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Doenças cardiovasculares

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Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
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Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
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Prezado aluno(a), 
Sou a Professora Poly e irei acompanhá-lo nesse momento de estudo a respeito da temática: Assistência 
de enfermagem nas doenças crônicas não transmissíveis: Doenças respiratórias e Cardiovasculares. Irei dividir 
o tema em dois títulos: Doenças respiratórias e logo em seguida veremos as Doenças Cardiovasculares. É 
importante você se assegurar que está preparado para iniciarmos o nosso estudo, e que nada venha a te 
interromper durante seu raciocínio. Portanto, procure um local adequado e um ambiente em que você esteja 
confortável para se concentrar. 
O material a seguir foi elaborado com as mais atualizadas referências na área e especialmente para a 
sua aprovação! A partir da análise de mais de 70 provas, constatamos que aproximadamente 75% do conteúdo 
de Clínica Médica se restringe à hipertensão e diabetes. Merecem destaque também as doenças cardíacas, 
respiratórias e renais. 
 
 
 
 
 www.romulopassos.com.br 
 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
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DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
 
Inicialmente farei uma introdução relacionada a anatomia cardiovascular. Fique atento! 
 
O coração fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da 
cavidade torácica, no mediastino, a massa de tecido que se estende do esterno à 
coluna vertebral; e entre os revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 
de massa cardíaca ficam à esquerda da linha média do corpo. A posição do 
coração, no mediastino, é mais facilmente apreciada pelo exame de suas 
extremidades, superfícies e limites. 
A extremidade pontuda do coração é o ápice, dirigida para frente, para 
baixo e para a esquerda. A porção mais larga do coração, oposta ao ápice, é a 
base, dirigida para trás, para cima e para a direita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIMITES DO CORAÇÃO 
Camadas da Parede Cardíaca 
A superfície anterior fica logo abaixo do esterno e das costelas. A superfície 
inferior é a parte do coração que, em sua maior parte repousa sobre o diafragma, 
correspondendo a região entre o ápice e aborda direita. A borda direita está 
voltada para o pulmão direito e se estende da superfície inferior à base; a borda 
esquerda, também chamada borda pulmonar, fica voltada para o pulmão 
esquerdo, estendendo-se da base ao ápice. Como limite superior encontra-se os 
grandes vasos do coração e posteriormente a traqueia, o esôfago e a artéria aorta 
descendente. 
 
Pericárdio: a membrana que reveste e protege o coração. Ele restringe o 
coração à sua posição no mediastino, embora permita suficiente liberdade de 
movimentação para contrações vigorosas e rápidas. O pericárdio consiste em 
duas partes principais: pericárdio fibroso e pericárdio seroso. 
 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
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O pericárdio fibroso superficial é um tecido conjuntivo irregular, denso, 
resistente e inelástico. Assemelha-se a um saco, que repousa sobre o diafragma e 
se prende a ele. 
O pericárdio seroso, mais profundo, é uma membrana mais fina e mais 
delicada que forma uma dupla camada, circundando o coração. A camada parietal, 
mais externa, do pericárdio seroso está fundida ao pericárdio fibroso. A camada 
visceral, mais interna, do pericárdio seroso, também chamada epicárdio, adere 
fortemente à superfície do coração. 
 
 
Epicárdio: a camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso. O epicárdio é contínuo, 
a partir da base do coração, com o revestimento interno do pericárdio, denominado camada visceral do 
pericárdio seroso. 
Miocárdio: é a camada média e a mais espessa do coração. É composto de músculo estriado cardíaco. É 
esse tipo de músculo que permite que o coração se contraia e, portanto, impulsione sangue, ou o force para o 
interior dos vasos sanguíneos. 
Endocárdio: é a camada mais interna do coração. É uma fina camada de tecido composto por epitélio 
pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. A superfície lisa e brilhante permite que o 
sangue corra facilmente sobre ela. O endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento 
dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONFIGURAÇÃO EXTERNA 
 
O coração apresenta três faces e quatro margens: 
 
 FACES 
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 6 
 Face Anterior (Esternocostal) - Formada principalmente pelo ventrículo direito. 
 Face Diafragmática (Inferior) - Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e parcialmente pelo 
ventrículo direito; ela está relacionada principalmente com o tendão central do diafragma. 
 Face Pulmonar (Esquerda) - Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo; ela ocupa a 
impressão cárdica do pulmão esquerdo. 
 
 MARGENS 
 Margem Direita - Formada pelo átrio direito e estendendo-se entre as veias cavas superior e inferior. 
 Margem Inferior - Formada principalmente pelo ventrículo direito e, ligeiramente, pelo ventrículo 
esquerdo. 
 Margem Esquerda - Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e, ligeiramente, pela aurícula 
esquerda. 
 Margem Superior - Formada pelos átrios e pelas aurículas direita e esquerda em uma vista anterior; a 
parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem da margem superior, e a veia cava superior 
entra no seu lado direito. Posterior à aorta e ao tronco pulmonar e anterior à veia cava superior, a 
margem superior forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio. 
 
Externamente os óstios atrioventriculares correspondem ao sulco 
coronário, que é ocupado por artérias e veias coronárias, este sulco circunda o 
coração e é interrompido anteriormente pelas artérias aorta e pelo tronco 
pulmonar. 
O septo interventricular na face anterior corresponde ao sulco 
interventricular anterior e na face diafragmática ao sulco interventricular 
posterior. 
O sulco interventricular termina inferiormente a alguns centímetros do à 
direita do ápice do coração, em correspondência a incisura do ápice do coração. 
O sulco interventricular anterior é ocupado pelos vasos interventriculares anteriores. 
O sulco interventricular posterior parte do sulco coronário e desce em direção à incisura do ápice do 
coração. 
Este sulco é ocupado pelos vasos interventriculares posteriores. 
 
CONFIGURAÇÃO INTERNA 
 
O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. 
Os átrios (as câmaras superiores) recebem sangue; os ventrículos 
(câmaras inferiores) bombeiam o sangue para fora do coração. Na face 
anterior de cada átrio existe uma estrutura enrugada, em forma de 
saco, chamada aurícula (semelhante a orelha do cão). O átrio direito é 
separado do esquerdo por uma fina divisória chamada septo 
interatrial; o ventrículo direito é separado do esquerdo pelo septo 
interventricular. 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
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 ÁTRIO DIREITO 
O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue rico em dióxido de carbono (venoso) de 
três veias: veia cava superior, veia cava inferior e seio coronário. 
A veia cava superior, recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo, já a inferior recebe sangue 
das partes mais inferiores do corpo (abdômen e membros inferiores) e o seiocoronário recebe o sangue que 
nutriu o miocárdio e leva o sangue ao átrio direito. 
Enquanto a parede posterior do átrio direito é lisa, a parede anterior é rugosa, devido a presença de 
cristas musculares, chamados músculos pectinados. 
O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma válvula chamada tricúspide 
(formada por três folhetos - válvulas ou cúspides). 
Na parede medial do átrio direito, que é constituída pelo septo interatrial, encontramos uma depressão 
que é a fossa oval. 
Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão piramidal denominada aurícula direita, que 
serve para amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio. 
Os orifícios onde as veias cavas desembocam têm os nomes de óstios das veias cavas. 
O orifício de desembocadura do seio coronário é chamado de óstio do seio coronário e encontramos 
também uma lâmina que impede que o sangue retorne do átrio para o seio coronário que é denominada de 
válvula do seio coronário. 
 
 ÁTRIO ESQUERDO 
O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes posteriores e anteriores lisas, que recebe 
o sangue já oxigenado; por meio de quatro veias pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para o 
ventrículo esquerdo, através da valva bicúspide (mitral), que tem apenas duas cúspides. 
O átrio esquerdo também apresenta uma expansão piramidal chamada aurícula esquerda. 
 
 VENTRÍCULO DIREITO 
O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração. O seu interior apresenta uma 
série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas carnosas. 
No óstio atrioventricular direito existe um aparelho denominado valva tricúspide que serve para impedir 
que o sangue retorne do ventrículo para o átrio direito. Essa valva é constituída por três lâminas 
membranáceas, esbranquiçadas e irregularmente triangulares, de base implantada nas bordas do óstio e o 
ápice dirigido para baixo e preso ás paredes do ventrículo por intermédio de filamentos. 
Cada lâmina é denominada cúspide. Temos uma cúspide anterior, outra posterior e outra septal. 
 
O ápice das cúspides é preso por filamentos denominados 
cordas tendíneas, as quais se inserem em pequenas colunas cárneas 
chamadas de músculos papilares. A valva do tronco pulmonar 
também é constituída por pequenas lâminas, porém estas estão 
dispostas em concha, denominadas válvulas semilunares (anterior, 
esquerda e direita). 
 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
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No centro da borda livre de cada uma das válvulas encontramos pequenos nódulos denominados 
nódulos das válvulas semilunares (pulmonares). 
 
 VENTRÍCULO ESQUERDO 
O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No óstio atrioventricular esquerdo, encontramos a 
valva atrioventricular esquerda, constituída apenas por duas laminas denominadas cúspides (anterior e 
posterior). Essas valvas são denominadas bicúspides. Como o ventrículo direito, também tem trabéculas 
carnosas e cordas tendíneas, que fixam as cúspides da valva bicúspide aos músculos papilares. 
O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através do óstio atrioventricular esquerdo 
onde localiza-se a valva bicúspide (mitral). Do ventrículo esquerdo o sangue sai para a maior artéria do corpo, 
a aorta ascendente, passando pela valva aórtica - constituída por três válvulas semilunares: direita, esquerda e 
posterior. Daí, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que se ramificam a partir da aorta ascendente, 
levando sangue para a parede cardíaca; o restante do sangue passa para o arco da aorta e para a aorta 
descendente (aorta torácica e aorta abdominal). Ramos do arco da aorta e da aorta descendente levam 
sangue para todo o corpo. 
O ventrículo esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A principal função do ventrículo 
esquerdo é bombear sangue para a circulação sistêmica (corpo). A parede ventricular esquerda é mais espessa 
que a do ventrículo direito. Essa diferença se deve à maior força necessária para bombear sangue para a 
circulação sistêmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
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 CICLO CARDÍACO 
Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos associados a um batimento cardíaco. No ciclo cardíaco 
normal os dois átrios se contraem, enquanto os dois ventrículos relaxam e vice versa. O termo sístole designa a 
fase de contração; a fase de relaxamento é designada como diástole. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o coração bate, os átrios contraem-se primeiramente (sístole atrial), forçando o sangue para os 
ventrículos. Um vez preenchidos, os dois ventrículos contraem-se (sístole ventricular) e forçam o sangue para 
fora do coração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para que o coração seja eficiente na sua ação de bombeamento, é necessário mais que a contração 
rítmica de suas fibras musculares. A direção do fluxo sanguíneo deve ser orientada e controlada, o que é 
obtido por quatro valvas já citadas anteriormente: duas localizadas entre o átrio e o ventrículo - 
atrioventriculares (valva tricúspide e bicúspide); e duas localizadas entre os ventrículos e as grandes artérias 
que transportam sangue para fora do coração - semilunares (valva pulmonar e aórtica) 
 
 
Sístole é a contração do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que impulsiona sangue para os 
ventrículos. Assim as valvas atrioventriculares estão abertas à passagem de sangue e a pulmonar e a aórtica 
estão fechadas. Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e as semilunares abertas a 
passagem de sangue. 
 
 
 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
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Em conclusão disso podemos dizer que o ciclo cardíaco compreende: 
1 - Sístole atrial 
2 - Sístole ventricular 
3 - Diástole ventricular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Meu amigo (a), o foco e disciplina nos estudos o levará a aprovação, 
Então, vamos ver algumas questões importantes a respeito do tema abordado! 
 
1. (Prefeitura de Galinhos-RN/ACAPLAM/2011) Região especial do coração, que controla a frequência 
cardíaca. Localiza-se perto da junção entre o átrio direito e a veia cava superior e é constituído por um 
aglomerado de células musculares especializadas: 
a) Feixe de His 
b) Nódulo sinoatrial 
c) Sistema de Purkinge 
d) Válvula tricúscpide 
e) Válvula mitral 
 
 
 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
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COMENTÁRIOS: 
O sistema de condução elétrica intrínseco normal do coração permite que a propagação elétrica seja 
transmitida do nó sinusal, por ambos os átrios, até o nodo atrioventricular. A fisiologia normal permite 
posterior propagação, do nodo atrioventricular aos ventrículos e seus respectivos fascículos e subdivisões. 
O nó sinusal e o nodo atrioventricular estimulam o miocárdio. A estimulação do miocárdio ordenada 
permite a contração eficiente de todas as quatro câmaras do coração, permitindo assim perfusão seletiva 
do sangue através dos pulmões e pela circulação sistêmica. Para melhor entendimento, vejam a figura abaixo: 
 
 
 PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR 
2. (EBSERH/HU-UFMS/Instituto AOCP/2014) A intensidade das intervenções preventivas das doenças 
cardiovasculares deve ser determinada pelo grau de risco cardiovascular estimado para cada indivíduo. Em 
termos práticos, costuma-se classificar os indivíduos em três níveis de risco: baixo, moderado e alto.Qual das 
alternativas a seguir apresenta um indicador de alto risco para doença cardiovascular? 
a) Angina de peito. 
b) Diagnóstico prévio de diabetes mellitus. 
c) História familiar de infarto agudo do miocárdio. 
d) Idade > 55 anos para mulheres. 
e) Idade > 45 anos para homens. 
COMENTÁRIOS: 
À primeira impressão, poderíamos dizer que o gabarito da questão seria, indubitavelmente, a letra A. 
Todavia, vamos entender o porquê a questão foi anulada. 
De acordo com o Caderno de Atenção Básica nº 14 do DAB/MS, verifiquemos a classificação de risco e os 
fatores de alto risco logo em seguida: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito letra B. 
 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
 12 
Indicadores de alto risco 
 Infarto do miocárdio prévio 
 Acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório prévio 
 Doença aneurismática de aorta 
 Doença vascular periférica 
 Insuficiência cardíaca congestiva de etiologia isquêmica 
 Angina de peito 
 Doença renal crônica 
Indicadores intermediários de risco 
 Idade > 45 anos homens, > 55 anos mulheres 
 Manifestações de aterosclerose: 
• Sopros arteriais carotídeos 
• Diminuição ou ausência de pulsos periféricos 
 História familiar de infarto agudo do miocárdio, morte súbita ou acidente vascular cerebral em 
familiares de 1º grau ocorrido antes dos 50 anos 
 Diagnóstico prévio de diabete melito, tolerância à glicose diminuída, glicemia de jejum alterada, 
diabete gestacional. 
 Diagnóstico prévio de dislipidemia 
 Diagnóstico prévio de síndrome do ovário policístico 
 Tabagismo 
 Obesidade (IMC > 30 kg/m2) ou obesidade central (cintura medida na crista ilíaca: > 88 cm em 
mulheres; > 102 cm em homens) 
 Hipertensão (> 140/90 mmHg) ou história de pré-eclâmpsia 
 História de doença renal na família (para risco de insuficiência renal) 
 
 
 
 PÓS OPERATÓRIO CARDIÁCO 
3. (CNEN/IDECAN/2014) O pós-operatório (PO) imediato de cirurgia cardíaca é um período complexo que 
exige da equipe assistencial envolvida no cuidado ao paciente submetido a esse procedimento, conhecimento 
técnico para garantir, além da segurança ao paciente, a continuidade de sua recuperação. Qual das 
complicações associa-se a uma disfunção de outro órgão importante regulador do equilíbrio ácido-básico? 
a) Arritmia 
b) Infecção 
c) Insuficiência renal 
d) Sangramento excessivo 
e) Tamponamento cardíaco 
COMENTÁRIOS: 
Gabarito letra A. ANGINA DE PEITO 
 
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 13 
Prezados concurseiros, a arritmia, sangramento excessivo e tamponamento cardíaco são complicações 
pós-operatórias relacionadas ao próprio sistema cardiovascular. Infecção não possui relação, a priori, com o 
equilíbrio ácido-básico. 
Ocorre insuficiência renal quando os rins são incapazes de remover os produtos de degradação 
metabólicos do organismo ou de desempenhar suas funções reguladoras. A insuficiência renal aguda (IRA) 
refere-se a uma rápida perda da função renal devido à lesão dos rins que pode evoluir para complicações 
metabólicas como a acidose e desequilíbrios hidroeletrolíticos. Quase todos os sistemas do corpo estão 
afetados, com a falha dos mecanismos reguladores renais normais. 
No pós-operatório de cirurgias cardíacas, a IRA pode ser resultante da hipoperfusão dos rins ou da lesão 
dos túbulos renais pelos medicamentos nefrotóxicos. 
 
 
4. (EBSERH/HUJM-UFMT/ Instituto AOCP/2014) Idoso 67 anos, internado na Clínica Médica, apresentou 
bloqueio atrioventricular de 2º grau Mobitz II com indicação de marcapasso transcutâneo. Esse marcapasso 
também é denominado como 
a) transtorácico. 
b) percutâneo. 
c) transvenoso. 
d) intravenoso. 
e) trans-esofágico. 
COMENTÁRIOS: 
O marcapasso transcutâneo também pode ser chamado de marcapasso transtorácico. Compõe-se de 
duas pás de eletrodos descartáveis e adesivas que são fixadas no tórax e dorso do paciente e conectadas a um 
aparelho de desfibrilador ajustado no modo de marcapasso. É bastante utilizado nas situações de emergência 
que envolvem as bradiarritmias e bloqueios atrioventriculares com repercussão hemodinâmica as quais não 
respondem adequadamente as drogas. 
 
 
5. (Fundação Hospital Getúlio Vargas – FHGV/FUNDATEC/2014) Conforme exposto no Caderno de Atenção 
Básica - Prevenção Clínica de Doença Cardiovascular, Cerebrovascular e Renal Crônica (BRASIL, 2006), 
referente às atribuições e competências da equipe de saúde, podemos afirmar que as atividades abaixo 
competem ao enfermeiro, EXCETO: 
a) Encaminhar à unidade de referência secundária os pacientes diabéticos com dificuldade de controle 
metabólico 
b) Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não medicamentoso, adesão e 
possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário 
c) Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade; 
desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos e diabéticos 
d) Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos com dislipidemia, 
tabagistas, obesos, hipertensos e diabéticos) 
Gabarito letra C. 
 
Gabarito letra A. 
 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
 14 
e) Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não aderentes, de difícil 
controle e portadores de lesões em órgãosalvo (cérebro, coração, rins, olhos, vasos, pé diabético, etc.) ou com 
comorbidades 
COMENTÁRIOS: 
Prezados concurseiros, vejamos abaixo quais as atribuições do profissional ENFERMEIRO na equipe de 
atenção primária à saúde na Prevenção Clínica de Doença Cardiovascular, Cerebrovascular e Renal Crônica, 
segundo o Caderno de Atenção Básica 14 (BRASIL, 2006): 
1) Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários e supervisionar, de forma 
permanente, suas atividades; 
2) Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não-medicamentoso, 
adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário; 
3) Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade; 
desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos e diabéticos; 
4) Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos com dislipidemia, 
tabagistas, obesos, hipertensos e diabéticos); 
5) Solicitar, durante a consulta de enfermagem, os exames mínimos estabelecidos nos consensos e 
definidos como possíveis e necessários pelo médico da equipe; 
6) Repetir a medicação de indivíduos controlados e sem intercorrências; 
7) Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não-aderentes, de difícil 
controle e portadores de lesões em órgãos-alvo (cérebro, coração, rins, olhos, vasos, pé diabético, etc.) ou com 
co-morbidades; 
8) Encaminhar para consultas trimestrais, com o médico da equipe, os indivíduos que mesmo 
apresentando controle dos níveis tensionais e do diabetes, sejam portadores de lesões em órgãos-alvo ou co-
morbidades; 
9) Encaminhar para consultas semestrais, com o médico da equipe, os indivíduos controlados e sem 
sinais de lesões em órgãos-alvo e sem co-morbidades; 
 
Pois se refere a uma competência/atribuição do profissional MÉDICO. 
 
6. (Universidade Federal Fluminense-UFF/UFF-COSEAC/2014) No exame físico, durante a inspeção da pele, 
alguns achados cutâneos podem estar associados a doenças cardiovasculares, dentre eles a presença de 
xantelasma, que pode indicar: 
a) anemia ou perfusão arterialdiminuída. 
b) estados patológicos como insuficiência cardíaca. 
c) função plaquetária reduzida. 
d) níveis elevados de colesterol. 
e) vasoconstrição periférica. 
COMENTÁRIOS: 
O xantelasma, também denominado xanteloma, é uma afecção que acomete a pele, caracterizada como 
um conjunto de pequenas bolsas amareladas levemente salientes, localizadas na pálpebra e formadas por 
Diante do exposto, concluímos que a resposta INCORRETA é a letra A. 
 
Janaina Marques de Lucena - 716.730.751-34
 
 15 
depósitos de lipídeos (gordura). Isto posto, podemos considerar que tal lesão está relacionada aos níveis 
elevados de colesterol. 
 
 
 ARRITMIAS 
As arritmias são distúrbios da formação ou condução (ou ambas) do impulso elétrico dentro do coração. 
Esses distúrbios podem provocar alterações da frequência cardíaca, do ritmo cardíaco ou de ambos. As 
arritmias podem inicialmente ser evidenciadas pelo efeito hemodinâmico que elas causam (p. ex., uma 
alteração na condução pode modificar a ação de bombeamento do coração e causar pressão arterial diminuí-
da). As arritmias são diagnosticadas analisando-se o traçado eletrocardiográfico (ECG). O seu tratamento é ba-
seado na frequência e gravidade dos sintomas produzidos. As arritmias são denominadas de acordo com o 
local de origem do impulso e com o mecanismo de formação ou condução envolvido. Por exemplo, o impulso 
que se origina no nodo sinoatrial (SA) e em uma frequência baixa é denominado bradicardia sinusal. 
O impulso elétrico que estimula e compassa o músculo cardíaco normalmente se origina no nodo 
sinoatrial ou sinusal (SA), uma área localizada próximo da veia cava superior no átrio direito. Geralmente, o 
impulso elétrico ocorre em uma frequência de 60 a 100 vezes por minuto no adulto. O impulso elétrico 
rapidamente viaja a partir do nodo sinoatrial através dos átrios para o nodo atrioventricular (AV); esse 
processo é conhecido como condução. 
A estimulação elétrica das células musculares dos átrios faz com que eles se contraiam. A estrutura do 
nodo AV retarda o impulso elétrico, dando tempo aos átrios para se contraírem e encherem os ventrículos 
com sangue. Essa parte da contração atrial é frequentemente denominada “chute atrial” e contribui com 
quase 33% do volume ejetado durante a contração ventricular. Em seguida, o impulso elétrico viaja muito 
rapidamente através do feixe de His até os ramos direito e esquerdo e as fibras de Purkinje, localizadas no -
músculo ventricular. A estimulação elétrica das células musculares dos ventrículos, por sua vez, provoca a 
contração mecânica dos ventrículos (sístole). As células repolarizam-se e os ventrículos então relaxam (diá-
stole). O impulso elétrico causa a contração mecânica do músculo cardíaco que ocorre em seguida. 
A frequência cardíaca é influenciada pelo sistema nervoso autônomo, que consiste nas fibras simpáticas 
e parassimpáticas. As fibras nervosas simpáticas (também denominadas fibras adrenérgicas) estão ligadas ao 
coração e às artérias, bem como a várias outras áreas no corpo. A estimulação do sistema simpático aumenta 
a frequência cardíaca (cronotropia positiva), a condução através do nodo AV (dromotropia positiva) e a força 
da contração miocárdica (inotropia positiva). A estimulação simpática também contrai os vasos sanguíneos 
periféricos, consequentemente aumentando a pressão arterial. As fibras nervosas parassimpáticas também 
estão ligadas ao coração e às artérias. A estimulação parassimpática reduz a frequência cardíaca (cronotropia 
negativa), condução AV (dromotropia negativa) e a força da contração miocárdica atrial. A estimulação 
simpática diminuída resulta em dilatação das artérias e, com isso, em redução da pressão arterial. 
A manipulação do sistema nervoso autônomo pode aumentar ou diminuir a incidência de arritmias. A 
estimulação simpática aumentada (p. ex., causada por exercício, ansiedade, febre ou administração de 
catecolaminas, como a dopamina [Intropin], aminofilina, ou dobutamina [Dobutrex]) pode aumentar a 
incidência de arritmias. A estimulação simpática diminuída (p. ex., com repouso, métodos de redução da 
Gabarito letra D. 
 
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ansiedade, como a comunicação terapêutica ou meditação, ou administração de bloqueadores beta-
adrenérgicos) pode diminuir a incidência de arritmias. 
 
 ELETROCARDIOGRAMA 
O impulso elétrico que viaja através do coração pode ser visualizado por meio da eletrocardiografia, cujo 
produto final é um ECG. Cada fase do ciclo cardíaco é refletida por traçados específicos na tela de um monitor 
cardíaco ou em uma fita de papel gráfico de ECG. 
Um ECG é obtido esfregando-se suavemente a pele com uma compressa de gaze seca e aplicando-se os 
eletrodos sobre o corpo em áreas específicas. Os eletrodos vêm em formatos e tamanhos diversos, porém 
todos contêm dois componentes: (1) uma substância adesiva que se prende à pele para fixar o eletrodo em 
posição e (2) uma substância que reduz a impedância elétrica da pele e promove a detecção da corrente 
elétrica. 
O número e a posição dos eletrodos dependem do tipo de ECG necessário. Muitos monitores 
contínuos usam dois a cinco eletrodos, geralmente colocados sobre os membros e o tórax. Esses eletrodos 
criam uma linha imaginária, denominada derivação, que serve como ponto de referência a partir do qual a 
atividade elétrica é visualizada. Uma derivação é como o olho de uma câmera: ela tem um campo de visão 
periférica estreito, olhando apenas para atividade elétrica diretamente à sua frente. Portanto, os traçados do 
ECG que aparecem no papel ou no monitor cardíaco representam a corrente elétrica em relação à derivaçã. 
Uma alteração no traçado pode ser causada por uma modificação na corrente elétrica (onde ela se origina ou 
como ela é conduzida) ou por uma alteração na derivação. 
 
OBTENÇÃO DE UM ELETROCARDIOGRAMA 
Os eletrodos são acoplados a cabos, que são conectados a um dos seguintes: 
 Um aparelho de ECG colocado ao lado do paciente para o registro imediato (ECG padrão de 12 
derivações). 
 Um monitor cardíaco na cabeceira do leito do paciente para a leitura contínua; esse tipo de 
monitoramento, geralmente denominado monitoramento local, está associado à unidade de terapia 
intensiva. 
 Uma pequena caixa que o paciente carrega e que transmite continuamente as informações do ECG 
por ondas de rádio para o monitor central localizado em outro local (chamada de telemetria). 
 Um pequeno aparelho leve, semelhante a um gravador (denominado monitoramento ambulatorial 
do ECG ou monitor Holter), que o paciente usa e que continuamente registra o ECG em uma fita, a qual 
é posteriormente visualizada e analisada com um scanner. 
Um paciente pode ser submetido a um estudo eletrofisiológico (EEF) no qual eletrodos são colocados 
dentro do coração a fim de obter um ECG intracardíaco. Isso é usado não apenas para diagnosticar a arritmia, 
mas também para determinar o plano terapêutico mais eficaz. Entretanto, como um estudo eletrofisiológico é 
invasivo, ele é realizado no hospital e pode necessitar da internação do paciente. 
A posição dos eletrodos para monitoramento contínuo, telemetria ou monitoramento Holter varia com 
o tipo de tecnologia, a finalidade do monitoramento e os padrões de cuidados da instituição de saúde. Para 
um ECG padrão de 12 derivações, 10 eletrodos (6 sobre o tórax e 4 nos membros) são aplicados no corpo. Para 
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evitar interferência da atividade elétrica no músculo esquelético, os eletrodos dos membros são em geral 
posicionados em áreas que não são ósseas e que não apresentam movimentos significativos. Esses eletrodos 
de membro fornecem as seis primeiras derivações:derivações I, II, III, aVR, aVL e aVF. Os seis eletrodos 
torácicos são aplicados no tórax em áreas muito específicas. Os eletrodos torácicos fornecem as derivações V 
ou precordiais, V1 a V6. Para definir o quarto espaço intercostal e a posição de V1, localize o ângulo esternal e, 
em seguida, a incisura esternal, que está a aproximadamente 2,5 a 5 cm abaixo do ângulo esternal. Quando os 
dedos são movidos imediatamente para a direita do paciente, a segunda costela pode ser palpada. O segundo 
espaço intercostal é a indentação sentida imediatamente abaixo da segunda costela. 
O traçado do ECG reflete a função do sistema de condução do coração que, normalmente, inicia e 
conduz a atividade elétrica em relação à derivação. O ECG oferece importantes informações acerca da 
atividade elétrica do coração. Os traçados do ECG são impressos em papel gráfico que é dividido por linhas 
verticais e horizontais claras e escuras em intervalos padronizados. O tempo e a velocidade são medidos no 
eixo horizontal do gráfico, e a amplitude ou voltagem é medida no eixo vertical. Quando um traçado do ECG 
move-se na direção da borda superior do papel, é denominado de flexão positiva. Quando se movimenta no 
sentido da parte inferior do papel, ele é chamado de flexão negativa. Quando se revê um ECG, cada traçado 
deve ser examinado e comparado com os outros. 
O ECG é composto de traçados (incluindo a onda P, o complexo QRS, a onda T e, possivelmente, uma 
onda U) e de segmentos e intervalos (incluindo intervalo PR, o segmento ST ou intervalo QT). 
A onda P representa o impulso elétrico que tem início no nodo sinoatrial e se dissemina através dos 
átrios. Portanto, a onda P representa a despolarização atrial. Normalmente, ela tem 2,5 mm ou menos de 
altura e 0,11 s ou menos de duração. 
O complexo QRS representa a despolarização ventricular. Nem todos os complexos QRS apresentam 
todos os três traçados de onda. A onda Q é a primeira deflexão negativa após a onda P. A onda Q 
normalmente tem menos de 0,04 s de duração e menos de 25% da amplitude da onda R. A onda R é a primeira 
deflexão positiva após a onda P, e a onda S é a primeira deflexão negativa após a onda R. Quando a onda tem 
menos de 5 mm de altura, são usadas letras pequenas (q, r, s); quando uma onda tem mais de 5 mm, usam-se 
letras maiúsculas (Q, R, S) para rotular as ondas. O complexo QRS normalmente tem menos de 0,12 s de 
duração. 
A onda T representa a repolarização ventricular (quando as células recuperam uma carga negativa; 
também chamada de estado de repouso). Ela sucede o complexo QRS ou, em geral, tem a mesma direção do 
complexo QRS. A repolarização atrial também ocorre, porém não é visível no ECG porque ela acontece ao 
mesmo tempo que o QRS. 
Acredita-se que a onda U represente a repolarização das fibras de Purkinje, porém algumas vezes ela é 
observada em pacientes com hipopotassemia (níveis baixos de potássio), hipertensão ou doença cardíaca. 
Quando presente, a onda U sucede a onda T e geralmente é menor que a onda P. Quando alta, ela pode ser 
confundida com uma onda P extra. 
O intervalo PR é medido a partir do início da onda P até o início do complexo QRS e representa o tempo 
necessário para estimulação do nodo sinoatrial, despolarização atrial e condução através do nodo AV antes da 
despolarização ventricular. Em adultos, o intervalo PR normalmente varia de 0,12 a 0,20 s de duração. 
O segmento ST, que representa a repolarização ventricular precoce, dura desde o término do complexo 
QRS até o início da onda T. O início do segmento ST em geral é identificado por uma alteração na espessura ou 
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ângulo da porção terminal do complexo QRS. O término do segmento ST pode ser mais difícil de identificar 
porque ele se mistura com a onda T. Normalmente, o segmento ST é isoelétrico. Ele é analisado para 
identificar se está acima ou abaixo da linha isoelétrica, que pode ser, entre outros sinais e sintomas, um sinal 
de isquemia cardíaca. 
O intervalo QT, que representa o tempo total para a despolarização e repolarização ventriculares, é 
medido a partir do início do complexo QRS até o término da onda T. O intervalo QT varia com a frequência 
cardíaca, sexo e idade, e o intervalo medido precisa ser corrigido para essas variáveis através de cálculos 
específicos. Vários livros de interpretação do ECG contêm tabelas de cálculos. O intervalo QT geralmente é de 
0,32 a 0,40 s de duração quando a frequência cardíaca está entre 65 e 95 bpm (batimentos por minutos). 
Quando o intervalo QT se torna prolongado, o paciente pode estar em risco de uma arritmia ventricular letal, 
denominada torsades de pointes. 
O intervalo TP é medido a partir do término da onda T até o início da onda P seguinte, um período 
isoelétrico. Quando nenhuma atividade elétrica é detectada, a linha no gráfico permanece plana; isso é 
chamado de linha isoelétrica. O segmento ST é comparado com o intervalo TP para detectar alterações a partir 
da linha no gráfico durante o período isoelétrico. 
O intervalo PP é medido a partir do início de uma onda P até o início da próxima. O intervalo PP é usado 
para determinar o ritmo e a frequência atriais. O intervalo RR é medido a partir de um complexo QRS até o 
complexo QRS seguinte. O intervalo RR é usado para determinar a frequência e o ritmo ventriculares. 
 
DETERMINAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA VENTRICULAR A PARTIR DO ELETROCARDIOGRAMA 
A frequência cardíaca pode ser obtida a partir da fita de ECG por vários métodos. Uma fita de 1 min 
contém 300 quadrados grandes e 1.500 quadrados pequenos. Portanto, um método fácil e exato para 
determinar a frequência cardíaca com um ritmo regular é contar o número de quadrados pequenos dentro de 
um intervalo RR e dividir 1.500 por esse número. Quando, por exemplo, existem 10 quadrados pequenos entre 
duas ondas R, a frequência cardíaca é 1.500/10, ou 150; quando existem 25 caixas pequenas, a frequência 
cardíaca é 1.500/25, ou seja, 60 bpm. 
Um método alternativo, porém menos exato para estimar a frequência cardíaca, que geralmente é 
usado quando o ritmo é irregular, é a contagem do número de intervalos RR em 6 s, multiplicando-se esse 
número por 10. O ápice do papel de ECG é em geral marcado em intervalos de 3 s, os quais contêm 15 
quadrados grandes no plano horizontal. Os intervalos RR são contados, em vez dos complexos QRS, porque 
uma frequência cardíaca computada baseada nesses últimos poderia ser inadequadamente alta. 
Os mesmos métodos podem ser usados para determinar a frequência atrial usando o intervalo PP no 
lugar do intervalo RR. 
 
DETERMINAÇÃO DO RITMO CARDÍACO A PARTIR DO ELETROCARDIOGRAMA 
Frequentemente, o ritmo cardíaco é identificado ao mesmo tempo que a frequência é determinada. O 
intervalo RR é usado para determinar o ritmo ventricular, e o intervalo PP é usado para determinar o ritmo 
atrial. Quando os intervalos são os mesmos, ou quando a diferença entre os intervalos é menor que 0,8 s 
durante toda a fita, o ritmo é denominado regular. Quando os intervalos são diferentes, o ritmo é denominado 
irregular. 
 
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RITMO SINUSAL NORMAL 
O ritmo sinusal ocorre quando o impulso elétrico tem início em uma frequência e ritmo regulares no 
nodo sinoatrial e viaja através da via de condução normal. O ritmo sinusal normal tem as seguintes 
características: 
 Frequências ventricular e atrial: 60 a 100 no adulto. 
 Ritmos ventricular e atrial: Regulares. 
 Formato e duração do QRS: Geralmente normais, mas podem estar regularmente anormais. 
 Onda P: Formato normal e consistente; sempre na frente do QRS. 
 Intervalo PR: Intervalo consistente entre 0,12 e 0,20 s. 
 Relação P:QRS: 1:1. 
 
TIPOSDE ARRITMIAS 
As arritmias podem ser do tipo sinusal, atrial, juncional e ventricular, e incluem várias subcategorias. 
 
ARRITMIAS DO NODO SINOATRIAL 
Bradicardia Sinusal. 
A bradicardia sinusal ocorre quando o nodo sinoatrial cria um impulso em uma frequência mais lenta 
que o normal. 
As causas incluem necessidades metabólicas mais baixas (p. ex., sono, treinamento esportivo, 
hipotireoidismo), estimulação vagal (p. ex., devido a vômitos, aspiração, dor intensa, emoções extremas), 
medicamentos (p. ex., bloqueadores dos canais de cálcio, amiodarona, betabloqueadores), disfunção 
idiopática do nodo sinoatrial, pressão intracraniana (PIC) aumentada, infarto do miocárdio (IM), especialmente 
da parede inferior. Outros fatores que possivelmente contribuem para a bradicardia clinicamente significativa 
incluem os que são referidos como os H e os T: hipovolemia, hipoxia, íon hidrogênio (acidose), hipopotassemia 
ou hiperpotassemia, hipoglicemia e hipotermia; toxinas, tamponamento (cardíaco), pneumotórax 
hipertensivo, trombose (coronária ou pulmonar) e traumatismo (hipovolemia, hipertensão intracraniana) 
(American Heart Association [AHA], 2005). A bradicardia sinusal tem as seguintes características: 
 Frequência ventricular e atrial: Abaixo de 60 no adulto. 
 Ritmo ventricular e atrial: Regulares. 
 Formato e duração do QRS: Geralmente normais, porém podem estar regularmente anormais. 
 Onda P: Formato normal e consistente; sempre na frente do QRS. 
 Intervalo PR: Intervalo consistente entre 0,12 e 0,20 s. 
 Relação P:QRS: 1:1. 
 
Taquicardia Sinusal. 
A taquicardia sinusal ocorre quando o nodo sinoatrial cria um impulso em uma frequência mais rápida 
que o normal. As causas podem incluir as seguintes: 
• Estresse fisiológico ou psicológico (p. ex., perda sanguínea aguda, anemia, choque, hipervolemia, 
hipovolemia, insuficiência cardíaca, dor, estados hipermetabólicos, febre, exercício, ansiedade). 
• Medicamentos que estimulam a resposta simpática (p. ex., catecolaminas, aminofilina, atropina), 
estimulantes (p. ex., cafeína, álcool, nicotina) e as drogas ilícitas (p. ex., anfetaminas, cocaína, ecstasy). 
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• Automaticidade aumentada do nodo sinoatrial e/ou tônus simpático excessivo com tônus 
parassimpático reduzido, uma condição chamada de taquicardia sinusal inadequada (Blomström-
Lundqvist, Scheinman, Aliot, et al., 2003). 
• Disfunção autônoma, que resulta em um tipo de taquicardia sinusal denominada síndrome de 
taquicardia ortostática postural (STOP). Os pacientes com STOP apresentam taquicardia sem hipotensão 
dentro de 5 a 10 min na posição em pé ou com o teste de inclinação com a cabeça ereta. 
A taquicardia sinusal tem as seguintes características: 
 Frequências ventricular e atrial: Maiores que 100 no adulto, porém geralmente menores que 120. 
 Ritmos ventricular e atrial: Regulares. 
 Formato e duração do QRS: Geralmente normais, mas podem ser regularmente anormais. 
 Onda P: Formato normal e consistente; sempre na frente do QRS, mas pode estar oculta na onda 
T anterior. 
 Intervalo PR: Intervalo consistente entre 0,12 e 0,20 s. 
 Relação P: QRS: 1:1. 
 
Arritmias Sinusais. 
A arritmia sinusal ocorre quando o nodo sinoatrial cria um impulso em um ritmo irregular; a frequência 
geralmente aumenta com a inspiração e diminui com a expiração. As causas não respiratórias incluem doenças 
cardíaca e valvar, porém essas são raras. A arritmia sinusal tem as seguintes características: 
 Frequências ventricular e atrial: 60 a 100 no adulto. 
 Ritmos ventricular e atrial: Irregulares. 
 Formato e duração do QRS: Geralmente normais, porém podem ser regularmente anormais. 
 Onda P: Formato normal e consistente; sempre na frente do QRS. 
 Intervalo PR: Intervalo consiste entre 0,12 e 0,20 s. 
 Relação P:QRS: 1:1. 
A arritmia sinusal não causa nenhum efeito hemodinâmico significativo e geralmente não é tratada. 
 
ARRITMIAS ATRIAIS 
Fibrilação Atrial. 
A fibrilação atrial é uma ativação elétrica atrial descoordenada que causa uma contração rápida, 
desorganizada e descoordenada da musculatura atrial. A resposta da frequência ventricular depende da 
capacidade do nodo AV em conduzir os impulsos atriais, do nível do tônus simpático e parassimpático, da 
presença de vias acessórias e dos efeitos de quaisquer medicamentos (Fuster, Ryden, Cannom, et al., 2006). 
Por exemplo, os intervalos RR regulares na fibrilação atrial podem indicar a presença de bloqueio AV 
completo, taquicardia juncional ou taquicardia ventricular. A fibrilação atrial pode ser transitória, começando e 
terminando subitamente e ocorrendo por um período de tempo muito curto (arritmia paroxística), ou pode 
ser persistente, exigindo que o tratamento termine o ritmo ou controle a frequência ventricular. A falta de 
consistência na descrição do padrão da fibrilação atrial acarretou o uso de vários rótulos (p. ex., aguda, 
crônica, paroxística, persistente, permanente) e dificuldade na avaliação comparativa dos tratamentos (Fuster, 
et al., 2006). 
A fibrilação atrial tem as seguintes características: 
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 Frequências ventricular e atrial: A frequência atrial é de 300 a 600; a frequência ventricular 
geralmente é de 120 a 200 na fibrilação atrial não tratada. 
 Ritmos ventricular a atrial: Altamente irregulares. 
 Formato e duração do QRS: Geralmente normais, mas podem ser anormais. 
 Onda P: Sem ondas P discerníveis; as ondas irregulares sinuosas que variam em amplitude e formato 
são observadas e são denominadas como ondas fibrilatórias ou ondas f. 
 Intervalo PR: Não pode ser medido. 
 Relação P:QRS: Muitas: 1. 
 
ARRITMIAS VENTRICULARES 
Taquicardia Ventricular. A TV é definida como três ou mais CVP seguidos, acontecendo em uma 
frequência superior a 100 bpm. As causas são similares às do CVP. Os pacientes com IM maiores e frações de 
ejeção mais baixas estão sujeitos a maior risco de taquicardia ventricular letal. A TV é uma emergência porque 
o paciente geralmente (embora nem sempre) não é responsivo e não tem pulso. A TV tem as seguintes 
características: 
 Frequências ventricular e atrial: A frequência ventricular é de 100 a 200 bpm; a frequência atrial 
depende do ritmo subjacente (p. ex., ritmo sinusal). 
 Ritmos ventricular e atrial: Geralmente regulares; o ritmo atrial pode também ser regular. 
 Formato e duração do QRS: A duração é igual ou superior a 0,12 s; formato estranho, anormal. 
 Onda P: Muito difícil de detectar, de modo que a frequência e o ritmo atrial podem ser 
indetermináveis. 
 Intervalo PR: Muito irregular, quando as ondas P são observadas. 
 Relação P: QRS: Difícil de determinar, porém, quando as ondas P são aparentes, em geral existem 
mais complexos QRS do que ondas P. 
 
Fibrilação Ventricular. 
A arritmia mais comum em pacientes com parada cardíaca é a fibrilação ventricular, que é o ritmo ven-
tricular desorganizado e rápido que provoca o tremor ineficaz dos ventrículos. Nenhuma atividade atrial é 
notada no ECG. A causa mais comum de fibrilação ventricular é a doença da artéria coronária e o IM agudo 
resultante. Outras causas incluem a TV não tratada ou tratada sem sucesso, amiocardiopatia, a valvopatia 
cardíaca, vários medicamentos pró-arrítmicos, anormalidades acidobásicas e eletrolíticas e choque elétrico. 
Outra causa é a síndrome de Brugada, na qual o paciente (frequentemente, de descendência asiática) tem um 
coração estruturalmente normal, poucos ou nenhum fator de risco para a doença da artéria coronária e uma 
história familiar de morte cardíaca súbita. A fibrilação ventricular tem as seguintes características: 
 Frequência ventricular:Superior a 300 por minuto. 
 Ritmo ventricular: Extremamente irregular, sem um padrão específico. 
 Formato e duração do QRS: Ondas sinuosas, irregulares, sem complexos QRS reconhecíveis. 
 
Assistolia Ventricular. 
A assistolia ventricular, comumente chamada de linha plana, é caracterizada por complexos QRS 
ausentes confirmados em duas derivações diferentes, embora as ondas P possam ser aparentes durante um 
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curto período. Não há batimento cardíaco, não há pulso palpável e não há respiração. Sem tratamento 
imediato, a assistolia ventricular é fatal. Principais causas: hipóxia, acidose, distúrbio eletrolítico grave, 
superdosagem de drogas, hipovolemia, tamponamento cardíaco, trauma , hipotermia, entre outros. 
 
ANORMALIDADES DE CONDUÇÃO 
Quando se avalia a fita de ritmo, o ritmo subjacente é identificado primeiramente (p. ex., ritmo sinusal, 
arritmia sinusal). Em seguida, o intervalo PR é avaliado quanto à possibilidade de um bloqueio AV. Os 
bloqueios AV ocorrem quando a condução do impulso através da área nodal AV ou do feixe de His está 
diminuída ou interrompida. Esses bloqueios podem ser causados por medicamentos (p. ex., digitálicos, 
bloqueadores dos canais de cálcio, betabloqueadores), doença de Lyme, isquemia e infarto do miocárdio, 
distúrbios valvares, miocardiopatia, endocardite ou miocardite. Quando o bloqueio AV é causado por tônus 
vagal aumentado (p. ex., treinamento esportivo por tempo prolongado, sono, tosse, aspiração, pressão acima 
dos olhos ou sobre os grandes vasos, estimulação anal), ele é comumente acompanhado de bradicardia 
sinusal. O bloqueio AV pode ser temporário e desaparecer por conta própria, e pode ser permanente e 
necessitar de marca-passo permanente. 
Os sinais e sintomas clínicos de um bloqueio cardíaco variam com a frequência ventricular resultante e a 
gravidade de quaisquer processos patológicos subjacentes. Enquanto o bloqueio AV de primeiro grau 
raramente causa qualquer efeito hemodinâmico, os outros bloqueios podem provocar frequência cardíaca 
diminuída, causando uma diminuição na perfusão para órgãos vitais, como cérebro, coração, rins, pulmões e 
pele. Um paciente com bloqueio AV de terceiro grau causado por intoxicação digitálica pode ser estável; outro 
paciente com o mesmo ritmo causado por infarto agudo do miocárdio pode ser instável. Os profissionais de 
saúde devem sempre ter em mente a necessidade de tratar o paciente, e não o ritmo. O tratamento é baseado 
no efeito hemodinâmico do ritmo. 
 
ATIVIDADE ELÉTRICA DE PULSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARDIOVERSÃO E DESFIBRILAÇÃO 
A cardioversão e a desfibrilação são usadas para tratar a taquiarritmia liberando uma corrente elétrica 
que despolariza uma massa crítica de células miocárdicas. Quando as células se repolarizam, o nodo sinoatrial 
geralmente é capaz de retomar o seu papel como o marca-passo do coração. Uma diferença importante entre 
Situação clínica, não uma disritmia especifica 
Observada quando uma atividade elétrica organizada (que não a TV). É observada no 
monitor cardíaco, mas o paciente está irresponsivo, não respira e não tem pulso. 
Apresenta mau prognóstico, a não ser que a causa subjacente seja 
identificada e tratada. 
O TTT inclui rcp de alta qualidade, acesso vascular, administração 
de epinefrina, inserção de via aérea avançada. 
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a cardioversão e a desfibrilação é o momento da liberação da corrente elétrica. Na cardioversão, a liberação 
da corrente elétrica é sincronizada com os eventos elétricos do paciente; na desfibrilação, a liberação da 
corrente é imediata e não sincronizada. 
 
CARDIOVERSÃO ELÉTRICA 
A cardioversão elétrica envolve a liberação de uma corrente elétrica “regulada” para terminar uma 
taquiarritmia. Na cardioversão, o desfibrilador é ajustado para sincronizar com o ECG em um monitor cardíaco, 
de modo que o impulso elétrico dispara durante a despolarização ventricular (complexo QRS). A sincronização 
impede que a descarga aconteça durante o período vulnerável da repolarização (onda T), o que poderia 
resultar em TV ou fibrilação ventricular. O monitor de ECG conectado ao desfibrilador externo geralmente 
demonstra uma marca ou linha que indica a sensação de um complexo QRS. Algumas vezes, a derivação e os 
eletrodos devem ser trocados para que o monitor reconheça o complexo QRS do paciente. Quando o 
sincronizador está ligado, nenhuma corrente elétrica é liberada se o desfibrilador não percebe um complexo 
QRS. Assim sendo, é importante garantir que o paciente está conectado ao monitor e selecionar uma 
derivação que permita a melhor detecção do complexo QRS. Como pode haver um curto retardo até o 
reconhecimento do QRS, os botões de descarga de um desfibrilador manual externo devem ser mantidos 
abaixados até que o choque tenha sido liberado. Na maioria dos monitores, o modo de sincronização precisa 
ser reativado se a cardioversão inicial não foi efetiva e for necessário repeti-la (ou seja, o aparelho é regulado 
automaticamente para o modo não sincronizado de desfibrilação). 
Quando a cardioversão é eletiva e a arritmia durou mais de 48 h, a anticoagulação por algumas semanas 
antes da cardioversão pode estar indicada. A digoxina é habitualmente suspensa por 48 h antes da 
cardioversão para garantir a retomada do ritmo sinusal com condução normal. O paciente é orientado a não se 
alimentar nem ingerir líquidos durante pelo menos 4 h antes do procedimento. Pás ou almofadas condutoras 
cobertas com gel são posicionadas na frente e atrás (anteroposteriormente) para a cardioversão. Antes da 
cardioversão, o paciente recebe sedação moderada IV, bem como medicamento analgésico ou anestesia. 
Então, a respiração é mantida com oxigênio suplementar liberado por um dispositivo de bolsa-máscara-
válvula, como equipamento de aspiração prontamente disponível. Embora os pacientes raramente necessitem 
de intubação, o equipamento fica próximo, em caso de necessidade. A quantidade de voltagem utilizada varia 
de 50 a 360 Joules, dependendo da tecnologia do desfibrilador e do tipo e duração da arritmia e do tamanho e 
do estado hemodinâmico do paciente. Se a fibrilação ventricular ocorrer após cardioversão, o desfibrilador é 
usado para desfibrilar o paciente (a modalidade sincronizada não é usada). 
As indicações de uma resposta bem-sucedida são a cardioversão para o ritmo sinusal, pulsos periféricos 
adequados e pressão arterial adequada. Por causa da sedação, a permeabilidade da via respiratória deve ser 
mantida e o estado de consciência do paciente é avaliado. Os sinais vitais e a saturação de oxigênio são 
monitorados e registrados até que o paciente fique estável e se recupere da sedação e dos medicamentos 
analgésicos ou anestesia. O monitoramento do ECG é necessário durante e após a cardioversão. 
 
DESFIBRILAÇÃO 
A desfibrilação é utilizada em situações de emergência como o tratamento de escolha para fibrilação 
ventricular e TV sem pulso, a causa mais comum de perda abrupta da função cardíaca e de morte súbita 
cardíaca. A desfibrilação não é empregada em pacientes conscientes ou com pulso. Quanto mais cedo a 
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desfibrilação é usada, melhor a taxa de sobrevida: Quando ela é empregada dentro de 1 min do início da TV ou 
fibrilação, a taxa de sobrevida é de 90%; quando ela é retardada por 12 min, a taxa de sobrevida é apenas de 2 
a 5%. Vários estudos demonstraram que a desfibrilação precoce realizada por pessoas leigas em um ambiente 
comunitário pode aumentar a taxa de sobrevida. Quando a RCP imediata é fornecida e a desfibrilação é reali-
zada dentro de 5 min, muitos adultosem fibrilação ventricular podem sobreviver com a função neurológica 
intacta (AHA, 2005). Um grande estudo constatou que a disponibilidade de DEA em locais públicos e sua 
utilização encurtou o intervalo entre o colapso e o reconhecimento do ritmo cardíaco e desfibrilação, 
aumentando significativamente o número de sobreviventes (Hazinski, Idris, Kerber, et al., 2005). Todavia, 
apenas uma minoria de paradas cardiorrespiratórias extra-hospitalares ocorreu em locais públicos e a previsão 
dos locais exatos de futuras paradas cardiorrespiratórias é difícil. Consequentemente, embora os DEA sejam 
clinicamente eficazes, o dinheiro gasto em equipamentos e treinamento para o uso do DEA pode ser mais bem 
aplicado em intervenções de prevenção (Pell, Walker & Cobber, 2007). 
A desfibrilação despolariza uma massa crítica de células miocárdicas de uma só vez; quando elas se 
repolarizam, o nodo sinoatrial geralmente retoma o seu papel como um marca-passo. A voltagem elétrica 
necessária para desfibrilar o coração geralmente é maior que aquela necessária para a cardioversão e pode 
causar mais lesão miocárdica. Os desfibriladores são classificados como monofásicos ou bifásicos. Os 
defibriladores monofásicos liberam a corrente em apenas uma direção e requerem cargas maiores de energia. 
Os desfibriladores bifásicos mais recentes liberam a carga elétrica para a pá positiva, devolvendo-a, em 
seguida, para a pá original. Esse sistema permite níveis de energia menores, possivelmente não progressivos 
(p. ex., 150 joules a cada desfibrilação) com lesão miocárdica potencialmente menor. Quando a desfibrilação 
não tem êxito, a RCP é imediatamente iniciada e outros tratamentos para suporte de vida avançado são 
iniciados. 
A epinefrina ou a vasopressina é administrada após a desfibrilação para facilitar a conversão da arritmia 
em um ritmo normal com a próxima desfibrilação. Esses medicamentos também podem aumentar o fluxo 
sanguíneo cerebral e coronário. Os medicamentos antiarrítmicos, como a amiodarona, lidocaína ou magnésio, 
são administrados quando a arritmia ventricular persiste. Esse tratamento com RCP contínua, administração 
de medicamentos e desfibrilação é mantido até que um ritmo estável seja retomado ou que se determine que 
o paciente não possa ser reanimado. 
 
TERAPIA COM MARCA-PASSO 
Um marca-passo é um aparelho eletrônico que proporciona estímulos elétricos para o músculo cardíaco. 
Os marca-passos costumam ser necessários quando um paciente apresenta, de modo permanente ou 
temporário, uma formação de impulso mais lenta que a normal ou distúrbio de condução AV ou ventricular 
sintomático. Eles também podem ser usados para controlar algumas taquiarritmias que não respondem a 
medicamentos. O marca-passo biventricular (ambos os ventrículos), também denominada terapia de 
ressincronização, pode ser usado para tratar insuficiência cardíaca avançada que não responde a 
medicamentos. A tecnologia dos marca-passos também pode ser usada em um cardioversor-desfibrilador 
implantável (p. ex., nos pacientes com doença da artéria coronária e uma fração de ejeção reduzida). 
Os marca-passos podem ser permanentes ou temporários. Os marca-passos temporários são usados 
para sustentar os pacientes até que eles melhorem ou recebam um marca-passo permanente (p. ex., depois 
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 25 
do IM agudo ou durante a cirurgia cardíaca aberta). Os marca-passos temporários são utilizados apenas em 
ambiente hospitalar. 
 
COMPLICAÇÕES DO USO DO MARCA-PASSO 
As complicações associadas aos marca-passos relacionam-se com sua presença dentro do corpo e com o 
funcionamento inadequado. As seguintes complicações podem surgir de um marca-passo: 
• Infecção local no sítio de entrada das derivações para o marca-passo temporário, ou no sítio subcutâ-
neo para posição do gerador permanente. Antibióticos profiláticos e irrigação com antibióticos da bolsa 
subcutânea antes do posicionamento do gerador diminuíram a taxa de infecção para menos de 2% 
(Fuster, et al., 2008). 
• Pneumotórax. Entretanto, o procedimento atual e o uso de bainhas seguras reduzem esse risco. 
• Sangramento e hematoma nos locais de entrada de derivações para o marca-passo temporário ou no 
sítio subcutâneo para a posição do marca-passo permanente. Em geral, isso pode ser tratado com 
compressas frias e de suspensão dos medicamentos antiplaquetários e antitrombóticos. 
• Hemotórax devido à punção da veia subclávia ou da artéria mamária interna. 
• Ectopia ventricular e taquicardia a partir da irritação da parede ventricular pelo eletrodo 
endocárdico. 
• Movimento ou deslocamento da derivação colocada por via transvenosa (perfuração do miocárdio). 
• Estimulação do nervo frênico, do diafragma (o soluço pode ser um sinal) ou do músculo esquelético, 
quando a derivação é deslocada ou quando a energia liberada (mA) estiver definida em um parâmetro 
elevado. A ocorrência dessa complicação é evitada com o teste durante a implantação do dispositivo. 
• Perfuração cardíaca resultando em derrame pericárdico e, raramente, tamponamento cardíaco, que 
pode ocorrer no momento da implantação ou meses depois. Essa condição pode ser reconhecida pela 
alteração na morfologia do complexo QRS, estimulação diafragmática ou instabilidade hemodinâmica. 
• Síndrome de Twiddler pode ocorrer quando o paciente manipula o gerador, causando desalojamento 
da derivação ou fratura da derivação. 
• Síndrome do marca-passo (instabilidade hemodinâmica causada pelo marca-passo ventricular e 
perda da sincronia AV). Isso causa sintomas leves em mais de 20% dos pacientes com marca-passo ven-
tricular e sintomas intensos em 5 a 7% desses pacientes (Fuster, et al., 2008). 
 
 SÍNDROME CORONARIANA AGUDA 
A SCA é uma situação de emergência, caracterizada pelo início agudo de isquemia miocárdica, que 
resulta em morte do miocárdio (i. e., IM) se não forem realizadas imediatamente intervenções definitivas. 
(Embora os termos oclusão coronária, ataque cardíaco e IM sejam usados como sinônimos, o termo preferido 
é IM.) O espectro da SCA abrange a angina instável, o IM sem elevação do segmento ST (IMSEST) e o IM com 
elevação do segmento ST (IMEST). 
Na angina instável, ocorre redução do fluxo sanguíneo em uma artéria coronária, frequentemente 
devido à ruptura de uma placa aterosclerótica, porém a artéria não está totalmente ocluída. Trata-se de uma 
situação aguda, que é algumas vezes designada como angina pré-infarto, visto que o paciente provavelmente 
irá sofrer IM se não forem efetuadas intervenções imediatas. 
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Em um IM, ocorre destruição permanente de uma área do miocárdio, tipicamente devido à ruptura de 
uma placa e formação subsequente de trombo, resultando em oclusão completa da artéria. Outras causas de 
IM incluem vasospasmo (constrição ou estreitamento súbitos) de uma artéria coronária, diminuição do 
suprimento de oxigênio (p. ex., em consequência de perda aguda de sangue, anemia ou pressão arterial baixa) 
e demanda aumentada de oxigênio (p. ex., em decorrência de uma frequência cardíaca rápida, tireotoxicose 
ou ingestão de cocaína). Em cada um desses casos, existe um profundo desequilíbrio entre o aporte e a 
demanda de oxigênio do miocárdio. 
A área de infarto desenvolve-se no decorrer de poucos minutos a várias horas. Como as células ficam 
privadas de oxigênio, ocorrem isquemia e lesão celular, e a falta de oxigênio resulta em infarto ou morte das 
células. A expressão “tempo é músculo” reflete a urgência do tratamento apropriado para melhorar o 
resultado do paciente. 
Várias descrições são utilizadas para identificar detalhadamente um IM: o tipo (IMSEST, IMEST), a 
localização da lesão na parede ventricular (paredeanterior, inferior, posterior ou lateral) e o momento no 
tempo dentro do processo do infarto (agudo, em evolução ou antigo). 
O ECG identifica habitualmente o tipo e a localização do IM, e outros indicadores no ECG, como onda Q, 
e a anamnese do paciente indicam o momento. Independentemente da localização, as metas da terapia clínica 
consistem em prevenir ou minimizar a morte do tecido miocárdico e evitar as complicações. 
 
Manifestações Clínicas 
A dor torácica que surge subitamente e que continua, apesar do repouso e da medicação, constitui o 
sinal de apresentação na maioria dos pacientes com SCA. Alguns desses pacientes exibem sintomas 
prodrômicos ou têm um diagnóstico prévio de DAC; entretanto, cerca de 50% não relatam sintomas prévios 
(AHA, 2007). Os pacientes podem apresentar uma combinação de sintomas, incluindo dor torácica, falta de ar, 
indigestão, náuseas e ansiedade. Podem ter pele fria, pálida e úmida. A frequência cardíaca e a frequência 
respiratória podem estar mais rápidas do que o normal. Esses sinais e sintomas, que são causados pela 
estimulação do sistema nervoso simpático, podem estar presentes durante apenas um curto período de 
tempo ou podem persistir. Em muitos casos, os sinais e os sintomas de IM não podem ser diferenciados 
daqueles da angina instável, explicando, assim, a evolução para o uso do termo SCA. 
 
SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA - SCA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TEMPO É MUSCULO 
 
 
↓ do fluxo sanguíneo em uma artéria 
coronária (frequentemente devido à ruptura 
de uma placa aterosclerótica) porém a 
oclusão não é total – ANGINA PRÉ-INFARTO. 
ANGINA INSTÁVEL 
A isquemia prolongada por apenas alguns 
min. = em lesão miocárdica, → tecido 
miocárdico → uma ↓ grave ou foi privado do 
suprimento de sangue e oxigênio – se a 
isquemia não for corrigida rapidamente, estas 
células morrerão ocasionando o infarto. 
INFARTO DO MIOCÁRDIO 
ACLS, 2013; BRUNNER & SUDDARTH 2014 
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Vejamos como é cobrado nas provas: 
 
7. (Prefeitura de Paranavaí-PR/AOCP/2011) Sobre a síndrome coronariana aguda (SCA) informe se é 
verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. 
( ) São sintomas atípicos da SCA: Mal estar, indigestão, dor epigástrica e sudorese, principalmente em 
idosos e em portadores de diabetes mellitus (DM). 
( ) A dor é localizada na região do hipocôndrio direito. 
( ) A dor geralmente não se altera por posição, movimento ou palpação. 
( ) O início da dor geralmente se dá em repouso. 
a) V – V – V – V. 
b) F – F – V – V. 
c) V – F – V – V. 
d) V – F – F – F. 
e) F – V – F – V. 
COMENTÁRIOS: 
Na anamnese do diagnóstico de Síndrome Coronariana Aguda (SCA), verificam-se os seguintes achados 
clínicos: 
Manifestações Clínicas da Síndrome Coronariana Aguda (SCA) 
 
 
 
 
Dor típica 
 
Qualidade Desconforto difuso, constritiva ou em peso. 
Localização Retroesternal. 
Irradiação 
 
Ombro, braço E, braço D, pescoço ou mandíbula. 
Não alterada por Posição, movimento, palpação. 
Início Geralmente em repouso. 
Sinais e sintomas associados Sudorese, náuseas, vômitos ou dispneia. 
Sintomas atípicos Mal estar, indigestão, dor epigástrica e sudorese, principalmente em idosos e em portadores de 
diabete melito (DM). 
Fatores de risco Tabagismo, HAS, dislipidemia, DM e história familiar de DAC precoce (homem < 55 e mulher < 65 
anos). 
O item nº 2 é o único incorreto, pois a dor é localizada na região do retroesternal, e não no hipocôndrio 
direito. 
 
 
 ANGINA DE PEITO 
A angina de peito é uma síndrome clínica habitualmente caracterizada por episódios ou paroxismos de 
dor ou pressão na região anterior do tórax. A etiologia consiste no fluxo sanguíneo coronário insuficiente, 
resultando em suprimento diminuído de oxigênio quando existe uma demanda aumentada de oxigênio do 
miocárdio em resposta ao esforço físico ou estresse emocional. Em outras palavras, a necessidade de oxigênio 
ultrapassa o seu suprimento. Em geral, a gravidade dos sintomas da angina baseiam-se na magnitude da 
atividade precipitante e no seu efeito sobre as atividades de vida diária. 
A angina é habitualmente causada por doença aterosclerótica. Quase sempre, a angina está associada a 
uma obstrução significativa de, pelo menos, uma artéria coronária principal. Normalmente, o miocárdio extrai 
Nessa tela, o gabarito da questão é a letra C. 
 
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uma grande quantidade de oxigênio a partir da circulação coronária para suprir suas demandas contínuas. 
Quando existe um aumento da demanda, o fluxo através das artérias coronárias precisa aumentar. Quando há 
bloqueio em uma artéria coronária, o fluxo não pode ser aumentado, resultando em isquemia. 
 
TIPOS DE ANGINA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vários fatores estão associados à dor anginosa típica: 
• Esforço físico, que pode precipitar um ataque ao aumentar a demanda de oxigênio do miocárdio. 
• Exposição ao frio, que pode causar vasoconstrição e pressão arterial elevada, com aumento da 
demanda de oxigênio. 
• Ingerir uma refeição pesada, que aumenta o fluxo sanguíneo para a área mesentérica para a 
digestão, reduzindo, assim, o suprimento sanguíneo disponível para o músculo cardíaco; em um coração 
gravemente comprometido, o desvio de sangue para a digestão pode ser suficiente para induzir dor 
anginosa. 
• Estresse ou qualquer situação que provoque emoção, causando a liberação de catecolaminas, o que 
aumenta a pressão arterial, a frequência cardíaca e a carga de trabalho do miocárdio. 
 
A angina instável não está associada a esses fatores listados. Pode ocorrer em repouso. 
 
A isquemia do músculo cardíaco pode produzir dor ou outros sintomas, cuja gravidade varia desde uma 
indigestão leve até a sensação de sufocação ou de peso na parte superior do tórax, incluindo desde 
desconforto até dor agonizante, acompanhada de intensa apreensão e sensação de morte iminente. A dor é, 
com frequência, sentida profundamente no tórax, atrás do esterno (área retroesternal). Tipicamente, a dor ou 
desconforto é mal localizado e pode irradiar-se para o pescoço, a mandíbula, os ombros e a face interna dos 
braços, habitualmente no braço esquerdo. Com frequência, o paciente tem uma sensação de aperto ou uma 
sensação de peso, sufocação ou estrangulamento, que tem uma qualidade compressiva insistente. O paciente 
com diabetes melito pode não ter dor intensa com a angina, visto que a neuropatia diabética pode atenuar a 
transmissão dos nociceptores, embotando a percepção da dor. As mulheres podem ter sintomas diferentes 
• Dor previsível que ocorre ao esforço, mas que é aliviada pelo repouso e/ou uso de 
nitroglicerina; 
Angina Estável 
• Angina Pré-Infarto; os sintomas ↑ de frequência e gravidade, podem não ser aliviados 
com repouso ou nitroglicerina; 
 
Angina Instável 
• Dor torácica intensa e incapacitante. 
Angina Intratável 
ou Refratária 
 
• Angina Prinzmetal. Dor em repouso, com elevação reversível do segmento ST → por 
vasoespasmo da artéria coronária; 
Angina Variante 
• Evidência objetiva de isquemia; alterações no ECG prova de esforço, porém paciente 
não relata nenhuma dor. 
Isquemia Silenciosa 
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dos homens, possivelmente porque a doença coronária nas mulheres tende a ser mais difusa e afeta longos 
segmentos da artéria, em lugar de segmentos separados. 
A dor pode ser acompanhada de sensação de fraqueza ou dormência nos braços, punhos e mãos, bem 
como falta de ar, palidez, sudorese,tonturas, náuseas e vômitos. Pode ocorrer ansiedade com a angina. Uma 
característica importante da angina é que ela cede com o repouso ou com a administração de nitroglicerina. 
Em muitos pacientes, os sintomas anginosos seguem um padrão estável e previsível. 
A angina instável caracteriza-se por ataques que aumentam de frequência e gravidade e que não são 
aliviados pelo repouso nem pela administração de nitroglicerina. Os pacientes com angina instável necessitam 
de intervenção médica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos algumas questões: 
 
8. (Prefeitura de Ibiporã-PR/AOCP/2011) Relacione as colunas e, em seguida, assinale a alternativa com a 
sequência correta. 
Tipo de Angina 
1. Angina Instável. 
2. Angina Estável. 
3. Angina Refratária. 
4. Angina Variante. 
 
Definição/sintomas 
(1) Os sintomas acontecem com o paciente em repouso, sintomas com maior frequência e 
duração. 
(2) A dor acontece aos esforços e é aliviada pelo repouso. 
(4) Dor torácica grave e intratável. 
(3) Dor em repouso com elevação reversível do seguimento ST (também chamada de Prinzmetal). 
a) 2 – 1 – 4 – 3. 
b) 1 – 2 – 3 – 4. 
c) 1 – 2 – 4 – 3. 
d) 3 – 4 – 2 – 1. 
e) 4 – 3 – 1 – 2. 
Síndrome 
Coronária 
Aguda - SCA 
• ≠ da angina estável, o desconforto associado à angina instável pode ser descrito 
como dor. 
• O Q.C e os achados do ECG do IAM e da angina instável podem ser idênticos – esse 
diagnóstico diferencial pode ser feito com base nos achados 
• Do exame físico, sintomas, histórico, fatores de risco, ECG de 12 devirações, 
exames laboratoriais (biomarcadores cardíacos) e outros testes diagnósticos. 
Síndrome 
Coronária 
Aguda - SCA 
• Miocárdio → subdividido em duas áreas: a metade interna é chamada de área 
subendocárdica e a metade externa, subepicárdica. 
• As artérias coronárias principais se localizam na superfície epicárdica do coração e 
alimentam essa área primeiro, antes de suprir as camadas mais internas do 
coração. 
• As áreas endocárdica e subendocárdica da parede miocárdica são as áreas menos 
perfundidas e de ↑ demanda de oxigênio, sendo mais vulneráveis à isquemia. 
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COMENTÁRIOS: 
Meus amigos, a AOCP adora explorar esse assunto em suas provas. Por isso, fiquem atentos. 
A angina de peito é uma síndrome clínica comumente caracterizada por episódios ou paroxismos de dor 
ou pressão na parte anterior do tórax. A causa é, em geral, o fluxo sanguíneo coronariano (artérias do coração) 
insuficiente. O fluxo insuficiente resulta em um aporte diminuído de oxigênio para satisfazer a uma demanda 
miocárdica aumentada de oxigênio em resposta ao esforço físico ou estresse emocional. Em outras palavras, a 
necessidade de oxigênio supera o suprimento. 
Em geral, a angina é causada por doença aterosclerótica. De maneira quase invariável, a angina está 
associada a uma obstrução significante de uma artéria coronária importante. Diversos fatores estão 
associados à típica dor anginosa: 
 Esforço físico, que pode precipitar uma crise por aumentar as demandas miocárdicas de oxigênio; 
 Exposição ao frio, que pode provocar vasoconstrição e uma pressão arterial elevada, a qual aumenta 
a demanda de oxigênio; 
 Ingerir uma refeição pesada, o que aumenta o fluxo sanguíneo para a área mesentérica (sistema 
gastrointestinal) para a digestão, reduzindo, assim, o aporte sanguíneo disponível para o músculo 
cardíaco. Em um coração gravemente comprometido, o desvio do sangue para a digestão pode ser 
suficiente para induzir a dor anginosa. 
Após exposição geral do tema, vamos fazer as devidas correlações propostas na questão: 
1. Angina Instável (conhecida como angina pré-infarto ou angina em crescendo) - os sintomas 
acontecem com o paciente em repouso, sintomas com maior frequência e duração; o limiar para dor é menor. 
2. Angina Estável - dor previsível e consistente que acontece aos esforços e é aliviada pelo repouso. 
3. Angina Refratária (conhecida como angina intratável) - dor torácica grave e intratável. 
4. Angina Variante (também chamada de Prinzmetal) - dor em repouso com elevação reversível do 
seguimento ST. 
 
 
09. (Instituto Inês/AOCP/2012) A dor torácica é a apresentação clínica mais comum da isquemia miocárdica 
ocorrendo em aproximadamente 80% dos casos. Sobre as características da dor torácica e sintomas 
associados, assinale a alternativa correta. 
a) Uma das características básicas da angina estável típica é o desconforto difuso, retroesternal, não afetado 
por posição, movimento ou palpação, podendo irradiar para ombros, braço esquerdo, braço direito, pescoço 
ou mandíbula. 
b) A dor dos pacientes com SCA (síndrome coronariana aguda) tem características semelhantes à da angina 
estável, mas os episódios são menos intensos e prolongados e, normalmente, ocorrem nos esforços. 
c) Entre os pacientes que apresentam angina pectoris, há três apresentações principais que sugerem o 
surgimento de uma SCA uma delas é a angina de repouso com geralmente menos de 20 minutos de duração. 
d) A angina estável típica não é aliviada pelo repouso nem pelo uso de nitrato sublingual. 
e) Angina em crescendo (maior frequência, maior duração ou ocorre com menor esforço que em eventos 
anginosos prévios) descarta o aparecimento de uma SCA. 
 
 
Dito isto, o gabarito da questão é a letra B. 
 
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COMENTÁRIO: 
Vamos detalhar cada item da questão: 
Item A. CORRETO. A dor torácica é a apresentação clínica mais comum da isquemia miocárdica, 
ocorrendo em aproximadamente 80% dos casos. 
A angina estável típica possui três características básicas: 
 É o desconforto difuso, retroesternal, não afetado por posição, movimento ou palpação, podendo 
irradiar para ombros, braço esquerdo, braço direito, pescoço ou mandíbula; 
 É reproduzida pelo esforço ou estresse emocional; 
 É prontamente aliviada pelo repouso ou pelo uso de nitrato sublingual. 
Item B. INCORRETO. O termo SCA (síndrome coronariana aguda) é empregado nas situações em que o 
paciente apresenta evidências clínicas e/ou laboratoriais de isquemia miocárdica aguda, produzida por 
desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio para o miocárdio, tendo como causa principal a 
instabilização de uma placa aterosclerótica. 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO! A SCA pode desencadear o infarto agudo do miocárdio (IAM) ou angina instável. 
Vamos tratar do IAM na aula sobre urgência, emergência e UTI. 
A dor dos pacientes com SCA tem características semelhantes à da angina estável, mas os episódios 
são mais intensos e prolongados e, normalmente, ocorrem em repouso. 
Frequentemente, vem acompanhada de sudorese, náuseas, vômitos, ou dispnéia. Não rara é a 
apresentação atípica, com queixas como mal estar, indigestão, dor epigástrica, sudorese, inclusive sem dor 
torácica associada, principalmente em idosos e diabéticos. 
Item C. INCORRETO. Entre os pacientes que apresentam angina pectoris, há três apresentações 
principais que sugerem o surgimento de uma SCA, caracterizando um agravamento do quadro: 
 Angina de repouso com geralmente mais de 20 minutos de duração; 
 Angina de início recente que limita a atividade; 
 Angina em crescendo (maior frequência, maior duração ou ocorre com menor esforço que em 
eventos anginosos prévios). 
 Item D. INCORRETO. A angina estável típica é prontamente aliviada pelo repouso bem como pelo uso 
de nitrato sublingual. 
Item E. A angina em crescendo (maior frequência, maior duração ou ocorre com menor esforço que em 
eventos anginosos prévios) é um estado de agravamento do quadro, podendo

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