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Júlio Mesquita

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Faculdade de ​Administração, Contabilidade, Economia e 
Gestão de Políticas Públicas ​- FACE 
Disciplina: Introdução a administração 
Aluna: Luísa Midori Matrícula:13/0046876 
 Prof. Diego M. Vieira 
 
Júlio César Ferreira de Mesquita 
 
Nascido em Campinas (SP) em 18 de agosto de 1862, filho dos 
comerciantes Francisco Ferreira de Mesquita e de Maria da Conceição Ferreira 
de Mesquita, imigrantes portugueses da cidade Trás-os-Montes. Com três anos 
seus pais resolvem regressar a Portugal, onde faz seus primeiros anos 
escolares. Ao retornar ao Brasil com oito anos de idade, Júlio continua seus 
estudos no Colégio Culto à Ciência e em 1878 matricula-se na Faculdade de 
Direito do Largo São Francisco (USP) e se forma em 1883. 
Ainda universitário, Júlio mostra interesse pela escrita e inicia como 
redator em ​A República ​, órgão do Clube Republicano Acadêmico fundado em 
julho de 1876. No recesso dos estudos em 1882, em um banquete do partido 
Republicano Paulista; devido a ausência Augusto César de Miranda Azevedo; 
Júlio é escolhido às pressas para discursar, e, faz um discurso sobre questões 
jurídico-políticas que teve grande repercussão, resultando elogios da Gazeta 
de Campinas. 
Após sua formatura, Júlio volta para Campinas e se casa em 1884 com 
Lucila Cerqueira César, filha de José Alves Cerqueira César (senador) e tem 
seis filhos. A princípio foi trabalhar no escritório de advocacia do também 
republicano e abolicionista Francisco Quirino dos Santos, porém permaneceu 
por pouco tempo, optando colaborar na Gazeta de Campinas, também posse 
de Quirino. 
Lá chegou a trabalhar com Alberto Sales, irmão de Manuel Ferraz de 
Campos Sales. Em 1885 aos 23 anos, a convite de Alberto Sales, que no ano 
anterior se tornara sócio e diretor-gerente de A Província de São Paulo, 
tornou-se redator político. Inicia aqui sua expansão, com a queda de 
anunciantes portugueses em consequência de posições opostas aos 
acionistas; Júlio começa a comprar partes do jornal. Virando Redator-gerente, 
co-diretor e logo depois, dono interino e editor-chefe. 
Aos 26 anos de idade Júlio de Mesquita em 1890, debuta como dono do 
jornal O Estado de S. Paulo, corta relações financeiras com o governo e 
consequentemente se torna independente se apoiando na renda dos 
anunciantes e leitores; e apartidário. Júlio implementa a venda de rua, faz 
promoção e coloca gente para vender jornal e assim aumentar a tiragem e 
circulação. 
A quebra do vínculo partidário com o jornal possibilitou a separação do 
editorial, a posição da publicação, do artigo e a posição do autor. Diminuiu o 
número de articulistas e passa a dar mais valor a notícias do que a artigos. 
A produção gráfica no Brasil era muito limitada, em 1897 o jornal adquiri 
as rotativas, que possibilita a tiragem de mais exemplares com mais de quatro 
páginas. A edição da notícia da ​Expedição Moreira César dizimada em 
Canudos, é vendido 18 mil exemplares. 
Na guerra de Canudos Júlio vê uma oportunidade de mandar Euclides 
da Cunha, um editorialista ex-​engenheiro do Exército da Escola Militar que 
dizia que Canudos era um bastião monarquista e que a República ia vencer. 
A partir daí, Euclides começa a escrever muito sobre as várias histórias 
vividas pelos nativos em meio a guerra, coletando diferentes pontos de vistas; 
Euclides saí do posto de mero comentador (editorialista) para a pessoa que vê 
e escreve o que está vendo(repórter). 
Em seu jornal Júlio oferecia então, um mundo por outro olhar, permitiu 
uma variedade de posições, incluindo vários partidos. Ainda Jorge Caldeira 
conta que suas inovações não param por aí, 
‘‘Tinha uma noção do mundo. Recebia jornais de vários 
países, a redação sabia o que estava acontecendo. Em 1908, criou 
uma rede de informações mundial. Montou uma sucursal em Roma, 
porque havia muitos italianos em São Paulo, e uma sucursal em 
Lisboa, porque havia muitos portugueses aqui. Também publicava 
colunas sobre a Alemanha e sobre a Espanha, porque esses países 
tinham colônias importantes no Brasil. Montou sucursais no Rio, 
Santos e Belo Horizonte e uma rede de correspondentes nas cidades 
do interior. Era jornal sofisticado, com mais notícia internacional que os 
do Rio de Janeiro. O público exigia. Ele concebeu essa teia, que é o 
jornal moderno, nas décadas de 1910 e 1920.’’ Acessado em: 
http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,expressao-do-brasil-moderno,
1705513 
​Inclusive, devido a sua abertura a novas ideias, designou a Augusto 
Ramos a coluna chamada ​A Valorização do Café​, cujo título nunca foi alterado. 
Três anos antes da valorização do café, o jornal estava comprometido e 
pensando nessa mudança da economia. O plano de comprar o café de safra 
grande, estocar o café e regular o mercado foi feito em 1903. Virou lei em 
1906, com o Convênio de Taubaté. O jornal foi fundamental para disseminar 
essa ideia, fazer as mudanças, estudar as alternativas, frutos de um debate 
que começou na redação. 
Paralelo a loucura da redação, Júlio também dedica seu tempo a 
política, elegendo-se deputado estadual e federal, vereador, líder do Partido 
Republicano Paulista e foi secretário do governador de São Paulo, Cerqueira 
César, em 1891. 
Na primeira Guerra Mundial, Júlio sente a necessidade criar um Boletim 
Semanal da Guerra. Em que resumia os acontecimentos da guerra da última 
semana com base nos telegramas, usava de textos e gráficos, mapas e até 
fotos. 
Deixa seu legado no jornalismo moderno, com a ​independência da 
imprensa em relação ao governo, publicação de editoriais com a opinião do 
jornal, e não de um único jornalista, pluralidade de coberturas, e até 
fundamentos técnicos, como envio de correspondentes, formas de títulos, 
fotografias, mapas e infográfico. 
Júlio César Ferreira de Mesquita entra como empregado no jornal A 
Província de São Paulo, em 1888, o jornal tinha 904 assinantes. Em 1927, 
quando morre, eram 48.600. A base de assinaturas foi multiplicada por 54, 
média de 10,5% de crescimento ao ano, nos 40 anos de reinado.

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