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SUPERÓXIDO DISMUTASE SOD Bianca Vasconcelos Brayner Estagiária Fortaleza-ce 2018 HISTÓRIA Foi descoberta pela primeira vez por Joe Milton McCord e Irwin Fridovich em 1969 e a sua sequência foi determinada por Steinman, Naik, Abernethy e Hill em 1974. Sendo uma metaloproteína ela possui na sua contituição ions metálicos que lhe vão permitir efetuar as suas funções – no caso da SOD os metais que pode ter são: cobre e zinco; níquel; ferro; manganês. Em 1969, McCord & Fridovich descobriram a capacidade da eritrocuproína de catalisar o desproporcionamento do radical superóxido em oxigênio e peróxido de hidrogênio (Equações 1 e 2) (McCord & Fridovich, 1969). SodCu(II) + O2 SodCu(I) + O2 (Eq.1) SodCu(I) + O2 + 2 H SodCu(II) + H2O2 (Eq.2) Até então, a eritrocuproína, extraída de eritrócitos, bem como suas correlatas, provenientes de outros tecidos, eram consideradas simplesmente proteínas para o armazenamento de cobre. A partir do trabalho de McCord e Fridovich, a atividade enzimática da superóxido dismutase1 (também conhecida como superóxido dismutase de cobre e zinco) foi determinada em diferentes tecidos bem como outras enzimas antioxidantes foram descobertas, constituindo a base para a concepção da área de radicais livres e oxidantes em biologia (Fridovich, 1999). A ENZIMA A enzima superóxido dismutase (SOD) catalisa a dismutação do superóxido em oxigénio e peróxido de hidrogénio. Devido a isto, é uma importante defesa antioxidante na maioria das células expostas ao oxigénio. FORMAS Formas comuns de SOD: São proteínas com cofatores, como cobre, zinco, manganês, ferro ou níquel. Em humanos existem três formas de superóxido dismutase: SOD1 encontra-se no citoplasma SOD2 nas mitocôndrias SOD3 no líquido extracelular. A primeira é um dímero(consiste em duas subunidades), enquanto que as outras são tetrâmeros (quatro subunidades). SOD1 e SOD3 contêm cobre e zinco, enquanto que SOD2 tem manganês no seu centro reactivo. RADICAIS LIVRES De maneira simplificada, o termo radical livre refere-se a átomo ou molécula altamente reativo, que contêm número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. É este não-emparelhamento de elétrons da última camada que confere alta reatividade a esses átomos ou moléculas. Locais de Produção dos Radicais Livres: Os radicais livres podem ser gerados no citoplasma, nas mitocôndrias ou na membrana de seu alvo celular (proteínas, lipídeos, carboidratos e DNA) está normalmente tais espécies estão relacionadas a seu sítio de formação. http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/radicais-livres Fontes de Radicais Livres: (BIANCHI, ANTUNES; 1999) DEFESA NTIOXIDANTE A produção contínua de radicais livres durante os processos metabólicos levou ao desenvolvimento de muitos mecanismos de defesa antioxidante para limitar os níveis intracelulares e impedir a indução de danos (SIES, 1993). Os antioxidantes são agentes responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais livres nas células. Uma ampla definição de antioxidante é “qualquer substância que, presente em baixas concentrações quando comparada a do substrato oxidável, atrasa ou inibe a oxidação deste substrato de maneira eficaz” (SIES & STAHL, 1995). Os agentes oxidantes conhecidos são classificados em enzimáticos e não-enzimáticos EXTRESS OXIDATIVO O desequilíbrio entre oxidantes e antioxidantes que resultam na indução de danos celulares pelos radicais livres tem sido chamado de estresse oxidativo. Portanto o termo estresse oxidativo é utilizado em circunstâncias nas quais o desequilíbrio com maior quantidade de radicais livres resulta em dano tecidual. Pode-se dizer que um organismo encontra-se sob o estresse oxidativo quando ocorre um desequilíbrio entre os sistemas prooxidativo e antioxidativo de maneira que os primeiros sejam predominantes. Um dos principais mecanismos de lesão é a lipoperoxidacão (LPO), ou seja, a oxidação da camada lipídica da membrana celular. Além disso, o estresse oxidativo pode gerar danos a proteínas e ao DNA, provocando diversas alterações na função celular e, portanto, tecidual. http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/radicais-livres EVENTOS RELACIONADOS AO ESTRESS OXIDATIVO Os danos oxidativos induzidos tem sido relacionados com a etiologia de varias doenças, incluindo doenças degenerativas, tais como cardiopatias, arterosclerose e problemas pulmonares. Os danos no DNA causados pelo radicais livres também desempenham um papel importante nos processos de mutagênese e carcinogênese. Envelhecimento Mutações Câncer Aterosclerose Lesão por toxidade de O2 em pulmão e retina Lesão pós-isquemia e reperfusão de cérebro, coração, pele, intestino, pâncreas, fígado, músculo, rins e pulmões Lesão pós-concussão cerebral e pós-hipertensão intracraniana Síndrome demencial Disfunção renal pós-transplante Artrite reumatóide Hemocromatose transfusiomal Doenças auto-imunes Toxidade decorrente da exposição a xenobióticos (FERREIRA et al, 1997) SOD1 e a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) Até hoje, mais de 100 mutações diferentes em SOD1 foram ligados a ELA familiar, ou seja, ELA herdada. A vasta maioria destas mutações altera a sequência de aminoácidos da proteína SOD1 numa única posição. Essa posição é diferente para a maioria das famílias. A mutação mais comum na América do Norte é a mutação A4V. C9ORF72 e a correção da ELA em estudos in vitro* Publicado em: 27/02/2014 A área de pesquisa envolvendo a Esclerose Lateral Amiotrófica viu uma mudança em uma de suas principais bases nos últimos 3 anos. Até pouco tempo, era comum encontrar na literatura especializada e em materiais dirigidos a pacientes a informação de que o gene SOD1 seria o principal responsável pelos dos casos de ELA familial (cerca de 20%) – casos familiais são aqueles nos quais a doença é transmitida de uma geração para outra. Entretanto, a descoberta de uma expansão de 6 nucleotídeos no cromossomo 9 modificou drasticamente este cenário. Descrita inicialmente em 2011, essa expansão na região gênica denominada C9ORF72, a depender da população estudada, seria responsável por 10-40% dos casos familiais. O impacto de tal descoberta não está limitado à sua alta frequência nas famílias com ELA, mas recai, também, no fato de ser encontrada em casos esporádicos da doença e naqueles onde há sobreposição com sinais de Demência Frontotemporal. Desde então, o número de estudos envolvendo a C9ORF72 teve crescimento exponencial e hoje a expansão figura entre as principais mutações estudadas em Esclerose Lateral Amiotrófica. Seguindo esta linha, e na tentativa de produzir modelos in vitro, grupos distintos de pesquisa produziram neurônios motores a partir de células de pele de pacientes com tal mutação. Ao avaliarem o status celular, eles observaram a formação de aglomerados (agregados) de RNAs que continham a expansão. Além disso, os neurônios com a mutação apresentavam maior susceptibilidade ao stress ambiental. Com a finalidade de reverter a situação desfavorável das células, os pesquisadores desenharam moléculas específicas, denominadas de Oligonucleotídeos Antissenso (na sigla em Inglês – ASO). As moléculas de ASO foram capazes de sinalizar para a maquinaria celular quais eram os transcritos de RNA com a expansão e essa passou a degradá-los. Tal estratégia permitiu reduzir a formação de agregados e aumentar a sobrevida das células carregando a mutação. Os dados apresentados trazem à tona uma nova e promissora abordagem terapêutica para a ELA. Entretanto, é muito importante destacar que a mesma está limitada a estudos in vitro que precisam ser validados em animais. Uma das limitações da técnica apresentada está em sua aplicação apenas para casos onde foi possível encontrar a expansão de GGGGCC na C9ORF72. *Artigo do Dr. Miguel Mitne Neto – Diretor Científico do IPG.
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