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AULA 3 CONCURSO DE CRIMES

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CONCURSO DE CRIMES 
Concurso de Crimes 
 
 Conceito: é a expressão utilizada para designar as hipóteses em que o agente, 
mediante uma, duas ou mais condutas, comete duas ou mais infrações penais 
 Isso se dá porque as diversas espécies de concurso de crimes – material, formal e 
crime continuado – implicam sistemas distintos de imposição da sanção penal 
(sistemas do cúmulo material ou da exasperação de pena). 
 IMPORTANTE: no concurso de crimes há mais de um crime, no concurso 
aparente de normas, o agente pratica um só crime, o qual não se sabe ao certo sua 
tipificação. 
Ex.: Masturbador do ônibus de São Paulo: Estupro, ato obceno, importunamento 
ofensivo ao pudor? 
 
1- Espécies de concurso de Crimes 
As modalidades de concurso de crimes previstas no Código Penal são: 
a) concurso material (art. 69); 
b) concurso formal (art. 70); 
c) crime continuado (art. 71). 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente 
as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de 
aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se 
primeiro aquela. 
1.1-Concurso material 
IMPORTANTE: Nesses casos, as penas são somadas. O concurso 
material é também chamado de concurso real ou cúmulo material. 
Obs.: Só se pode cogitar de soma de penas na sentença se ambos os delitos 
estiverem sendo apurados na mesma ação penal. Para tanto, é necessária a 
existência de alguma forma de conexão entre eles, pois só assim se justifica a 
apuração no mesmo feito. 
Ex.: O agente mata o marido para estuprar a esposa, há conexão entre os dois 
crimes. 
IMPORTANTES: se os delitos não são conexos, cada qual deve ser apurado em 
um processo distinto e receber pena isoladamente (uma sentença para cada crime). 
A soma só acontecerá posteriormente, no juízo das execuções criminais. 
Ex.: um criminoso que pratica o crime de estupro e em outro dia um crime 
ambiental. 
1.1.1- Espécies de Concurso Material 
O concurso material homogêneo: quando os crimes cometidos forem idênticos, da 
mesma espécie (dois roubos, dois estupros etc.). 
a) Requisitos: é preciso que sejam diversas as circunstâncias de tempo, local ou modo de 
execução, pois, caso contrário, a hipótese seria de crime continuado. 
b) Exemplo: dois roubos são cometidos em datas distantes um do outro, ou em cidades 
diferentes, ou, ainda, se foram cometidos por modos de execução distintos; 
Concurso material heterogêneo: quando os crimes praticados não forem idênticos 
(um furto e um estelionato; um estupro e um aborto etc.). Nestes casos, em que os 
delitos não são da mesma espécie, é fácil a distinção em relação ao crime continuado. 
1.1.2- Soma das penas 
 A soma das penas propriamente dita só é possível quando os crimes cometidos forem 
apenados com a mesma espécie de sanção. 
Ex. 1: se o réu for condenado por furto e estelionato (ambos apenados com reclusão) a 1 ano 
por cada um dos crimes, a pena final será de 2 anos de reclusão. O mesmo raciocínio se aplica se 
os delitos forem todos apenados com detenção. 
Obs.: . Sistemas de Aplicação de Pena: Cúmulo Material. 
Obs.: Mesmo que o agente seja sentenciado a 45 anos de prisão na execução penal só deve 
cumprir 30. 
Ex. 2: se as penas privativas de liberdade previstas forem distintas, não haverá soma (no sentido 
aritmético). Em tais casos, estabelece a parte final do art. 69 que o juiz fixará as duas penas, sem 
somá ​-las, e o réu cumprirá primeiro a pena de reclusão e depois a de detenção. 
Obs.: . Sistemas de Aplicação de Pena: Cúmulo Material. 
1.2- Concurso Formal 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, 
se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto 
até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou 
omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, 
consoante o disposto no artigo anterior. 
1.2.1-Especies Concurso Formal 
Concurso formal homogêneo: Se os delitos forem idênticos, o dispositivo determina que o 
juiz aplique uma só pena, aumentada de 1/6 até 1/2 (sistema da exasperação da pena). 
 Ex.: agindo com imprudência, o agente provoca um acidente no qual morrem duas pessoas. 
Nesse caso, o juiz aplica a pena de um homicídio culposo, no patamar de 1 ano (supondo​-se que 
tenha optado pela pena mínima) e, na sequência, aumenta​-a de 1/6, chegando ao montante final 
de 1 ano e 2 meses de detenção. 
Concurso formal heterogêneo: Se os delitos, não forem idênticos, temos o, em que a lei 
determina que seja aplicada a pena do crime mais grave, aumentada também de 1/6 até 1/2. 
Ex.: alguém, agindo com imprudência, provoca a morte de uma pessoa e lesões corporais na 
outra. Note​-se que, aplicando ​-se a pena do crime mais grave (homicídio culposo), aumentada de 
1/6. 
 
• Concurso formal perfeito (próprio): O agente produziu dois ou mais resultados 
criminosos, mas não tinha o desígnio de praticá-los de forma autônoma. 
Ex.1: João atira para matar Maria, acertando-a. Ocorre que, por culpa, atinge também 
Pedro, causando-lhe lesões corporais. João não tinha o desígnio de ferir Pedro. 
IMPORTANTE: Aplica-se o sistema de exasperação da pena, aplica-se a pena do mais 
gravoso dos delitos 
• Concurso formal imperfeito (impróprio): Quando o agente, com uma única 
conduta, pratica dois ou mais crimes dolosos, tendo o desígnio de praticar cada um 
deles (desígnios autônomos). 
Ex.2: motorista causa acidente e mata 3 pessoas. Não havia o desígnio autônomo de 
praticar os diversos homicídios. 
IMPORTANTE: Aplica-se o sistema de pena cúmulo material, soma-se as penas dos 
delitos. 
 
1.2.2- Sistemas de Aplicação de Pena e 
Concurso Material Benéfico. 
Na hipótese de concurso formal heterogêneo (delitos não idênticos, plica-se a pena do crime mais 
grave, aumentada 1/6 até 1/2 ), é possível que ocorra uma distorção na aplicação da pena. 
Ex.: um sujeito acometido de sífilis que estupra uma jovem de 12 anos de idade. 
-O agente praticou com uma ação os tipos estupro de vulnerável (art. 217 ​-A: 8 a 15 anos) em 
concurso formal com o de perigo de contágio de moléstia venérea (art. 130: 3 meses a 1 ano). 
-Caso o juiz fixe a pena mínima para os dois delitos: 
a)Somando as penas (cúmulo material): total de 8 anos e 3 meses 
b) Aplicando a regra do concurso formal (exasperação da pena): total de 9 anos e 4 meses (8 anos 
mais 1/6). 
Nesse caso, a regra do concurso formal, criada para beneficiar o acusado e evitar penas 
desproporcionais, estaria a prejudicá ​-lo. 
1.2.2- Sistemas de Aplicação de Pena e 
Concurso Material Benéfico. 
Art. 70, Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste 
Código. do Código Penal. 
O dispositivo estabeleceu que a pena resultante da aplicação do concurso formal não 
pode ser superior àquela cabível no caso de soma das penas. Por isso, sempre que o 
montante da pena decorrente da aplicação do aumento de 1/6 até 1/2 (referente ao 
concurso formal) resultar em quantum superior à soma das penas, deverá ser 
desconsiderado tal índice e aplicada a pena resultante da soma. A essa hipótese, dá ​-se o 
nome de concurso material benéfico. 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a 
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
1.3- Crime Continuado 
1.3.1-Natureza jurídica do Crime Continuado 
• Existem três teorias a respeito: 
a) Teoria da unidade real: as hipóteses de crime continuado constituem, em verdade, crime 
único. 
b) Teoria da ficção jurídica: é constituído por uma pluralidade de crimes, mas, por ficção legal, 
é tratado como delito único no momento da aplicação da pena. 
Obs.: Adotada pelo CP ao mencionar que o sujeito “pratica dois ou mais crimes”, mas devem os 
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro apenas para a fixação da pena. 
a) Teoria mista: o crime continuado não constitui crime único nem concurso de crimes, e sim 
outra categoria (autônoma). 
 
1.3.2- Requisitos 
O art. 71 do Código Penal expressamente exige os seguintes requisitos para o reconhecimento do 
crime continuado: 
a) Pluralidade de condutas: Tal como ocorre no concurso material, o crime continuado 
demanda a realização de duas ou mais ações ou omissões criminosas, opondo ​-se, portanto, ao 
instituto do concurso formal que exige conduta única. 
b) Que os crimes cometidos sejam da mesma espécie: São aqueles previstos no mesmo tipo 
penal, simples ou qualificados, tentados ou consumados. 
Ex.: pode haver crime continuado entre furto simples e furto qualificado, mas não entre furto e 
apropriação indébita, entre furto e roubo ou entre roubo e extorsão etc. 
Obs.: existe corrente que interpreta como “crimes da mesma espécie”, os que atinjem o mesmo 
bem jurídico. 
“continuidade delitiva. Furto e roubo. Inocorrência. Reconhecendo que o furto e o roubo não são 
crimes da mesma espécie, embora de igual natureza pela proteção ao patrimônio, descabe admitir ​-
se a continuidade delitiva” (STJ, REsp 4.733/PR, 6ª Turma, 22.10.1990). 
1.3.2- Requisitos 
c) Que os crimes tenham sido cometidos pelo mesmo modo de execução (conexão 
modal): 
Ex.: não se pode aplicar a regra do crime continuado entre dois roubos quando um deles 
tiver sido cometido mediante violência e o outro, mediante grave ameaça. 
d) Que os crimes tenham sido cometidos nas mesmas condições de tempo 
(conexão temporal): A jurisprudência vem admitindo o reconhecimento do crime 
continuado quando entre as infrações penais não houver decorrido período superior a 30 
dias. 
“quanto ao fator tempo previsto no art. 71 do CP, a jurisprudência sedimentada no STF é 
no sentido de observar o limite de 30 dias que, uma vez extrapolado, afasta a possibilidade 
de se ter o segundo crime como continuação do primeiro” (STF, HC 69.896 ​-4, Rel. Min. 
Marco Aurélio,02.04.1993); 
1.3.2- Requisitos 
e) Que os crimes tenham sido cometidos nas mesmas condições de local (conexão 
espacial): Admite​-se a continuidade delitiva quando os crimes forem praticados no 
mesmo local, em locais próximos ou, ainda, em bairros distintos da mesma cidade e até 
em cidades contíguas (vizinhas). 
“o fato de serem diversas as cidades nas quais o agente perpetrou os crimes (São Paulo, 
Santo André e São Bernardo do Campo) não afasta a reclamada conexão espacial, pois elas 
são muito próximas umas das outras, e integram, como é notório, uma única região 
metropolitana” (STF, Rel. Min. Xavier de Albuquerque, RT 542/455). 
1.3.3-Continuidade Delitiva e Reiteração Criminosa 
Quando não estiverem presentes os requisitos da continuidade delitiva pode ocorrer 
Reiteração Criminosa. 
“ Não se há de falar em continuidade delitiva, se as condições de tempo, lugar e modo 
de execução, são diferentes de um crime para o outro. 2. Não se pode confundir 
reiteração criminosa com continuidade delitiva. Se o réu faz do crime um modo de 
auferir dinheiro, trata-se de contumácia criminosa e não de crime continuado. “ (TJDF; 
Rec. 2009.05.1.004355-7; Ac. 436.151; Segunda Turma Criminal; Rel. Des. João 
Timóteo de Oliveira; DJDFTE 16/08/2010; Pág. 426). 
1.3.4- Crime continuado genérico ou específico 
 a) Crime continuado genérico-simples (art. 71, caput): o juiz aplica o sistema da 
exasperação da pena ao crime mais grave. 
b) Crime continuado específico-qualificado (art. 71, parágrafo único): o juiz 
pode aumentar as penas até o triplo da pena prevista, também para o crime mais 
grave. 
Art. 71, parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos 
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 
deste Código. 
Art. 70, Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste 
Código. 
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) 
anos. 
1.3.4- Crime continuado genérico ou específico 
Exemplo 
Paulo comete dois crimes de homicídio (um simples [6 a 20] e um qualificado [12 a 30]) 
de acordo com os requisitos do crime continuado específico. 
a) Regra do parágrafo único do art. 71, 2ª parte: pode aumentar as penas até o triplo 
para o crime mais grave: 12 x 3= 36 anos. 
b) Regra do cúmulo material: 6 do simples + 12 do qualificado= 18 anos 
Obs.: neste caso aplica-se a regra do art. 70, Parágrafo único - Não poderá a pena 
exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. Aplica-se o cúmulo 
material benéfico. 
 
Crime Continuado 
Qualificado Simples 
Pena do crime mais grave 
aumentada de 1/6 a 2/3 
Pode ser triplicada a pena 
do crime mais grave 
Crimes de mesma espécie e 
mesmas circunstâncias de 
tempo, local e modo de 
execução. 
+ Crimes dolosos 
praticados com violência 
ou grave ameaça contra 
vítimas diferentes. 
1.3.5- Continuidade Delitiva e conflito de leis penais no 
tempo 
• Súmula n. 711 do STF: 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a vigência é 
anterior à cessão da continuidade ou da permanência. 
Ex.: se alguém cometeu três crimes de estelionato em dias diversos e, ao 
praticar o último dos crimes, já havia uma nova lei tornando mais alta a pena do 
estelionato, a pena será aplicada com base na nova lei. 
Obs.: Não se trata de retroatividade de lei mais grave, mas sim de aplicação da 
nova lei a fato cometido já na sua vigência. 
 
1.3.6- Continuidade Delitiva e Suspensão 
Condicional do Processo 
• Art. 89-9.099-95. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 
um ano, [...] o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do 
processo, por dois a quatro anos [...] 
• Súmula 723. Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, 
se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto 
for superior a um ano. 
• Súmula n. 243 do Superior Tribunal de Justiça: “o benefício da suspensão condicional 
do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso 
material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, 
seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de 1 ano”. 
 
 
Se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo 
de um sexto for superior a um ano, não cabe suspensão condicional do 
processo, por violação ao patamar da pena mínima igual ou inferior a 1 
ano de pena privativa de liberdade. 
Ex.: se alguém está sendo acusado por dois crimes de furto simples, em 
continuação delitiva, a pena mínima é de 1 ano e 2 meses (pena de 1 ano 
pelo furto simples acrescida de 1/6), não cabendo a suspensão condicional 
do processo.2- Sistemas de Aplicação de Pena 
Sistema do cúmulo material: somam-se as penal dos crimes (concurso material). 
Sistema da exasperação da pena: aplica-se a pena de um dos crimes, se de mesma 
espécie, ou do mais grave, se diferente, e aumenta de 1/6 a 2/3. 
Sistema do cúmulo material benéfico: aplica-se o sistema do cúmulo material, quando 
o da exasperação for mais prejudicial ao condenado. 
3- Unificação de penas 
• Se na sentença não tiver sido possível aplicar o sistema da exasperação da pena 
decorrente do concurso formal ou do crime continuado por terem sido instauradas 
ações penais distintas para cada um dos fatos criminosos, será possível que, no juízo das 
execuções, seja feita a unificação. 
• No momento em que o juiz verificar a presença dos requisitos do concurso formal ou 
do crime con​ti​nua ​do, decorrentes de condenações lançadas em sentenças diversas (por 
crimes distintos), não deverá somar as penas, deve desprezar uma delas, mantendo 
apenas a mais grave, e, em seguida, aplicar o índice de exasperação de que tratam os arts. 
70 e 71 do Código Penal. 
4- Prescrição dos crimes cometidos em continuação ou em concurso formal 
• Art. 119- CP, “no caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a 
pena de cada um, isoladamente”. 
• Súmula n. 497- STF, “quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula ​-se pela pena 
imposta na sentença, não se computando o aumento decorrente da continuação”. 
Ex.: quando um policial é acusado de receber propinas de diversos motoristas em momentos 
diversos, incorre em pena de 2 anos por cada um dos crimes de corrupção passiva (art. 317), 
porém, tendo em vista a continuidade delitiva, o juiz lhe aplica somente uma pena aumentada, 
por exemplo, em 1/3, totalizando 2 anos e 8 meses. 
a) Art. 109, IV: por ser superior a 2 anos, prescreve em 8. 
b) Súmula n. 497: a prescrição deve levar em conta a pena de 2 anos, prescreve em 4 anos 
(art. 109, V). 
Obs.:Em suma, o réu deve cumprir 2 anos e 8 meses de reclusão, mas a prescrição leva em 
conta a pena de cada um dos delitos (2 anos).

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