que realmente 
necessita, bem como consumir produzidos oriundos da agricultura sustentável 
ou frutos de atividades que privilegiem os pilares da sustentabilidade. 
Na concepção de Barbosa (2008, p. 16), o consumo sustentável: 
 
[...] não implica necessariamente, em baixo consumo, mas um 
modelo de aspectos: ambientais, sociais, econômicos e culturais de forma 
que assegures a conservação da vida das presentes e futuras gerações, 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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 41 
definido poder escolher, por exemplo, qualidade e preço que promova o 
aprendizado sem desperdícios na produção de hábitos saudáveis capaz de 
transformar ações um padrão de desenvolvimento natural. 
 
Para a promoção do consumo sustentável exige-se tão somente uma 
redefinição do consumo por parte da sociedade. A necessidade da preservação 
do meio ambiente, como um bem de todos e necessário para todos, deve fazer 
parte das preocupações sociais. O consumo sustentável requer um aprendizado 
e a adoção de hábitos saudáveis no que diz respeito à alimentação. 
Dissertando sobre a situação atual, Pereira (2011, p. 4) destaca que: 
 
Percebe-se a necessidade urgente de investimentos voltados para 
esse fim, pois só o trabalho realizado nas escolas ou meios de comunicação 
não tem surtido efeito para realmente transformar a sociedade em uma 
sociedade com consumos e hábitos sustentáveis. 
 
Desta forma, se existe a necessidade de se promover o consumo 
sustentável junto e dentro da sociedade é preciso se investir em educação para a 
vida, primada nos princípios da sustentabilidade, que apresente o ser humano 
como parte do meio ambiente, conscientizando-o da necessidade de se 
preservar os recursos naturais e tudo aquilo que a estes digam respeito. 
Quando se fala em consumo sustentável vem à tona a expressão 
‘desenvolvimento sustentável’. Complementando estas informações, Abílio, 
Feitosa e Vieira (2011, p. 16) registram que: 
 
O entendimento acerca da concepção de desenvolvimento 
sustentável contribui para esse processo por ser contextualizado numa 
determinada ideologia de progresso que envolve as concepções histórica, 
econômica e social e também a subjetividade do próprio ser. Representa, 
nesta era planetária, uma ideia mobilizadora de ações para as iniciativas 
em favor da construção de um novo modelo de sociedade. 
 
Desta forma, percebe-se que desenvolvimento sustentável é um conceito 
que se abre às características plurais e desafia as instituições contemporâneas e 
os educadores dos diferentes espaços educativos a construírem processos de 
formação humana que se complementem nas ações para constituir sujeitos 
comprometidos com suas aprendizagens, com seu papel no planeta. 
Segundo Barbosa (2008, p. 21): 
 
O aprendizado coletivo nos permitirá cuidar do meio ambiente, 
utilizando melhor seus recursos, minimizando desgastes e reciclando 
materiais. Desse modo, estaremos aprendendo a cuidar de nossa cidade 
(das praças, lugares públicos, casas, escolas, hospitais, igrejas, etc.). 
 
José Ozildo dos Santos (Organizador) 
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 42 
Cuidar do meio é uma responsabilidade de todos. O meio ambiente não 
existe para um indivíduo ou para grupos de pessoas. Dele depende a existência 
de todo o ser vivo que existe na terra. Esta é a concepção que tem que ser 
absorvida pelo ser humano, que precisa ser valorizada e propagada pelo 
homem em todos e quaisquer contexto: em casa, na escola, na sociedade, etc. 
Diante dessa necessidade, entra em cena a educação ambiental, definida 
como um processo de construção do homem consciente de seus deveres e 
obrigações para com o meio. 
Na concepção de Silva e Abílio, (2011, p. 50): 
 
A Educação Ambiental pode e deve tomar parte neste processo de 
ruptura para uma sociedade sustentável e não comungar com o sistema 
degradador, através de medidas paliativas, como se envolver apenas as 
datas comemorativas ou respaldar medidas que não inibirão o processo de 
calamidade que muita comunidade já enfrenta ou, então, não estará sendo 
fiel aos anseios de seus primeiros pensadores que denunciaram a morte do 
planeta e almejaram um mundo de convivência pacífica com o meio 
ambiente. 
 
A necessidade de uma consciência ecológica coletiva torna-se cada vez 
mais patente. O homem precisa mudar os meios de produção de forma a 
degradar completamente o planeta e a educação ambiente tem a missão de 
conscientizá-lo quanto a isto. 
De acordo com Barbosa (2008), a desatenção do homem com meio 
ambiente tem produzido vários impactos ambientais, com destaca para: 
i. a diminuição da biodiversidade, 
ii. solos contaminados e desgastados; 
iii. poluição atmosférica, ligada à intensiva industrialização e à 
mecanização; 
iv. agrotóxicos nas cadeias alimentares provocando instabilidade ecológica 
para agricultura entre outras atividades econômicas; 
v. alteração da paisagem exibida pela natureza. 
De acordo como Morgado (2006, p. 13), o próprio Ministério do 
Desenvolvimento Social, ao abordar o consumo sustentável ressalta que: 
 
Os conhecimentos e as habilidades que permitam às pessoas 
selecionar e consumir alimentos saudáveis, de forma segura e adequada, 
muito contribuem para promoção da saúde. Contudo, não basta apenas 
defender a ideia do acesso aos alimentos simplesmente, mas também que 
eles sejam de qualidade, respeitem a diversidade cultural e que sejam 
social, econômica e ambientalmente sustentável. 
 
Assim, ao buscar uma melhor qualidade de vida e uma vida saudável, 
através do consumo sustentável, o ser humano estará contribuindo para o 
desenvolvimento do consumo sustentável. E, consequentemente, para a 
Práticas Pedagógicas na EJA em Economia Solidária e Educação Ambiental 
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 43 
promoção da sustentabilidade, mediante a adoção de uma prática que em 
muito contribuirá para a redução dos danos causados ao meio ambiente. 
A adoção do consumo sustentável se faz necessária porque o ser humano 
ao longo da evolução da sociedade, modificou de forma significativa o seu 
modo de viver e de produzir, gerando consequências negativas para meio 
ambiente, reduzindo a qualidade do bem estar social. 
Ao discutir essa realidade, Moreira, (2009, p. 24) faz o seguinte 
comentário: 
 
Tendo em vista esta realidade é necessário realizar um planejamento, 
correto e eficaz, em que as tecnologias deverão ser empregadas 
adequadamente. De forma que o desenvolvimento não seja apenas

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