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JUNG E O ESPIRITISMO: A VITÓRIA DO SELF PARA A PLENITUDE DA EXPERIÊNCIA HUMANA Hélio Júnior - orientador Márcio Coco - autor Rafael Rodrigues - autor RESUMO O homem tem vivido de forma egoísta, na supremacia do contexto do “ter” sobre o “ser”. O ego, enquanto parte de um todo psíquico, age como consciência do ser. Sendo esta, numa visão espírita, a representação do espírito no mundo externo onde transfere milhares de anos de evolução na manifestação da sua singularidade. Já os complexos são partes de um inconsciente, são partes de nós, por vezes esquecidos e não dado a atenção devida. E como se pode esquecer algo que nos pertence e nos rege a todo instante? Nosso espírito é formado por matrizes coletivas, de experiências repetidas na sua trilha humana. Onde não há um encontro amigável entre o ego e os complexos pode o homem viver em sua plenitude? Convergidos que estão, tanto a psicologia como o espiritismo, para uma visão do homem enquanto ser integral. É necessário uma análise desse homem na sua condição de espírito eterno elucidando a noção de que o espiritismo seria a ferramenta para o espírito olhar-se a si mesmo e a psicologia, a ciência que contém o funcionamento e a estrutura psíquica do mesmo. Objetivando a vitória do self sobre o ego através de uma visão Junguiana, com a hipótese desta ação ser o religare1 com o divino, sendo ratificado por autores como Joana de Ângelis, Carl G. Jung, Djalma Argollo, entre outros. Palavras-chave: Ego. Inconsciente. Jung. Espiritismo. 1 INTRODUÇÃO Alan Kardec (1804-1869) definiu o Espiritismo como ciência, filosofia e religião. Fazem parte do Espiritismo a investigação acerca da realidade espiritual e tendo Carl Gustav Jung(1875-1961) como um dos colaboradores para divulgação de fenômenos mediúnicos, cientista, evitou pronunciar-se de forma aberta àquela época quanto à realidade das comunicações, à sobrevivência da alma e à reencarnação; ainda que toda sua vida tenha sido cercada por médiuns e fenômenos mediúnicos. Jung, médico, psicólogo e pesquisador é um dos exemplos de que ciência e espiritualidade podem caminhar juntas. No ano de 1905, Carl Gustav Jung pronunciou numa conferência a definição de Espiritismo: “O espiritismo (de spiritus = espírito) é uma teoria (seus defensores chamam-na “científica”) e também uma crença religiosa, 1 Religião vem do latim ¨religare¨, tem o significado de religação. Essa religação se refere entre uma nova ligação entre o homem e Deus. 2 que, como toda crença religiosa, forma o cerne espiritual de um movimento religioso, de uma seita que acredita na intervenção real e palpável de um mundo espiritual em nosso mundo e, consequentemente, faz da comunicação com os espíritos uma prática religiosa. A dupla natureza do espiritismo lhe dá uma vantagem sobre os outros movimentos religiosos: ele acredita não só em certos artigos de fé, não suscetíveis de provas, mas baseia sua fé num complexo de fenômenos que são, em última análise, físicos e dizem respeito à ciência, mas que seriam de tal natureza que não podem ser explicados a não ser pela atuação dos espíritos. Esta peculiar natureza - por um lado seita religiosa, por outro lado hipótese científica - faz com que o espiritismo atinja as esferas mais diversas e aparentemente mais distantes da vida.” (Jung, 1998) É visível o interesse de Jung pelo espiritismo, Djalma Argollo(2004) ratifica tal interesse quando cita: “Jung, que já se interessava pelos problemas da psique, ressentia-se da falta de estudos mais profundos sobre o espírito humano, que a psiquiatria de então – assim como o faz a de hoje – teimava em desprezar. Admirava-se do fato das ciências naturais veicularem diversos conhecimentos, mas sempre especializados e sem maior profundidade. Por outro lado, a filosofia lhe havia ensinado que a realidade da psique estava no fundo de tudo, e sem a alma o conhecimento e o saber careciam de profundidade. ” (Argollo, 2004) O próprio Jung demonstra tal interesse em: “No entanto, nunca se falava da alma. Ela era tacitamente suposta, mas mesmo quando mencionada, como em C.G. Carus, não era abordada em ideias precisas, mas segundo uma especulação filosófica de sentido ambíguo. Esta observação curiosa me deixava perplexo. ” (Jung, 1997). 2 JUSTIFICATIVA O egoísmo é doença original do Ser que estrutura a arrogância e lugar onde perdemos contato com o self, que é divino. Passamos a escravos do "eu”, apartados da Criação e essa situação se agrava pelas recusas sucessivas de se reconhecer isso, ao longo das reencarnações. Jung, em sua clareza espiritual, nos traz luz quando elucida que o mundo de hoje nada mais é do que uma representação de nós mesmo, a ler: “De maneira alguma podemos representar um mundo cujas circunstâncias fossem totalmente diferentes das nossas, porque vivemos num mundo determinado que contribui para constituir e condicionar nosso espírito e nossos pressupostos psíquicos. Somos 3 estreitamente limitados por nossa estrutura inata e é por isso que estamos, pelo ser e pelo pensamento, ligados a este mundo que é o nosso”. (Jung, 1997). Não é de se surpreender que muitos fogem de conhecer a si mesmo. Usando uma rouparia externa para ocultar o que incomoda, ou melhor, com o que não sabe lidar. A incapacidade de enxergar além nos limita a uma vida curta, vazia, sem horizonte. E uma hipótese para lidar com isso é racionalizar o máximo possível, onde o objetivo seja viver somente. Jung (1997), relata que “[...] Há pessoas que não sentem nenhuma necessidade de imortalidade e que se arrepiam à ideia de ficar durante milênios sentados numa nuvem, tocando harpa! ”. E continua, “[...] Também há outros – e são numerosos – tão maltratados pela vida e que experimentam tal desgosto pela própria existência, que um fim absoluto lhes parecerá bem mais desejável do que qualquer forma de continuidade. ” De certo nossa sociedade vive um prazer vazio, não completo de vida e de contemplação. Não somos uma tábua rasa, uma parte de nosso consciente é herdado, e acreditamos que, essa herança é que rege a sociedade moderna. A sociedade egocêntrica. Jung nos elucida quando descreve sobre o inconsciente coletivo: Um outro conjunto de conteúdos inconscientes existe, além dos citados e que formam o inconsciente pessoal. É constituído pelas qualidades que não foram adquiridas individualmente, mas são herdadas, ou seja, os instintos enquanto impulsos destinados a produzir ações que resultam de uma necessidade interior, sem uma motivação consciente. Devemos incluir também as formas a priori, inatas, de intuição, quais sejam os arquétipos da percepção e da apreensão que são determinantes necessárias e a priori de todos os processos psíquicos. Da mesma maneira como os instintos impelem o homem a adotar uma forma de existência especificamente humana, assim também os arquétipos forçam a intuição e percepção a assumirem determinados padrões especificamente humanos. Os instintos e os arquétipos formam conjuntamente o inconsciente coletivo (Jung, 1984). A razão nos limita a viver o conhecido, não obstante, também com restrições. A realidade é mais além que só isso, ela ultrapassa os limites da consciência e sem darmos conta, a vida do inconsciente nos acompanha. O mesmo autor (Op.Cit.) traz à tona essas ideias na frase: “Quanto maior for o predomínio da razão crítica, tanto mais nossa vida se empobrecerá; e quanto mais formos aptos a tornar consciente o que é mito, tanto maior será a quantidade de vida que integraremos. A superestima da razão tem algo em comum com o poder de estado absoluto: sob seu domínio o 4 indivíduo perece. ” Além domais, não podemos esquecer que o consciente é um produto do inconsciente. O que a razão nos rege não é nossa completude. Pertence, esta, só a ponta do iceberg do ser. 3 DESENVOLVIMENTO “Eu defino o inconsciente como a totalidade de todos os fenômenos psíquicos em que falta a qualidade da consciência. Podemos classificar adequadamente os conteúdos psíquicos como subliminares, na suposição de que todo conteúdo deve possuir um certo valor energético que o capacita a se tornar consciente. Quanto mais baixo é o valor de um conteúdo consciente, tanto mais facilmente ele desaparece sob o limiar. Daqui se segue que o Inconsciente é o receptáculo de todas as lembranças perdidas e de todos aqueles conteúdos que ainda são muito débeis para se tornarem consciente. Estes conteúdos são produzidos pela atividade associativa inconsciente que dá origem também aos sonhos. Além desses conteúdos, devemos considerar também todas aquelas repressões mais ou menos intencionais de pensamentos e impressões incômodas. À soma de todos este conteúdo dou o nome de inconsciente pessoal (Jung, 1984). Na opinião de Argollo(2004), “A psiquê, diz Jung, Não é um todo indivisível, ao contrário, é formada de inúmeras partes, as quais se ligam entre si, embora permaneçam relativamente independentes, a ponto de parecerem dissociadas do complexo do eu: são os complexos autônomos do inconsciente.”. Segundo Jung, complexos são formados por contingências ambientais, envolvendo imagens, lembranças, fantasias, pensamentos, com emoção centrada. Alguns são reprimidos, desligados da consciência. Outros, crescem a partir do inconsciente coletivo, nossa herança psicológica que se soma à herança biológica. Diz Jung: "Nossa mente jamais poderia ser um produto sem história, em situação oposta ao corpo, no qual a história existe." O espiritismo pode entender que Jung, através da psicologia analítica identificou no ser humano algo maior que suas experiências pessoais atuais, expressando de outra forma o que entendemos como experiência das vivências passadas. Ele atribuiu ao inconsciente coletivo tudo aquilo que extrapola ao que é vivido atualmente e formalizou assim, uma forma de estudar esse mundo pré-existente do Ser . Independente de compreender se esse mundo existia a priori, de vivências anteriores ou do mundo arquetípico, seus argumentos se confundem com o 5 Espiritismo na necessidade de contato com essa pré-existência em nós. Para Jung (1986), "Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida." Tal afirmação é ratificada conforme nos diz Ermance Dufaux(2007), que escutar os sentimentos significa aceitá-los em nossa intimidade sem reprimi-los ou nos envergonharmos deles. Ser esse o primeiro passo para um diálogo educativo com nosso mundo íntimo, onde entenderemos melhor nossa alma. E acresce: " Escutar os sentimentos é cuidar de si, amar a si mesmo[...]. Quem pensa corretamente sobrevive; quem sente nobremente existe. O pensamento é a janela para a realidade; o sentimento é o ponto de encontro com a Verdade." E não somente, o tornar consciente de si não só em vida mas também enquanto espírito sendo apresentado por Jung(1984) quando cita: “Os esforços dos “espíritos” têm por escopo fazer diretamente com que os vivos se tornem conscientes, ou levar os recém-falecidos – e indiretamente também os vivos – a desenvolver seus esforços psicoterapêuticos. O espiritismo enquanto fenômeno coletivo persegue, portanto, os mesmos fins que a Psicologia médica, e, deste modo, produz, como bem nos indicam suas manifestações mais recentes, as mesmas ideias básicas – ainda que sob o rótulo de “ensinamentos dos espíritos” – que são características da natureza do inconsciente.”. Nesse sentido, torna-se o Espiritismo importante para educar o 'ouvir ' dos sentimentos e o meio para o autoconhecimento. Argollo (2004) nos reforça em “Pois a conscientização dos conteúdos do inconsciente, produz um acréscimo de força à consciência. E, junto a isto, toca no assunto da doutrinação dos espíritos, como uma ação benéfica, tanto para o morto, quanto para os vivos, de um modo geral”. Importante, porém, lembrar que, só consegue amar ao próximo quem ama a si mesmo e se os impulsos do self não são atendidos, com o tempo transformam se em depressão, melindre, irritação, insatisfação crônica. O próprio self pode ser um veículo a ser usado nesta metamorfose, no entendimento entre o inconsciente e o consciente. Recorrendo ao mesmo autor (Op. Cit.), sobre sonhos premonitórios, visões e demais fenômenos, sendo estes, possíveis veículos para tal ocorrência ainda o mesmo (Op.Cit) “outra mais ampla, que é a utilização dos fenômenos pelo inconsciente para exprimir necessidades fundamentais do percipiente, no que se refere à sua própria existência. Trocando em miúdos, o self aproveita, ou produz, o fenômeno para sinalizar diretrizes que inspirem novas atitudes. 6 ” Cabe então ao indivíduo perceber tais manifestações afim de um reconhecimento de si mesmo e assim retificar suas atitudes para consigo. O não aproveitamento desta experiência pode acarretar certo arrependimento post mortem, onde, pelos conhecimentos do espiritismo pode se fazer luz a esta situação: “Se há uma existência consciente após a morte, parece-me que ela se situaria na mesma direção que a consciência da humanidade, que possui em cada época um limite superior, mas variável. Muitos seres humanos, no momento de sua morte, não só ficaram aquém de suas próprias possibilidades, mas, sobretudo muito distantes daquilo que outros homens ainda em vida tornaram consciente, daí sua reivindicação de adquirir, na morte, esta parte da consciência que não adquiriram em vida.”(Jung, 1997). A possibilidade da reencarnação alivia certas almas para se reencontrar com seus complexos e ter nova oportunidade de se redimir com os mesmos, quem sabe assim, alcançando a plenitude espiritual tão almejada por muitos. Para Argollo(2004), após o desligamento do corpo, após a morte, o espírito sente necessidade de olhar para si afim de ressignificar sua visão de mundo e vendo-se obrigado a se reestruturar diante da “continuidade da consciência.”. O inconsciente é atemporal e carrega uma bagagem muito mais completa e complexa que o consciente. E muitos de nós só irão de encontro com este após deixar o corpo físico. Se libertando do consciente e acessando por completo o inconsciente. Nos disse Jesus que o cego não pode guiar outro cego. O auto amor não é treinar o sentimento para beneficiar somente a si, mas nos educar para que descubramos nosso valor pessoal na obra do Criador e assim amarmos ao próximo COMO A NÓS MESMOS. Segundo a Doutrina Espírita e de acordo com os estudos de Jung, retomamos a evolução moral de onde paramos. Mas costumamos não aceitar isso em não saber lidar com nossas limitações, necessidades, desejando pular etapas e nos impondo uma imagem apenas exterior (a persona), que nesse momento é inatingível. Como por exemplo, fingindo perdoar, suportando convivências, etc. Se houver lucidez quanto aos arquétipos (limitações nas realizações das vidas anteriores), irá o homem ser consciente de si e do processo contínuo que chamamos Evolução. No livro 'Leis do Amor', nos fala sobre isso o espírito Emmanuel, através de psicografia de Chico Xavier(2005): 7 " Meditemos na simples lição das horas. Comumente, durante a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da véspera. Assim,a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino."(Xavier, 2005) Jung chamou de individuação o processo paulatino de expressar nossa singularidade, isto é, a "marca de Deus" em nós; o ato de talhar a individualidade; aquele ser único que está latente dentro de nós, nosso encontro enfim, com o self. Espiritismo e Psicologia têm o mesmo objetivo: auxiliar o ego a desvencilhar- se da limitação do eu e viver uma realidade maior. Joanna de Angelis corrobora dizendo: "A existência terrena nas várias reencarnações tem uma finalidade primordial e impostergável, que é a unificação do ego com o inconsciente, onde se encontram adormecidos todos os valores jamais experenciados e capazes de produzir individuação."(Franco, 2009) É praticamente a primeira metade da vida terrena tarefa do ego, separando e adaptando, construindo seu lugar no mundo. Embora essencial, esse processo de adaptação precisa ser visto como secundário em relação ao Deus que habita em nós. Albert Stein declara que "A vida é muito mais do que abrirmos caminho equipados com um ego e uma persona sólidos e bem estruturados." Joanna de Angelis também explica que após as primeiras fases relevantes do ego, como a da preservação da vida, prazeres e necessidades fisiológicas e valores pessoais, precisa reagir com violência, estertoar- se até ser ultrapassado em Vitória culminante. Também há de se imaginar que o processo de individuação fará parte da vida terrestre de poucos assim como confirma Argollo(2004) quando nos fala: “Em sendo verdade – como acredito – que a psique possui um impulso básico para se desenvolver plenamente, é também real que mais de noventa por cento da humanidade nunca alcançou, nem alcançará, a completude psicológica numa existência. Pior ainda, este número, ou um pouco menos, nasce, cresce, vive e morre dentro de meros automatismos bio-psicológicos, sem sequer desconfiar da possibilidade de se desenvolver psiquicamente, em qualquer sentido, e nem possui meios econômicos ou intelectuais para tanto. Sem falar dos diversos problemas ao nível do sistema nervoso deficiente que impede uma boa parte da população mundial de ter, inclusive, consciência plena da própria existência.”(Argollo, 2004) 8 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluindo, segundo Argollo(2004), não podemos esquecer que a psicologia analítica tem como objetivo fazer o Espírito humano desenvolver-se, no processo de individuação, desfazendo-se dos clichês coletivos impostos pela convivência social. Ainda o mesmo (Op.Cit) “não posso calar que encontro na Psicologia Analítica uma poderosa ferramenta de auxílio ao ser humano em seu processo de crescimento espiritual – ou de individuação, no muito bem estruturado vocabulário junguiano.”. Assim, conclui sobre a vitória do self para a plenitude da experiência humana: “O conceito de inconsciente de Jung, quando levado à últimas conseqüências, propõe a existência de um avesso psíquico da natureza, uma extensão dos inconscientes individuais, ou talvez sejam os inconscientes pessoais individualizações de um inconsciente primário e universal. A abordagem que ele faz do inconsciente coletivo como uma estrutura que interliga os seres entre si pode, e no meu entender deve ser entendida como a base de um processo evolutivo, que culmina na autoconsciência. Nesse caso, a individualidade seria o fruto do processo evolucionário de um inconsciente em si, que gradualmente se transgradualiza da pura inconsciência para a consciência, tendo o inconsciente pessoal como uma etapa intermediária; ou seja, o inconsciente coletivo gera o inconsciente pessoal e a seguir a consciência. Nesse caso, poderíamos entender a individualidade como resultado natural do processo, mantendo-se, todavia, a ligação fundamental entre os indivíduos pelo psiquismo objetivo. Seria o contrário da conclusão da Saga da Fundação, do genial Isaac Asimov, onde a individualidade se conclui na interligação das psiques particulares. ”(Argollo, 2004) Em O Evangelho segundo o Espiritismo, explicam os Espíritos, exegeticamente na passagem do Servo Vigilante, onde o ego pode ser compreendido como o escravo que foi enviado com a missão de conquistar novas terras (uma nova reencarnação). Ele, o ego / escravo age de forma livre e distante do seu senhor / self e se crê autônomo e dono de novas terras que não são suas. Assim, vendo a insubordinação, o senhor envia mensagens para fazê-lo sair desse egocentrismo. Se não houver resposta, o self (o senhor) faz o servo/ ego se lembrar que não é senhor de si e que só está ali construindo um lugar habitável para o seu senhor poder reinar. Diz a Doutrina Espírita que o Criador precisa do Homem para se fazer consciente e que o Homem precisa de Deus para existir. Como jaz na entrada do oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo, e conhecerás os deuses e o universo. ” 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARGOLLO, Djalma Motta (2004). JUNG E A MEDIUNIDADE. Salvador: Fundação Lar Harmonia. FRANCO, Divaldo. Pelo Espírito Joanna de Ângelis (2009). EM BUSCA DA VERDADE. Salvador. Editora Leal. FRANCO, Divaldo. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.(2013). TRIUNFO PESSOAL. Salvador: Editora Leal. FRANCO, Divaldo. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.(1998). VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES. Salvador: Editora Leal. JUNG, Carl G. (1984). A DINÂMICA DO INCONSCIENTE, OBRAS COMPLETAS DE C. G. JUNG, VOL. VIII. Petrópolis: Editora Vozes. JUNG, Carl G.(1998). A VIDA SIMBÓLICA, OBRAS COMPLETAS DE C. G. JUNG, VOL XVIII/1, Petrópolis: Editora Vozes. JUNG, Carl G.(1997). MEMÓRIAS SONHOS REFLEXÕES. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. JUNG, Carl G. (2000). OS ARQUÉTIPOS E O INCONSCIENTE COLETIVO. Petrópolis: Editora Vozes. KARDEC, Allan. (2013) O evangelho segundo o espiritismo: com explicações das máximas morais do Cristo em concordância com o espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida. Brasília: FEB. NOVAES, Adenáuer Marcos Ferraz de. (2003). PSICOLOGIA DO ESPÍRITO. Salvador: Fundação Lar Harmonia. OLIVEIRA, Wanderley Soares de. Pelo Espírito ERMANCE DUFAUX. (2010) ESCUTANDO SENTIMENTOS: A Atitude de Amar-nos como merecemos. Versão Digital: Editora Dufax XAVIER, Francisco Cândido da. Pelo Espírito EMMANUEL. (2005) LEIS DE AMOR. São Paulo: FEESP.
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