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14/08/2013 
1 
Fabrício Martins Valois 
Graduação em medicina pela Universidade 
Federal do Maranhão (UFMA); 
Especialista em Pneumologia pela UNIFESP/EPM; 
Doutor em Ciências pela UNIFESP/EPM; 
Professor da disciplina de Semiologia da UFMA; 
Pneumonia adquirida 
na comunidade 
Fabrício Martins Valois 
Homem, 34 anos 
Congestão nasal, rinorreia e tosse seca há 2 dias 
Ontem, temperatura axilar 38 o C 
Ao exame físico, orientado, eupneico; 
Sem anormalidades à propedêutica complementar. 
Sem comorbidades 
Relato clínico
14/08/2013 
2 
Rinossinusite aguda 
(resfriado comum) 
Bronquite aguda 
(gripe) 
Pneumonia 
Doença respiratória febril aguda 
Rinossinusite aguda 
(resfriado comum) 
Bronquite aguda 
(gripe)  Pneumonia 
Sintomas rinossinusais, tosse seca 
Febre até 38 o C e < 4 dias  Febre>38 o C ou >4 dias 
Expectoração purulenta 
Freq. Cardíaca>100bpm 
Dispneia e/ou taquipneia 
Crepitações 
localizadas 
Quadro sistêmico 
Investigar: 
Radiografia de tórax, 
biomarcadores. 
Doença respiratória febril aguda 
Doença respiratória febril aguda
14/08/2013 
3 
Procalcitonina 
Biomarcador que eleva­se precocemente em infecções bacterianas 
moderadas a graves 
Simon, Clin Infec Dis, 2004 
Doença respiratória febril aguda 
0 
0,1 
0,25 
0,5 
Bactéria bastante improvável 
Bactéria improvável 
Bactéria provável 
Bactéria bastante provável 
Antibiótico 
Suporte 
PRO­RespStudy, Lancet, 2004; PRO­HOSPstudy,Virulence, 2010 
Procalcitonina 
Doença respiratória febril aguda
14/08/2013 
4 
Bronquite aguda 
Influenza A e B, parainfluenza, rinovirus, VSR 
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, Bordetela pertussis 
Complicada  Não­complicada 
Disfunção orgânica grave prévia  Previamente sadios 
Usar antibiótico 
Idosos, diabéticos, imunossuprimidos, 
ou com internação no ano anterior 
Evitar antibiótico 
Outras bactérias? 
220 pacientes ­ bronquite aguda; 
Azitromicina x Vitam ina C 
Desfechos não foram diferentes 
Evans, Lancet, v.159, 2002 
Bronquite aguda 
Influenza A e B, parainfluenza, rinovirus, VSR 
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, Bordetela pertussis 
Outras bactérias? 
Não­complicada 
Previamente sadios 
Evitar antibiótico 
Exceção 
Exacerbação de DPOC 
Escarro purulento 
Usar antibiótico 
Bronquite aguda 
Influenza A e B, parainfluenza, rinovirus, VSR 
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, Bordetela pertussis 
Outras bactérias?
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5 
Pneumonia 
Bronquite aguda 
Bronquite aguda complicada 
Suspeita de coqueluche* 
Exacerbação de DPOC 
Com secreção purulenta 
Doença respiratória febril aguda 
Necessidade de antimicrobianos 
Homem, 34 anos 
Congestão nasal, rinorreia e tosse seca há 2 dias 
Ontem, temperatura axilar 38 o C 
Ao exame físico, orientado, eupneico; 
Sem anormalidades à propedêutica complementar. 
Sem comorbidades 
Relato clínico 
Sem necessidade de investigação 
♂, 74 anos; Febre, tosse, expectoração há 1 dia; crepitações em base D; 
Tabagista; antecedente de revascularização miocárdica. 
Leucocitose com desvio à esquerda. 
Onde tratar? 
Relato clínico 
Qual antibiótico?
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6 
0 
5 
10 
15 
20 
25 
30 
35 
40 
Ambulatorial  Hospital  Bacterêmico Ambulatorial  Hospital ização 
breve 
Hospital  Idoso  Bacterêmico  UTI 
Mortalidade % 
Mortalidade em grupos específicos de PAC 
Adaptado de Fine MJ, JAMA; 274, 1996. 
Pneumonia bacteriana 
Avaliação de gravidade ­ PSI ou CRP­65 
PORT 
I 
II 
III
IV 
V 
Mortalidade % 
0,1 
0,6 
2,8 
8,2 
29,2 
Tratamento 
Ambulat. 
Ambulat. 
Internação breve 
Internação 
Internação 
Confusão mental recente 
Freq.Respiratória ≥ 30irpm 
PAS < 90mmHg ou PAD < 60mmHg 
Idade > 65 anos 
Itens 
0 
1 ou 2 
≥ 3 
Mortalid. 
1,2% 
8,1% 
31% 
Tratam. 
Ambulat. 
Intern. 
Intern. 
IDSA/ATS (2007), SBPT (2009) 
Pneumonia bacteriana 
Confusão 
Respiração ≥ 30irm 
Pressão < 90x60mmHg 
65 anos (+) 
Comorbidades 
Oximetria < 90% 
Rx‐tórax > 1 lobo 
Condições 
de uso dos 
fármacos em 
casa 
0  0  C 
D D 1 ou + 
Ambulatorial 
Hospitalar 
Pneumonia bacteriana 
Onde tratar?
14/08/2013 
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Onde tratar? 
Pneumonia bacteriana 
Pneumonia grave  Critérios Maiores 
Critérios Menores 
Necessidade de ventilação mecânica 
Choque séptico 
PaO 2 /FiO 2 < 250 
Infiltrados multilobares 
PAS < 90mmHg 
Freq. Resp. ≥ 30irpm 
Confusão recente 
Uréia > 50mg/dl 
Leucopenia (<4000/mm 3 ) 
Plaquetopenia (<100.000/mm 3 ) 
Hipotermia (<36º C) 
Ewig S. Thorax, 2004 IDSA/ATS,Cl in Infec Dis; 2007. 
Pneumonia que 
necessita 
de UTI 
Pneumonia bacteriana 
Adaptado de Fi le TM, Lancet; 362, 2003 
Ambulatorial 
Streptococcus pneumoniae 
Mycoplasma pneumoniae 
Haemophilus influenzae 
Chlamydiophyla pneumoniae 
Vírus respiratórios 
Hospital 
Streptococcus pneumoniae 
Mycoplasma pneumoniae 
Chlamydiophyla pneumoniae 
Haemophilus influenzae 
Legionella spp 
Aspiração 
Vírus respiratórios 
UTI 
Streptococcus pneumoniae 
Legionella spp 
Haemophilus influenzae 
Pseudomonas aeruginosa 
Klebsiella pneumoniae 
Staphylococcus aureus 
Onde tratar? 
Streptococcus pneumoniae 
Mycoplasma pneumoniae 
Haemophilus influenzae 
Chlamydophyla pneumoniae 
Vírus 
Legionella pneumophila 
Moraxella catarrhalis 
Pseudomonas aeruginosa 
Klebsiella pneumoniae 
Staphylococcus aureus 
Pneumonia bacteriana 
Como tratar? 
Etiologia da PAC
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8 
Pneumonia “típica” 
Quadro agudo: 
tosse produtiva, febre, dor 
torácica, toxemia... 
Pneumonia “atípica” 
Quadro insidioso: 
tosse seca, febrícula 
Streptococcus pneumoniae 
Haemophilus influenzae 
Moraxella catarrhalis 
Mycoplasmapneumoniae 
Chlamydophylapneumoniae 
Legionellapneumophila 
Pneumonia bacteriana 
Como tratar? 
Pneumonia bacteriana 
Como tratar?
Boa acurácia 
Faci l idade de execução 
Resultado rápido 
Baixo custo 
Disponibi l idade 
Hemoculturas 
Cultura de escarro 
Antígenos urinários 
Aspirado endotraqueal 
Sorologias 
Lavado bronco­alveolar 
Escovado brônquico protegido 
30­60% permanecerão sem etiologia 
Tratamento empírico ou dirigido? 
Desfecho primário: Tempo de permanência no hospital 
Desfechos secundários: falência terapêutica, mortalidade em 30 dias, 
duração do tratamento, resolução da febre, efeitos adversos e qualidade 
de vida. 
Estudo prospectivo randomizado 
Pneumonia bacteriana
14/08/2013 
9 
134 pacientes no grupo 
de tratamento empírico 
128 pacientes no grupo 
de tratamento dirigido 
Hemoculturas, gram e cultura de espécime de v ias aéreas inferiores, 
pesq. de antígeno de Pneumococo e Legionella, sorologias. 
ß ­lactâmico/inib. de ß­lactamase 
associado a eritromicina IV 
UTI: Ceftazidime e eritromicina IV 
Penicilina, eritromicina, 
Amoxicilina/clavulanato, 
flucloxacilina 
van der Eerden. Thorax; 60, 2005. 
Pneumonia bacteriana 
van der Eerden. Thorax; 60, 2005. 
Pneumonia bacteriana 
van der Eerden. Thorax; 60, 2005. 
Pneumonia bacteriana
14/08/2013
10 
Conclusões: 
O tratamento na empírico PAC é tão efetivo quanto o dirigido. 
Maior incidência de efeitos adversos no grupo de tratamento empírico. 
Pneumonia bacteriana 
Iniciar empiricamente 
(etiologia provável e suscetibilidade) 
Iniciar precocemente 
Ajustar posteriormente 
(conforme identificação de 
germe) 
Proposta atual 
Pneumonia bacteriana 
Ambulatorial 
Macrolídeo 
AzitromicinaouClaritromicina 
ou 
Quinolona respiratória 
Levofloxacino,Moxifloxacino ou Gemifloxacino 
Hospitalar 
Quinolonarespiratória 
Levofloxacino,Moxifloxacino ou Gemifloxacino 
ou 
Macrolídeo + Beta‐lactâmico 
Azitromicina, Clarit. + Ceftriaxone, Cefotaxima 
Pneumonia bacteriana 
Como tratar?
14/08/2013
11 
Uso de corticosteróide 
Doença pulmonar 
Alcoolismo 
Uso recente de antibacteriano 
Hospitalização recente 
S. Pneumoniae, H. Influenzae e 
Bacilos gram­negativos 
Sem risco para P. aeruginosa 
Com risco para P. aeruginosa 
ß­lactâmico intravenoso 
Ceftr iaxone, cefotaxima ou Ampicilina/sulbactam 
Macrolídeo  intravenoso 
Azitromicina ou claritromicina 
E 
Legionella sp., M. Pneumoniae 
Chlamydophila sp. 
Fluoroquinolona  intravenosa 
Levofloxacino ou moxifloxacino 
ou 
ß­lactâmico intravenoso anti­Pseudomonas 
Ciprofloxacino ou Levofloxacino 
E 
Cefepime, Piperacilina­tazobactam, 
Imipenem ou meropenem 
Azitromicina E aminoglicosídeo 
ou 
Patógenos acima e P. aeruginosa 
Tratamento  Cobertura 
Arancibia F.Arch Intern Med; 162, 2002 
Tratamento empírico proposto para PAC grave 
Adaptado de IDSA/ATS,Cl in Infect Dis, 2007 
Pneumonia bacteriana 
Tempo de tratamento 
Adaptado de IDSA/ATS,Cl in Infect Dis, 2007 
Pneumonia bacteriana 
Controle da infecção em 3­4 dias 
Azitromicina ou gemifloxacino – 5 dias 
Demais fármacos – 7 dias 
Imunossupressão grave – 7­10 dias 
Não­fermentadoras – 14­21 dias 
S. pneumoniae resistente a penici l ina 
S. Aureus resistente a oxaci l ina 
Vírus 
Anaeróbios 
Relevância clínica extremamente discutível 
Fatores de risco: idade <2 ou >65, uso de ß­lactâmico nos últimos 
3 meses, alcoolismo, imunossupressão, comorbidades, 
exposição a crianças de creches 
Tratamento específico: Ceftriaxone ou quinolona 
NiedermanMS.Chest; 4, 2007. 
Pneumonia bacteriana 
Como tratar?
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12 
Relatos de infecção associada a doença viral 
Doença rapidamente progressiva, bilateral, com cavitação, derrame 
pleural e tendência a instabilidade hemodinâmica 
Tratamento específico: Vancomicina, clindamicina, SMX/TMP, 
gentamicina e quinolonas 
S. pneumoniae resistente a penici l ina 
S. aureus resistente a oxaci l ina 
Vírus 
Anaeróbios 
NiedermanMS.Chest; 4, 2007. 
Pneumonia bacteriana 
Como tratar? 
Tratamento efetivo se iniciado até 48 horas do início dos sintomas 
(oseltamivir ou zanamivir) 
S. pneumoniae resistente a penici l ina 
S. Aureus resistente a oxaci l ina 
Vírus 
Anaeróbios 
NiedermanMS.Chest; 4, 2007. 
Pneumonia bacteriana 
Como tratar? 
Risco de agravamento: 
Crianças < 2anos 
Adultos 60 anos 
Gestantes 
Doença crônica 
Imunossupressão 
Menores de 20 anos com AAS 
Indígenas 
Obeso mórbido 
Impacto clínico discutível 
Abordagem específica se perda repetida de consciência, escarro pútrido, 
doença periodontal, abscesso pulmonar ou pneumonia necrotizante 
Tratamento específico: ß ­lactâmico/inib. de ß­lactamase, carbapenêmico, 
clindamicina ou metronidazol/penicilina 
S. pneumoniae resistente a penici l ina 
S. Aureus resistente a oxaci l ina 
Vírus 
Anaeróbios 
NiedermanMS.Chest; 4, 2007. 
Pneumonia bacteriana 
Como tratar?
14/08/2013
13 
♂, 74 anos; Febre, tosse, expectoração há 1 dia; crepitações em base D; 
Tabagista; antecedente de revascularização miocárdica. 
Leucocitose com desvio à esquerda. 
Iniciados Ceftriaxone e 
Claritromicina 
2º dia após antibacterianos: 
PIORA CLÍNICA e 
DESESPERO DO MÉDICO 
Relato clínico 
Terapias sem evidência de benefício 
Broncodilatadores 
Antitussígenos 
Mucolíticos 
Corticoides inalados 
Antioxidantes 
Vasodilatadores/antiproliferativos 
Fisioterapia respiratória 
Corticosteroides nas infecções leves­moderadas? 
Corticosteroides nas infecções graves? 
Corticosteroides em doses baixas? 
Corticosteroides em doses al tas? 
Corticosteroides em infecções virais? 
Sem evidências de benefício 
Sem evidências de benefício 
Sem evidências de benefício 
Sem evidências de benefício 
Sem evidências de benefício
14/08/2013
14 
♂, 74 anos; Febre, tosse, expectoração há 1 dia; crepitações em base D; 
Tabagista; antecedente de revascularização miocárdica. 
Leucocitose com desvio à esquerda. 
Iniciados Ceftriaxone e 
Claritromicina 
2º dia após antibacterianos: 
PIORA CLÍNICA e 
DESESPERO DO MÉDICO 
Transferência à UTI 
Ventilação Invasiva 
Alta hospitalar após 3 semanas 
Relato clínico 
Ventilação não­invasiva 
Considerar em pacientes com PAC grave e 
insuficiência respiratória hipoxêmica 
Exceto se: 
Instabilidade hemodinâmica 
Arritmias 
Secreção abundante 
Intolerância à máscara 
Sem melhora cognitiva 
Piora da dispneia / troca gasosa 
♂, 74 anos; Febre, tosse, expectoração há 1 dia; crepitações em base D; 
Tabagista; antecedente de revascularização miocárdica. 
Leucocitose com desvio à esquerda. 
Iniciados Ceftriaxone e 
Claritromicina 
2º dia após antibacterianos: 
PIORA CLÍNICA e 
DESESPERO DO MÉDICO 
Transferência a UTI 
Ventilação Invasiva 
Alta hospitalar após 3 semanas 
Relato clínico
14/08/2013
15 
DÚVIDAS 
Na área restrita do aluno 
no item Dúvidas

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