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Produção de texto e comunicação semana 3 Texto base Organização das ideias de um texto: ideias fundamentais e secundárias Qualquer texto empresarial (e não empresarial também) deve/pode ser composto a partir de várias etapas de organização. Uma dessas etapas é a organização das ideias, o que garante o nível de argumentação e maior possibilidade de objetividade e clareza, características fundamentais de textos empresariais. O Manual de Redação da Presidência da República (2002) sugere: Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. Vejamos a sequência ideal de uma organização de etapas textuais: ORDEM HIERÁRQUICA (ideia fundamental / ideias secundárias) Exemplo: Aviso aos funcionários As corporações vão se transformando e fazendo adaptações ao longo de sua existência (tópico frasal). Neste momento, vivemos uma época de perspectivas de mudanças para nossa organização. Estamos crescendo cerca de 30% ao ano (ideia secundária). Por esse motivo, temos de nos esforçar para adaptar nossa infraestrutura predial às novas necessidades e devemos dar máxima ênfase a essa adaptação (ideia secundária). O intuito é permitir nosso crescimento da melhor maneira possível, dando conforto e melhores condições de trabalho ao nosso pessoal (ideia secundária). Solicitamos que não hesitem em dar sugestões que auxiliem esse processo de adaptação (ideia fundamental). ORDEM CRONOLÓGICA (presente / passado / futuro) Exemplo: Conforme nossa conversa telefônica dia 4 de janeiro último (passado), enviamos-lhe informações sobre nossos serviços (presente). A partir de agora, V.S.ª receberá nossos folhetos dez dias antes do lançamento de cada atividade (futuro). ORDEM LÓGICA (problema / necessidade / causa / efeito / solução) Exemplo: É preciso aumentar urgentemente o quadro do RH em três pessoas (necessidade), mas temos um entrave: não há como efetuar a escolha (problema), já que nosso especialista em seleção de pessoal está com hepatite (causa). A contratação não pode esperar a recuperação dele, sob pena de não conseguirmos cumprir todas as metas e também as obrigações tributárias (efeito). Para solucionar esse impasse, propomos contratar os serviços de uma agência de empregos para proceder à seleção Características importantes para criar um e-mail Por questão de bom-senso que deve ocorrer com qualquer texto que se vá produzir, o ideal é proceder da seguinte maneira: Conheça profundamente o assunto sobre o qual escreverá; Faça a famosa “tempestade de ideias”, anotando aleatoriamente qualquer uma delas que venha à sua cabeça; Faça uma triagem e limpe o que estiver a mais; Organize o que sobrou em ordem hierárquica, pois o concebível é que cada ideia seja representada em um parágrafo; Componha o texto seguindo rigorosamente essa organização hierárquica das ideias; Use o padrão culto da linguagem; Releia sempre o texto antes de enviá-lo. Alguns aspectos que é bom seguir na elaboração de e-mails ou de qualquer escrita oficial: E-mail oficial, porém, menos formal: na troca interna de e-mails entre colegas, cada um deve saber o grau de intensidade do relacionamento e adaptar a linguagem a esse grau. E-mails externos devem seguir rigorosamente o padrão formal; E-mails, assim como cartas comerciais, devem, preferentemente, tratar de apenas um assunto. Assim, você poderá produzi-lo no tamanho ideal, ou seja, curto. E-mails longos promovem incerteza de leitura e respostas; Empatia é algo fundamental: coloque-se sempre no lugar do leitor. Em geral, quem conhece profundamente o assunto do e-mail é você, o produtor. O leitor nem sempre é familiarizado com o assunto. Portanto, você precisa ser claro e objetivo. Precisa organizar-se antes de escrevê-lo; Organizar-se antes propicia evitar excesso ou omissão de informações, ou seja, seu texto terá exatamente o necessário; Duas coisas que evitam mico: se não for apenas uma resposta a e-mail recebido, coloque o endereço do destinatário sempre depois do texto concluído, o que evita que um clique distraído despache o e-mail ainda pelo meio. Faça a mesma coisa com o assunto, destacando a ideia central; Como a linguagem é formal, não se esqueça de elementos básicos, como “Prezado Senhor”, “Atenciosamente”, etc.; Relembrando: e-mail é assincrônico, isto é, não se sabe em que momento será lido. Evite, pois, “bom dia”, “boa tarde” etc.; E-mails, como qualquer correspondência empresarial, devem ser sucintos, ou seja, é preciso transmitir o necessário com o mínimo de palavras; De novo: omissão ou excesso de informações - qualquer correspondência empresarial é prejudicada se houver omissão ou excesso de informações; De novo: leia, leia e releia antes de enviá-lo. TEXTO-BASE Correlações Verbais Em qualquer texto que escrevamos, os verbos são elementos sempre presentes e que estão relacionados. Por isso, nesse texto, estudaremos sobre a correlação verbal que é a relação temporal entre verbos de orações que se complementam em uma frase. Antes de analisarmos casos específicos, veja, nos exemplos abaixo, como os tempos verbais podem se relacionar no texto: Presente com Presente: É preciso que tenhamos juízo. Presente com Presente: É bom que vocês compareçam Futuro com Futuro: Se ele vier, tudo será resolvido. Presente e Futuro: Caso não decidamos, eles o farão. Futuro com Futuro: Se não decidirmos, eles o farão. Pret. Imp. do Subjuntivo e Futuro do Pretérito: Se vocês se decidissem, eles também o fariam. Saber empregar corretamente as correlações propicia clareza e objetividade ao texto. Vejamos agora, então, alguns casos específicos de correlação verbal. FUTURO DO SUBJUNTIVO Relembrando: os verbos, nesse tempo e modo, são conjugados, na maioria das vezes, com SE ouQUANDO. Para não ter dúvidas na conjugação desse tempo na 3ª pessoa do singular, basta olhar o mesmo verbo conjugado na 3ª pessoa do plural do tempo pretérito perfeito e retirar sua terminação –AM. Veja, abaixo: Eles fizeram ⇒ Corta-se AM ⇒ Se ele fizer Eles quiseram ⇒ Corta-se AM ⇒ Se ele quiser Eles vieram ⇒ Corta-se AM ⇒ Se ele vier Eles viram ⇒ Corta-se AM ⇒ Se ele vir Exemplos: Se ela vir as consequências do seu ato, talvez reveja suas atitudes. Se a garota vier acompanhada, tudo se resolverá. VERBOS DERIVADOS Esses verbos (como RETER < TER; COMPOR < PÔR; REVER < VER; INTERVIR < VIR, etc.) são conjugados rigorosamente como o verbo primitivo do qual derivam. Veja: Se eu TIVER ⇒ Se você RETIVER, CONTIVER etc. Se você VIR ⇒ Se ele REVIR sua postura... Se você VIER ⇒ Se ele INTERVIER... Exemplos: O policial não interveio a tempo, e o bando conseguiu fugir. (INTERVIR < VIR) Se ele tivesse intervindo a tempo, o bando teria sido preso. (INTERVIR < VIR) Caso o Governo mantenha o combinado, faremos o negócio. (MANTER < TER) CRER, DAR, LER E VER Somente esses 4 verbos e seus derivados dobram o E na Língua Portuguesa (creem, deem, leem, veem). Exemplos: Eles nunca veem tudo aquilo que mostramos. Caso eles não deem a devida atenção ao caso, cometerão erro grave. SE x CASO Esses dois operadores, em geral, expressam condição. No entanto, também em geral, empregamos tempos verbais diferentes ao empregá-los. SE é de uso mais corrente e com ele os verbos virão no futuro ou no pretérito do subjuntivo. Exemplos: Se você chegasse no horário, ajudaria muito. Se você fizer sua parte, tudo estará bem. CASO é mais sofisticado e, em geral, requer o verbo no presente do subjuntivo. Exemplos: Caso você faça sua parte, tudo sairá bem. Caso ela chegue atrasada, já temos um plano B. CONCORDÂNCIA VERBAL DO VERBO HAVER Esse verbo, com os sentidosde EXISTIR, OCORRER, ACONTECER e TEMPO, é impessoal, isto é, não apresenta variação de plural. Por isso, eles obrigatoriamente estão no singular. Exemplos: Se não houvesse tantos... Se não houver tantos... VERBOS NO PRESENTE DO SUBJUNTIVO Em geral, o verbo nesse tempo é precedido da conjunção QUE e são assim formados. Veja, a seguir, dois casos: Verbos da 1.ª conjugação, AR, trocam essa desinência por E. Entregar– que eu entregue Lavar – que você lave Exemplo: O Governo quer que nós entreguemos nossas reservas monetárias, para cobrir seu caixa! Verbos da 2.ª conjugação (ER) e da 3.ª (IR) trocam essas desinências por A: Beber– que eu beba Invadir – que você invada Exemplo: Eles pedem sempre que eu corra atrás dos clientes. VERBOS TERMINADOS EM -JAR Todos os verbos com essa terminação mantêm o J em todas as formas de suas conjugações. Exemplos: Espero que vocês viaJem todos os anos. Nunca suJe a sala de aula. Jamais apedreJe seu rival! VERBOS TERMINADOS EM -EAR Atente para o seguinte: os verbos, no infinitivo, terminam em AR, ER e IR. Para que se tenha o radical do verbo, basta eliminar uma dessas terminações. O que restar é o radical. Assim, de: ESTREAR ⇒ tira-se AR ⇒ o radical é ESTRE. PASSEAR ⇒ tira-se AR ⇒ o radical é PASSE. Pois bem, só se pode colocar um I, como em “Eu passeIo”, se a vogal tônica do verbo for esse E final do radical. Exemplos: Eu frEIo o carro bem antes do farol. O grupo estrEIa uma peça a cada seis meses. Você passEIa seu cão todos os dias? VERBOS TERMINADOS EM -IAR Vimos o que ocorre com verbos terminados em EAR. Agora veremos os verbos em IAR, que são regulares. Assim: VarIAR ⇒ eu varIO. MagIAR ⇒ eu maquIO. No entanto, 5 verbos terminados em IAR conjugam-se como se terminassem em EAR. É fácil gravar quais são. Suas iniciais formam o nome MARIO, veja:. M ediar A nsiar R emediar I ncendiar O diar Exemplos: Eu medEIO essa reunião. Você ansEIA por novidades? RemedEIA essa situação! Não incendEIE os ânimos! Eu odEIO tantas regras! VERBOS TERMINADOS EM –PETIR E –ERIR Verbos terminados em –PETIR fazem, na primeira pessoa, -PITO. Já os verbos finalizados em –ERIRfazem, na primeira pessoa, -IRO. Exemplos: Eu rePITO o ritual todas as manhãs. Eu prefIRO apartamento a casa. Eu adIRO à greve, se necessário. Pode deixar! Eu gIRO o processo. (Verbo gerir) VERBOS DEFECTIVOS São verbos que não têm todas as formas de conjugação. O verbo FALIR, por exemplo, no presente do indicativo, só tem a 1.ª e a 2.ª pessoas do plural (Nós falimos; Vós falis). O presente do subjuntivo (aquele que se conjuga com a conjunção QUE) é derivado da 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo, e FALIR não tem essa pessoa, assim, ele não tem todo o presente do subjuntivo. Nessa falta, usa-se uma locução verbal. Exemplo: Espero que elas não venham a falir.
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