Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
02/09/2013 1 Alterações do Líquido Pleural Professor : Thiago Prudente Bártholo Porque estudar a pleura ? l l Importância da pleura na prática clínica l A pleura é acometida por patologias primariamente pleurais e por diversas patologias sistêmicas Quem descobriu a pleura ? Aristóleles Mondino di Luizzi – Anathomia 1316 Francois Bichat 1800 De onde vem a pleura ? l A pleura , assim como todas as outras cavidades, derivam do celoma que é a cavidade corporal primitiva l O celoma por sua vez deriva do mesoderma primitivo l Os folhetos pleurais direito e esquerdo são separados desde a sua formação Componentes da pleura Pleura visceral x Pleura parietal A pleura parietal se subdivide em pleura costal, diafragmática, cervical ou cupular e mediastinal. Pleura parietal – circulação sistêmica / inervação sensorial IVE Pleura visceral – circulação pulmonar / não tem inervação sensorial – IVD 02/09/2013 2 REAL x VIRTUAL !! 510 ml de fluido que não tem como função apenas a lubrificação Inervação – não há nervo sensitivo na pleura visceral – se sentiu dor – Acometeu pleura parietal Tanto a pleura visceral quanto a parietal são cobertas por camada de célula mesotelial repletas de microvilosidades e aderidas umas as outras por desmossomas. l Célula mesotelial ??? O que isso me importa ? l processos inflamatórios pleurais e também produz Ácido Hialurônico mesotelioma l Outras 4 camadas submesoteliais formam a pleura – onde se encontram presentes as estruturas capilares, linfáticas e nervosas l A pleura parietal é nutrida por ramos de diversas artérias (subclávia, intercostal, mamária e etc) enquanto a visceral é nutrida apenas por ramos das artérias brônquicas / Circulação sitêmica x circulação pulmonar Anatomia microscópica da pleura 02/09/2013 3 A pleura como um espaço de defesa l Diversas citocinas são encontradas na pleura. Muitas delas são produzidas pelas células mesoteliais , e outras situações como presença de processo inflamatório e presença de células malignas. l TGF – Beta→ Importante papel no desenvolvimento de fibrose pleural , mas também ajuda muito no processo de pleurodese l IL1 , IL8 e TNF – alfa → Papel fundamental na inflamação pleural A guerra de Pressão l O fluido pleural é produzido pela pleura parietal originado da circulação sistêmica em áreas onde existe íntimo contato entre a célula mesotelial e os capilares. Não há gradiente de pressão na pleura visceral. l Parietal = circulação sitêmica = 30cmH2O l Visceral = circulação pulmonar = 10 cmH2O l Pressão oncótica nas 2 pleuras = 25 cm H2O l Reabsorção ocorre através dos vasos linfáticos novamente pelo lado da pleura parietal. A entrada e saída de fluido do espaço pleural vai depender para onde o gradiente hidrostático – oncótico estará apontando. l As junções intercelulares impedem a movimentação de fluido entre o espaço pleural e o interstício pulmonar Estoma – Componente fundamental na relação pleuro linfática Estoma ? Linfático ? l A presença de linfáticos é menor a D – ICC l Neoplasia e linfoma impedem a reabsorção linfática l Quando ultrapassa 300ml o linfático não consegue dar conta ICC 02/09/2013 4 l PLEURA PARIETAL LÍQUIDO PLEURAL l PLEURA VISCERAL l DIAFRAGMA l INTERSTÍCIO l PERITÔNIO l LINFÁTICOS 1)Aumento da pr essão oncótica ou hidrostática pela pleur a par ietal ou viscer al– tr ansudato 2)Aumento da permeabilidade capilar na pleur a viscer al por processo inflamatór io – exsudato 3) Redução da r eabsorção linfática do espaço pleur al – exsudato 4) Sangramento par a pleur a – hemotórax exsudato 5) Infecção do espaço pleur al – exsudato 6) Aumento da negatividade da pr essão pleur al atelectasia l CAPILARES Alterações que levam a formação de Derrame Pleural Alterações nos fatores sistêmicos que regulam o líquido pleural: 1 P. hidrostática capilar ICC (IVD); TEP 2 P. oncótica capilar Hipoalbuminemia 3 Passagem de líquido pelo diafragma Cirrose; Diálise peritoneal 4Aumento da pressão negativa intrapleural na atelectasia pela redução do volume pulmonar (normal = 5 cm H2O Alterações nos fatores locais que regulam o líquido pleural: 1 permeabilidade capilar Pneumonia, TEP, doenças inflamatórias 2 Obstrução linfática Câncer; l infoma Como avaliar um derrame pleural ? l HISTÓRIA CLÍNICA l EXAME FÍSICO l IMAGEM l AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO PLEURAL História clínica l Assintomático – São geralmente de pequena monta e não relacionado a causa infecciosa ou neoplásica l Dor pleurítica l Dispnéia – Quando não há doença pulmonar nem cardíaca geralmente aparece quando já acomete > 50% HT l Trepopnéia x Platipnéia x Ortopnéia O derrame pleural fica bem evidente ao exame físico quando > 300 500 ml Exame Físico Expansibilidade reduzida Frêmito toracovocal diminuído Percussão maciça Abolição do murmúrio vesicular Egofonia 02/09/2013 5 Ausculta da voz sem nitidez de qualidade anasalada e metálica comparada ao balido de cabra e aparece na parte superior dos DP . Exames de Imagem l Radiografia de tórax – O exame mais importante l PA , perfil e Laurell (Decúbito lateral com raios horizontais) l Tomografia de tórax l Ultrassonografia Radiografia de tórax l Define a presença de derrame pleural l Define se o derrame é ou não puncionável l Muitas vezes dá dicas sobre a provável etiologia do derrame pleural Os principais achados da Radiografia de tórax l Os derrames pleurais livres acumulamse nas porções pendentes do espaço pleural. l Obliteração do seio costofrênico posterior : PA – 200 ml Perfil – 50 ml Laurell – 5 ml l Sinal do menisco – Parábola de Damoiseau l Desvio contralateral das estruturas mediastinais l Derrame subpulmonar → Rebaixamento ou retificação do diafragma sem obliteração do seio costofrênico Opacidade de aspecto homogêneo de borda côncava 02/09/2013 6 02/09/2013 7 Derrame subpulmonar Fibrose pleural Hemitórax opaco Causas 02/09/2013 8 l A incidência em Laurell pode ser feita para D ou para E dependendo do lado do derrame l Ajuda a definir se o derrame é livre ou loculado l Ajuda a definir se é derrame x espessamento pleural l Ajuda a definir se o derrame é ou não puncionável (> 1cm) A importância do Laurell Os principais achados da Tomografia l A tomografia de tórax adiciona pouco no dia a dia da avaliação do derrame pleural e não deve ser solicitado de rotina l A tomografia ajuda em casos onde o derrame pleural é pequeno, ajuda na distinção de lesões parenquimatosas periféricas de alterações pleurais e vê bem loculações e espessamentos pleurais l Na tomografia o derrame livre é visto como uma opacidade côncava na região pendente do tórax 02/09/2013 9 Os principais achados da USG l A USG tórax ajuda na detecção de pequenos derrames e auxilia a toracocentese. Os derrames são vistos como uma área hipoecogênica delimitada pela pleura visceral que é uma linha hiperecogênica Analisando o líquido pleural l Para analisar o líquido pleural devemos coletar o líquido através da toracocentese l Entender o que é e diferenciar dos outros procedimentos na pleura é fundamental Quando fazer a toracocentese ? l DP parapneumônico de volume significativo (> 10 mm) l Ausência de causa provável l ICC : ausência de resolução após 3 dias de diuréticos ou febre ou DP unilateral l Toracocentese de alívio02/09/2013 10 Como saber se posso puncionar ? O que eu preciso para fazer a toracocentese ? l Procedimento simples, bom exame físico antes do procedimento e realizar assepsia. l Material a ser utilizado : Seringa de 10 ml ; seringa de 20 ml ; agulhas, xilocaína 0,5% , álcool , campos e luvas estéreis l Posição sentada , marcar ponto de intersecção entre a linha axilar posterior com uma linha que circunde o hemitórax na altura do apêndice xifóide ou marcado por USG. l Borda superior da costela inferior l Recomendado não retirar mais do que 1,5 litros (perigo de edema pulmonar de reexpansão) Os cuidados periprocedimento l Exame de imagem sempre recente l Coagulograma e hemograma recentes l Sempre perguntar se o paciente faz uso de algum medicamento antiagregante plaquetário ou anticoagulante l Sempre solicitar radiografia de tórax após o procedimento 02/09/2013 11 Biópsia pleural – quando e como fazer ? l Procedimento mais complexo e mais cruento. l Material a ser utilizado : Agulha de Cope l Sempre fazer na suspeita de neoplasia e tuberculose pleural l Cuidados na realização – expiração longa l Idealmente obter pelo menos 5 fragmentos de pleura 02/09/2013 12 Como analisar o líquido pleural ? l Aspectos físicos (cor e odor) l Bioquímica: Ptn total e frações, LDH, Glic, pH, amilase, TG, colesterol, ADA e outros l Microbiologia: gram, BAAR, cultura l Citometria: hemácias, leucócitos totais e diferencial (PMN/MN) l Citologia l OBS : Se material de biópsia → Fragmento para cultura par BK e análise histopatológica Avaliando a cor do líquido pleural ? l Amarelo citrino – Transudato l Tingido de sangue / Hemotórax l Amarelo esverdeado AR l Leitoso – Quilotórax ou pseudoquilotórax l Marrom – Abscesso amebiano l Enegrecido – Aspergilose l Dieta parenteral ?? Avaliando o aspecto do líquido pleural ? l Pus – Empiema l Viscoso – Mesotelioma l Turvo – Exsudato ou quilotórax l Pasta de anchova – Abscesso amebiano 02/09/2013 13 Avaliando o odor do líquido pleural ? l Pútrido – Empiema com anaeróbio l Amônia Urinotórax lPrincipais causas de derrame pleural l Insuficiência cardíaca congestiva l Pneumonia – parapneumônicos l Câncer l Embolia pulmonar l Cirrose com ascite l Doenças reumáticas l Tuberculose pleural TRANSUDATO Alterações sistêmicas : 1 P. hidrostática capilar ICC (IVD);TEP (IVD – 20% dos casos) 2 P. oncótica capilar Hipoalbuminemia 3 Passagem de líquido pelo diafragma Cirrose; Diálise peritoneal EXSUDATO Alterações locais : 1 permeabilidade capilar : Pneumonia, TEP (80% dos casos); doenças inflamatórias 2 Obstrução linfática : Câncer; linfoma X Detalhes l Na suspeita de transudat que vem como exsudato (cirrose, síndrome nefrótica, hipoalbuminemia) corrigir fazendo = Proteína sérica – pleural ; se > 3,1 g/dl deve ser transudato – resolve o problema da perda proteíca l Diurético > Concentra proteína em 24 dias e gera pseudoexsudato Causas de transudato e exsudato l TEP l Sarcoidose l Hipotireoidismo Como diferenciar transudato de exsudato ? l Proteína pleural / proteína sérica > 0,5 l LDH pleural / LDH sérico > 0,6 l LDH > 2/3 o limite superior da normalidade QUALQUER UM PRESENTE DEFINE EXSUDATO CRITÉRIOS DE LIGHT 02/09/2013 14 Características dos transudatos l Proteína < 3g/dl l LDH < 200 UI/L l Glicose > 60mg/dl l Leucócitos < 1000/mm3 l Colesterol < 45mg/dl Transudatos l ICC l Cirrose hepática / Hipoalbuminemia l Síndrome nefrótica / Diálise peritoneal l Atelectasia / Obstrução de veia cava superior l Fístula duropleural – LCR no espaço pleural l Pericardite constrictiva Insuficiência cardíaca congestiva l Principal causa de derrame pleural l Bilateral maior a D com cardiomegalia Estomas l Melhora com diurético, mas lembrar pseudoexsudato l Massa que desaparece após diurético l Quando ultrapassa 300ml gera derrame pela extrapolação do limite linfático l Parietal – IVE / Visceral IVD Síndrome nefrótica > Geralmente pequeno e bilateral l Atelectasia > Pequeno derrame por aumento da pressão negativa intrapleural por redução do volume pulmonar; comum em pacientes de CTI l Hidrotórax > 5% dos pacientes cirróticos ; mais comum a D e ocorre por fenestrações do diafragma Transudatos l β 2 transferrina no líquido pleural l Complicação cirúrgica O marcador de fístula duro pleural 02/09/2013 15 Causas de Exsudato l Derrame parapneunômico l Derrame neoplásico Pancreati te / abscesso subfrênico / pleuri te urêmica / Síndrome de Meigs / BK / colagenoses / ruptura esofagiana / Doenças fúngicas / Parasitoses / Sarcoidose/ Vasculi tes / Mesotelioma / Linfoma /Hipotireoidismo /Pseudocisto pancreático / Linfangioleiomiomatose / TEP / Síndrome da unha amarela / Fístula bi l iopleural l Glicose l Amilase l Colesterol l Triglicerídeos l Creatinina / Ph / Ácido hialurônico / Bilirrubina / ADA A análise bioquímica do líquido pleural l Artri teReumatóide l Empiema l Câncer l Tuberculose l Ruptura esofágica l LES l Síndrome de ChurgStrauss l Paragonimíase Glicose < 60 mg/dl ou glicose P/S < 0,5 l Glicose consumida / LDH alto / ph > 7,2 Amarelo esverdeado l Presença de Ragócitos l Geralmente assintomático , 75% unilateral sem predileção de HT l Pode estar presente na ausência de artrite, mas geralmente aparece após os sintomas articulares e não esta relacionada com gravidade da AR. Pleurite reumatóide l Glicosemais baixa de todas (<10 mg/dl geralmente) l LDH alto / Ph baixo / Leucócitos < 2000 células / Eosinofilia l Parasitose causada pelo ParagonimusWestermanni l 60% dos pacientes com forma pulmonar desenvolvem DP l Comum no Sudeste da Ásia Paragonimíase 02/09/2013 16 l Diálise peritonial l Glicose > 300mg/dl l Além de proteína < 1g/dl Glicose alta ? l Pancreatite aguda l Pseudocisto pancreático l Pancreatite crônica com estenose ductal l Ruptura esofágica l Câncer l Gravidez ectópica rota Amilase P/S > 1,0 l Principal causa gastrointestinal levando a DP l Exsudato inflamatório invade os linfáticos peripancreáticos que se comunicam com o espaço pleural levando a DP em 15% dos casos l Amilase alta / Predomínio de PMN l Mais comum a E l Marcador de gravidade – mais comum na forma necrozante Pancreatite aguda Fístula Pancreático pleural l Amilase aumentada de origem salivar l Ph baixo mesmo em uso de omeprazol (PMN ?) – ph < 6 – sugere muito !! l Pode apresentar partículas de alimentos no DP l Esôfago inferior – E / Acima do esôfago médio – D l Comum ter hidropneumotórax e pode ter pneumomediastino l Caso grave pp quando detectado tardiamente Ruptura esofagiana 02/09/2013 17 l Triglicerídeo acima de 1,2 mmol/l ou 110mg/dl l Presença de quilo no líquido pleural originado no ducto torácico l Principais causas são iatrogênica ( cirurgia torácica) , trauma, linfoma, linfangioleiomiomatose, sarcoidose, congênito, síndrome da unha amarela e outros l Líquido leitoso Na investigação realizar Tc de tórax para avaliar mediastino e ducto torácico Quilotórax Quilotórax espontâneo por exercício l Doença de mulher em idade reprodutiva l Quilotórax aparece em quase 30% dos casos Linfangioleiomiomatose l Tríade : Unha amarela, linfedema e derrame pleural l Presença de 2 dos 3 acima l Acreditase ser uma doença causada por alterações linfáticas l Ocorre problema da reabsorção linfática no espaço pleural l Pode ser 1 ou 2 a neoplasias e doenças autoimunes Síndrome da unha amarela 02/09/2013 18 l Colesterol acima de 300 mg/dl l Pode ter triglicerídeo aumentado e não há quilomícrons l Relação colesterol / tg > 1 l Podem ser encontrados cristais de colesterol l Aspecto macroscópico parecido com o do quilotórax l Ocorre em derrames pleurais que fiquem por muito tempo encarcerados – como ocorre na TB e AR Pseudoquilotórax l Pensar sempre em fístula biliopleural devido a complicação de derivação biliar transhepática utilizada na obstrução do trato biliar l Em casos dramáticos pode haver presença de cálculo biliar no espaço pleural Bilirrubina aumentada l Trauma l Neoplasia l Embolia Pulmonar l Tuberculose l Anticoagulantes l Endometriose l Ruptura Aorta Derrame pleural hemorrágico É um dado conceitual : Pp. Causa trauma Hemotórax Hematócrito do LP > 50% do Htc sangue Sempre drenar o tórax e reposição volêmico Hemotórax maciço – Acúmulo rápido > 1500ml Toracotomia – Instabilidade ; > 1500ml direto; > 200ml/h por > 24 horas da primeira drenagem l Responsável por inúmeros casos de DP sem diagnóstico l Exsudato → Aumento da permeabilidade dos vasos pulmonares a fluido e proteína l Transudato → Raro; presença de insuficiência ventricular direita Na confirmação de TEP realizar toracocentese apenas se houver febre ou aumento diário do DP Derrame pleural no TEP l Quadro catastrófico l Pode ser bilateral ou somente a esquerda l Atentar para DP associado a dor torácica ou dor em dorso Dissecção aorta torácica 02/09/2013 19 Famoso ADA Enzima que participa do processo de metabolização das purinas Adenosina acima de 60 U/L → Lembrar sempre de TB pleural Outras causas de ADA elevado → Empiema , AR, carcinoma, mesotelioma e linfoma ADA alto = TB ???? → Questionável !!! ADA alto, > 75% mono e < 35 anos → Mais confiável , mas sempre bom ter biópsia Adenosina Deaminase Uma das principais causas de TB extrapulmonar Principal causa de TB extrapulmonar em não HIV Principal causa de derrame pleural exsudativo em algumas regiões do mundo Tuberculose pleural Geralmente amarelo citrino , mas pode ser hemorrágico Geralmente unilateral e de pequena a moderada monta Altos níveis de proteína / Linfocitose > 85% / < 5% células mesoteliais Início pode ter predomínio de Polimorfonuclear Interferon gama aumentado Tuberculose pleural BAAR do líquido → 4% positivo Cultura do líquido → Aumenta para 70% Cultura e análise histológica de material de biópsia → 90% HIV positivo → Aumenta a chance de detectar BAAR positivo , mas reduz a chance de detectar granulomas HIV positivo → Anergia mais comum Tuberculose pleural Pode estar ou não acompanhada de TB pulmonar 30% dos casos tem achado radiológico no parênquima pulmonar ipsilateral Mais comum em adultos jovens , mas pode acometer qq idade e acomete 3x mais homens Febre, tosse, dor ventilatório dependente e dispnéia são os principais sintomas BAAR do escarro sem doença pulmonar raramente positivo Tuberculose pleural 02/09/2013 20 Na grande maioria dos casos resolve sem tratamento em 24 meses Entretanto, é importante tratar , pois 65% dos pacientes irão desenvolver TB pulmonar nos próximos 5 anos caso não tratados O derrame pode aumentar no primeiro mês de tratamento não sendo considerada falha terapêutica RIPE por 6 meses → Todos os pacientes inclusive HIV positivo Tuberculose pleural Complicações : Principal → Espessamento pleural Outras : Empiema tuberculoso e infecção da parede torácica Tuberculose pleural Ácido hialurônico aumentado Tumor maligno das superfícies serosas sendo a principal neoplasia maligna da pleura Íntima relação com asbesto Homens mais acometidos pela exposição ocupacional Fibras de asbestos levam a irritação pleural , liberação de radicais livres e ativação de protooncogenes Dispnéia e dor torácica são os principais sintomas Mesotelioma pleural 02/09/2013 21 Na análise histológica é difícil diferenciar de adenocarcinoma do muitas vezes de análise de imunohistoquímica A imagem radiológica pode demonstrar derrame pleural, massa pleural relacionadas ao mesotelioma e outros sinais de exposição ao asbesto como presença de placa pleural. Média de sobrevida é de 912 meses Cirurgia, quimioterapia e paliação para dor Mesotelioma pleural Urinotórax Presença de urina no espaço pleural Odor e aspecto característico Creatinina elevada (maior que a sérica) / ph baixo / glicose baixa / LDH alto Principal causa → Uropatia obstrutiva bilateral ou em decorrência de lesões traumáticas Urinotórax E o ph ? Ph normal = 7,4 – 7,6 A análise do líquido da primeira punção é mais fidedigno Evitar demora na análise do material Relembrar causas de ph baixo Importante no empiema 02/09/2013 22 Citometria do líquido pleural Predomínio de polimorfonuclear → Parapneumônico Predomínio de mononuclear → Neoplasia e TB Predomínio de eosinófilos → Pneumotórax e hemotórax, além de Churg Strauss, linfoma, asbestose, induzido por droga, parasitose e outros. Não se sabe porque, mas ar e sangue geram reação inflamatória com > 10% de eosinófilos Derrame pleural neoplásico Achado relativamente comum na prática clínica Dispnéia e tosse . Dor geralmente aparece quando ocorre envolvimento da parede torácica. Geralmente de médio a grande monta 1/3 dos casos apresentam ph e glicose baixas – pior prognóstico, pior resposta a pleurodese e maior probabilidade da citologia ser positiva Citologia pode definir o diagnótico , mas sempre realizar biópsia na suspeita Adenocarcinoma Derrame pleural neoplásico Abiópsia fechada é mais útil na doença difusa. Em doenças ainda em estágios iniciais a realização de biópsia pleural por pleuroscopia é mais indicada. Principais causas de derrame neoplásico são : Linfoma, Mama e Pulmão Pleurodese l l Principal indicação é a presença de um derrame pleural sintomático , recurrente especialmente se houver desvio mediastinal l Principais objetivos são o alívio da dispnéia e retirada dos riscos da toracocentese de repetição l Contraindicado em paciente com comorbidades em estágios graves como DPOC e coronariopatia. l DP bilateral deve ser bem avaliado. Nunca realizar pleurodese simultânea Pleurodese l Principais agentes esclerosantes são talco, pasta fluida e doxiciclina l As principais complicações são edema de reexpansão, pneumonite e ativação do sistema de coagulação l A pleurodese pode ser repetida com incremento das doses de talco em pacientes com bom status performance e que tenham recidivado o derrame 02/09/2013 23 Derrame pleural parapneumônicos l Importante síndrome clínica com grande morbi mortalidade l Afeta qualquer idade, mas com predileção por idosos e crianças . l Principais grupos : DM , alcoolatra e usuários de droga l DP em pneumonia nosocomial apresenta prognóstico pior l Puncionar todos ? > 10 mm ou não melhora Derrame pleural parapneumônico l Complicado X Não complicado l Complicado Não complicado LDH > 1000 LDH elevado Glicose < 40 Glicose> 60 ph < 7,2 ph > 7,3 PMN > 100 mil PMN < 10 mil Gram e cult + Gram e cult l EMPIEMA Derrame pleural parapneumônicos l Principais agentes : S. Pneumoniae Outros : Stafilo , gram negativos ( H. Influenza, E. Coli, Pseudomonas e Klebsiella) l Anaeróbios → Insidioso, perda de peso e febre menos proeminente. Má higiene bucal e pneumonia aspirativa. Empiema nosocomial → Stafilo e gram negativo Lembrar que atípicos não causam derrame pleural Pneumocistose raramente gera DP – causas HIV (Kaposi) Derrame pleural parapneumônicos l Comum a presença de loculações nos exames de imagem l Sempre iniciar antibiótico e caso complicado realizar drenagem torácica l Uma opção na presença de loculação é a prescrição de fibrinolíticos intrapleural – hemorragia e dor pleurítica são complicações. Indicações de drenagem torácica l Líquido pleural loculado l pH < 7,20 (< 7,0) l Presença de bactérias (Gram e cultura) l Derrame francamente purulento 02/09/2013 24 Conduta Toracocentese (ph/ glicose/ LDH / Proteína/ Gram e cultura) Purulento Não purulento Drenagem e antibiótico pH > 7,2 Glicose > 40 pH < 7,2 Glicose < 40 ou Gram e/ou cultura (+) Nova toracocentese Melhora: manter conduta Piora Observação 2448h Reavaliação Piora: discutir procedimento cirúrgico Melhora: manter conduta Os procedimentos cirúrgicos 30% dos pacientes com empiema irão necessitar de algum procedimento cirúrgico Toracotomia com decorticação – Retirada de de tecido fibroso e coágulo da pleura visceral retirando pus e fibrose da cavidade pleural – evita sepse e permite reexpansão pulmonar – procedimento commorbidade e muita dor pós operatória l Mini toracotomia→ Incisãomenor e realiza procedimento acima Os procedimentos cirúrgicos l VATS → Bem tolerado e com baixa complicação, com baixa morbidade e tendo que virar toracotomia em 8% dos casos l Drenagem aberta com retirada de costela – indicado em pacientes comalto risco cirúrgico. Retirada de 13 costelas na parte inferior do empiema que drena direto a uma bolsa de colostomia l Eloesser – Toracostomia com janela aberta formando um pertuito entre a pele e o espaço pleural Outras causas de derrame pleural l Pós operatório l Induzido por droga – principais são nitrofurantoína, amiodarona, Isotretinoina e outros l Lúpus eritematoso sistêmico l Causas ginecológicas Pós operatório l Qualquer cirurgia abdominal e torácica podem levar a DP incluindo transplantes – geralmente assintomático e poucos dias após cirurgia e autolimitado l Muito comum após cirurgia cardíaca de revascularização. Pode ser precoce que é geralmente E e de pequena monta. Hemorrágico e gerado por trauma. O tardio geralmente é extenso, sintomático com aspecto seroso, predomínio linfocítico e de provável mecanismo imunológico. l Dressler → Síndrome pleuropericardica após dias a meses após IAM. Mecanismo imunológico . Derrame PMN ,hemorrágico , geralmente pequeno e a E 02/09/2013 25 Lúpus eritematoso sistêmico l DP faz parte dos critérios de diagnóstico l 3050% dos pacientes LES apresentam DP l Geralmente acompanhada de acometimento difuso l LDH normal / Glicose discretamente reduzida l FAN l Célula LE Causas ginecológicas l Síndrome de Meigs – retira tumor some DP Tumor benigno do ovário l Endometriose complicada – Piora no período menstrual e apresenta CA125 aumentado no DP l Hemotórax catamenial – hemotórax D relacionado com período menstrual e endometriose pélvica complicada Derrame pleural de causa indefinida l Em torno de 15% dos casos l Sempre revisitar a história l Acompanhar Caso clínico • Paciente 43 anos portador de artrite reumatóide em uso de corticóide + metotrexate refere início há 3 dias de dor ventilatório dependente a esquerda associada a febre e dispnéia aos pequenos esforços. Nega outros sintomas. Ao exame físico paciente encontrase muito ansioso com fácies de dor , taquicárdico e ao exame do aparelho respiratório apresenta redução da expansibilidade do lado esquerdo, frêmito tóracovocal reduzido à esquerda, submacicez à percussão e ausculta respiratória muito reduzida à esquerda. FR=34irpm lX 02/09/2013 26 02/09/2013 27 DÚVIDAS Na área restrita do aluno no item Dúvidas
Compartilhar