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DIREITO INTERNACIONAL matéria AV1

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DIREITO INTERNACIONAL – 21/02
Livros: direito internacional privado – Nadia Araujo (ed. Renovar) 
 Direito internacional público – Sidney Guerra (ed. Lumenjuris)
 Direito internacional público – Hildebrando Acioly (saraiva) 
O direito internacional se divide em:
Público: relações entre Estados e as relações entre organismos internacionais. 
Tratados Internacionais, imunidades diplomáticas, questões específicas relativas a meio ambiente, Estado Beligerante.
Privado: relação de pessoas físicas e jurídicas e o Estado. Tem muita aplicação na Europa e no Brasil, pois as pessoas estão sempre migrando e imigrando. Ele trabalha com os conflitos de lei no espaço (tema principal do direito privado). Ele passou a incorporar regras de direito administrativo e criminal, e com a migração começou-se a analisar a condição jurídica do estrangeiro. 
Ex: Se duas empresas contratam, uma delas é do Brasil, outra é do Equador, assinam o contrato na França e o local da execução da obrigação é na Rússia. A empresa do Brasil ajuíza uma ação no Brasil, a lei que deverá ser aplicada é a lei da assinatura do contrato, ou seja, a da França. O juiz da ação terá que aplicar as regras do direito francês, e quem propõe a ação, mencionando a lei estrangeira, deve comprovar a veracidade dela. 
Dentro da cooperação jurídica internacional, pode acontecer com um estrangeiro a Repatriação, deportação e expulsão, que se chamam retirada compulsória do estrangeiro. 
Crime do estrangeiro no exterior, existirá um processo judicial, para que o estrangeiro seja entregue ao país que ele cometeu o crime, este processo chama-se de extradição.
Homologação de sentença estrangeira 
Nacionalidade 
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NACIONALIDADE
É o vínculo jurídico que uma pessoa física tem com o Estado. Esse vínculo é estabelecido no art.12 da CF. Para que uma pessoa se torne nacional de um determinado país, existem dois sistemas básicos: 
Sangue – ius sanguini: quem tem sangue daquele país. Se uma criança filha de brasileiros nasce na França, ela será brasileira. 
Solo – ius solis: o território que irá fazer com que a pessoa tenha vínculo com o país. Nasceu no Brasil, é brasileiro. (Brasil adota o ius solis) 
A nacionalidade vai se dividir entre:
Vínculo direto: nacional NATO - Art.12, I CF
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; (Ius solis)
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; Ius Sanguinis – ius laboris (relação de trabalho – abrange toda a adm pública) 
os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; Ius sanguinis – é relacionado a pais ou mães brasileiros que não estão a serviço do pais. Pode propor uma ação de opção de nacionalidade, art. 109, X CF, é uma ação simples, comprovando por meio de documentos que tem 18 anos e que está com animus de residir no Brasil, aí terá uma declaração, onde a pessoa terá o registro e será considerado brasileiro nato. 
Vínculo indireto: estrangeiro se tornando nacional de outro país, se dá através da NATURALIZAÇÃO - Art.12, II CF
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; Estrangeiro que deseja se tornar brasileiro, e não tem requisitos para ser brasileiro nato. (art.12, II, a = norma de eficácia limitada, ou seja, a lei deverá estabelecer as regras que a CF determinou)
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
Para a ótica brasileira, todo vínculo estatal que uma pessoa tenha, seu filho mesmo nascendo no exterior será considerado brasileiro. 
Apátrida = não tem vínculo jurídico com nenhum país. 
28/02 
Lei 13.445\17 – art. 64 a 76, existem 4 situações que ensejam a naturalização:
Ordinária, 64, I, 65 e 66 
Especial, 64, III, 68 e 69 complementam o art.12, II, a
Provisória, 64, IV e 70 
Extraordinária: complementa o art.12, II, b – art. 64, II e 67 da lei. (norma de eficácia plena) 
Ordinária – requisitos:
Ter capacidade civil – somente 18 anos
Residência no Brasil por 4 anos – pode ser reduzido para 1 ano, desde que, o estrangeiro tenha cônjuge ou filho, serviço relevante para o Brasil e, desde que tenha uma capacidade diferenciada no campo profissional, artístico ou científico. (Vai no ministério da justiça e requer a naturalização).
Falar língua portuguesa
Não possuir condenação penal 
# O ato de concessão de naturalização ordinária é um ato político.
Especial – requisitos:
Estrangeiro tem que estar 5 anos casado ou com união estável com um brasileiro ou a serviço do país no exterior 
Empregado de embaixada ou consulado do Brasil por mais de 10 anos ininterruptos
Capacidade civil
Falar língua portuguesa
Não possuir condenação criminal 
#Preenchidos os requisitos, mesmo assim o governo brasileiro tem a opção de negar, por ser um ato político. 
Provisória – requisitos:
Estrangeiro na qualidade de criança ou adolescente, quando essa criança ou adolescente completar 18 anos, vai pedir que essa naturalização provisória se torne definitiva. 
# Preenchidos os requisitos, mesmo assim o governo brasileiro tem a opção de negar, pois, é um ato político. Dessa decisão cabe recurso, art. 71. 
Extraordinária – requisitos
15 anos ininterruptos no Brasil 
Sem condenação criminal.
#é um direito subjetivo do estrangeiro. Preenchidos os requisitos constitucionais o estrangeiro tem o direito de se tornar brasileiro. É um ato vinculado (doutrina majoritária) 
Perda da nacionalidade – art. 12 §4º CF
Tem o vínculo rompido. Quem pode perder:
 I. Naturalizado que pratique atividade nociva ao interesse nacional. A união proporá uma ação de cancelamento de naturalização. 
II. Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
 a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. 
O vínculo jurídico rompido entre a pessoa e o Brasil se dá através da perda da nacionalidade. 
 EXTRADIÇÃO
Lei 13445\17 (Lei de migração) - Art. 81 a 100. Como medida de cooperação judiciária entre Estados Soberanos em matéria penal. Desse modo, cabe extradição apenas do indivíduo que tenha que cumprir pena no exterior ou que tenha de responder a instrução penal no exterior. 
A extradição é baseada em duas situações: 
O Brasil tem um tratado de extradição. (Acordo internacional de extradição). 
OU
Pode ser que o Brasil assine uma promessa de reciprocidade. 
Existindo uma dessas duas situações, ocorrerá a extradição. 
A partir da interpretação do art. 5 LI da CF, conclui-se que o Brasil extradita estrangeiros e brasileiros naturalizados. 
A extradição pode ser: 
Ativa: Acontece quando o Brasil pede que uma pessoa que esteja respondendo a processo ou investigação criminal, que tenha pedido de prisão, ou uma pessoa que tenha condenação transitado em julgado, seja retirada do exterior e trazida para o Brasil. É requerida pelo Estado brasileiro. As regras de extradição são as regras do local onde a pessoa se encontra. O Brasil só pode pedir a extradição de qualquer pessoa que tenha cometidocrime no território. 
Passiva: Pessoa que cometeu crime no exterior e está no território brasileiro. A extradição não é um processo administrativo, é um processo judicial. Até a tramitação inicial é administrativo, depois é aberto um processo judicial. O STF, se acordo com o art. 102, I, “g”, é quem decide sobre a extradição. As regras sobre a extradição não estão previstas na CF. Precisa ter uma investigação ou processo criminal, ou sentença transitada e julgada. Além disso, tem que ter tratado ou promessa de reciprocidade. (É A QUE NOS INTERESSA)
Os impedimentos da extradição estão previstos no art. 82: 
1) Brasileiro nato;
2) Tem que obedecer ao princípio da dupla identidade: o fato praticado tem que ser crime no Brasil; (tem que ser crime nos dois lugares)
3) A justiça brasileira não pode ser competente para julgar o crime; (quando a ação ou o resultado ocorrerem no Brasil)
4) Se no Brasil a pena máxima for inferior a 2 anos;
5) Quando o extraditando já estiver respondendo processo criminal no Brasil, ou tiver sido absolvido no Brasil pelo fato.
6) A prescrição do crime cometido pelo extraditando será analisado de acordo com as leis brasileiras, e, portanto, caso esteja prescrito, o Brasil não irá extraditar. 
7) O Brasil não extradita por crime político ou de opinião
8) Se o extraditando vier a responder por um crime no Tribunal de Exceção (tribunal criado após o crime, para julgá-lo) 
9) Se o estrangeiro quando entrar no Brasil, pedir asilo (perseguição individual) ou refúgio (perseguição coletiva) - (pode pedir quem esteja sofrendo uma perseguição). 
Enquanto existir pedido em exame de refúgio ou asilo, a extradição ficará suspensa. 
07/03 
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Se o STF decidir extraditar, o Estado que requereu a extradição tem prazo de 60 dias para buscar o extraditando – art. 92
Quando o país pede a extradição, junto com esse pedido, vem o pedido de prisão provisória. Dependendo das condições, pode ser optada por uma prisão domiciliar. 
CONDICIONANTES DA EXTRADIÇÃO – Art.96
Mesmo que o STF diga que vai entregar o estrangeiro, essa entrega só acontecerá no prazo de 60 dias com as condições:
O país que pede a extradição tem que aceitar a detração (o tempo que a pessoa ficou presa no Brasil irá contar no tempo da prisão provisória)
Impossibilidade de pena corporal, perpétua e pena de morte
Que a pessoa extraditada só fique presa no máximo por 30 anos (incluindo a detração)
Não submeter o extraditando a tortura 
ESTRANGEIROS
No Brasil, tem muitos estrangeiros, e eles têm muitas limitações estabelecidas na Constituição Federal.
O STF diz que o estrangeiro residente ou não residente tem as garantias previstas no artigo 5º da CF, com base no Art.1, III CF = Dignidade da pessoa humana, e ambos têm direito a locomoção. O Brasil pode impor condições para a locomoção de estrangeiro no Brasil.
Ex. Visto (Viajar para a Europa a turismo não precisa de visto)
A locomoção interna do estrangeiro também pode sofrer limitações – art. 46 a 60 da L. 13.445. Existem 3 restrições que acarretam a retirada compulsória do estrangeiro: 
Repatriação – art. 49: medida tomada pela polícia federal. O estrangeiro não apresenta documentação para a entrada no país, ou se existir alguma restrição de entrada (decisão judicial impedindo a entrada de alguém por algum motivo) e com isso, o estrangeiro é levado de volta. 
Deportação – art. 50 a 53: o estrangeiro está em situação irregular. Ex: o estrangeiro que já está a mais de 180 dias no Brasil sem se regularizar. 
# Tanto a repatriação, quanto a deportação NÃO IMPEDEM o retorno do estrangeiro no país. 
# Questões ligadas a família não impedem a repatriação e deportação 
# Se ao ser deportado, o estrangeiro não tem dinheiro para voltar para seu país, o Brasil irá pagar, mas a condição para seu retorno no Brasil, deverá pagar o valor das custas que o Brasil teve.
Expulsão – art. 54 a 60: é a retirada compulsória, quando o estrangeiro comete um crime. Se o estrangeiro for expulso, é PROIBIDO de voltar ao Brasil, se ele voltar, será preso. (art.338 CP) 
O art. 55, II traz a proteção da unidade familiar. Se tiver algum vínculo, o estrangeiro irá cumprir sua pena, e não será expulso. 
Restrições ao estrangeiro que estão estabelecidas na CF: 
Art.5º, LXXIII CF = O estrangeiro não pode propor ação popular, pois é um instrumento que somente o brasileiro, na condição de cidadão.
Art.190 CF: Restrições privadas: trata da restrição da pessoa física ou jurídica estrangeira relacionada a propriedade rural. Ele não pode ter grandes propriedades rurais, uma vez que, o Brasil é o maior produtor de alimentos do mundo.
Art.222: Estrangeiro não pode ser proprietário de empresa de comunicação.
Art.176 §1º: Minério: Mesmo que seja uma empresa internacional, tem que ser uma empresa com sede no país. Para explorar petróleo no Brasil, tem que ser uma empresa constituída no Brasil. 
Art.227 §5º: A CF se preocupou em limitar a adoção por estrangeiros, que tem limitações diferenciadas dos brasileiros.
Art.5º, XXXI: Restrição privada: Sucessão de bens, neste caso, a lei aplicada será a do Brasil, em relação aos bens que estão no Brasil, salvo se a lei estrangeira for mais benéfica. 
COMPETÊNCIA INTERNA
Limites da jurisdição nacional, constitui se o juiz é competente para isto. Se divide em:
Competência concorrente, art.21 e 22 CPC: Trabalha com a competência do juiz do Brasil, quanto a possibilidade de os temas serem julgados internacionalmente. 
A justiça brasileira será competente quando o domicílio do réu for dentro do território brasileiro;
Se tiver uma obrigação que tenha que ser cumprida no Brasil; 
Fato ocorrido ou praticado no Brasil 
Alimentos: credor com domicílio no país ou réu com vínculo no país (propriedade, posse de bens)
Decorrentes de relação de consumo quando o consumidor tiver domicílio no país. 
Em que as partes expressa ou tacitamente se submeterem a jurisdição nacional. (Foro de eleição) 
# Não existe litispendência internacional: ações iguais em locais distintos, uma ação no Brasil e outra na Espanha por ex. com mesmo autor e mesmo réu. Poderá, portanto, tramitar as duas ações concomitantemente, EXCETO se o Brasil assinar tratado internacional reconhecendo a litispendência. O Brasil reconhece litispendência com o MERCOSUL. 
SE HOUVER LITISPENDENCIA, A CAUSA TERMINA COM QUEM JULGAR COM TRÂNSITO EM JULGADO PRIMEIRO. 
Competência exclusiva, art.23 CPC: Apenas a justiça brasileira é competente para examinar estas matérias:
Matérias relativas a imóveis situados no Brasil
Matéria de sucessão: partilha de bens situados no Brasil 
Divórcio, separação e dissolução de união estável: bens relacionados ao casal
# A lei é aplicável quando não existe um tratado internacional.
14\03 
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 
Art.26\41 CPC: princípios gerais 
Art.960\965: Homologação de sentença\ decisão = carta rogatória 
Art.216 A e seguintes: Regimento interno do STJ 
Formas de cooperação jurídica internacional:
Homologação de sentença estrangeira- art. 216 A \ 216 N RISTJ: tem natureza jurídica de uma ação, portanto o beneficiário de uma sentença no exterior que queria fazer com que essa sentença tenha validade e eficácia no Brasil, tem que necessariamente propor essa ação. A homologação de sentença estrangeira é de competência do STJ, conforme art. 105, I, “i” CF. Proposta esta ação, o STJ irá verificar os requisitos (963 CPC) para que possa homologá-la:
Ser proferida por uma autoridade competente;
Citação válida ou reconhecimento da revelia: a citação válida precisa ser comprovada. O STJ pode não conhecer a validade da citação por motivo de ordem pública, que é um conceito jurídico indeterminado.
Trânsito em julgado: dessa sentença não pode mais caber recurso. 
Não ofender coisa julgada no Brasil: se forem propostas ações concomitantes em diferentes países, e se no Brasil transitar em julgado primeiro, essa que irá valer. 
Traduçãojuramentada: a sentença precisa ser traduzida.
OBS: O Brasil assinou um tratado com Portugal dispensando a tradução em sentença homologada aqui e lá. 
A ordem pública é um fator limitador da homologação. O STJ não faz o reexame da decisão, o que o STJ faz é o juízo de delibação (olhar à distância) faz exame sem entrar no mérito, fazendo um exame superficial, mas sempre analisando se a sentença fere a ordem pública.
O STJ pode fazer a homologação total, como também parcial (ofendeu parcialmente a ordem pública = ex. uma indenização de 100.000,00 e um corte de dedo, só homologará a indenização)
Dividas não admitidas no Brasil podem ser homologadas pelo STJ, desde que a parte seja domiciliada no Brasil (ex. cassino) – pois se a dívida é legal no país origem, pode sim ser homologada. 
Aqui no Brasil dívida de jogo é obrigação natural, pois é devida, mas não é cobrada. 
Homologada a sentença estrangeira, ela deve ser cumprida = CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA, de acordo com o art.515 CPC, a homologação é considerada título executivo extrajudicial.
O cumprimento de uma sentença estrangeira se dá de acordo com o art.109, X CF = quem vai processar este título é a justiça federal.
Carta Rogatória – art.36 CPC – 216 O\ 126 X RISTJ: serve para que decisões judiciais estrangeiras sejam válidas no Brasil (exequatur). Que pode ser total ou parcial.
Carta rogatória passiva: quando o juiz do exterior expede carta rogatória para o Brasil. Quando a carta rogatória vem pro Brasil, ela é examinada pelo STJ, que analisa principalmente se: a autoridade é competente e se essa decisão não fere a ordem pública. 
Carta rogatória ativa: quando o juiz brasileiro expede uma carta rogatória para o exterior, vai para a autoridade central (ministério das relações exteriores) para que encaminhe ao país competente.
 
Auxílio direto – art.28\34 CPC: serve para decisões sem conteúdo jurisdicional. O auxílio direto no Brasil é no âmbito administrativo, o órgão administrativo responsável por examinar esse auxílio é o Ministério da Justiça. É sem burocracia, justamente por não ter conteúdo jurisdicional.
Conflito de Leis no Espaço 
Aplicação de Lei Material Estrangeira
Obs.: A parte processual será brasileira, ou seja, seguirá o rito do processo civil brasileiro. 
Decreto Lei 4.657/1942 – Lei de Introdução ao Código Civil / Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (LINDB)
Matérias: 
Capacidade (Art. 7º) – A lei aplicável é a do domicílio da pessoa. A capacidade civil plena, no Brasil, é adquirida aos 18 anos. Deve-se analisar se as pessoas possuem capacidade onde domiciliam. 
Formalidade dos Atos (Art. 7º, § 1º) – O direito aplicável é o do local da celebração do ato. 
Formalidade de Casamento e Impedimento (Art. 7º, § 1º) – Local da celebração do ato. 
Regime de Bens (Art. 7º, § 4º) – Lei do local de domicílio dos nubentes. No caso de os nubentes possuírem domicílios diferentes, a lei aplicável será o do primeiro local de domicílio comum. 
Bens Imóveis (Art. 8º) – A lei aplicável é a do local do bem. 
Obrigações Contratuais (Art. 9º)– Lei aplicável é a do local da celebração do contrato. Juros são comutados, no Brasil, a partir da citação.
Obrigações Extracontratuais (Art. 9º) – A lei aplicável é a do local do fato. Juros computados da data do fato.
Contrato entre Ausentes (Art. 9º, § 2º)– Aplicável a lei do domicílio do proponente (quem paga). 
Sucessões (Art.10) – Em regra, o último domicílio do “de cujus”, salvo se existir cônjuge ou filho brasileiro, sendo aplicável, nesse caso, a lei brasileira se for mais favorável. (Art. 5º, CF)
21/03 
DIREITO PENAL NO ESPAÇO – Art.6º CP
Teoria da ubiquidade: Tanto o local da conduta, quanto do resultado trazem a competência penal para a justiça brasileira, e correspondem ao local do crime.
Princípio da territorialidade: (é a regra no direito brasileiro)
- Absoluta: qualquer conduta ou resultado praticado dentro do território brasileiro, será de competência da justiça nacional. 
- Mitigada – art.5º CP: Existem exceções, pois tem determinados locais em território brasileiro que são virtualmente território estrangeiro, devem ser respeitados os tratados e as regras de direito internacional, como por exemplo: representações diplomáticas – decreto 56435\65 (Convenção de Viena sobre Diplomatas), naves e aeronaves públicas (a serviço) de outro país = regra de direito internacional. 
Princípio da extraterritorialidade: art.7º CP (é a exceção)
- I. Extraterritorialidade incondicionada: o Brasil se considera competente para julgar crimes no exterior sem limitações (mesmo que exista coisa julgada no exterior, a justiça brasileira será competente – §1º)
Será incondicionada nos crimes cometidos contra vida ou liberdade do presidente da república. 
Crimes contra o patrimônio ou a fé pública, cometidos contra pessoa jurídica de direito público + empresas públicas + sociedades de economia mista. 
Crime contra a administração pública por quem está a seu serviço. (Crime próprio, exemplo: peculato, corrupção passiva, prevaricação e concussão)
Crime de genocídio se o autor for brasileiro ou for domiciliado no Brasil. 
# Quando o sujeito tem dupla condenação (Brasil e exterior), o tempo que ele já cumpriu a pena em um país, será descontado no Brasil = detração internacional.
# O tempo que o condenado fica preso provisoriamente, será descontada na pena futura = detração nacional 
- II. Extraterritorialidade condicionada: crimes cometidos no exterior que poderão ser de competência da justiça brasileira sobre certas condições CONCOMITANTES (todas tem que estar presentes - §2º), quais sejam:
1. Entrar o agente no território nacional; 
2. Punição no país em que ocorreu o crime; 
3. O crime tem que permitir a extradição no Brasil, acima de 2 anos de pena; 
4. Não ter o agente sido absolvido ou condenado no exterior;
5. Não ter ocorrida a extinção da punibilidade pela lei brasileira.
CRIMES:
Os que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir, ex. tráfico de drogas internacional, pirataria;
Praticados por brasileiros; 
Praticados em aeronaves ou navios privados brasileiros quando não forem os crimes julgados no exterior;
§3º: Crime cometido no exterior, onde o sujeito ativo é estrangeiro e o sujeito passivo é brasileiro. Condições: Além das 5 acima, só será processado pelo Brasil, desde que não tenha sido pedida a extradição e que haja requisição (pedido) do Ministério da Justiça. 
SOBERANIA ESPACIAL DOS ESTADOS
Soberania terrestre: corresponde ao espaço geográfico, incluindo o subsolo. Art.20 CF. 
Domínio fluvial ou lacustre: relacionado a rios e lagos, também pertencentes a território. Quando for domínio fluvial lacustre de fronteira, existe um tratado internacional chamado de Convenção de Barcelona, trazendo a proibição de obstáculos (barragens, hidroelétricas) de rios e lagos. 
Domínio aéreo (Convenção de Chicago – decreto 21.713\1946: que regula o uso do espaço aéreo. Art.6: Estabelece a necessidade de autorização do pais para uso do espaço aéreo. Art.5: Existe a passagem aérea inocente, se o voo não for para fins comerciais, não precisa de autorização para passar pelos países, permitindo fazer uso da escala. Essa convenção se aplica ao uso do espaço aéreo civil, se for militar, não existe convenção, aí será uma convenção entre países. Via de regra, países não permitem que aeronaves militares passem pelo espaço aéreo.
Soberania espacial marítima: Decreto 1530\95 – Convenção de Montego Bay: Lei 8617\93 estipulou a divisão marítima do estado brasileiro que vai do mar territorial (considerado território nacional) até 12 milhas. 
- Zona Contígua – art.4: área de fiscalização do mar territorial: se um crime é cometido depois de 12 milhas do território brasileiro a competência não é da justiça brasileira. 
A área de fiscalização do mar territorial vai de 12 milhas até 24 milhas.
- Zona econômica exclusiva: apesar de não fazer parte do Estado é uma área de exploração comercial do Estado. Não está definida na convençãointernacional de mar, e sim na lei interna. 
- Plataforma continental – art. 11: vai até 200 milhas e trata do subsolo marítimo. A convenção internacional não reconhece essa área. 
Área Internacional – decreto 75963\75: a área internacional que pertence a todos os países é a Convenção de Washington. A Antártica é considerada uma área de exploração internacional, então, está dentro da soberania de todos os Estados, sendo uma área de exploração científica. 
28/03
MEIO AMBIENTE INTERNACIONAL
Após a 2ª Guerra Mundial com a alta industrialização dos países desenvolvidos, começou-se a perceber que essa tecnologia trouxe mudança no clima, animais em extinção, por ex., por conta da ação humana, e isso é um direito difuso. O meio ambiente começou a ser tratado de forma diferenciada, e isso se iniciou com a Conferência de Estocolmo de 1972 (Princípios básicos foram debatidos neste tratado) e teve a RIO 92, que foi uma 2ª conferência importantíssima para o meio ambiente. (Princípios objetivos = indenização) com a junção desses dois princípios se deu origem aos princípios gerais do meio ambiente internacional, art.225 CF, quais sejam:
PRINCÍPIO DA IGUALDADE: tratar situações diferentes de forma igual (igualdade material). Países em desenvolvimento sejam tratados de forma distinta, tendo que ter algum benefício, pois a grande maioria estão no hemisfério norte. 
PUBLICIDADE: objetiva a transparência nas atividades potencialmente agressoras ao meio ambiente, para que os envolvidos saibam o que pode ser prejudicial. 
PARTICIPAÇÃO: os órgãos do meio ambiente devem estar abertos a participação dos interessados. Quando há necessidade de liberação pelos órgãos do meio ambiente para alguma atividade, é feita a consulta pública, para que os interessados possam participar e dar opinião se há agressão ou não ao meio ambiente.
COOPERAÇÃO: está ligada a participação de Estados e Organizações Internacionais nas atividades potencialmente agressoras ao meio ambiente. (Previsto na carta da RIO 92) Parte do pressuposto de que o planeta é de todos. Obedecendo os limites da soberania dos países os outros Estados e Organizações podem participar da decisão sobre atividades agressoras ao meio ambiente. Esse é um princípio ruim para os países em desenvolvimento, traz muita preocupação para os ambientalistas, pois permite que outros países intervenham em países potencialmente agressores ao meio ambiente. 
SUSTENTABILIDADE: o desenvolvimento dos países deve estar ligado com a proteção ao meio ambiente. (Desenvolvimento sustentável) 
PREVENÇÃO - art.225, IV CF: está ligado ao princípio da participação. Como os gastos com o meio ambiente são superiores aos gastos preventivos, essa participação dos interessados vai se dar no EIA (Estudo de Impacto Ambiental que é reelaborado pelos órgãos do meio ambiente. Portanto, a União (IBAMA), os Estados (INEA) e os municípios (secretaria de meio ambiente) podem determinar para atividades a elaboração de um EIA. O resultado desse estudo será o RIMA (relatório de impacto ambiental). Tanto o EIA e o RIMA são importantes e tem previsão constitucional.
PRECAUÇÃO: deve ser utilizado após o resultado do princípio da prevenção. (In dubio pro natura: Na dúvida sobre o potencial lesivo, os órgãos não podem permitir a atividade). 
POLUIDOR PAGADOR – art.225, §2º e §3º: de acordo com este princípio, a responsabilidade do poluidor é independente de culpa = responsabilidade objetiva. Conduta cujo resultado foi a lesão ao meio ambiente, entre essa conduta e a lesão, existe a necessidade do nexo causal. O poluidor responsável pela lesão ao meio ambiente não pode alegar que não teve culpa, se ele foi o responsável pela conduta.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Tem como fim a manutenção da paz e para isso existe um órgão chamado: Conselho de Segurança da ONU, dentro deste conselho existem 5 países vitalícios: EUA, RÚSSIA, INGLATERRA, FRANÇA E CHINA, (são os mais importantes, pois eles têm direito ao veto, se um desses vetar uma resolução do Conselho de Segurança, nada sairá de lá) mais 15 países escolhidos.
Tem como objetivo a justiça internacional, esta tem 2 órgãos principais:
Corte internacional de justiça: tem como objetivo resolver conflitos entre Estados. 
Tribunal Penal Internacional: há o envolvimento de pessoas físicas. Trata de crimes contra a humanidade. Art. 5º, §4º CF 
Tem como objetivo o desenvolvimento dos povos 
# Essas normas internacionais são colocadas em Tratados Internacionais. Existe uma relação entre os tratados internacionais e o direito interno de cada país, sobre isso existem 2 teorias:
- Dualista: o direito internacional e o direito interno de cada país são sistemas distintos, para que o direito internacional passe a valer em cada país é necessária a Incorporação do direito internacional; (PREVALECE ESSA TEORIA)
- Monista: o direito internacional e o direito interno são um sistema único. Existe ainda, uma divisão da teoria monista: Primazia do direito interno (os Estados têm soberania), portanto, se houver um conflito entre o direito interno e o internacional, o direito interno prevalece. Há ainda, quem entenda a Primazia do direito internacional, prevalecendo este em eventual conflito. 
Convenção de Varsóvia – Trata da indenização de transporte aérea. Havendo perda de bagagem em viagens aéreas será pago o valor de US$ 100,00 (cem dólares), o que equivale atualmente à mais ou menos R$ 300,00. 
04/04/2018
Na declaração da ONU onde se encontram os princípios gerais das nações unidas, a estrutura da ONU, há um anexo denominado “Estatuto da CIJ” (Corte Internacional de Justiça). O artigo 38 do Estatuto da CIJ estabelece quais são as fontes do direito internacional público, de acordo com este dispositivo a principal fonte do direito internacional são as convenções internacionais, que é o termo genérico para acordos entre países ou entre organizações internacionais. Esses acordos possuem vários nomes, sendo o mais conhecido “tratado”, também podendo ser chamado de pacto (quando se refere à direitos humanos de forma específica), pode ser chamado de concordata (tratado que envolve o vaticano), pode ser chamado de ato, convenção, entre outros. 
A principal manifestação do direito internacional privado se dá pelos acordos entre países. 
Na ausência de acordo entre os países, aplica-se o costume, que é uma prática reiterada e aceita internacionalmente. 
O artigo 38, além dos tratados e dos costumes, na ausência destes, irá utilizar as fontes do direito interno, qual seja, princípios gerais do direito internacional.
Atenção: CIJ serve apenas para resolver problemas de Estados e organizações internacionais. 
Princípios Gerais do Direito Internacional: 
Princípio da boa-fé, 
Princípio da Solução Pacífica dos Conflitos, e 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. 
Além dos princípios gerais do direito, existe também a doutrina de direito internacional público e a jurisprudência (decisões da CIJ). 
O direito internacional público engloba a chamada “Sociedade Internacional”. Esta sociedade possui as seguintes características: 
Universal – Vários atores internacionais. Em outras palavras, pessoas físicas ou jurídicas que fazem parte da sociedade internacional. Os grandes “atores” da sociedade internacional são os Estados. 
A sociedade internacional considera uma pessoa jurídica como Estado por meio de duas características, quais sejam:
Soberania – É respeito na ordem interna. As pessoas respeitam a pessoa jurídica que comanda o território, essa é a primeira noção de soberania. A segunda noção é a independência, neste caso a noção é externa, pois os demais atores reconhecem o Estado. 
Além dos Estados, as organizações internacionais. Os Estados e organizações são os principais atores da sociedade internacional, no entanto, não existem apenas eles. A pessoa humana também passa a atuar no direito internacional, atuando em grande parte no direito internacional privado, mas existem temas que são relacionados à pessoa humana, que são os direitos humanos.Quando assunto pautado for de direitos humanos (que são os direitos fundamentais), a pessoa física pode se relacionar internacionalmente. 
Santa Sé – É o Vaticano, que assinou um tratado, um acordo de ladrão, nesse tratado o Vaticano foi reconhecido como país pela Itália, que a partir desse momento passou a ser reconhecido por outros países. Os tratados realizados pelo Vaticano são chamados de concordata. O Brasil assinou uma concordata com o vaticano (Decreto 7.107/2010), onde ficou acordado o respeito às igrejas, padres, casamentos, e que o Brasil aceita as decisões do Vaticano. 
Beligerantes – São grupos que desejam a independência.
Insurgentes – São grupos que discordam de quem detém o poder. 
Cruz Vermelha – É uma organização humanitária, que é reconhecida e internacionalmente respeitada. 
Aberta – Não existe um número determinado de atores. 
Descentralizada – A sociedade internacional não é um super país. É descentralizada. 
Paritária – Art. 2º da Carta da ONU, diz que todos os países são iguais em direitos e obrigações. Princípio da Igualdade entre os países. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
Os tratados internacionais se encontram no Decreto 7.030/2009 (Convenção de Viena), que trata das regras de elaboração de um tratado internacional. 
O artigo 2º alínea “a” do referido Decreto traz o conceito de um tratado internacional, sendo ele: 
“Tratado significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados, sendo regido pelo direito internacional qualquer que seja a sua denominação.”
Analise do Conceito: 
Escrito - Não existe tratado internacional verbal, devendo, necessariamente, serem escritos. 
Entre Estados – Em regra, quem realiza tratados são os Estados e organizações internacionais, por serem os sujeitos primários do direito internacional, no entanto, atualmente é possível que um tratado seja assinado entre os atores da sociedade internacional. 
Regido pelo Direito Internacional – Logo será regido pelos três principais pontos que regem o direito internacional, quais sejam: 
Manutenção da paz,
Justiça Internacional, e 
Desenvolvimento dos Povos. 
Independente de Denominação
Tipos de denominações: 
Ata; 
Protocolo; 
Concordata; 
Pacto;
Estatuto; 
Convenção, 
Acordo, e 
Troca de Notas.
Obs.: Um tratado não precisar ser um documento único, podendo ser em vários documentos realizados em momentos diferentes. 
O tratado internacional é um acordo, portanto, parecido com um contrato, um negócio jurídico, logo possui condições de validade, quais sejam: 
Capacidade – Quem possui capacidade para participar de um tratado são os Estados e as organizações internacionais como sujeitos primários, e os beligerantes, insurgentes, Santa Sé e cruz vermelha, como sujeitos secundários. 
Obs.: Ligado a capacidade existem os negociadores que são representantes que discutirão o tratado, esses representantes são chamados de plenipotenciários. O ator internacional dá uma procuração para o representante possa negociar, essa procuração é denominada “carta de plenos poderes”, essa carta está prevista no artigo 2º, alínea “c” do Decreto 7.030/2009. Os plenipotenciários, geralmente, são diplomatas 
Objeto Lícito e Possível – Artigo 53 do Decreto 7.030/09. O conteúdo do tratado não pode fomentar a guerra, não pode inverter o desenvolvimento visando a não produção de riquezas, etc. 
Consentimento Livre – Artigos 46/52 do Decreto. Causas de anulação do tratado: Erro, dolo, coação.
Fases de Elaboração do Tratado: 
No Brasil o sistema aplicado é o dualista. No sistema dualista as regras de direito internacional não possuem validade automática dentro do país, precisando, para tanto, que este seja internalizado. 
Fase Externa: 
Negociação (Art. 7º do Decreto) – A negociação, como já dito anteriormente, é realizada pelo plenipotenciário. Após a negociação, que não possui prazo final, se faz a: 
Redação do Projeto 
Assinatura – No momento da assinatura, o tratado não pode ser mais modificado. Para que haja validade no direito interno se inicia uma nova fase, que é a interna. 
Fase Interna: 
Ratificação – Artigo 14 da Convenção de Tratados. A ratificação é o procedimento interno para que um país aceite o tratado. Cada país possui uma ratificação, é um procedimento interno de cada país. 
Como já dito, o texto do tratado, após a assinatura, no momento da ratificação, não pode ser modificado, no entanto, se após a assinatura for constatado que uma norma pode ser lesiva, o procedimento interno pode fazer com que cláusulas sejam excluídas, esse procedimento é denominado reserva. (Arts. 19/23, Decreto). 
Após a ratificação e, eventualmente, colocação de reservas no tratado ocorre a: 
Publicação – Para que as pessoas, dentro do país, possuam ciência. 
Após a publicação, o tratado ainda não possui validade, existindo ainda uma fase final, que também é externa, que é chamada de Registro. 
Fase Final (Externa): 
Registro – Depois da segunda guerra mundial são vedados tratados sem registro. Esse registro ocorre na ONU (Arts. 80 e 102 da Carta da ONU). O registro foi criado para evitar a diplomacia secreta. 
11/04/2018 
Continuação...
TRATADOS INTERNACIONAIS
O Brasil adota a teoria dualista, logo há duas fases para a aprovação do tratado, quais sejam: 
Fase externa:
Negociação
De acordo com a Constituição Federal em seu artigo 84, inciso VIII, o responsável por celebrar tratados é o Presidente da República, no entanto, é possível que este nomeie negociadores que, via de regra, são diplomatas. Para que o negociador possa, em nome do Brasil, negociar um tratado, ele precisa de uma procuração do Presidente, sendo esta procuração denominada “Carta de Plenos Poderes”. A partir do momento que o negociador possui a carta, ele é chamado de Plenipotenciário. Após a negociação ocorre a redação do projeto.
Redação do Projeto – Documento que possui as obrigações a serem cumpridas pelos países que assinaram o tratado. Depois da redação do projeto, ou seja, o projeto se encontra ponto/finalizado, o plenipotenciário assina. 
Assinatura – A partir do momento que o plenipotenciário assina o projeto, este não será passível de modificação. 
Obs.: Caso o Brasil adotasse a teoria monista, a partir da assinatura (fase externa) o tratado já seria válido, no entanto, como a teoria dualista é a adotada, não basta que o representante brasileiro assine o tratado internacional, existe a necessidade de, além da assinatura, ratificação pelo Estado brasileiro. Ante esta necessidade surge a fase interna. 
Fase Interna: 
Ratificação do Tratado – Ainda no artigo 84, inciso VIII, CF, é atribuição do Presidente da República celebrar tratados, após o referendo do Congresso Nacional, portanto, para que a ratificação seja realizada há necessidade de dois atos, quais sejam:
Art. 49, inciso I, CF – Compete, exclusivamente, ao Congresso Nacional resolver sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem em cargos ou compromissos ao patrimônio nacional. Portanto, na ratificação, o primeiro passo é a aprovação pelo Congresso Nacional. Quando se fala em competência exclusiva do Congresso Nacional, significa que nas matérias de que trata o artigo 49 da CF não existe participação do Presidente da República. Ao contrário das leis, visto que há necessidade de participação do Presidente da República para sancionar/aceitar a lei aprovada ou rejeitar/vetar. As matérias presentes no artigo 49, CF, são tratadas por meio de Decreto Legislativo e não por meio de lei. 
A aprovação das matérias no Congresso Nacional obedece a regra do artigo 47 da CF, salvo disposição em contrário, em que as deliberações de cada Casa e suas comissões serão tomadas por maioria dos votos presente a maioria absoluta dos seus membros. 
Logo, para que qualquer matéria prevista na CF seja examinada pelo Congresso Nacional existe a necessidade da presença da maioria absoluta (quórum de abertura).
Congresso Nacional = Câmara dos Deputados + Senado. 
A câmara dos deputados possui 513 deputados, logo para que seja iniciada a votação devemestar presentes a maioria absoluta, ou seja, 257 deputados. (Quórum de abertura). 
Maioria Absoluta = Metade do todo + primeiro número inteiro. 
A regra para aprovação de uma matéria no Congresso Nacional é de que deve ser feita pela maioria dos presentes/maioria simples. (Ex.: Presentes 300 deputados, deve haver a aprovação por 151 deles). 
O senado é composto por 81 senadores, logo para que a sessão do senado seja iniciada será necessário a presença da maioria absoluta, ou seja, 41 senadores. Estando presentes quantidade inferior a 41 senadores, a sessão será suspensa por falta de quórum. 
Para que a matéria seja aprovada, no mesmo sentido, há necessidade de que a maioria dos presentes se manifeste neste sentido. 
Matérias tratadas pelo Legislativo (Art. 59, CF): 
Emendas à Constituição – Não segue a regra do artigo 47, CF.
Medidas Provisórias – São editadas pelo Presidente da República, mas dependem de aprovação do legislativo. Não segue a regra do artigo 47, CF. A MP possui prazo máximo de 120 dias, após deve ser convertida em lei ordinária, vez que MP não pode tratar de lei complementar nem delegada. 
Leis
Espécies de Leis: 
Lei Ordinária
Lei Complementar – Não segue a regra do artigo 47, CF, pois depende de aprovação da maioria absoluta. 
Lei Delegada 
Decreto Legislativo – É matéria de competência do Congresso Nacional e segue a regra do artigo 47, CF. 
Resolução – São atos privativos de cada casa. 
A ratificação é feita pelo Congresso Nacional por meio de decreto legislativo. Necessário se faz frisar que não há prazo para que o Congresso Nacional examine o tratado assinado pelo representante brasileiro, podendo este ser examinado em dias, semanas, anos ou não ser examinado. 
As regras sobre tratados internacionais se encontram no Decreto 7.030/2009. 
Reserva – É o ato do Congresso Nacional que faz com que determinados pontos do tratado não tenham validade no Brasil.
Os atos privativos do Congresso Nacional são chamados de Decretos Legislativos. 
A segunda parte da ratificação de um tratado internacional no Brasil é realizada pelo Presidente da República, no entanto, não existe obrigação de aprovação do tratado pelo presidente mesmo após o referendo do Congresso Nacional. 
A ratificação é um ato dúplice, primeiro é realizado um Decreto Legislativo pelo Congresso Nacional e depois um Decreto, logo, a fase interna termina com a publicação do tratado internacional. 
A Constituição não diz qual a natureza jurídica de um tratado. De acordo com o STF existem duas espécies de tratados, sendo elas: 
Tratado com conteúdo de direitos humanos (direitos fundamentais):
Quando o conteúdo do tratado for de direitos humanos, há uma regra constitucional prevista no art. 5º, § 3º, CF, no seguinte sentido: 
Tratados anteriores a EC 45/2004: possuem natureza jurídica de Norma Supralegal. 
Tratados posteriores a EC 45/2004: possuem natureza jurídica Constitucional. 
Sendo aprovado por 3/5 em 2 turnos nas duas casas do Congresso Nacional a natureza jurídica será de Emenda Constitucional. (Maioria qualificada). 
Caso a aprovação não ocorra dessa maneira, o tratado possuirá natureza jurídica de Norma Supralegal. 
Tratados com outros assuntos que não os direitos humanos:
Para o STF quando a matéria não for direitos humanos, o tratado internacional possui a mesma natureza jurídica de uma lei ordinária. 
Controle de convencionalidade – É o controle que os tratados exercem sobre as leis. 
Casos de 1 até 6 e 13 até 16 – Av1 // Casos de 7 até 12 – Av2
Tratados Internacionais 
Extinção dos Tratados 
A Convenção de Viena trata da extinção dos tratados entre os artigos 54 até 68. 
Formas de Extinção:
Execução Integral – Quando se executa integralmente os termos acordados no tratado. 
Caducidade – Quando se expira o prazo determinado no tratado, para cumprimento de determinado acordo nele firmado. 
Denuncia Unilateral – Essa é a forma mais comum de se retirar de um tratado. Caso o país não tenha mais interesse em cumprir com o tratado, ele poderá se manifestar no sentido de não mais participar do tratado. Essa manifestação é realizada na ONU ou na organização internacional que fez a mediação do tratado, como, por exemplo, OMC, OMS, OIT, UNESCO. 
Impossibilidade de Execução – Pode ser comparada a perda de objeto que ocorre nos contratos entre os particulares. 
CORREÇÃO DOS CASOS CONCRETOS
Caso Concreto da Semana 1: 
Considerando as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca das formas de expressão da disciplina jurídica, as convenções internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são consideradas, independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas originariamente no Estatuto da CIJ. Analise a afirmativa e com base no aprendizado, julgue e fundamente sua resposta.
R: A afirmativa está incorreta, pois, de acordo como artigo 1º, alínea “a” do Decreto 7.030/2009, o tratado é um acordo escrito. É escrito para que todos os países possuam ciência. 
Caso Concreto da Semana 2:
 A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados nacionais vizinhos cuja relação tornou-se conflituosa nos últimos anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput estaria prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de armamentos nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça direta a sua segurança. Após várias tentativas frustradas de fazer cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e, após uma guerra que durou três meses, depôs o rei e promoveu a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, que outorgou a Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é democrática e republicana, as antigas províncias foram convertidas em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino de Lilliput, a atual República Federativa Lilliputiana. Assim, podemos afirmar que a República Federativa Lilliputiana deve obediência aos costumes internacionais gerais que eram vigentes no momento em que ela adquiriu personalidade jurídica de direito internacional, não obstante essas regras terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento desse Estado.
Resposta: Os costumes não devem ser mantidos, pois o novo Estado deve concordar e conhecer os costumes. 
Caso Concreto da Semana 3: 
1.O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses (militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de Maratha e posteriores decretos exarados por este governante, os direitos portugueses não consistiam na soberania sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem é agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o rendimento". Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram os portugueses ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de forma tácita e subsequentemente reconhecida pelo Estado indiano,portanto as vilas Dadra e Nagar-Aveli foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano. A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram seu soberano poder de regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a derrubada do governo português em ditos encraves. (Pereira, L. C. R. Costume Internacional: Gênese do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado). Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda: 
De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio? 
R: A fonte utilizada por Portugal era um costume. 
Como ela é definida? 
R: O costume é definido como uma prática reiterada aceita pelos países. 
Qual o elemento que a torna norma jurídica? 
R: O elemento é a aceitação pelos países. 
2.Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte Interamericana de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus Paraguay: 
“...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter seus direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o requisito do prévio esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual solução amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais reparações e indenizações.
Em nosso sistema regional de proteção, o espectro da persistente denegação da capacidade processual do indivíduo peticionário ante a Corte Interamericana (....) emanou de considerações dogmáticas próprias de outra época histórica tendentes a evitar seu acesso direto à instância judicial internacional, - considerações estas que, em nossos dias, ao meu modo de ver, carecem de sustentação e sentido, ainda mais tratando-se de um tribunal internacional de direito humanos. 
(...). No presente domínio de proteção, todo jusinternacionalista, fiel às origens históricas de sua disciplina, saberá contribuir para o resgate da posição do ser humano como sujeito de direito das gentes dotado de personalidade e plena capacidade jurídicas internacionais". 
Responda a pergunta abaixo: No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, responda: 
Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma sociedade internacional aberta, como defende Celso Mello, discorra sobre a posição do ser humano como sujeito de Direitos, refletindo sobre sua personalidade e sobre sua capacidade para agir no plano internacional. 
R: Sim, toda vez que o tema central for de direitos humanos a pessoa humana deverá integrar a sociedade internacional. Ex.: Refugiados, asilo político, crimes sujeitos ao TPI. 
Questão Objetiva: 
Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do direito internacional as convenções internacionais, 
o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar. 
o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as resoluções das organizações internacionais. 
o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações internacionais, decisões judiciárias e a doutrina. 
o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e a doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes concordarem.
Caso Concreto da Semana 4: 
Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em seu país de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede a sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava cargo na federação sul-americana de futebol. Diga sobre a possibilidade de extradição e fundamente. 
R: O colombiano poderá ser extraditado, uma vez que o crime foi cometido antes da naturalização. (Art. 5º, inciso LI, CF // Art. 81 até 99 da Lei 13.445/2017 – Lei de Migração). 
Caso Concreto da Semana 05:
Tendo em vista o interesse comum de Brasil e Paraguai em realizar o aproveitamento hidroelétrico dos recursos hídricos do rio Paraná, pertencentes em condomínio aos dois países desde e inclusive o salto Grande de Sete Quedas ou salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu, foi aprovado o Tratado de Itaipu, em 26 de abril de 1973, criando a entidade binacional Itaipu, considerada um modelo de integração. Contudo, passados mais de trinta anos, os paraguaios começaram a se insurgir contra as disposições desse Tratado, alegando que há uma relação de exploração em favor do Brasil, que se aproveita do seu poder econômico para submeter o Paraguai a uma condição subalterna. A polêmica se acentuou com a eleição de Fernando Lugo à Presidência da República do Paraguai. Com relação a esse Tratado e às polêmicas que gera, é correto que As reivindicações dos paraguaios são pertinentes, uma vez que, segundo o Tratado de Itaipu, ao Brasil cabem 95% da energia produzida pela Itaipu e ao Paraguai os 5% restantes, proporcionais ao aporte financeiro realizado por cada país na construção da usina e Por ser uma entidade binacional, as instalações e obras realizadas em cumprimento ao Tratado de Itaipu conferem ao Brasil e ao Paraguai o direito de propriedade ou de jurisdição sobre o território um do outro. 
R: Não existe direito de propriedade além das fronteiras de um país, logo não há jurisdição. 
Caso Concreto da Semana 6: 
Tratados são, por excelência, normas de direito internacional público. No modelo jurídico brasileiro, como nas demais democracias modernas, tratados passam a integrar o direito interno estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, uma vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem compromissos gravosos à União, são automaticamente incorporados visto que são aprovados por parlamento comunitário. Diga se está correta ou errada a afirmativa e fundamente.
MERCOSUL = Organização internacional composta pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. As regras e tratados estabelecidos dentro do MERCOSUL para que passem a valer são ratificados pelo parlamento do MERCOSUL. Esse parlamento é como se fosse um órgão legislativo. 
R: Mesmo que um tratado realizado no MERCOSUL seja aprovado no parlamento, este não irá possuir validade automática no Brasil, vez que há necessidade de incorporação. (Arts. 49, inciso I e 84, inciso VIII, CF). 
Caso Concreto da Semana 13:
Um jato privado, pertencente a uma empresa norte-americana, se envolve em um incidente que resulta na queda de uma aeronave comercial brasileira em território brasileiro, provocando dezenas de mortes. A família de uma das vítimas brasileiras inicia uma ação no Brasil contra a empresa norte-americana, pedindo danos materiais e morais. A empresa norte-americana alega que a competência para julgar o caso é da justiça americana. Segundo o direito brasileiro, o juiz brasileiro tem competência concorrente porque a vítima tinha nacionalidade brasileira. Com base em seu conhecimento diga se correta ou errada a afirmativa e fundamente. 
R: A competência, nos termos do art. 21, inciso III, CPC, é concorrente, portanto, o juiz brasileiro pode analisar. 
Caso Concreto da Semana 14:
O Estado regulamenta a convivência social em seu território por meio de legislação nacional, e a comunidade internacional também cria regras, que podem conflitar com as nacionais. A respeito das correntesdoutrinárias que procuram proporcionar solução para o conflito entre as normas internas e as internacionais, de acordo com a corrente dualista, o direito interno e o direito internacional convivem em uma única ordem jurídica. Julgue e fundamente.
Comentários do Professor: Os conflitos relacionados à matéria civil estão definidos na LINDB. Já os conflitos em matéria penal estão entre os artigos 5º a 9º do CP. 
De acordo com a teoria dualista o direito interno e o direito internacional convivem em uma única ordem jurídica. No entanto, não é o que diz a teoria dualista adotada pelo Brasil, mas sim a teoria monista. 
Para que o direito internacional passe a valer no direito interno há necessidade da chamada incorporação. 
Para que o direito internacional seja válido será necessário que passe pelo Congresso Nacional (Art. 49, inciso I, CF). O CN editará um decreto legislativo. Aprovado um tratado/norma internacional pelo Congresso Nacional, este ainda não estará incorporado no direito brasileiro, havendo necessidade ainda da participação do Presidente da República (Art. 84, inciso VIII, CF). Havendo concordância do presidente com o CN, ele editará um decreto. Após a publicação, o direito será incorporado. Após a publicação, todos os países devem estar cientes de que aquela norma internacional está valendo no Brasil. Os países passarão a ter ciência após o registro na ONU do tratado. 
R: A teoria monista é aquela em que o direito interno e internacional estão na mesma ordem, enquanto, de acordo com a dualista estão em ordens diferentes. 
Caso Concreto da Semana 15: 
No Brasil, a exploração de petróleo na chamada camada pré-sal vincula-se a importantes noções do direito do mar. O domínio marítimo de um país abrange as águas internas, o mar territorial, a zona contígua entre o mar territorial e o alto-mar, a zona econômica exclusiva, entre outros. A respeito do direito do mar, do direito internacional da navegação marítima e do direito internacional ambiental, segundo a Convenção de Montego Bay, Estados sem litoral podem usufruir do direito de acesso ao mar pelo território dos Estados vizinhos que tenham litoral. Julgue a afirmativa e fundamente sua resposta. 
R: O artigo 125, inciso I do Decreto 1.530/95, estipula que países sem litoral tenham acesso ao mar. Esse acesso ao mar será feito por um instituto de direito civil, qual seja servidão. Ex.: Bolívia e Paraguai possuem portos, no Chile e Peru, respectivamente. 
Obs.: A servidão deve ser utilizada para fins pacíficos. 
Caso Concreto da Semana 16: 
Após o reconhecimento de pleito formulado perante a Comissão de Delimitação de Plataformas Continentais da Organização das Nações Unidas, o Brasil passou a exercer, na plataforma continental que excede as 200 milhas náuticas, até o limite de 350 milhas náuticas, competências equivalentes às exercidas no mar territorial. Julgue fundamentadamente.
Obs.: A plataforma continental brasileira vai até 200 milhas. 
R: Mesmo que a ONU concorde em aumentar a plataforma continental, o mar territorial continuará sendo até 12 milhas.

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