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Livro Texto Unidade II

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SERVIÇO SOCIAL INTERDISCIPLINAR
Unidade II
5 A INTERDISCIPLINARIDADE E O SERVIÇO SOCIAL
Nessa unidade, daremos seguimento aos nossos estudos sobre o serviço social e a 
interdisciplinaridade. Precisamos nos atentar para o fato de que a interdisciplinaridade se manifesta 
na profissão por meio da interlocução com outras fontes de conhecimento, como a psicologia, a 
sociologia e o direito, por exemplo, mas também se expressa em ações práticas. No decurso desse 
livro-texto, exploraremos ambos os aspectos, porém nossa ênfase recairá na questão da prática 
interdisciplinar, como veremos.
Nessa unidade, destacaremos aspectos históricos e que demonstram como a questão da 
interdisciplinaridade vem sendo relacionada com o serviço social, em sua formação e em sua atuação, 
desde os tempos da formação profissional. Destacaremos ainda os conceitos sobre interdisciplinaridade, 
que são trazidos para a prática e formação do assistente social na atualidade.
Falaremos da legislação que busca orientar a ação interdisciplinar, bem como documentos que 
servem de base para a prática profissional de tal natureza. E concluiremos com a sistematização de 
relatos e experiências de práticas profissionais em que o caráter interdisciplinar busca prevalecer.
Esperamos fazer com que você, aluno, consiga estabelecer uma relação com a interdisciplinaridade, 
com a conceituação oferecida e com a prática e reflexão teórica interdisciplinar que acontecem e sempre 
se mostraram presentes no serviço social.
No fim desta unidade, há uma série de exercícios que versam sobre o conteúdo tratado. Recomendo 
que você recorra a eles, com muita atenção, para que possa avaliar sua aprendizagem, sanar possíveis 
dúvidas e aprofundar o conhecimento obtido até o presente momento.
5.1 História da interdisciplinaridade junto ao Serviço Social
Dando seguimento ao conteúdo em questão e especificamente orientando nossas discussões 
de forma a buscar uma relação da interdisciplinaridade com o serviço social, mostraremos 
como a interdisciplinaridade tem se manifestado nessa profissão desde sua constituição. Para 
compreender essa questão, observaremos as metodologias que foram se constituindo no decurso 
do desenvolvimento da profissão, bem como as teorias que foram sendo constituídas como 
fundamentação da ação. Por meio dessa aproximação, perceberemos que a interdisciplinaridade 
já se manifesta no serviço social desde sua constituição como profissão no Brasil e que isso é 
perceptível tanto nas práticas dos primeiros profissionais quanto nas teorias que auxiliavam as 
intervenções.
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Unidade II
 Lembrete
Precisamos nesse item relembrar o desenvolvimento do serviço social 
no Brasil, desde o surgimento da primeira escola, a Escola de São Paulo, em 
1936.
Quando nos referimos às metodologias de intervenção que foram sendo desenvolvidas pelo serviço 
social desde a sua constituição profissional, precisamos também nos remeter ao surgimento das 
primeiras escolas. Isso porque foi por meio delas, que buscavam oferecer uma base científica às ações já 
desenvolvidas como caridade, é que foram sendo organizados métodos de intervenção utilizados pelo 
serviço social, sendo as protoformas de nossa metodologia de ação.
A constituição do serviço social como profissão no Brasil se deu, como dizem Iamamoto & Carvalho 
(1996), a partir de 1936, com a constituição das primeiras escolas, a escola de São Paulo, fundada em 
1936, e a escola do Rio de Janeiro, fundada em 1937. Essas iniciativas foram precedidas pela criação do 
Centro de Estudos e Ação Social (Ceas), onde foram desenvolvidos cursos para auxiliar nesse processo 
de formação.
Em ambas as constituições houve a influência da igreja católica, segundo nos apontam tanto as 
obras de Iamamoto & Carvalho (1996) e Aguiar (1995). A igreja esteve inserida nesse processo devido ao 
fato de ter sido ela a primeira “instituição” a exercer a caridade, e para essa demanda convocou moças 
católicas pertencentes às boas famílias da sociedade burguesa e preferencialmente que não fossem 
casadas, para que pudessem se dedicar especialmente a execução da filantropia.
Porém, essa intervenção empreendida pelas moças católicas não trouxe grandes resultados devido 
ao fato de cada vez mais a pobreza vir se ampliando no país, sobretudo no início dos anos 1920. Então, 
argumentava-se que essa situação devia-se ao fato de que as promotoras da caridade - ou agentes 
da caridade, como eram chamadas -, não possuíam base científica e formação necessária. Para isso, 
segundo a igreja católica, tornava-se fundamental uma formação específica para atuar na filantropia, e 
tal forma só seria obtida junto aos centros de formação.
Não cabe a nós detalharmos esse processo, posto que já foi estudado em outra disciplina, mas 
cabe-nos reforçar que diante desse processo de constituição das primeiras escolas é que foram sendo 
formados os primeiros assistentes sociais do país. Esses profissionais buscavam se aperfeiçoar, e isso 
significava apreender uma metodologia de intervenção que se mostrasse capaz de atender às mazelas já 
latentes pelo modo de produção capitalista. Além disso, era necessário um conhecimento que orientasse 
e respaldasse a ação.
Sobre o método de intervenção, Aguiar (1995) vem nos dizer que surge a partir da constituição da 
profissão, o serviço social de casos individuais, chamado por alguns autores de serviço social pessoal. O 
autor fala que essa orientação propunha uma intervenção focada na mudança do caráter do indivíduo, 
acarretando um caráter fortemente “psicologizante” e foi logo ensinado nas primeiras escolas. Atenta 
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ainda para o fato de que essa doutrina de atendimento vem também ancorada nos princípios da igreja 
católica. Mary Richmond foi precursora nesse método.
Era o período da influência europeia na profissão, posto que os métodos de intervenção eram 
transplantados da Europa para o país. Aguiar (1995) diz que esse método de intervenção recorria ao 
neotomismo para explicar e compreender a realidade e o homem. Um dos principais divulgadores no 
Brasil foi Jacques Maritan, que exerceu muita influência junto ao serviço social. Também figuraram 
como agentes nesse processo as encíclicas papais Quadragésimo Ano e Rerum Novarum.
Essa foi a primeira ação da profissão em recorrer à outra fonte de conhecimento (tanto a doutrina 
social da Igreja quanto a teoria psicológica) para poder empreender suas ações. É óbvio que essas ações 
não se entendiam no período como “interdisciplinaridade” e, aliás, nesse período essa palavra e essa 
prática nem eram utilizadas no país. Mas, como destacamos, demonstra a recorrência da profissão a 
uma corrente de pensamento para poder exercer atividades práticas.
Com o tempo e o desenvolvimento da profissão, surgem outras metodologias, como a metodologia de 
grupo e de desenvolvimento de comunidade. Outras formas de conhecimento também foram surgindo 
frente às novas necessidades impostas à profissão.
A metodologia de grupo, por sua vez, possuía orientações e embasamento semelhantes à abordagem 
de caso, mas com a orientação para o desenvolvimento de um trabalho grupal, organizado segundo os 
problemas semelhantes.
De tal forma, Aguiar (1995) nos traz algumas informações sobre o desenvolvimento da 
metodologia de serviço social de grupos. O autor utiliza uma pesquisa que foi realizada em 1956 
pelosautores Kfouri, Izquierda e Junqueira para traduzir alguns princípios do serviço social de grupo. 
Segundo Aguiar (1995) nos relata, esses três autores realizaram uma pesquisa junto aos trabalhos 
de conclusão de curso em serviço social nas escolas superiores, e conseguiram sistematizar uma 
série de informações sobre a metodologia grupal de intervenção. Dentre as informações obtidas, 
concluíram que o serviço social de grupos tratava-se de um método, assim como o serviço de casos, 
que possuía a potencialidade de assimilar os princípios da caridade e da justiça, e podendo orientar 
o grupo com recorrência aos princípios pagãos e em concordância com a filosofia de São Tomás 
Aquino.
Para os pesquisadores em questão, o serviço social de grupos deveria ser um meio de levar o homem 
a obter a realização no reino de Deus. Esses autores indicaram como princípios fundamentais de tal 
metodologia o fato de que cada ser humano possui necessidades individuais, porém tais necessidades 
precisariam ser satisfeitas grupalmente, e essa satisfação proporcionaria ao ser humano conseguir se 
desenvolver por meio da busca ao grupo no qual está inserido. Para que esses princípios orientadores 
fossem alcançados, é de fundamental importância que o assistente social, responsável por coordenar 
e orientar os grupos, possua grande interação junto a ele. Aguiar (1995) destaca que tal método tem 
orientação de base junto à filosofia tomista, mas que também recorre à psicologia, à educação e a 
conceitos de trabalho social. Mais uma vez observamos a recorrência do serviço social a outras formas 
de conhecimento para que pudesse desenvolver suas ações e intervenções.
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Nesse método, assim como no serviço social de casos, o indivíduo é percebido como um ser humano 
que demanda de ajustamento à ordem social, sendo que os problemas sociais ainda seguem sendo 
compreendidos como problemas resultantes de tal “disfunção”. A concepção em questão sublima a 
realidade capitalista e transfere todos os problemas para uma compreensão individual, desprivilegiando 
a noção de totalidade. E retrata ainda de que forma se dava a apropriação do serviço social a outras 
correntes teóricas, como a psicologia, por exemplo.
Figura como exemplo desse tipo de compreensão de homem, de sociedade e ainda da metodologia 
do serviço social o trabalho de Torres (1978), no qual a autora destaca que “o homem é uma criatura 
ativa, inteiramente vinculada com seu meio” (op.cit. p. 25). Ela faz menção à importância que adquire 
para o serviço social de grupos o “meio” social no qual o homem está inserido. Segundo essa autora, 
somente pela inserção do ser humano em um grupo, composto por pessoas que vivenciem a mesma 
situação, será possível que ele consiga atingir a autoconsciência que equivaleria à compreensão plena 
dos “seus” problemas sociais e das possíveis formas para que possa enfrentá-los.
Para isso, segundo Torres (1978), cada pessoa precisa desempenhar seu papel dentro do grupo 
e depois dentro da sociedade, cabendo ao assistente social a identificação desses “papéis”. Para isso, 
torna-se fundamental a integração do técnico com o grupo. Nesse processo, a construção de uma nova 
identidade do grupo seria por ascensão, ou seja, quanto mais confiança houvesse entre os membros, 
mais seria possível que o grupo ascendesse a níveis mais elevados de organização e participação.
Já o desenvolvimento de comunidade surgiu no país a partir da década de 1950, porém com enfoque 
voltado para o desenvolvimento econômico, conforme nos diz Aguiar (1995). O desenvolvimento de 
comunidade denota ainda o início da influência americana no serviço social, de onde foi transplantado 
o método, e nesse processo a formação da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1945, 
colaborou fundamentalmente.
Aguiar (1995) dedica grande parte do seu trabalho para estudar o desenvolvimento de comunidade 
no país. No entanto, não será possível nesse texto (e em mesmo em nossos estudos) nos determos em 
todos os pontos trazidos pelo autor, mas iremos discutir algumas informações passíveis de estudos.
Aguiar (1995) e também Silva (2009) nos dizem que o desenvolvimento de comunidade foi trazido 
ao Brasil no final da década de 1940. Esse método de desenvolvimento foi idealizado pela ONU, 
inicialmente com o objetivo de atender as mazelas da II Guerra Mundial, mas, com o tempo, passou a 
desenvolver intervenções voltadas para a questão do progresso, sobretudo em países subdesenvolvidos. 
Na América Latina, a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) foi a grande responsável 
por transplantar os conceitos da ONU, dentre eles aquele que versa sobre desenvolvimento. Com isso, 
observamos a recorrência de outras teorias, formadores de ação por parte do serviço social.
No que diz respeito ao serviço social, os conceitos de desenvolvimento foram transplantados 
para o país em 1948, quando a Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social (Abess) introduziu 
o desenvolvimentismo junto aos currículos das escolas de serviço social. Essa doutrina fez com que 
o assistente social fosse o profissional requisitado passando a ganhar grande destaque no cenário 
nacional. Segundo Silva (2009), nesse momento, houve grande influência da psicanálise, do positivismo 
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e do funcionalismo junto ao método em questão e ao serviço social como um todo, ou seja, reporta a 
teorias provenientes das ciências humanas.
A concepção do desenvolvimento de comunidade compreendia a sociedade como um espaço 
harmônico, no qual os desajustes precisavam ser corrigidos. A pobreza, nesse contexto, era considerada 
como perigo que deveria ser corrigido, assim como o desajuste. Essas ações deveriam ser empreendidas 
junto à comunidade local, com processos de participação controlados pelo assistente social. A grande 
expressão dessa metodologia está contida no Documento de Araxá, expressão do seminário de Araxá 
ocorrido em Minas Gerais, em 1967 (AGUIAR, 1995).
Aguiar (1995) ainda destaca que as ações eram desenvolvidas no âmbito urbano e no âmbito rural, 
sendo que 1955 foi constituído o serviço social rural.
Silva (2009) afirma que a partir do Movimento de Reconceituação, foram revistas a metodologia e 
as bases do serviço social, resultando, dentre diversos aspectos, no fim dessa metodologia segregada de 
caso, grupo e comunidade. Deu lugar ao chamado método único, apesar de haver abordagens individuais, 
grupais e no prisma da comunidade, mas, a principal alteração aconteceu em relação à teoria que passa 
a orientar a ação, sendo essa o marxismo. E, também nesse caso, sabemos que se processou novamente 
a recorrência a formas de conhecimento que estão além do serviço social e, talvez, seja essa a maior 
apropriação empreendida por nossa profissão, já que até hoje se mostra hegemônica na produção de 
conhecimentos e na orientação da prática do serviço social.
No que diz respeito à prática profissional interdisciplinar, observamos que no início das intervenções 
do serviço social esse profissional era percebido como um acessório às demais profissões, ou com uma 
condição subalterna. Iamamoto & Carvalho (1996) demonstram que os primeiros profissionais que 
empreenderam ações conjuntas a outras profissões ainda não tinham o reconhecimento profissional de 
que hoje partilhamos. Destacamos como exemplo o caso do serviço social médico, no qual o profissional 
era requisitado quase como um auxiliar do médico, tendo, inclusive, que executar ações de higienização 
de pacientes.
 Observação
Busque uma relação entrea constituição das escolas e o desenvolvimento 
da profissão fazendo referência à interdisciplinaridade.
Ely (2003) afirma que a ótica da interdisciplinaridade demorou a alcançar as práticas profissionais, 
ao menos no que podemos compreender como interdisciplinaridade próxima aos conceitos atuais. A 
autora destaca que no serviço social vivenciamos a busca de saberes junto a outras ciências, e conforme 
destacamos antes, somente a partir da década de 1960 é que surge na profissão as primeiras aproximações 
em relação à interdisciplinaridade.
A autora assim nos diz que na década de 1960 surgiram as especializações que começaram 
a abordar o assunto e que visavam preparar os futuros profissionais para a chamada prática 
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interdisciplinar. Na década de 1970, essa interlocução se ampliou, e na década de 1980 encontrou 
ancoro no serviço social. Porém, apesar de muita discussão em eventos, congressos e similares, 
observamos pouca produção teórica sobre o tema no Brasil. Na década de 1990, essa produção 
é ampliada consideravelmente, porém se dedica a relatar experiências profissionais, sem muita 
reflexão teórica.
Mas, essa situação da produção científica sobre a interdisciplinaridade na profissão não pode ser 
compreendida apenas como um aspecto negativo, posto que salienta para a necessidade urgente de 
produção de conhecimento.
No tópico seguinte, destacaremos as principais informações sobre o conceito no serviço social na 
atualidade.
6 CONCEITOS SOBRE INTERDISCIPLINARIDADE QUE NORTEIAM A PRÁTICA 
CONTEMPORÂNEA
Nesse item, discutiremos os conceitos sobre a interdisciplinaridade que tem sido elaborados 
atualmente e que possuem relação com a nossa prática profissional, ou seja, com a prática profissional 
dos assistentes sociais.
A esse respeito, cabe ressaltar que destacaremos aqui referências empreendidas no âmbito da 
prática profissional, da pesquisa e da formação interdisciplinar. É importante, no entanto, considerar 
que há poucos livros que versam sobre esse assunto e, devido a isso, recorremos a textos de artigos 
científicos a fim de instrumentalizar nossa construção. Note que mesmo os artigos são escassos, e os 
que tratam sobre a interdisciplinaridade se direcionam a descrever práticas de natureza interdisciplinar 
e não sua conceituação.
 Lembrete
Precisamos aqui, mais uma vez, retomar conceitos sobre a 
interdisciplinaridade, sobretudo as exigências ditas por Japiassu e destacadas 
na Unidade I.
Diante disso, iniciamos nossas considerações recorrendo, mais uma vez, a Iamamoto (2001). 
A autora não realiza especificamente um tratado acerca da interdisciplinaridade, porém suas 
considerações fazem referência a aspectos que podem ser tidos como referência ao trabalho 
interdisciplinar.
Essa autora, conforme já destacamos no último tópico da Unidade I, diz que a nossa profissão 
também está inscrita em um processo de trabalho. Note que no referido tópico, também explicamos o 
que isso significa e, portanto, passaremos a destacar os aspectos trazidos pela autora e que podem nos 
permitir uma compreensão maior sobre a interdisciplinaridade.
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SERVIÇO SOCIAL INTERDISCIPLINAR
A autora afirma que nossa profissão está submetida a diversas condições laborais que afetam os 
demais trabalhadores. E, nesse sentido, Iamamoto (2001) diz que dentre as diversas exigências impostas 
ao profissional, destaca-se a necessidade de uma formação crítica competente.
A competência é, para a autora, a possibilidade que o profissional adquire para decifrar a realidade 
e construir propostas de trabalho criativas e inovadoras. Essas propostas devem orientar os assistentes 
sociais no sentido de se apropriar da questão social e nela intervir.
Com vistas a atender a demanda da profissão, a saber, a competência profissional e a construção 
de novas propostas, Iamamoto (2001) reflete que é fundamental romper com a visão endógena deste 
ofício. Isso faz referência a uma necessidade de rescindir com a perspectiva da intervenção, da prática e 
da teoria com base apenas no próprio serviço social.
Isso significa estar aberto a outros conhecimentos, outras experiências, que vão além dos muros 
do serviço social. Iamamoto (2001) não declara que se trata de uma necessidade de um trabalho 
interdisciplinar, ou seja, a autora não usa esse termo, mas sinaliza para a necessidade de nós, como 
assistentes sociais, irmos além da nossa área de saber e de intervenção.
Para a autora, o fato de estarmos abertos ao diálogo com outros profissionais, com outros saberes, 
traz ainda mais competência profissional, posto que romper com uma visão focalista nos dá muita 
clareza sobre as atribuições profissionais, as características das profissões e saberes com os quais nos 
relacionamos e ainda sobre as nossas próprias atribuições, as nossas teorias, o nosso saber. Relacionar-se 
com o outro pressupõe, fundamentalmente, conhecimento.
É uma ação de um sujeito profissional que tem competência para propor, 
para negociar com a instituição os seus projetos, para defender seu campo 
de trabalho, suas qualificações e funções profissionais (IAMAMOTO, 2001, p. 
21).
Nossa intervenção precisa ser compreendida essencialmente como um trabalho coletivo, porque 
também estaremos dependentes das condições impostas pelo processo de trabalho. Além disso, com 
nossas ações também estaremos colaborando com o processo de produção, conforme já refletimos 
antes. No entanto, no caso do serviço social, segundo Iamamoto (2001), por mais simples que seja nossa 
ação, estamos “obrigados” a nos relacionar com outras pessoas.
Além dos nossos usuários, temos nossas relações com empregadores e com outros profissionais. 
Isso é inerente à nossa profissão. Na verdade, é uma relação trabalhista, assim como as demais. E isso 
necessita, essencialmente, competência. Por meio da competência é que conseguiremos estabelecer 
uma relação com outros profissionais e com outros saberes, e isso nos permitirá conhecer os limites de 
cada intervenção e de cada saber profissional.
Iamamoto (2001) ainda nos fala que nossa aproximação com outras profissões e com outros saberes 
deverá resultar em uma superação da indefinição profissional. A nosso ver, isso significa que por meio 
de uma aproximação competente, com informações e conhecimento sobre sua prática profissional, o 
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assistente social poderá definir seu espaço sócio-ocupacional, o espaço das outras profissões e o espaço 
que será comum entre ambos.
A autora nos mostra que, por meio dessa definição das atribuições, torna-se possível delimitar os 
projetos comuns entre as profissões. Esses projetos também são tratados no Código de Ética de nossa 
profissão, conforme veremos melhor detalhado no decurso desse material, porém, cabe destacar que 
as profissões da área social devem possuir projetos semelhantes a serem alcançados, e esses projetos 
devem estar relacionados à emancipação dos seres humanos.
Em relação a isso, Iamamoto nos fala: “[...] apreender o lugar do assistente social em um processo 
coletivo de trabalho, partilhado com outras categorias de trabalhadores, juntos contribuem na obtenção 
dos resultados ou produtos pretendidos” (op.cit., p. 109).
Os produtos, ou os resultados pretendidos, não dependem apenas da vontade individual de cada 
trabalhador. Nesse processo, é importante considerar que há outros fatores que influenciam além dosinteresses comuns, mas é necessário que consideremos ainda as finalidades a serem alcançadas pelas 
empresas contratadoras, quer sejam públicas ou privadas, além das mudanças processadas no mercado 
de trabalho e que estarão, por sua vez, relacionadas aos fenômenos mais globais de organização 
econômica e política que afetam toda a sociedade (IAMAMOTO, 2001).
Iamamoto (2001) mostra que essa aproximação a outras profissões e a outras formas de conhecimento 
não significa perda do espaço sócio-ocupacional. Aliás, as ações de defesa do mercado de trabalho, 
sobretudo do trabalhador da área social, não conseguem resultados significativos se forem desenvolvidas 
de forma individualizada, envolvendo apenas uma categoria. Assim,
Os assistentes sociais estão sujeitos, como todos os demais trabalhadores, 
às mesmas tendências do mercado de trabalho, sendo inócua qualquer 
iniciativa isolada de cunho corporativista para a defesa do “seu 
trabalho específico”. O problema da insegurança do trabalho ou da 
redução de postos de trabalho não é peculiar ao assistente social: o 
seu enfrentamento exige, ao contrário, ações comuns que fortaleçam 
a capacidade de articulação e organização mais ampla de coletivos 
de trabalhadores contrarrestando a desarticulação política e sindical, 
amplamente estimulada pelas políticas de cunho neoliberal. Por outro 
lado, não significa perder de vista incidências específicas, que estão 
afetando diretamente o mercado de trabalho e o espaço ocupacional dos 
assistentes sociais, alterando-o no bojo das mudanças macrossocietárias 
(op.cit., p. 118-119).
Ou seja, demanda uma organização coletiva dos trabalhadores que possuem as mesmas finalidades, 
os mesmos objetivos, conforme também salientamos acima.
On (1995), por sua vez, também empreende considerações acerca dessa possibilidade e, ao mesmo 
tempo, dessa necessidade, do assistente social estar aberto a outros conhecimentos e outras intervenções 
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profissionais. A autora destaca que desde a constituição do serviço social como profissão, observamos 
uma recorrência às fontes de saber provenientes de outras ciências, conforme observamos no item que 
inaugurou essa unidade. Para a autora, essa necessidade ainda se manifesta e se faz extremamente 
necessária para a profissão em dias atuais.
Para On (1995) sempre buscamos, e precisamos continuar buscando, conhecimentos em outras 
disciplinas, tais como a sociologia, a política, a economia, a psicologia e a filosofia, por exemplo. A 
recorrência a essas formas de conhecimento oferecem as bases necessárias para que, por meio da 
articulação entre elas, seja possível uma construção coletiva de conhecimentos no interior do serviço 
social. Ou seja, reportar a esses conhecimentos possibilita a apropriação, por parte do serviço social dos 
conhecimentos em questão.
Os conhecimentos, por sua vez, resultam nos termos de On (1995), na base que irá fundamentar a 
metodologia de intervenção, a metodologia de ação do serviço social. Essa metodologia, por sua vez, 
traz influências às práticas profissionais desempenhadas pelo assistente social. Ou seja, por meio da 
teoria, a prática é enriquecida e isso irá, a nosso ver, resultar em uma melhoria da qualidade do serviço 
prestado, trazendo benefícios aos usuários atendidos pelos serviços, além dos benefícios direcionados à 
profissão, tanto em sua teoria quanto em sua prática.
Isso acarreta, segundo On (1995), uma postura profissional interdisciplinar, tanto na pesquisa quanto 
na prática. A autora destaca que essa postura interdisciplinar necessita que o assistente social se dirija 
ao “espaço da diferença” para compreendê-la. Essa atitude interdisciplinar nos leva a compreender que 
nenhuma profissão é absoluta, e a possibilidade de transpor as barreiras entre as disciplinas, os saberes 
e as profissões é viabilizada pela interdisciplinaridade, tanto por meio das pesquisas quanto por meio 
das práticas profissionais.
Na verdade, On (1995) afirma que o serviço social é por natureza uma profissão interdisciplinar, em 
decorrência de sua própria constituição teórica, e é também interdisciplinar pelo fato de estar vinculada 
ao processo de trabalho atual. Apesar das dificuldades que temos em exercer nossa prática de forma 
interdisciplinar, é uma necessidade de nossa profissão.
A autora também nos mostra que o fato de empreendermos ações de tal natureza não fere nossas 
especificidades profissionais, conforme também diz Iamamoto (2001) e de acordo com o que destacamos 
trechos acima. On (1995) derivando em partes das afirmações postas por Iamamoto (2001), ainda 
percebe a interdisciplinaridade como uma possibilidade para o serviço social ampliar os seus horizontes, 
seus conhecimentos, e assim qualificar ainda mais a sua prática.
A perspectiva interdisciplinar não fere a especificidade das profissões e 
tampouco seus campos de especialidade. Muito pelo contrário, requer a 
originalidade e diversidade dos conhecimentos que produzem e sistematizam 
acerca de determinado objeto, de determinada prática, permitindo a 
pluralidade de contribuições para compreensões mais consistentes deste 
mesmo objeto, desta mesma prática (op.cit., p. 156-157).
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Assim, On (1995) demonstra que há a necessidade de uma prática interdisciplinar, assim como já 
destacado por Iamamoto (2001), porém a autora afirma que essa atitude não tem se mostrado tarefa 
fácil para o serviço social. Essa tarefa torna-se difícil, segundo Martinelli (1995), porque a própria 
formação vem sendo desenvolvida de forma segmentada.
Ou seja, em sua formação, os assistentes sociais não são habituados com a lógica interdisciplinar. 
A autora destaca que nós precisamos de um saber múltiplo, coletivo, para que possamos em nossas 
intervenções também realizarmos atuações de tal natureza. A tendência de segmentação na profissão 
deve, assim, ser suprimida, e a autora chama a atenção que essa forma de compreender o saber não 
deve estar restrita ao serviço social, mas precisa incorporar outras formações afins.
Paradoxalmente, porém, nós, intelectuais, trabalhadores sociais, docentes, 
parece que nem sempre estarmos atentos como deveríamos, pois 
continuamos dividindo, fragilizando o já frágil coletivo: eu sou assistente 
social, você sociólogo, você filósofo, e então, como vamos dialogar? Todos 
somos trabalhadores, lutamos por causas comuns e das diferenças de nossas 
profissões é que devem brotar as possibilidades (MARTINELLI, 1995, p. 150).
Reforçar as diferenças como se fossem prejuízos, influenciar a segmentação excessiva e evitar a 
interdisciplinaridade só resulta em prejuízos para o amadurecimento do serviço social e para a qualidade 
do serviço prestado.
Severino (2010), derivando de uma análise acerca da importância da interdisciplinaridade, diz que 
esse conceito deve ser plenamente construído no serviço social. E essa construção passa, segundo 
Severino (2010) e também segundo Martinelli (1995) pela formação. Severino (2010) ainda detalha que 
essas ações devem incorporar o âmbito do ensino, pesquisa e da ação.
Para Severino (2010), essa necessidade de uma teoria interdisciplinar está relacionada também às 
necessidades postas pela prática profissional, sendo que a prática profissional a que o autor se refere 
não está restrita à intervenção profissional, mas incorpora também a prática pedagógica e a prática de 
pesquisa. O autor destaca que essas ações devem ser sistematizadas, devem ser praticadas de forma 
intencional e não podem ser resignadas a ações improvisadas.
No quediz respeito às ações relacionadas à intervenção interdisciplinar, especificamente Ely (2003) 
destaca que elas, no âmbito do serviço social, expressam-se por meio do trabalho em equipes. Apesar de 
considerar a relevância de intervenções interdisciplinares no âmbito da pesquisa e também da produção 
de conhecimento, Ely (2003) irá orientar sua argumentação para a prática profissional especificamente 
empreendida pelos profissionais. E, nesse sentido, com relação à prática interdisciplinar do serviço social 
destaca que:
As equipes de trabalho são pré-condição para a sua existência, sendo 
constituídas por profissionais com qualificações diversas, que interagem 
e estabelecem uma troca intensa, pautada em objetivos comuns, com 
interdependência, coesão e cooperação (ELY, 2003, p. 114).
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Em relação às equipes interdisciplinares, a autora nos diz que há diversas possibilidades da prática 
interdisciplinar no serviço social se efetivar, ou seja, há diversos arranjos de trabalho interdisciplinar. 
Recorrendo a Vasconcelos (1997), Ely (2003) aponta as seguintes possibilidades de intervenção 
interdisciplinar no serviço social: multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade 
auxiliar, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, os quais passaremos a descrever na sequência.
De acordo com Ely (2003) a multidisciplinaridade se efetiva quando vivenciamos um trabalho em 
que há diversas áreas profissionais envolvidas. Apesar disto, a intervenção acontece de forma isolada, 
ou seja, não há colaboração ou cooperação entre as diversas áreas, apesar de possuírem um objeto de 
intervenção em comum. Como a cooperação é mínima, não é favorecida a troca de informações entre 
os saberes que estão envolvidos na ação.
Já a pluridisciplinaridade, de acordo com Ely (2003), faz referência a ações em que se observa a 
justaposição dos saberes provenientes das áreas envolvidas em prol de um objeto comum. Nesse caso, 
segundo a autora, observamos também uma cooperação mínima, basal entre os profissionais envolvidos, 
mas, nesse caso, cada profissional delibera sozinho sobre as decisões a serem tomadas, ou seja, não há 
partilha das decisões frente às situações apresentadas.
A interdisciplinaridade auxiliar é uma forma de intervenção na qual as várias especialidades colaboram 
para a ação junto ao objeto que é comum. Nesse caso, há trocas entre os profissionais envolvidos no 
processo, porém, uma especialidade é responsável por coordenar o processo de intervenção.
Ely (2003) diz ainda que interdisciplinaridade precisa ser compreendida como uma intervenção 
em que as relações profissionais e de poder são horizontais, ou seja, estão situadas em um mesmo 
plano, onde todos possuem condições de deliberar sobre as decisões a serem tomadas, dentre outros 
aspectos. Nessa prática, as ações são comuns, dentro da especificidade de cada saber, mas, nesse caso, 
são partilhadas e evidenciamos uma troca sistemática dos conteúdos entre os profissionais.
Já a transdisciplinaridade seria para a autora uma forma de organização das atividades em que 
observamos a coordenação de todas as especializações envolvidas no processo da tomada de decisões e 
de desempenho das ações. A transdisciplinaridade resultaria, assim, na criação de um campo comum de 
troca de experiências e difusão dos saberes, respeitando-se, no entanto, a autonomia teórica, disciplinar 
e operativa de cada especialista envolvido na intervenção.
Ely (2003) diz que a prática interdisciplinar do serviço social demanda que esses profissionais 
desenvolvam um nível avançado de cooperação e coordenação, no qual se efetive a valorização 
e o respeito de cada área do saber, de cada conhecimento. Essa valorização traz a constituição de 
um diálogo entre os conhecimentos e entre os profissionais que integram as equipes profissionais, 
respeitando-se a autonomia de cada profissional. Partindo dessas aproximações, torna-se possível a 
recombinação dos elementos observados na prática profissional, orientado para uma síntese em prol da 
interdisciplinaridade
A autora ainda chama a nossa atenção para pontuar que, para o serviço social, a interdisciplinaridade 
é fundamental. Ela nos diz que dada a natureza de nossa intervenção, o isolamento profissional pode 
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resultar em prejuízos fatais para o nosso ofício. Destaca que nossa atuação, apesar de constituir-se nos 
mais variados campos de intervenção, trata-se de uma “área fértil” para a produção de ações e mesmo 
de conhecimento sobre essas ações com enfoque interdisciplinar.
Apesar de considerar em diversos trechos de seu trabalho que a interdisciplinaridade ainda está 
sendo construída no serviço social e que há muito a se avançar, Ely (2003), diz que observamos em nossa 
profissão três linhas de discussão sobre esse aspecto. A autora refere que uma linha busca enfatizar a 
importância das bases filosóficas e epistemológicas da prática interdisciplinar para as ciências, inclusive 
para as ciências humanas, sendo essa a de maior recorrência na constituição de nossa profissão.
A outra orientação ou linha assumida dentro da prática profissional busca elaborar uma proposta 
de organização do ensino e da pesquisa em serviço social, de forma que a interdisciplinaridade se 
efetive nesses processos. E, por fim, a terceira direção que é tratada por Ely (2003) compreende a prática 
interdisciplinar como uma possibilidade de debate, de discussão entre as profissões, e essa natureza de 
ações possibilitaria a efetivação de uma prática democrática entre as diversas áreas do saber.
Realizando uma síntese com base nos diversos autores a que recorremos nesse trabalho, podemos 
à guisa de conclusão destacar que, para o serviço social, a interdisciplinaridade traz em si uma 
possibilidade de romper com a visão e prática endógena que tem acometido de forma negativa a nossa 
prática profissional. Trata-se também de uma possibilidade de ser elaborado um projeto comum entre 
as profissões e, dessa forma, provocar melhoria na qualidade do serviço prestado.
A interdisciplinaridade pode ainda se efetivar por meio de ações desenvolvidas no âmbito da pesquisa, 
da docência e da prática profissional, e que para se constituir em um hábito do serviço social, precisa 
ser introduzido já durante o processo de formação dos profissionais, buscando superar a separação de 
saberes e ações constituídas entre as práticas profissionais. Dessa forma, a interdisciplinaridade será 
desenvolvida além das equipes de trabalho, que são ferramentas importantes de tal prática, mas que 
não devem ser as únicas modalidades de ação interdisciplinar.
Assim sendo, esperamos que os conceitos aqui tratados possam colaborar na construção dos 
conhecimentos sobre a interdisciplinaridade e sua relação com o serviço social. Também nesse caso, 
recomendo que você realize uma releitura das informações aqui destacadas e tente resolver os exercícios, 
pois essas atividades buscam proporcionar a consolidação das informações, além de uma ampliação 
da gama de conhecimento obtidos sobre a interdisciplinaridade. Essas ações estimulariam a chamada 
atitude interdisciplinar nos profissionais.
Na sequência, falaremos da legislação relacionada ao serviço social e que precisa ser observada por 
meio da prática interdisciplinar. Essa legislação garante tanto que nossas atribuições profissionais sejam 
respeitadas, como que não incorramos em erros ao estabelecermos relações com outros profissionais.
7 A LEGISLAÇÃO QUE DEVE ORIENTAR A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL
Para que possamosdar continuidade aos conhecimentos até então tratados precisamos, 
necessariamente, recorrer à legislação que atualmente rege o exercício profissional dos assistentes sociais 
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no Brasil. Isso se deve ao fato de que tal legislação define normas, parâmetros e outros mecanismos que 
orientam a prática profissional.
Nesse sentido, essa legislação orienta tanto as relações laborais do assistente social quanto define 
aspectos da relação desse profissional com outros profissionais e outros aspectos afins. Como estamos 
realizando um estudo sobre a prática interdisciplinar, estaremos voltando nossa atenção para aspectos 
relacionados à prática interdisciplinar.
Para este livro-texto, recorreremos à Lei que Regulamenta a Profissão, ao Código de Ética da 
Profissão, as deliberações CFESS 554/2009, 557/2009 e 569/2010. Também recorreremos às Diretrizes 
Curriculares da Abepss de 1999 e aos documentos Norma Operacional B “Parâmetros para atuação de 
Assistentes Sociais e Psicólogos (as) na Política de Assistência Social” (que não é uma normativa, mas 
serve como referência no sentido de demonstrar uma tentativa de delimitar aspectos relacionados a 
prática interdisciplinar).
 Observação
Considere e pesquise a legislação aqui destacada. É fundamental para 
sua formação.
Assim, iniciamos nossas discussões sobre a Lei que Regulamenta a Profissão ou Lei n° 8.662/93. 
Essa legislação é um dos mecanismos mais importantes e delimitadores de aspectos a respeito de nossa 
prática profissional, balizando competências e atribuições privativas dos assistentes sociais, além de 
oferecer informações sobre a atuação do conjunto CFESS-CRESS.
Essa legislação se mostra relevante, pois define como competências uma série de atividades que 
estarão relacionadas a atividades que o assistente social poderá desenvolver, dentre as quais podemos 
elencar: atuação junto a políticas sociais, junto ao plano, programas e projetos, junto aos grupos e 
indivíduos, junto aos movimentos sociais e no que concerne à realização de estudos junto à população 
com a qual estabelece contato.
No entanto, a grande relevância dessa legislação refere-se ao fato de destacar as atribuições 
privativas do assistente social, ou seja, atividades, ações e práticas que apenas o profissional com 
formação específica pode desempenhar. Essas atribuições delimitam aspectos relacionados à prática do 
assistente social e mostram-se essenciais quando se realiza uma intervenção interdisciplinar.
É importante ressaltar que a lei em questão delimita que atividades em matéria de serviço social 
fazem parte das atribuições privativas desse profissional, tais como a supervisão de alunos em graduação, 
a coordenação de escolas, cursos de pós-graduação e outras atividades que exijam um conhecimento 
específico em “matéria de serviço social”. De tal forma, essas atividades devem ser observadas ao realizar 
o trabalho interdisciplinar para que, assim sendo, as atribuições privativas de nossa profissão sejam 
respeitadas.
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Além disso, o Código de Ética do Assistente Social avança na delimitação de outros aspectos não 
tratados na lei que regulamenta a profissão, como descreveremos sumariamente no decurso desse trabalho.
Assim, o Código de Ética, em seus princípios fundamentais, destaca que o documento em questão 
deveria se articular a movimentos de outras categorias profissionais que partilhassem dos princípios 
contidos no Código de Ética do Assistente Social e com a luta geral dos trabalhadores, ou seja, o assistente 
social deveria se “vincular” a outras categorias profissionais que, como a nossa, primassem pela liberdade, 
autonomia, pela emancipação e plena expansão dos indivíduos e grupos, pela democracia, equidade e 
justiça social, pela eliminação de todas as formas de preconceito, pela garantia ao pluralismo, pela 
qualidade dos serviços prestados e por outros princípios tratados no respectivo documento.
Podemos assim concluir que logo nos princípios fundamentais é aberta uma possibilidade 
de interlocução com outras categorias profissionais, princípio relevante ao pensarmos a prática 
interdisciplinar. E, apesar de nela não haver informação específica sobre a prática interdisciplinar, é 
possível inferir que esse princípio deve ser adotado em práticas de tal natureza.
Qualquer atuação profissional interdisciplinar deve ser reforçada pelos princípios trazidos pelo 
Código de Ética do Assistente Social, que buscam, como sabemos, emancipar os indivíduos e grupos que 
vivenciam as situações de vulnerabilidade social em suas mais diversas formas de expressão.
O referido documento ainda trata da relação a ser estabelecida entre o assistente social e outros 
profissionais, partindo de seu capítulo III. Disso, poderemos extrair outras informações sobre a prática 
que se propõe interdisciplinar ou apenas para a prática que realizamos, e que pressupõe o contato com 
outros profissionais. Essas informações falam das orientações sobre direitos e deveres, e destacam o que 
é vedado ao assistente social sempre que essas relações são estabelecidas.
O Código de Ética delimita que é um dever do assistente social, em suas relações com outros 
profissionais, “ser solidário, mas denunciando atos que contrariem esse código”, ou seja, durante o 
relacionamento estabelecido com outras profissões, cabe ao assistente social ser solidário, porém isso 
não exime sua responsabilidade em denunciar faltas éticas que comprometam ou agridam os princípios 
contidos em nosso código.
O referido documento ainda destaca, como dever do assistente social, “incentivar, sempre que 
possível, a prática profissional interdisciplinar”, o que deixa bastante claro que tal prática deve ser 
estimulada e incentivada, desde que não fira os princípios trazidos nesse documento.
Além disso, destaca também que é dever do assistente social “respeitar as normas e princípios éticos 
das outras profissões”, posto que não temos o direito de transgredir normas e princípios a que outras 
profissões também estão submetidas.
Sobre isso, o código ainda enfatiza que, quando se fizer necessário realizar crítica a outro profissional, 
que seja feito de “maneira objetiva, construtiva e comprovável, assumindo sua inteira responsabilidade”, 
ou seja, nessa relação profissional, todos os comportamentos assumidos e atitudes adotadas devem ser 
orientados de forma que nenhum valor profissional seja comprometido de forma negativa.
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O Código de Ética destaca algumas vedações ao assistente social, ou seja, proibições que são impostas 
partindo da prática estabelecida com outras profissões. Destaca-se a proibição de o assistente social 
intervir na prestação de serviços realizada por outro profissional, com poucas exceções: o profissional 
poderá intervir na prestação de serviços empreendida por um terceiro somente se for solicitado, quando 
se tratar de trabalho multidisciplinar, desde que tal metodologia seja usada, ou quando se tratar de caso 
de urgência e que demande tal intervenção.
Em ambos os casos, o referido documento pontua a importância de que o outro profissional seja 
comunicado sobre a intervenção realizada. O Código de Ética proíbe ainda que os assistentes sociais 
sejam coniventes com falhas éticas ou erros praticados por quaisquer profissionais e que venham a ferir 
ou se contrapor aos princípios que estãonele contidos.
Podemos realizar uma síntese e que consiste em afirmar que tanto a Lei que Regulamenta a 
Profissão quanto o Código de Ética destacam valiosas informações sobre a prática interdisciplinar ou 
prática que seja realizada por meio do contato com outros profissionais. Semelhantes considerações 
são postas pelas resoluções CFESS que iremos destacar, sendo essas as resoluções de n° 554/2009, 
557/2009 e 569/2010.
A resolução de n° 554/2009 trata especificamente do depoimento sem dano, e trata-se de uma 
forma de oitiva utilizada no sistema judiciário a fim de realizar inquéritos em situações processuais, 
mas de uma forma que não seja agressiva. A resolução em questão é uma expressão de grande 
articulação e debate do conjunto CFESS e CRESS em decorrência de ter sido observado grande 
quantidade de profissionais que atuavam no judiciário desenvolvendo ações de tal natureza. A 
presente resolução destaca que, em decorrência de nossa formação, não possuímos condições para 
desempenhar essas ações, que devem estar resignadas aos funcionários que possuam habilidade 
para tal.
A resolução de n° 557/2009 disciplina a emissão de pareceres e laudos técnicos por parte do 
assistente social, e nela são realizadas inferências sobre a atuação multiprofissional que precisa ser 
por nós apropriadas ao pensarmos no trabalho interdisciplinar. Este documento inicia as considerações 
reforçando a importância do desenvolvimento de um trabalho multiprofissional, destacando que por 
meio dessa prática se torna possível uma compreensão totalitária sobre a situação na qual está sendo 
realizada a intervenção. Dessa forma, segundo o documento, torna-se possível uma compreensão de 
todas as necessidades apresentadas por um determinado ser humano.
No entanto, a resolução CFESS n° 557/2009 assevera a importância de que a prática multiprofissional 
seja desempenhada com base na competência técnica, teórico-metodológica e ético-política. O 
documento afiança ainda que como não há leis específicas que disciplinam o trabalho de tal natureza, 
cada conselho de classe profissional deve se esforçar por determinar como deve ser tal atuação, de 
modo que os princípios profissionais de cada ofício não sejam feridos. No entanto, não há lei que defina 
a competência, mas ela é fundamental em todas as profissões.
No que diz respeito à emissão de parecer, a resolução CFESS n° 557/2009 destaca algumas orientações 
e que podem e devem ser observados no trabalho interdisciplinar. Segundo postula a resolução em 
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questão, apesar de realizarmos um trabalho partilhado com outras categorias profissionais, na emissão 
de qualquer parecer ou laudo, precisamos ter a garantia de nossa autonomia, apesar de haver necessidade 
do estímulo a práticas interdisciplinares.
Devemos respeitar as outras profissões, mas também precisamos que as outras profissões respeitem 
nossas intervenções, garantindo que as especificidades de nosso conhecimento sejam colocadas em 
prática em favor daqueles a quem prestamos nosso serviço.
O documento ainda diz que, caso sejam elaborados documentos específicos, de forma conjunta, a 
opinião do assistente social deve ser destacada de forma separada dos demais profissionais. O parecer 
do assistente social deverá ainda versar sobre o que for de sua competência, de sua especificidade, e 
suas intervenções precisam ser assinadas, constando também o número de registro possuído junto ao 
órgão regional.
A presente resolução ainda assevera que a discussão dos casos pode ser feita de forma partilhada 
entre os diversos profissionais envolvidos com a atuação. No entanto, o documento reforça, mais uma 
vez, que os pareceres emitidos sobre os casos precisam acontecer de forma fragmentada, individual, ou 
seja, cada profissional deve destacar suas opiniões profissionais mesmo que recorra a aspectos trazidos 
pela discussão empreendida em grupo.
A resolução CFESS n° 569/2010 também traz algumas valiosas contribuições sobre o trabalho 
interdisciplinar. Tal resolução buscou definir sobre a questão da “terapia” visto que, devido ao trabalho 
interdisciplinar realizado por assistentes sociais junto a psicólogos, muitos profissionais estavam 
“realizando” ações terapêuticas. Essa resolução, no entanto, vem mais uma vez reforçar a importância 
de ações interdisciplinares e multidisciplinares, destacando a relevância para que o assistente social 
esteja inserido em equipes que desenvolvam o trabalho de tal natureza.
Apesar disso, a resolução CFESS chama a atenção para que os profissionais respeitem o limite de sua 
atuação técnica, de acordo com a legislação que orienta a sua prática profissional. O documento nos 
diz que os limites de cada profissão são postos pela sua formação, ou seja, não podemos atuar sobre 
determinados aspectos se não possuirmos formação adequada.
Essas informações são trazidas inicialmente para definir que nós, assistentes sociais, não possuímos 
conhecimento e bagagem que nos permita realizar terapias, e ainda destaca que a terapia não possui 
relação com a formação profissional do assistente social.
O documento também afirma em seu artigo 3°, parágrafo 1:
O assistente social, em seu trabalho profissional com indivíduos, grupos e/
ou famílias, inclusive em equipe multidisciplinar ou interdisciplinar, deverá 
ater-se às suas habilidades, competências e atribuições privativas previstas 
na Lei 8.662/93, que regulamenta a profissão de assistente social (CFESS, 
2010, p. 2).
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Ou seja, prezado aluno, nós não possuímos habilitação nem formação para desempenhar ações de 
terapia. Devemos respeitar nossa formação bem como a de outros profissionais que possuem habilitação 
para atuar sobre os aspectos da psique.
Essa confusão entre assistentes sociais e psicólogos é algo comum na atualidade. Figura como 
exemplo de uma tentativa de definição do ramo específico de atuação o documento “Parâmetros 
para atuação de Assistentes Sociais e Psicólogos (as) na Política de Assistência Social”, documento 
que foi divulgado pelo CFESS em 2007. Como sabemos, partindo da constituição da Política 
Nacional de Assistência Social, em 2004, vivenciamos junto à política em questão uma série 
de mudanças, dentre as quais se destaca a constituição do Centro de Referência de Assistência 
Social (CRAS).
Propondo uma intervenção diferenciada em relação à prática até então desenvolvida na área da 
assistência social, o CRAS propôs um grande avanço ao pactuar pela inserção dos psicólogos como 
equipe mínima em cada uma dessas unidades. Precisamos nos atentar para a Norma Operacional 
Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB RH SUAS), que delimita e disciplina esses e outros 
aspectos.
Partindo da NOB RH SUAS, observamos que o objetivo inicial é realizar uma reestruturação do 
trabalho no âmbito do SUAS, demarcando assim diretrizes e normativas para guiar essa ação. Para 
tais ações, é preciso, segundo a NOB RH SUAS, que o trabalhador da área social seja conhecido pelos 
órgãos que são responsáveis por executar a política de assistência social. Além disso, a NOB RH SUAS 
ainda destaca que se faz necessária a valorização do trabalhador da área e sua qualificação técnica 
constante.
A NOB RH SUAS ainda ressalva a importância de que os trabalhadores da área sejam funcionários 
efetivos, e que dessa forma se rompa com o ciclo até então reinante de funcionários seletivos e 
contratados. Como tal, busca-se que seja desenvolvida uma capacitação continuada e que seja garantido 
um padrão de relacionamento entre profissionais e gestores.Em relação às equipes profissionais, a NOB RH SUAS delimita quantidade e formação de profissionais 
para atuação no CRAS e nos demais serviços que são constituídos a partir da Política Nacional de 
Assistência Social. São chamadas de equipes de referência (equipes mínimas), que atuam junto aos 
demais serviços, por exemplo, em abrigos, famílias acolhedoras, repúblicas, instituições de permanência 
de idosos, entre outros.
Essa delimitação está relacionada ao porte do município, ou seja, trata-se de pequeno porte 
I, II, ou médio, grande, metrópole e distrito federal. Isso é definido pelo número de habitantes 
e, dependendo desse número de habitantes será delimitado o número de profissionais a serem 
envolvidos.
Além disto, a NOB RH SUAS enfatiza a importância de as equipes serem compostas por profissionais 
de diferentes formações. Ganham, no entanto, grande destaque os conhecimentos de profissionais 
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como o assistente social e o psicólogo, sendo considerados como saberes mínimos nas intervenções, ou 
seja, são fundamentais.
A NOB RH SUAS define as atribuições de cada ente federado no sentido de colocar tal documento 
em prática, mas delimita ainda as atribuições de cada gestor da política nas mais diferenciadas esferas 
de intervenção.
Para que essa intervenção pudesse acontecer de forma a colaborar com o trabalho desenvolvido, e 
visando não trazer prejuízos a ambas as profissões é que o CFESS elaborou o presente documento.
Nele, é feita menção ao necessário trabalho coletivo, que é desenvolvido por meio de ações 
coletivas via trabalho interdisciplinar e em equipe. Os parâmetros em questão reforçam que o trabalho 
interdisciplinar deve proporcionar uma atuação focada na totalidade dos fenômenos sociais, rompendo 
também com uma visão endógena das próprias profissões.
No que diz respeito à atuação desenvolvida no âmbito do CRAS, o documento diz que, partindo 
de uma atuação coletiva, os profissionais devem estimular as discussões também coletivas, embora o 
registro de informações sobre casos e assuntos comuns deve ser feito dentro do estritamente necessário.
Segundo os parâmetros para atuação de assistentes sociais e psicólogos na Política de Assistência 
Social, outros mecanismos que reforcem o trabalho coletivo devem ser estimulados, e, dentre os 
quais, o documento destaca a importância da participação dos profissionais junto aos conselhos 
gestores de políticas sociais. Também figura como exemplo dessas possibilidades de trabalho coletivo 
as intervenções relacionadas à organização de usuários, devendo ser partilhadas entre assistentes 
sociais e psicólogos.
Para que tais inserções aconteçam, é ponto basal do documento que ambos os profissionais possuam 
a capacidade de realizar uma análise crítica da realidade, cientes de que a situação com a qual atuam 
possui uma série de condicionantes sociais, políticos, culturais e econômicos. Demanda ainda um 
conhecimento profundo sobre a legislação social e sobre as normas e os princípios que disciplinam a 
intervenção na qual estão alocados.
O documento em estudo ainda destaca como relevante o fato de que o trabalho interdisciplinar 
pressupõe que as responsabilidades de cada profissional não sejam negligenciadas, assim se recomenda 
que seja realizada uma delimitação das tarefas que compete a cada profissional, apenas como título de 
exemplo.
Podemos ter a falsa ilusão de que há mais impedimentos à realização da prática interdisciplinar do 
que mecanismos que auxiliam o seu desenvolvimento, porém não é isso o que acontece. O fato é que 
todos somos seres humanos, sujeitos a erros e confusões, e por isso precisamos sempre estar atentos às 
normativas que buscam disciplinar a nossa prática profissional.
No sentido em voga é preciso destacar que as Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social, 
postas pela ABEPSS, no ano de 1999, asseveram que a formação do assistente social deve possuir 
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como princípio o “caráter interdisciplinar”, ou seja, durante a formação profissional, proporcionada pela 
graduação em Serviço Social, os alunos devem ter acesso a uma formação interdisciplinar, que pode ser 
desenvolvida por uma série de ações.
As Diretrizes ainda destacam que dentro do Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional devem 
ser oferecidas informações, formação relacionada ao serviço social enquanto trabalho, e também há a 
necessidade dos graduandos se prepararem para se relacionar com outros profissionais, compreendendo 
o trabalho de forma coletiva.
De tal forma, podemos concluir afirmando que essas são as principais legislações e documentos que 
foram propostos pelo CFESS e pela ABEPSS e que oferecem contribuições para uma prática interdisciplinar. 
Observe a figura abaixo, onde parte das informações expostas encontra-se representada, apenas com 
finalidade didática.
Código de ética 
do assistente 
social
Princípios 
sobre trabalho 
interdisciplinar 
- aspecto 
normativo
Lei que regulamenta 
a profissão do 
assistente social
Resoluções CFESS 
(557/2009 e 569/2010)
Figura 7 - Exposição sobre a legislação profissional
Diante do que foi exposto, podemos concluir que o Código de Ética, a Lei que Regulamenta a Profissão 
e as Resoluções CFESS oferecem princípios sobre o trabalho interdisciplinar, sobre a intervenção do 
assistente social junto a outros profissionais. A presente legislação tem um aspecto normativo, ou seja, 
caso não seja cumprida, os profissionais poderão ser penalizados.
As Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social, por sua vez, oferecem orientações para os 
centros de formação, ou seja, não tem o objetivo de disciplinar o exercício profissional e sim a formação. 
Já os Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais e Psicólogos (as) na Política de Assistência Social, é 
um conjunto de orientações para a atuação interdisciplinar nessa área, porém também não tem aspecto 
de normatizar e sim orientar a prática profissional nesse processo.
À guisa de conclusão, esperamos que você possa ter apreendido algumas informações sobre o 
aspecto legal que deve ser observado quanto ao desenvolvimento da prática interdisciplinar. No mais, 
serão inseridos exercícios sobre esse conteúdo e solicitamos que você recorra a eles a fim de verificar 
sua aprendizagem.
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Unidade II
 Saiba mais
Recomendo que você visite os sites elencados, que lhe permitirá o 
acesso a diversos documentos aqui citados e outros mais que orientam e 
disciplinam a intervenção profissional do assistente social, bem como sua 
relação com outras profissões.
<http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1993.pdf>. Acesso em: 18 jan. 
2012.
<http://www.abepss.org.br>. Acesso em: 18 jan. 2012.
<http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaobasica/cras/
documentos/Norma%20Operacional%20de%20RH_SUAS.pdf>. Acesso 
em: 18 jan. 2012.
8 EXEMPLOS DE PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES POSTAS PELO SERVIÇO 
SOCIAL
Prezado aluno, antes de iniciarmos a exposição de práticas interdisciplinares, observe a matéria 
destacada:
Convênio garante implantação de Centro de Referência de Atendimento à Mulher 
em Alagoinhas
Por meio de um convênio assinado no início do mês de dezembro entre a Prefeitura 
Municipal e a Secretaria de Políticas para as Mulheres, Alagoinhas, dentro em breve, será 
beneficiada com a implantação do Centro de Referência de Atendimentoà Mulher, um 
espaço de acolhimento, orientação e encaminhamento jurídico, psicológico e social à 
mulher em situação de violência doméstica.
O mesmo convênio garantirá a aquisição de um novo veículo para o deslocamento 
das mulheres atendidas pelo Centro, bem como para o atendimento às mulheres que são 
recebidas pela Casa do Acolhimento à Mulher, um trabalho desenvolvido desde 2009, pela 
Secretaria Municipal de Assistência Social – Semas, e que já atendeu a mais de cem mulheres 
em situação de vulnerabilidade.
De acordo com a secretária de assistência social, Tatiana Andrade, a inauguração do 
Centro será de importância vital para redução do índice de violência contra as mulheres 
no município. “O Centro vai funcionar como suporte para todas as mulheres, por meio de 
atendimento intersetorial e interdisciplinar, atuando de forma preventiva, e, principalmente, 
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irá ajudar na orientação às mulheres que saem Casa de Acolhimento”, explica a secretária, 
acrescentando que a Prefeitura já está viabilizando o imóvel para instalação dos novos 
serviços.
Alagoinhas Notícias – ACOM
Disponível em: <http://www.alagoinhasnoticias.com.br/alagoinhas/convenio-garante-
implantacao-de-centro-de-referencia-de-atendimento-a-mulher-em-alagoinhas/>. 
Acesso em: 1 jan. 2012.
Nesse caso, observamos a divulgação da constituição de uma intervenção para acompanhamento de 
mulheres, orientada a atender vítimas de violência doméstica. Podemos observar ainda que se trata de 
uma ação que está vinculada à Secretaria da Assistência Social e que será ampliada por meio de ações 
intersetoriais e interdisciplinares, ou seja, ações que contarão com a recorrência a outras políticas e 
serviços com uma equipe mínima.
A Política de Assistência Social (PNAS) que foi constituída em 2004, expressa uma das maiores 
possibilidades de intervenção interdisciplinar. Segundo sabemos, dentre as formas possíveis de 
intervenção, a PNAS consagrou a constituição dos Centros de Referência da Assistência Social e esses 
locais necessitam de profissionais de nível superior de diversas áreas. Como vimos, precisa essencialmente 
de um assistente social e de um psicólogo, como equipe mínima, ou seja, é uma possibilidade de atuação 
interdisciplinar.
Como exemplo dessa intervenção, destacamos o trabalho de Teixeira (2010) no qual a autora realizou 
uma análise sobre a prática interdisciplinar desenvolvida em um CRAS localizado em Teresina. Nessa 
experiência, a autora destaca que o trabalho interdisciplinar demonstrou uma ampliação da concepção 
de pobreza, porém que também há uma tendência em psicologizar a pobreza, o que demonstra outro 
lado do trabalho interdisciplinar, não tão positivo, mas constatado como um aspecto a ser superado.
No entanto, não é apenas nessa política que a interdisciplinaridade se efetiva. A prática interdisciplinar 
cresceu, e hoje observamos intervenções na área da saúde, da educação, do meio ambiente, do judiciário, 
das empresas etc.
No âmbito da Política de Saúde, Vasconcelos (2011), empreendendo uma análise sobre a prática do 
Serviço Social junto à Política de Saúde do município do Rio de Janeiro, constatou por meio de uma 
série de entrevistas junto a esses profissionais que a prática interdisciplinar não se efetiva realmente. 
A pesquisa realizada com entrevistas e questionários solicitava que os profissionais selecionassem se 
desenvolviam uma prática interdisciplinar ou não.
Vasconcelos (2011) sinaliza que muitos assistentes sociais disseram que realizavam práticas 
interdisciplinares, porém, quando foram solicitados a descrever suas atividades de tal natureza, apenas 
citaram as práticas de solicitações de informações. Assim, segundo essa pesquisa, observou-se que 
muitos profissionais descrevem sua prática como de natureza interdisciplinar, porém, na prática, as 
atividades desenvolvidas não podem ser compreendidas como sendo dessa natureza.
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Santos (2005), por sua vez, também nos relata uma prática interdisciplinar desenvolvida no âmbito da 
Política de Saúde. Nesse caso, a intervenção aconteceu em São Paulo, junto ao Instituto Dante Pazzanese. 
Segundo o relato em questão, o referido instituto foi inicialmente organizado com um enfoque no 
desenvolvimento de pesquisas e ensino de doenças cardiovasculares e, com o tempo, começou a realizar 
intervenções atendendo pacientes com tais problemas de saúde por meio de convênio firmado com o 
Sistema Único de Saúde (SUS).
No instituto, as ações são desenvolvidas por meio de equipe interdisciplinar composta por 
profissionais das áreas medicina, enfermagem, nutrição, psicologia, serviço social e fisioterapia. Nessa 
equipe, inicialmente, a autora destaca que o médico parecia ser o profissional mais importante, embora 
atualmente as perspectivas se alteraram, mas ainda precisam ser melhor ampliadas.
A autora nos diz que as atividades desenvolvidas por essa equipe buscavam realizar discussões 
de casos por meio de reuniões de equipe, mas que nessas reuniões só eram discutidos os casos que 
apresentassem maior gravidade. Relata ainda que, após essas abordagens e uma série de outras 
intervenções, as decisões passaram a ser tomadas conjuntamente e não apenas com base apenas no 
saber médico. Apesar disto, Santos (2005) nos mostra que a própria estrutura da instituição ainda 
favorece que o saber médico e dos profissionais na área da saúde sejam tidos com maior relevância 
dentro da equipe.
Já a experiência narrada por Rocha & Gimenez (2010) demonstram que há possibilidade de o 
trabalho interdisciplinar se efetivar de forma mais consistente. As autoras nos mostram uma experiência 
desenvolvida com crianças e adolescentes com necessidades específicas por meio de um projeto de 
extensão universitária e que se denomina Projeto Degraus, empreendido em Presidente Prudente – SP 
pela Faculdade Integrada Antônio Eufrásio de Toledo.
Nessa intervenção, colaboraram profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia, pedagogia, 
psicologia, terapia ocupacional e assistência social. As autoras comprovaram que de fato é realizado 
um trabalho interdisciplinar e, nesse caso, cabe ao serviço social uma atuação mais próxima com a 
família das crianças contempladas pela intervenção. Essas abordagens realizadas pelo serviço social 
eram socializadas com a equipe, que se reunia para discutir os casos e as ações a serem adotadas de 
forma conjunta.
E, por fim, cabe a nós relatar a experiência narrada por Eidelwein (2007) e que irá fazer menção à 
produção de conhecimento de forma interdisciplinar. Dessa forma, a autora destaca que a produção de 
conhecimento entre o serviço social e a psicologia é uma possibilidade de construção do conhecimento 
interdisciplinar. A autora destaca uma série de colaborações impostas por meio dessa relação, 
especificamente, no sentido da produção de conhecimento.
De tal sorte, esperamos que essas experiências possam colaborar com sua ampliação sobre a prática 
interdisciplinar que se efetiva no serviço social. Algumas experiências demonstram aspectos positivos, 
outras aspectos não tão positivos, mas comprovam o caminhar do serviço social rumo a uma prática 
interdisciplinar que se manifeste tanto na ação quanto na produção do conhecimento.
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 Observação
Dê atenção especial às práticas destacadas.
 Resumo
Iniciamos esse estudo discutindosobre as intervenções que foram 
sendo desenvolvidas no âmbito do serviço social e que demonstram a 
interlocução estabelecida por nossa profissão com outras áreas de saber. 
Ainda observamos como a concepção teórica influencia a metodologia de 
intervenção e a compreensão de homem assumida por nossa profissão.
Também realizamos um estudo sobre a interdisciplinaridade no serviço 
social e pudemos observar que essa modalidade de prática profissional 
vem sendo, atualmente, muito estimulada para a profissão. Observamos, 
assim, que tal prática é tida como inerente ao serviço social e suas 
intervenções tendem a qualificar o serviço prestado por nossa categoria 
profissional. Conhecemos ainda as principais formas constituídas de 
atuação interdisciplinar e consideramos as possibilidades ou os arranjos 
encontrados para que a prática interdisciplinar aconteça no serviço social.
Pudemos perceber que há, em nossa profissão, alguns dispositivos que 
regem a atuação interdisciplinar. Podemos destacar a Lei que Regulamenta 
a Profissão, o Código de Ética do Assistente Social e as resoluções CFESS 
aqui estudadas como mecanismos que buscam gerir nossa atuação de modo 
interdisciplinar para que sejam respeitados os princípios éticos de nossa 
profissão e das demais profissões com as quais nos relacionamos. Também 
realizamos um estudo sobre outros documentos suplementares, tais como 
as Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social, que, por sua vez, 
destacam a importância que assume o conceito da interdisciplinaridade 
desde a formação e os parâmetros para atuação de assistentes sociais e 
psicólogos na Política de Assistência Social, um documento de orientação 
para profissionais que atuam junto a tal política de forma interdisciplinar.
Concluímos essa unidade e essa disciplina com a exposição de 
práticas profissionais desenvolvidas e ainda com relatos de produção de 
conhecimento que buscam demonstrar práticas de natureza interdisciplinar. 
Como conceito em construção, observaremos que há experiências que 
conseguiram alcançar os objetivos a que se propuseram, assim como há 
experiências que não se mostraram tão exitosas quanto os envolvidos 
desejavam. Apesar disso, todas as experiências são extremamente relevantes, 
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pois auxiliam na construção do conhecimento da interdisciplinaridade 
aplicada ao serviço social.
 Exercícios
Questão 1. Considerando o caráter interdisciplinar do Serviço Social, podemos afirmar que:
I. A interdisciplinaridade esteve presente no Serviço Social desde sua consolidação como profissão 
no Brasil.
II. A intervenção prática interdisciplinar demorou a ser apreendida pelos assistentes sociais.
III. O surgimento de especializações na década de 1960 colaborou para a discussão sobre a 
interdisciplinaridade entre os assistentes sociais.
IV. O Código de Ética dos Assistentes Sociais, de 1993, coloca-se em posição contrária ao 
desenvolvimento de práticas interdisciplinares.
V. A interdisciplinaridade vem sendo combatida porque fere as atribuições privativas do assistente 
social.
Está correto o que se afirma em:
A) I, II e III.
B) II, III e IV.
C) III, IV e V.
D) I, IV e IV.
E) II, IV e V.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: o Serviço Social, já em suas protoformas iniciais, foi constituído de forma interdisciplinar. 
Inicialmente a profissão recorreu aos postulados da Igreja Católica, e em seguida esses princípios foram 
sendo substituídos pelos conhecimentos produzidos no âmbito das Ciências Humanas. Portanto, desde 
os primórdios de sua consolidação, o Serviço Social apresenta uma natureza interdisciplinar.
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II – Afirmativa correta.
Justificativa: apesar de a consolidação do Serviço Social como profissão ter ocorrido de forma 
interdisciplinar, conforme o enunciado, vimos que no âmbito da intervenção profissional esse formato 
de ação demorou a ser incorporado pela categoria profissional dos assistentes sociais. Atualmente ainda 
temos práticas que se propõem interdisciplinares, mas, de fato, não assumem tal natureza.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: vimos que o surgimento das especializações no Brasil, a partir da década de 1960, 
estimulou os assistentes sociais a reverem os conceitos que embalaram a profissão até então. Entre 
as novas formulações postas ao Serviço Social, estava a possibilidade de desenvolver o conhecimento 
interdisciplinar, que até então não se encontrava nas pautas de discussão da categoria profissional.
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o Código de Ética dos Assistentes Sociais, de 1993, recomenda que esses profissionais, 
sempre que possível, estimulem a prática interdisciplinar. Isso é posto como um dever do assistente 
social em sua relação com outros profissionais.
V – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a interdisciplinaridade é uma necessidade cada vez maior entre os assistentes sociais; 
mas, se bem conduzida, não fere as atribuições privativas desses profissionais.
Questão 2. (Unioeste, 2005). O texto Subsídios para uma reflexão sobre novos caminhos da 
interdisciplinaridade (SEVERINO, 1995) afirma: “A conceituação de interdisciplinaridade é, sem dúvida, 
uma tarefa inacabada: até hoje não conseguimos definir com precisão o que vem a ser essa ‘vinculação, 
essa reciprocidade, essa interação, essa comunidade de sentido ou essa complementaridade entre as 
várias disciplinas’. É que a situação da interdisciplinaridade é uma situação da qual não tivemos ainda 
uma experiência vivida e explicitada, sua prática concreta sendo ainda processo tateante na elaboração 
do saber, na atividade de ensino e de pesquisa e na ação social. Ela é antes algo pressentido, desejado e 
buscado, mas ainda não atingido” (p. 11). 
Para Severino, bem como para outros autores, como Sampaio; Rossi; Biajoni; Colodo; Tacco Savassi 
e Fazenda, interdisciplinaridade pode ser entendida como:
I – Uma “tentativa de unidade do Saber, esteja ele posto em ação no ensino, na pesquisa ou na 
prática social”.
II – Uma “relação de reciprocidade, de mutualidade, que pressupõe uma atitude diferente a ser 
assumida frente ao problema de conhecimento, isto é, substituir a concepção fragmentária pela unitária 
do ser humano”. 
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Unidade II
III – Algo “(...) que não se ensina, nem se aprende, simplesmente vive-se, exerce-se, e por isso exige 
uma nova pedagogia, a da comunicação”. 
IV – Consiste “num trabalho em comum, onde se consideram a interação das disciplinas científicas, 
de seus conceitos, diretrizes, de sua metodologia e de seus procedimentos”.
V – Uma “questão de atitude, e o que se pretende não é anular a contribuição de cada Ciência 
em particular, mas uma atitude que impeça o estabelecimento da supremacia de certa Ciência em 
detrimento de outra”. 
Escolha a alternativa correta: 
A) Todos os itens são verdadeiros.
B) Apenas o item I é verdadeiro.
C) Apenas o item II é verdadeiro.
D) Apenas o item III é verdadeiro.
E) São verdadeiras as afirmações I, II, IV e V.
Resolução desta questão na plataforma.
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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Arquivo UNIP Interativa.
Figura

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