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Irrigação e Drenagem - P1 Vantagens da agricultura irrigada: Aumenta a produção e a produtividade, gera emprego, diminui êxodo rural, possibilita mais de uma safra por ano, 1ha irrigado gera em torno de 0,8 empregos direto e 1 indiretos, agricultura sequeiro (0,22 empregos/ha). Infiltração de agua no solo (V.I): Nome dado ao processo pelo qual a agua penetra no solo através da superfície. O conhecimento da velocidade de infiltração da agua em um solo é um fato muito importante na irrigação, pois é em função deste parâmetro que se determina a duração da operação dos aspersores e o tempo que a agua deve manter na superfície do solo. *A velocidade de infiltração é diretamente afetada pela textura do solo. *Solos arenosos ou argilosos com partículas bem agregados a velocidade de infiltração é alta. *Solos arenosos ou argilosos mais dispersos a velocidade de infiltração tende a ser mais baixa. É influenciada também por umidade atual, macro porosidade (diâmetro ≥ 0,05 mm), camadas menos permeáveis (horizonte Bt, é de grade e arado). Velocidade de infiltração básica (V.I.B): A velocidade de infiltração diminui com o tempo. No início a V.I é alta, até chegar a um ponto na qual ela se torna constante, passando a se chamar de V.I.B. Determinação da V.I.B: Método do “infiltrometro de anéis” ou anéis concêntricos. Método é realizado com 2 anéis, um de diâmetro 50 cm e outro com 25cm, com altura de 30 cm, onde 15 cm deve ser cravado no solo. Determinação da umidade: Tem grande importância em estudos de irrigação, pois é baseado nela que vão ser tomadas todas as decisões (necessidade e tempo de irrigação, por exemplo). Existem vários métodos: estufa (padrão, 24 h à 105-110°C), podendo ser calculada de maneira a seguir: ∪= 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜 𝑥 100 Tendo os inconvenientes: tempo e equipamentos, sendo calculado: ∪= 𝑇 + 𝑆𝑈 − 𝑇 + 𝑆𝑆 𝑇 + 𝑆𝑆 − 𝑇 𝑥 100 Onde: T é a tara, (T+SU) é tara + solo úmido e (T+SS) é tara + solo seco. Método fogareiro: 15 minutos no fogo a gás, tem a vantagem de ser rápido, barato e simples. Calcula-se: ∪ 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑓𝑎 = 0,9778 𝑢 𝑓𝑜𝑟𝑟𝑎𝑔𝑒𝑖𝑟𝑜 − 2,6095 𝑅2 = 0,99093 ∗∗ Método Speedy: carbureto, tem resultado rápido. Método do tensiometro: tensão de agua no solo, umidade do solo, leitura de vácuo. Método T.D.R Método micro-ondas: comparado com o fogareiro, porem por 5 minutos. Densidade do solo: É a relação entre a massa do solo seco (105-110°C) e o volume total do solo. Calcula-se: 𝐷𝑠 = 𝑀𝑠 𝑣 Onde Ms é a massa do solo seco, v o volume e Ds densidade do solo seco. Método do anel volumétrico: A = πr2 ou πd2 4 𝑉𝑜𝑙 = πd2 4 𝑥 ℎ 𝑜𝑢 πr2 x h Disponibilidade de agua: A agua disponível é medida entre a capacidade de campo e ponto de murcha permanente. Capacidade de campo: Capacidade de campo (capacidade máxima de agua que o solo pode reter). Acima da capacidade de campo se chama agua gravitacional e não é aproveitada pelas plantas. Determinação no campo: Solo saturado perde drena rapidamente até chegar em um valor de umidade quase constante. *Solo arenoso= nitico - muito poroso, drenagem rápida e não armazena; *Solo argiloso= subjetivo - armazena melhor. Desvantagem: trabalhoso, aumenta tempo, camada impermeável e lençol freático. d r h Ponto de murcha permanente: Ponta de murcha permanente (umidade mínima para a planta murchar) e nível de agua disponível. Baixa umidade, consequentemente, vegetal não consegue absorver. *Depende da cultura. Calculo da agua disponível: Disponibilidade total da agua (DTA): É a quantidade de agua que o solo consegue reter expresso em altura de agua, por profundidade de solo (mm de agua/ cm de solo). 𝐷𝑇𝐴 = 𝐶. 𝐶 − 𝑃.𝑀. 𝑃 10 𝑥 𝐷𝑠 Onde: DTA é a disponibilidade total de agua (mm/cm), C.C e P.M.P em % e Ds a densidade do solo (g/cm³). Capacidade total de agua (CTA): É a capacidade total do solo reter agua em função do comprimento do sistema radicular da cultura. 𝐶𝑇𝐴 = 𝐷𝑇𝐴 𝑥 𝑍 Onde: CTA é a capacidade total de agua (mm) e Z a profundidade efetiva do sistema radicular (cm). *Z= pelo menos 80% do sitema radicular. Capacidade real de agua no solo: Nunca se deve permitir que a umidade do solo irrigado atinja o P.M.P. por isto se utilizam um fator ƒ para que a cultura não sofra de estresse hídrico. 𝐶𝑅𝐴 = 𝐶𝑇𝐴 𝑥 ƒ Onde: CRA é a capacidade real de agua (mm) e ƒ é o fator de disponibilidade (variam entre 0,2 a 0,8). Irrigação real necessária: É a quantidade de agua necessária a aplicar por irrigação quando não ocorreu precipitação: 𝐼𝑅𝑁 ≤ 𝐶𝑅𝐴 𝐼𝑅𝑁 ≤ 𝐶. 𝐶 − 𝑃.𝑀. 𝑃 𝑥 𝐷𝑠 𝑥 𝑍 𝑥 ƒ 10 Irrigação total necessária: 𝐼𝑇𝑁 = 𝐼𝑅𝑁 𝐸𝑎 Onde Ea é a eficiência de aplicação da irrigação em decimal. Evapotranspiração: É a quantidade de agua evaporada e transpirada por uma superfície vegetal durante um determinado período. Isso inclui a evaporação da agua no solo, de agua depositada pela irrigação, chuva ou orvalho na superfície vegetal. A transpiração depende do solo, planta e clima. Evapotranspiração potencial de referência: É a evapotranspiração de uma cultura hipotética que cobre todo o solo, em crescimento ativo, sem restrição hídrica nem nutricional com altura média de 0,12 mm. Determinação: método direto, lisimetro, evaporimetro (tanque classe A). Evapotranspiração potencial da cultura: E.T de determinada cultura sob ótimas condições de umidade e nutrição. 𝐸𝑇𝑃𝐶 = 𝐸𝑇𝑂 𝑥 𝐾𝑐 Onde: Kc é coeficiente da cultura. Evapotranspiração real da cultura: ET de determinada cultura, sob condições normais de cultura. Sem obrigatoriedade de manter o solo próximo ACC. 𝐸𝑇𝐶 ≤ 𝐸𝑇𝑃𝐶 𝐸𝑇𝐶 = 𝐸𝑇𝑃𝐶 𝑥 𝐾𝑠 Onde: Ks é o coeficiente de umidade do solo. 𝐾𝑠 = ln 𝐿. 𝐴. 𝐴 + 1 ln 𝐶𝑇𝐴 + 1 Onde LAA é a lamina atual de agua no solo (mm) e CTA capacidade total de agua (mm). Turno de rega: É o intervalo em dias entre duas irrigações. Deve ser calculado para cada estágio de desenvolvimento da cultura. 𝑇𝑅 = 𝐶𝑅𝐴 𝐸𝑇𝐶 𝑜𝑢 𝑇𝑅 = 𝐶𝐶 − 𝑃𝑀𝑃 𝑥 𝐷𝑠 𝑥 𝑍 𝑥 ƒ 10 𝑥 𝐸𝑇𝐶 Em caso de chuva: 𝑇𝑅 = 𝐶𝑅𝐴 𝐸𝑇𝐶 − 𝑃𝑒 Onde Pe é a precipitação efetiva. Medição de eficiência de agua na planta: A medição pode ser por: turgescência, teor de umidade em uma parte do vegetal, abertura estomática, intensidade de transpiração e concentração osmótica. Porém os resultados podem apresentar valor variado dependendo da parte da planta lecionada, idade da planta, hora do dia e aparelhos especiais usados. Sintoma de deficiência de agua na planta: A planta pode apresentar enrolamento das folhas, encurtamento de entre nós, coloração diferente nas folhas e ângulo de inserção da folha. Quando estes sintomas se manifestam, indicam que as plantas já estão sob estresse hídrico há algum tempo, o que pode prejudicar a produção. Uma solução é utilizar plantas indicadoras, ou seja, mais sensíveis à falta de agua. Medição de umidade do solo: Método mais utilizado é a determinação diária da umidade direta ou indiretamente. Medição de tensão de agua no solo: Determinado pelo tensiometro, ou curva característica de agua no solo (umidade). Os resultados são indiretos, sendo por isto muito utilizado em sistema automatizado de irrigação. Determinação da evapotranspiração: Por método tanque classe A ou modelos matemáticos. Métodos do turno de rega: Muito utilizado em métodos e grandes projetos de irrigação. Dimensionamento das tubulações: A condução de agua se processa em movimento permanente e uniforme, sob um regime de escoamento turbulento. Para determinar se o escoamento em uma tubulação é escoamento ou turbulento se calcula: 𝑅𝑛 = 𝑉𝑥𝐷𝑥𝑃 µ Onde Rn é o número de Reynolds, V velocidade da agua (m/s), D diâmetro da tubulação, P massa especifica da agua (kg/m³) e µ o coeficiente de rugosidade (kgf/m²). Rn > 4000 o regime é escoamento e turbulento Rn <2000 o regime é de escoamento laminar Entre esses dois valores é a zona de transição. *Quanto mais rugosa a parede da canalização maior será a turbulência do fluxo e, em consequência maior será a perda de carga. Tipos de perda de carga: Perda de carga ao longo da tubulação: É a perda de carga atribuída ao movimento da agua ao longo da tubulação. Constitui a principal perda de carga na maioria dos projetos. Para calcular a perda ao longo da tubulação se usa: 𝑉 = 𝑜, 355 𝑥 𝐶 𝑥 𝐷0,63 𝑥 𝐽0,54 𝑄 = 0,2788 𝑥 𝐶 𝑥 𝐷2,63𝑥 𝐽0,54 𝐽 = 10,641 1 𝐷4,87 𝑥 𝑄 𝐶 1,852 Onde: Q é a vazão (m³/s), V velocidade medica, D diâmetro das tubulações, J perda de carga unitária e C coeficiente de rugosidade. Perda de carga localizada: É a perda de carga decorrente do atrito, quando há mudanças na direção ao fluxo ou na velocidade. Ocasionada pelas curvas, registros, “T’s”, válvulas e mudança de direção. É calculada: ℎ 𝑓 𝑙 = 𝐾 𝑥 𝑉² 2 𝑥 𝑔 Onde: hfl é a perda de carga localizada, K coeficiente do elemento de perda, V velocidade média e g a aceleração da gravidade (9,81 m/s). Velocidade admissível nas tubulações: Quanto maior a velocidade, menor é o diâmetro para conduzir um mesmo volume de agua; porém maior será a perda de carga e o risco de corrosão. Para ser seguro a velocidade deve estar entre 1 e 2 m/s.
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