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Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista ‐ UNESP. Residência médica em neurologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Membro titular da Academia Brasileira de Neurologia e Academia Americana de Neurologia. Chefe do Serviço de Neurologia do Hospital Heliópolis –SP. Coordenador da Residência Médica em Neurologia do Hospital Heliópolis. Diretor Técnico do Centro de Referência no Tratamento da Esclerose Múltipla e Doenças Relacionadas do Hospital Sírio‐Libanês. Dr. Tarso Adoni ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Dr. Tarso Adoni Incidência = 750.000/ ano (EUA) Prevalência = 4 milhões sobreviventes (EUA) Taxa de mortalidade > 150.000/ ano (EUA) – terceira maior causa de mortalidade (Brasil: primeira) Morbidade / dependência: 250.000 a 375.000/ ano (EUA) ‐ principal causa de morbidade. Custos/ ano: US$ 40 bilhões Epidemiologia e Impacto Homem, 52 anos Sem fatores de risco Há 40 minutos, instalação de fraqueza em hemicorpo à direita. PA= 170 x 100 mmHg FC= 94 bpm, rítmico Glicemia capilar= 127mg/ dl Discretamente sonolento Hemiplegia direita completa Afasia global Tendência a desvio conjugado do olhar para a esquerda CASO CLÍNICO Perguntase: 1. É um AVC? 2. Como reconhecer um AVC? 3. Quais os diagnósticos diferenciais? 5. Não pode ser um episódio isquêmico transitório (EIT)? 4. Quais os exames necessários na fase aguda? 6. Por que acontece um AVC ou EIT? 7. Como tratar? 1. É um AVC? “ Instalação súbita de déficit neurológico focal relacionado a um território arterial” 2. Como reconhecer um AVC? Circulação anterior versus circulação posterior SISTEMA CAROTÍDEO SISTEMA VÉRTEBROBASILAR X Libman RB et al 411 pacientes com diagnóstico de AVC 78 (19%) não se confirmaram Diferenciais: Crises epilépticas 13 (16.7%) Infecções sistêmicas 13 (16.7%) Tumores 12 (15.4%) Distúrbios tóxico‐metabólicos 10 (12.8%) 3. Quais os diagnósticos diferenciais? Hemograma (Hb/ Ht e plaquetas) Glicemia/ dextro Na + , K + Uréia, creatinina TP, TTPA Eletrocardiograma TC de crânio sem contraste 4. Quais os exames necessários na fase aguda? Tomografia de Crânio Qual o papel da tomografia de crânio na fase aguda do acidente vascular cerebral? Excluir diferenciais Complementar a avaliação clínica na estimativa da extensão anatômica da lesão Tomografia de Crânio Sinais Precoces de Lesão Isquêmica 5. Não pode ser um ataque isquêmico transitório (AIT)? “Déficit neurológico focal de instalação súbita, com duração inferior a 24 horas e presumidamente de origem vascular, limitado a um território cerebral ou do olho e nutrido por uma artéria específica.” Déficits neurológicos transitórios Evolução temporal segundos – 5’ – 10’ 75%‐85% têm duração inferior a 1 hora Após 1 hora de déficit neurológico estável, apenas 14% regredirá espontaneamente. Após 3 horas apenas 2% regredirá espontaneamente (NINDS). Média de duração: 14 minutos para os AITs de território carotídeo 8 minutos para os AITs de território vértebro‐basilar Johnston SC. NEJM 2002 AIT AIT Quando não suspeitar! Ocorrência isolada de sintomas como: Vertigem Tontura Náusea Síncope Confusão mental Amnésia Convulsão AIT: proposta de nova definição “ Episódio breve de disfunção neurológica provocada por isquemia cerebral focal ou retiniana, com sintomas clínicos durando menos de 1 hora e sem evidência de infarto.” Albers GW et al. NEJM 2002 AIT: história natural Em 30 dias: 4% evoluem para AVCI Em 90 dias: 10% a 15% evoluem com AVCI, metade nos primeiros 2 dias pós AIT. 2,6% terão evento cardíaco grave 2,6% evoluirão para óbito Johnston SC et al. JAMA 2000 Dennis M et al. Stroke 1990 Whisnant JP et al. Mayo Clin Proc 1973 ABCD2 AGE ≥ 60 anos =1 BLOOD PRESSURE ≥ 140/90 mmHg (chegada) =1 CLINICAL SYMPTOMS: Fraqueza focal com alteração da fala =2 Alteração isolada da linguagem = 1 DURATION ≥ 60 minutos =2; 10 a 59 minutos = 1 DIABETES =1 ABCD2 RISCO DE AVC EM 2 DIAS 0 ou 1 zero 2 ou 3 1,3% 4 ou 5 4,1% 6 ou 7 8,1% Aterotrombótico Pequenos vasos Hemorragia Subaracnóide Hemorragia Intraparenquimatosa Embólico AVC isquêmico 83% Aterotrombótico Grandes vasos AVC Hemorrágico 17% Mecanismos de AVC 6. Por que acontece um AVC ou AIT? 6.1.Mecanismo Aterotrombótico de Grandes Vasos Características: Paciente com fatores de risco HAS DM Tabagismo Dislipidemia Freqüentemente associado a AIT/AVCs no mesmo território arterial 6.2.Mecanismo Aterotrombótico Pequenos Vasos (Lacunas) Síndromes Lacunares Pequenos infartos subcorticais Quadros neurológicos restri tos Sem alteração de consciência Sem alteração de funções nervosas superioras (corticais) Hemiparesia pura Hemihipoestesia pura HemiparesiaHemihipoestesia HemiparesiaHemiataxia DisartriaMão incoordenada 6.3.Mecanismo Cardioembólico Características: Relacionase a cardiopatias, valvopatias, arritmias Fibrilação atrial é a mais comum AVCs em múltiplos territórios arteriais 7. Como tratar? AVCI – Medidas Gerais Ventilação adequada O 2 suplementar em casos de hipóxia (Stroke 1994; 25:190114) Hidratação Usar preferencialmente soluções salinas isotônicas Evitar infusão de soluções hipotônicas e glicosadas Glicemia e outros aspectos metabólicos e eletrolíticos Determinar dextro/ glicemia imediatamente Hipoglicemia Tratar com “ bolus” de solução glicosada a 50% Hiperglicemia (Neurology 1992; 32: 12391246. Arch Neurol 1985; 42: 661663) Tratar com insulina se > 200 mg% É freqüentemente subtratada (Neurology 2002; 59:6771) Temperatura Hipertermia (Stroke 2000; 31: 404414.Stroke 1998; 29: 529534.Lancet 1996; 347: 422 425 ) Tratar rigorosamente com anti térmicos Al imentação Profi laxia de TVP e outras complicações não neurológicas Fisioterapia motora e respiratória 7. Como tratar? AVCI – Medidas Gerais AVCI – Terapia Antitrombótica 1. Antiagregação plaquetária: 2. Anticoagulação: 3. Trombólise •AAS •Ticlopidina •Clopidogrel •AAS/Dipiridamol •Heparina •Heparina de baixo peso vAVCI em progressão vTrombose de artéria basilar vEIT em crescendo vAlto risco para AVC cárdio embólico Trombólise Trombólise no AVCI Sangramento intracraniano sintomático no NINDS •6.4% de sangramento intracraniano sintomático no grupo tratado (0,6% no grupo controle) Maior chance de complicações: relacionadas a quebras de protocolo!! Critérios de Inclusão Idade ³ 18 anos Diagnóstico de AVCI com déficit mensurável Início dos sintomas até o tratamento £ 4,5 horas* Critérios de Exclusão qHemorragia intracraniana na TC q Sintomas mínimos ou com rápida melhora Grande suspeita clínica de HSA apesar da TC Sangramento interno ativo Diátese hemorrágica q Neurocirurgia, TCE grave ou AVC < 3 m q Cirurgia de grande porte ou trauma < 14 d q Punção arterial nãocompressível recente q Punção lombar nos últimos 7 dias q HIC, malformação ou aneurisma cerebral q Convulsão testemunhada no início do AVC q IAM recente q PAS >185 mm Hg ou PAD >110 mm Hg Critérios para trombólise AVCI *Extensão para 4,5 horas Ressalvas: ‐Idade > 80 anos ‐AVC prévio e diabetes ‐NIH > 25 CURVA DE AUTOREGULAÇÃOCEREBRAL Pressão Arterial no AVCI : Conduta AntiHipertensiva Área de Infarto X Área de Penumbra Pressão Arterial no AVCI Broderick J et al . Ann Emerg Med. 1993;22:1438 AVCI – Conduta AntiHipertensiva 4,5horas Tratamento da Hipertensão no Paciente Candidato a Trombólise AVCI: Causas de Piora Neurológica 1.Distúrbio metabólico 2.Infecção 3.Progressão do AVC • Primeiras 24 horas nos AVCs carotídeos • Até 72 horas nos AVCs vértebrobasilares 4.Novo AVC 5.Edema Citotóxico 6.Transformação hemorrágica AVCI: Causas de Piora Neurológica Hipertensão arterial sistêmica é a principal causa Sinais e sintomas gerais comuns: Cefaléia Náuseas Vômitos Rebaixamentode nível de consciência Pressão arterial bastante elevada SINTOMAS PODEM SER IGUAIS AO AVCI Topografias habituais: Núcleos da base (putamem e tálamo) Tronco cerebral (ponte) Cerebelo Lobos cerebrais AVCH intraparenquimatoso: ASPECTOS GERAIS NEJM 2001; 344: 14501460 HEMATOMA INTRAPARENQUI MATOSO TOPOGRAFIAS PRINCIPAIS ¹ AVC: EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO DO AVC CT DE CRÂNIO AVCI AVCH HSA Medidas gerais Tratamento da hipertensão arterial sistêmica PA acima de 160x105 mmHg Tratamento das complicações neurológicas: 1.Hipertensão intracraniana Osmoterapia Hiperventilação Sedação e relaxantesmusculares Tratamento cirúrgico Corticosteróides 2.Crises convulsivas AVCH intraparenquimatoso: Tratamento DÚVIDAS Na área restrita do aluno no item Dúvidas
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