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1 FUNDAMENTOS DE ECONOMIA – Conceitos Profª Andrea Sampaio Vianna O que é Economia? Definição: Economia é uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-lo entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas, ou seja, economia também pode ser definida como a administração da escassez dos recursos de produção. A Economia tem caráter social, embora utilize instrumental matemático e estatístico. Não é uma ciência exata, pois não é possível conhecer com precisão os atos futuros das pessoas; e a Economia depende de como as pessoas agem ao produzir, obter renda, gastar...Onde há gente, há subjetividade. Em qualquer sociedade, os recursos de produção são escassos; contudo, as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vári os grupos da sociedade. Como os países agem para administrar os recursos escassos? Adotam uma forma, um sistema para organizar a produção; as formas de organização existentes são chamadas de Sistemas econômicos. Sistemas econômicos: É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que a população utiliza. O sistema econômico adotado determina a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. Os elementos básicos de um sistema econômico são: 1. Estoques de recursos produtivos ou fatores de produção: total de mão-de-obra, capital (máquinas, ferramentas, instalações físicas), terra, capacidade empresarial e tecnologia de que o país dispõe, em dado momento. 2. Complexo de unidades de produção: empresas, fábricas. 3. Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: base de organização da sociedade e apoio ao funcionamento do sistema adotado. Quais são os Sistemas Econômicos? Sistema Capitalista / economia de mercado e Sistema Socialista / economia centralizada ou planificada. Capitalismo : sistema regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. O mercado é o conjunto de compradores e 2 vendedores de um produto. Com relação à livre iniciativa e à propriedade privada, são conceitos que podem ser visualizado no caput do artigo 170 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Até o início do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o sistema de economia de mercado pura, onde não havia a intervenção do Estado na atividade econômica. Porém em 1930 passou a predominar o sistema de economia de mercado mista, onde prevalecem as forças de mercado, mas com a atuação e intervenção do Estado, através das idéias de John Maynard Keynes. Socialismo: sistema regido por um órgão central de planejamento (o Estado), predominando a propriedade pública dos fatores de produção. Os bens de produção são de controle direto do Estado. A iniciativa de produzir pertence ao Estado. Após a dissolução da União Soviética em dezembro de 91, este sistema perdeu representatividade. Elemento Capitalismo Socialismo Fatores de produção Propriedade privada Propriedade coletiva Iniciativa da produção Livre (empresas) Central (Estado) Coordenação da produção Mercado Estado Público-alvo Quem pode pagar Quem precisa O Pensamento Econômico Vamos abordar pontualmente alguns pensadores desta ciência, pois há grande variedade de estudos. A Economia é vista como Ciência a partir do século 16, quando há a preocupação de formular políticas para que os Estados-nacionais enriqueçam. Nesta época (séculos 16 a 18), a recomendação era calcada no Mercantilismo: todo país deve acumular metais para se fortalecer. Encerrada a fase mercantilista, devido ao esgotamento do processo de colonização, surge o 1º autor a elaborar uma análise completa e coerente do capitalismo: Adam Smith. Adam Smith: sua teoria sobre o sistema está em “A Riqueza das Nações”, publicado em 1776. Uma das idéias mais importantes é o conceito de mão invisível, que parta Smith é um processo natural no qual cada um busca seu progresso, e mesmo sem intenção, causa o progresso da sociedade. Por exemplo: se um capitalista decide organizar uma manufatura para ter lucros, contratará trabalhadores. O capitalista o fez pensando em seu progresso, mas ajudará no progresso dos operários que agora terão salário. Se cada agente na economia busca sempre o máximo bem-estar, Smith conclui que se chegará assim ao bem-estar econômico geral. Portanto, é desnecessário que o governo intervenha na economia; surge a idéia de Estado liberal, aquele que não intervém na economia. Desta visão de Smith tem-se um resgate nos dias atuais, que é a corrente neoliberal: defende a mínima intervenção do governo na economia – o Estado mínimo. Karl Marx: em 1867 publicou o 1º volume de “O Capital”, sua grande obra. Os volumes 2 e 3 foram publicados após sua morte em 1883. Seu objetivo não era apenas entender as leis de movimento do capitalismo, mas propor a transformação deste sistema de produção, o que implicaria mudanças sociais e políticas. Marx destacava que o sistema se baseava na exploração dos trabalhadores pelos capitalistas. Previa que surgiria o sistema socialista, 3 onde não haveria posse privada dos recursos de produção, nem diferenciação de classes sociais. Neoclássicos: grupo de economistas que surge ao fim do século 19, e que afirma que a economia se baseia no desejo de cada agente de maximizar seus benefícios. Desta forma, o capitalista maximiza lucro, o empregado maximiza salário; não há conotação de bondade ou maldade nisto. É o mercado que resolve os problemas de crise na economia. Para este grupo, a economia tende naturalmente a usar ao máximo seus recursos produtivos. Os neoclássicos desenvolvem enfoque bastante matematizado da economia, originando a abordagem conhecida como Microeconomia. John Maynard Keynes: sua teoria encontra-se na obra “Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda”, escrita em 1936. Contradiz os neoclássicos, que acred itam que o mercado resolve as crises. Para Keynes, o estado deve intervir na condução da economia, para levá-la a funcionar usando melhor seus recursos. Ele explicou que o capitalismo é incerto, e os agentes decidem com base em expectativas; não é possível ser exato, mesmo usando cálculos sofisticados, porque a realidade é imprevisível. Keynes ressalta que na verdade nada garante o “pleno emprego” dos recursos produtivos de um país; para ele, na prática tal situação não existe. Portanto o governo deve conduzir a economia, através de mecanismos chamados políticas macroeconômicas. Foi Keynes quem iniciou o desenvolvimento da abordagem chamada de Macroeconomia. _________,,__________,,__________ Divisões do estudo da Economia: Micro X Macro A Macro aborda questões do conjunto da economia de um país, ou ligadas à economia internacional. Mostra melhor a tendência de variáveis como Produto do país, Inflação, Nível de Emprego, balança comercial, etc.. Já a Microeconomia adota uma visão de setores ou agentes da economia do país, permitindo melhor conhecimento dos detalhes e especificidades. Estuda elementos como o mercado, o comportamento do consumidor, como se forma o preço em um setor, produção e custos na empresa, etc.. Lado Real X Lado Monetário O lado Real se ocupa da Produção e do Emprego; já o monetário, da moeda nacional edo mercado de títulos. Ver o modelo do Fluxo Circular da Renda . 4 Curva de Demanda B A Quantidade (Q) Pr eç o (P ) Pb Pa Qb Qa FUNDAMENTOS DE ECONOMIA- OFERTA E DEMANDA Profª Andrea Sampaio Vianna O Mercado: a interação entre Oferta e Demanda Demanda de Mercado A demanda ou procura pode ser definida como a QUANTIDADE de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam e podem adquirir em determinado período de tempo. Fatores (Variáveis) que Causam uma Mudança na Demanda 1. Variação no Preço do produto; 2. Variação no preço de outros bens substitutos ou complementares 3. Renda dos consumidores; 4. Preferências, hábitos ou gostos dos consumidores . Estudo: Como o Preço de X afeta a quantidade demandada, considerando que os demais fatores estejam constantes (ou seja, coeteris paribus)? Resposta: Lei Geral da Demanda = “ Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, coeteris paribus”. OU: “Se Preço de X sobe, a quantidade demandada cai; se o preço de X cai, a quantidade demandada sobe”. Curva de Demanda – mostra a relação entre preço de um bem X e a quantidade demandada: A curva de procura (demanda) inclina-se de cima para baixo, no sentido da esquerda para a direita, refletindo o fato de que a quantidade procurada de determinado produto varia inversamente com relação a seu preço, coeteris paribus. Estudo: Como o Preço de outro produto (Y) afeta a Demanda de X, considerando que os demais fatores estejam constantes (ou seja, coeteris paribus)? 1. Se X e Y são Bens Substitutos – são bens em que o consumo de um substitui o consumo de outro Exemplo de bens substitutos: carne e frango são geralmente consideradas substitutos; se o preço do frango aumenta, os consumidores compram menos frango (Y), e passam a comprar mais carne (X). Oferta Produtores Vendedores Demanda Consumidores 5 Oferta Quantidade Pr eç o Qa Qb Pa Pb A B 2. Bens Complementares – bens que são consumidos juntos. Ex.: Impressora (X) e cartucho de tinta (Y). Se o preço do cartucho aumenta, os consumidores compram menos daquela marca de impressora (X). Estudo: Como a renda dos consumidores afeta a Demanda de X, considerando que os demais fatores estejam constantes (ou seja, coeteris paribus)? Depende se X é...: 1. Bem Normal – aquele cuja demanda cresce quando a renda aumenta, e cai se a renda cai. (Exemplo: CD’s são geralmente considerados um bem normal ; viagens; ida ao restaurante). 2. Bem Inferior – aqueles cuja demanda varia em sentido inverso à renda. Ex.: Aumento da renda do consumidor, ele diminuirá o consumo de carne de segunda e aumentará o consumo de carne de primeira. Estudo: Como a preferência dos consumidores afeta a Demanda de X, considerando que os demais fatores estejam constantes (ou seja, coeteris paribus)? Se aumenta a preferência, aumenta a demanda. Se a preferência cai, a demanda também cai. Oferta de Mercado Oferta não é uma promoção, nem é preço baixo. Oferta é a QUANTIDADE de um bem que os empresários ou produtores desejam oferecer no mercado, em um determinado período de tempo. Fatores (Variáveis) que Causam uma Mudança na Oferta de Mercado 1. Preço do produto “X” no mercado 2. Custos 3. Tecnologia 4. Número de empresas que atuam no mercado de X. Estudo: Como o Preço de X afeta a Oferta de X, considerando que os demais fatores estejam constantes (ou seja, coeteris paribus)? A resposta é a: Lei Geral da Oferta – a quantidade ofertada varia na mesma direção que o preço. Se o preço de X aumenta, a quantidade ofertada aumenta também. Se o preço de X cai, a quantidade ofertada também cai. O preço é e “prêmio” do empresário. Curva de Oferta – um gráfico que mostra a relação entre o preço de um bem e a quantidade ofertada. 6 Estudo: Como os custos afetam a Oferta de X, considerando que os demais fatores estejam constantes (ou seja, coeteris paribus)? Já que os demais fatores estão constantes, o Preço de X não será mudado. Se há aumento de custos, a margem de lucro cai, reduzindo a atração do empresário pelo produto: a oferta de X cai. Se os custos caírem, a margem de lucro aumenta, elevando o interesse do empresário pelo produto: a oferta de X aumenta. Estudo: Como a tecnologia afeta a Oferta de X, considerando que os demais fatores estejam constantes (ou seja, coeteris paribus)? A tecnologia sempre age para que a empresa tenha mais benefícios, com redução de custos; logo, com avanço tecnológico a oferta aumentará. Estudo: Como o número de empresas no mercado afeta a Oferta de X, considerando que os demais fatores estejam constantes (ou seja, coeteris paribus)? Se há mais empresas, a quantidade ofertada aumenta. Se o número de empresas cai, a quantidade ofertada cai. Equilíbrio de Mercado O mercado regula os interesses de produtores e consumidores: os produtores querem ganhar o máximo possível; enquanto os consumidores querem pagar o mínimo possível. O resultado desse processo são os preços de equilíbrio, ou seja, é o patamar no qual consumidores e produtores realizam seus interesses. (O equilíbrio ocorre quando Qd = Qo ) Há 2 tipos de Desequilíbrio: Excesso de Demanda: quando P=15, a demanda é de 40, mas a oferta é de 5. Resultado: Os compradores não conseguem o que querem. Logo, a “competição” entre os compradores faz com que os preços aumentem (o preço irá aumentar até trazer o mercado para o equilíbrio). Excesso de Oferta: quando P=25, a demanda é de 0 unidades, mas a oferta é de 25. Resultado: As empresas constatam sobre do produto nas prateleiras. Se há muitos concorrentes, reduzem o preço para vender o produto. Como achar o equilíbrio quando se tem as equações da Oferta e Demanda? Se Q = 300 – 8p (demanda) e Q = 48 + 10p (oferta), basta igualar as equações: 300 – 8p = 48 + 10p 300 – 48 = 10p + 8p 252 = 18p P= 14 Equilíbrio 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Quantidade Pr eç o E Oferta Demanda 7 Tendo o preço de equilíbrio, para achar a quantidade basta substituí -lo em uma das 2 equações: 300 – 8 (14) = 188 ou 48 + 10 (14) = 188. Faça o mesmo para as equações: Q = 80 – 5p e Q = 20 + p (R.: p = 10, Q = 30). 8 ESTRUTURAS DE MERCADO Para classificar uma estrutura de mercado, deve-se observar os seguintes elementos: Número de empresas que atuam neste mercado; Tipo do produto: heterogêneo (diferenciável de outros fabricantes) ou homogêneo (idêntico ao de outros fabricantes). Se existem ou não barreiras à entrada de novas empresas nesse mercado *Barreiras à entrada são vantagens que uma empresa desenvolve, para conquistar e manter uma parcela cativa dos clientes. Ex.: marca; patente; ganho de licitação. São barreiras para que os concorrentes tenham dificuldades em invadir a parcela de mercado da empresa. Quando o investimento inicial é muito grande, também funciona como barreira à entrada de concorrentes. Formação do preço: preço competitivo (através de oferta x demanda) ou regra de “mark up”, na qual P = custo unitário + (margem % lucro X custo unitário). Concorrência pura ou perfeita - Quanto ao nº de empresas: Grande número de empresas atuantes; mercado “atomizado”. - Obs.: Uma empresa, isoladamente, não afeta os níveis de oferta do mercado e, consequentemente,o preço de equilíbrio. - Tipo de produto: homogêneo; não existe diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas concorrentes. - Barreiras à entrada: Não existem . - Obs.: Transparência do mercado: todas as informações sobre lucros, preços, etc. são conhecidas por todos os participantes do mercado. - Formação do preço: Preço competitivo O modelo de mercado em concorrência perfeita tem como principal utilidade, entender como se formam os preços competitivos. Na realidade, não existe um mercado que funcione exatamente de acordo com as características acima, na economia real. Encontramos alguns com funcionamento bem parecido, como o de produtos hortifrutigranjeiros. Monopólio - Quanto ao nº de empresas: Há apenas 1 empresa dominando a oferta de um produto. - Tipo de produto: homogêneo, até porque não há outro fabricante para se comparar. - Barreiras à entrada: existem várias. - Formação do preço:através de mark up, fixado pela monopolista. Como é exclusiva no mercado, a empresa tem grande liberdade para fixar preços, podendo ser supervisionada pelo governo. - Casos legais de monopólio: (1) Monopólio puro ou natural: o preço ficaria mais alto para o consumidor, se houvesse mais de uma empresa. Com uma só empresa, ocorrem economias de escala e custos unitários bastante baixos, que permitem cobrar preços menores. (2) Por patentes: a empresa é a única que detém a tecnologia apropriada para produzir aquele determinado bem. O governo fornece o monopólio através da patente (Brasil: Instituto Nacional da Propriedade Industrial), por um determinado período de tempo. 9 (3) Monopólios institucionais ou estatais: em setores considerados estratégicos ou de segurança nacional, por decisão do governo. Oligopólio - Quanto ao nº de empresas: um pequeno grupo de empresas domina uma grande fatia do mercado, sendo chamadas de empresas-líderes; pode haver concorrentes menores, que detêm pequenas parcelas, sendo chamadas empresas-satélites. - Obs.: As satélites, de menor peso no mercado, têm sempre que se ajustar aos preços das líderes, que são as oligopolistas. - Tipo de produto: Os produtos podem ser diferenciados (como a indústria automobilística) ou homogêneos (alumínio, cimento); - Barreiras à entrada: existem várias. - Formação do preço:através de mark up. - Obs.: Este tipo de estrutura é propícia a combinações de quantidades, regiões ou preços entre as empresas-líderes; isto caracteriza o cartel (organização de produtores que combinam preços e/ou estratégias), que é uma prática ilegal. - Interferência do governo: a Constituição prevê em seu art. 170 a defesa da livre concorrência, com o intuito de evitar a concentração excessiva no mercado. O art. 173 da Constituição Federal define o papel do Estado na ordem econômica, impedindo o abuso do poder econômico. Esta função é exercida na maior parte pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE. O oligopólio é a estrutura de mercado mais comum em uma economia capitalista com certo grau de desenvolvimento. Isto porque a concentração do mercado ( = grande percentual de vendas nas mãos de poucas empresas) é um processo natural da evolução capitalista. A tendência à formação de cartéis é maior, quando há menos concorrentes em um setor. REFLEXÃO: Em um mercado de concorrência perfeita existe combinação de preços? O que diferencia um oligopólio de um monopólio? Qual é a relação entre a formação de preço e a existência de barreiras à entrada? TEORIA DA PRODUÇÃO E DOS CUSTOS; RECEITA E LUCRO Em Microeconomia, a Teoria da Empresa se divide entre: Teoria da Produção: Relaciona as quantidades do produto obtido (Q) com as quantidades dos insumos (fatores de produção, chamados K e L). Teoria dos Custos: Relaciona as quantidades do produto obtido (Q) com os custos de produzir, ou seja, relaciona Q e os preços de K e L. 10 Teoria da Produção A produção é a transformação dos fatores de produção em bens ou serviços. O método de produção é a forma como se combinam os insumos. Quando utiliza mais intensamente o fator trabalho, é chamado de intensivo em trabalho. Quando utiliza em maior quantidade o fator capital (máquinas), é chamado de intensivo em capital. Para produzir, a firma deve buscar o método mais eficiente. Como se mede a eficiência de um método de produção? Comparando dois métodos. Se um método A consegue, com menor quantidade de insumos, gerar A MESMA quantidade de produtos que o método B, diz-se que A é mais eficiente que B. Os fatores de produção podem ser classificados como fixos ou variáveis: Fixos: sua quantidade não varia com o volume de produção (ex.: tamanho fixo da sala de aula, que tanto atende no máximo 60 alunos, quanto 10 ou 15). Variáveis: a quantidade utilizada varia com o volume de produção, como é o caso do número total de professores em um semestre, que dependerá do número total de alunos estudando naquele semestre. Horizontes de tempo O que é o curto prazo? O curto prazo é o período no qual não é possível mudar a quantidade de pelo menos 1 dos fatores de produção (ex.: tamanho das instalações da fábrica). O longo prazo é o horizonte de tempo no qual pode-se mudar as quantidades de qualquer fator de produção. Logo, no longo prazo não há fatores fixos. Estes horizontes de tempo são usados para decisões de produção e planejamento: no curto prazo, para ampliar a produção, uma fábrica pode trabalhar com 3 turnos de operários (fatores variáveis). Mas no longo prazo, além de trabalhar em 3 turnos, ela deverá ampliar suas instalações e suas máquinas (fatores fixos). A Teoria da Produção se subdivide nas análises de Curto Prazo e Longo Prazo. Produção no Curto Prazo No curto prazo, a produção Q depende somente da variação do fator mão de obra, pois o tamanho da fábrica é fixo. Trabalha-se com os conceitos de: Produto total Q = f (L). Produtividade Média PMe = Q / L Produtividade Marginal PMg = Q, quando se acrescenta mais uma unidade de L. 11 Exemplo de como calcular as produtividades: Dada a tabela abaixo com dados da produção, achar PMg e PMe. Tamanho da Empresa (fator fixo) Nº de Trabalhadores Produção Q PMe (Q / L) PMg (Q) 10 1 6 6 /1 = 6 6-0 = 6 10 2 14 14/2 = 7 14 – 6= 8 10 3 24 10 4 32 10 5 38 10 6 38 10 7 36 Na busca pelo aumento de Produção, o empresário tende a empregar mais trabalhadores, já que no curto prazo ele não pode alterar outros fatores ( como tecnologia ou dimensão da empresa). Mas a proporção em que ele combina fatores fixos e variáveis não pode ser qualquer uma: existe uma Função de Produção, que deve ser respeitada. Para obter o máximo de produção, o empresário deverá aumentar o nº de trabalhadores, até o ponto em que a PMg = 0. Isto porque até este ponto, cada trabalhador acrescentado ajuda a elevar a produção, então o empresário fica estimulado a contratar mais gente. É somente ao contratar um trabalhador que em nada contribua para elevar a produção, que o empresário irá parar de contratar. Produção no Longo Prazo No longo prazo, todos os fatores são variáveis. Ou seja, a quantidade de empregados (L) e também o tamanho da empresa (K) podem variar. A suposição de que todos os fatores de produção variam, inclusive o tamanho da empresa, dá origem ao conceito de rendimentos de escala: O que são rendimentos de escala? É a variação no Produto Total Q, quando variam as quantidades dos fatores de produção. De acordo com este resultado no Produto Total,pode-se ter 3 tipos de rendimentos de escala: 1. “Economias de escala” ou rendimentos crescentes de escala Ocorrem quando a variação na quantidade do produto total é mais do que proporcional à variação da quantidade dos fatores de produção. Por exemplo, aumentando-se a utilização dos fatores em 10%, o produto cresce 20%. Pode- se explicar isto com 2 argumentos: Ocorre devido a maior especialização no trabalho, quando a empresa cresce; Ocorre devido à existência de indivisibilidades entre os fatores de produção (por exemplo, numa siderúrgica, como não existe "meio forno"; quando se 12 adquire mais um forno, deve ocorrer grande aumento na produção). 2. “Rendimentos constantes de escala” Acontecem quando a variação do produto total é exatamente igual à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Aumentando-se a quantidade dos fatores em 10%, o produto também aumenta em 10%. 3. “Rendimentos decrescentes de escala” ou “deseconomias de escala” Aparecem quando a variação do produto é menos do que proporcional à variação na quantidade dos fatores. Por exemplo, aumenta-se a utilização dos fatores em 10% e o produto cresce em 5%. Por que isto ocorre? Devido a restrições na capacidade administrativa da empresa e/ou dificuldades de coordenação. Ou seja, adotar uma descentralização nas decisões pode fazer com que o aumento de produção obtido não compense o investimento feito na ampliação da empresa. *Sem dúvida, o Caso 1 é a melhor situação para a empresa. Portanto, ela deve elevar as quantidades dos fatores K e L até que perceba que começarão os rendimentos decrescentes de escala, pois aí esta empresa não terá tanto estímulo a continuar elevando K e L naquele local. É melhor abrir nova filial, em vez de ampliar aquela fábrica. Teoria dos Custos A Teoria dos Custos se subdivide nas análises de Curto Prazo e Longo Prazo. Custos no Curto Prazo No curto prazo, trabalha-se com os conceitos de: 1. Custos diretos ou variáveis : São o preço dos fatores variáveis. 2. Custos indiretos ou fixos: São o preço dos fatores fixos. ☺Se você aluga um escritório para exercer sua profissão, terá sempre que pagar o mesmo aluguel, tendo poucos ou muitos clientes. O número total de clientes é a sua produção. O aluguel será um custo indireto. Entretanto, seu gasto com tinta de impressora dependerá diretamente da quantidade de clientes e projetos com que você está envolvido. Logo, a tinta de impressora é um dos seus custos diretos. 3. Custo Total de Produção Consiste na soma CT = custos diretos + custos indiretos Ou CT = CV + CF = custos variáveis + custos fixos 4. Custo Médio ou Unitário CMe = CT / Q 5. Custo Marginal (CMg) È a variação no custo total, quando se acrescenta mais uma unidade de produto. CMg = CT 13 Custos no LONGO Prazo Não existem mais os custos fixos, pois fatores fixos deixam de existir (lembre-se que no LP a qtde. de todos os fatores pode variar). Os outros tipos de custos são os mesmos da teoria de curto prazo. MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS Os lucros totais: saldo entre receita total e custos totais: Lembrando que Receita Total (RT) corresponde a: RT = preço X Qvendida. Condição de maximização do lucro: ____________________________________________________________ EXERCÍCIOS 1.Que diferença pode-se fazer entre produto total e produtividade? Produto total é a quantidade total que foi ou será produzida. Produtividade Média: produção média por trabalhador. Produtividade Marginal: Mudança no volume da Produção, causada pela admissão de mais um trabalhador. 2. Um sapateiro que trabalhava sozinho resolve contratar mais gente. Ao contratar 1 ajudante, a produção aumentou de 10 consertos/dia para 15 consertos ao dia. Empregou outro ajudante, e a produção total aumentou para 25 consertos/dia. Quando contratou o terceiro ajudante, a produção diária passou a ser de 31 consertos/dia. a) Monte a tabela de Produção, Número de trabalhadores, PMg e PMe. b) Através da PMg, diga qual dos 3 ajudantes mostrou mais eficiência. Produção Número de trabalhadores PMe PMg 10 1 (sapateiro) 10 10 15 2 7,5 5 25 3 8,3 10 31 4 7,8 6 O segundo ajudante foi o mais eficiente. 3. O que são rendimentos de escala? Explique e classifique. São a variação da quantidade total produzida, quando variam as quantidades de todos os LT = RT - CT RMg = CMg 14 fatores de produção. Pode-se ter 3 tipos de rendimentos de escala: a) “Economias de escala” ou rendimentos crescentes de escala : quando a variação na quantidade do produto total é mais do que proporcional à variação da quantidade dos fatores de produção. b) “Rendimentos constantes de escala” : quando a variação do produto total é exatamente igual à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. c) “Rendimentos decrescentes de escala” ou “deseconomias de escala”: quando a variação do produto é menos do que proporcional à variação na quantidade dos fatores. 4. Qual a diferença entre fatores fixos e variáveis? Os fatores fixos são aqueles cuja quantidade não varia com o volume produzido. Já os fatores variáveis são aqueles cujas quantidades variam em proporção ao volume de produção. 5. Defina custo total; custo médio; custo marginal; custo direto; custo indireto: CT = CV + CF = custos variáveis + custos fixos CMe = CT / Q; mostra quanto custa , em média, produzir cada unidade CMg = variação causada no custo total, quando se produz mais uma unidade Custo direto = custo variável = gasto com fatores variáveis Custo indireto = custo fixo = gasto com fatores de produção fixos 6. O que diferencia o custo marginal da produtividade marginal? No custo marginal, o que se mede é a variação no Custo Total ao produzir mais uma unidade. Já na produtividade marginal, o que se mede é a variação no Produto, quando se emprega mais um trabalhador. 7. Explique a condição de maximização do lucro. Por que o produtor não para quando a receita marginal é maior que o custo marginal? O lucro máximo ocorre quando RMg = CMg; ou seja, quando o que se ganha com uma determinada unidade produzida for exatamente o mesmo que se gasta para produzi -la. Se a RMg ainda é maior que o CMg, há estímulo para continuar produzindo e vendendo, pois o ganho com aquela unidade é maior que o gasto com a mesma. 8. Explique o significado do ponto de break even. É o ponto a partir do qual se começa a ter lucro; a quantidade a partir da qual se começa a lucrar.
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