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3. Atividades de design

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CAPÍTULO 3 
 
 
ATIVIDADES DE DESIGN 
 
 
 
 
 
 
 O design está relacionado com os detalhes técnicos de "como projetar" o produto previsto durante a fase de 
planejamento e descrito no documento de exigências do produto. As atividades projetuais ocorrem durante a fase de 
design e de teste e verificação do desenvolvimento do produto (Fig. 1-1). 
 Durante a fase de design e a fase de verificação e testes, os objetivos da Ergonomia são concentrados em três área 
específicas: 
 
 Análise e especificação de design; 
 Aplicação de dados da Ergonomia e filosofia do design para influenciar a configuração do produto e 
 Condução de testes que meçam o desempenho do usuário e do produto. 
 
 Atividades específicas desta fase de design que envolvem a Ergonomia incluem a alocação de funções e tarefas, 
análise da tarefa, identificação das exigências de interface do usuário (incluindo exigências para documentação e 
treinamento), desenvolvimento de especificações técnicas, design preliminar e detalhado (incluindo manutenção e 
considerações do conjunto) e testes relacionando os limites do usuário com os mock-ups. As atividades iniciais da 
Ergonomia durante a fase de teste e verificação são os testes de desempenho com o protótipo e a verificação do 
design. As atividades relacionadas ao projeto do manual do usuário (Capítulo 7, Seção 7.6) ocorrem durante as fases 
de design e de teste e verificação. 
 
 
 
3.1 ANÁLISE E ESPECIFICAÇÃO DO DESIGN 
 
 As análises do design são desempenhadas durante a fase de design a fim de fornecer uma base para as 
especificações técnicas do produto (Fig. 3-1). As duas análises que envolvem a Ergonomia são a alocação de funções 
e tarefas e a análise da tarefa. Essas análises e o desenvolvimento de especificações técnicas formais são descritas 
nas próximas seções. 
 
 
3.1.1 Alocação de funções e tarefas 
 
 Após o documento de exigências do produto ter sido completado, cada função e tarefa identificada durante a 
análise funcional (Capítulo 2, Seção 2.3) é designada para o produto ou para o usuário. Este processo é usualmente 
conhecido como a alocação de funções e tarefas. 
 As possibilidades para alocação das funções entre uma câmera de 35 mm e seu usuário pode ser ilustrada pela 
consideração das tarefas que foram previamente identificadas para este produto (Tabela 2.4, coluna da esquerda). 
Com a tecnologia corrente, as tarefas de selecionar a velocidade do filme, avançar o filme, selecionar a velocidade 
do obturador e abertura da lente, medir a luminosidade, focar a lente e rebobinar o filme podem ser desempenhadas 
automaticamente (i.é. alocada para a câmera) ou manualmente (i.é. alocada para o usuário). Para cada uma destas 
tarefas, a única restrição é que a câmera ou o usuário devam estar aptos para satisfazer a exigência mínima de 
desempenho (Tabela 2.4, coluna da direita). As tarefas restantes exigem julgamento subjetivo ou seriam muito 
difíceis de serem automátizadas. Essas tarefas deveriam ser alocadas para o usuário. 
 
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Fig. 3-1 Processo para desenvolvimento de especificações técnicas 
 
 
 
3.1.2 Estratégias para a alocação de funções e tarefas 
 
 Uma quantidade de estratégias têm sido propostas para a alocação de funções e tarefas. Elas incluem a alocação 
sob as bases da capacidade relativa do usuário e do produto, a alocação sob as bases dos custos relativos e a alocação 
sob as bases das necessidades humanas. A quarta estratégia - a alocação flexível - permite ao usuário a tomada de 
decisões. Cada método tem a sua vantagem e desvantagem. 
 A estratégia clássica é considerar cada função, uma por vez, e alocá-la sob as bases da capacidade relativa do 
usuário e do produto. Se o usuário é mais capaz, a função é designada para o usuário; se o produto é mais capaz, é 
designada para o produto. Uma lista extensa comparando o desempenho entre homens e máquinas a partir de uma 
enorme variedade de tarefas foi preparada para este propósito. A primeira destas listas foi publicada por Fitts (1951). 
Listas mais recentes e mais completas podem ser encontradas em Bekey (1970, pp. 251-252), Huchingson (1981, pp. 
38-39), Woodson (1981, pp. 10-12), McCormick & Sanders (1982, pp. 489-490) e Kantowits & Sorkin (1987, pp. 
359-360). Amostra de ítens de várias listas são apresentados na Tabela 3.1. Os aspectos fundamentais em todas as 
listas propostas pelos diversos autores são (1) os homens são flexíveis mas não podem depender de seu desempenho 
de forma consistente e (2) as máquinas usualmente possuem desempenhos de uma forma previsível mas com 
flexibilidade limitada. Assim, as funções que exigem flexibilidade (p.ex. uma tomada de decisão heurística) deve ser 
alocada para o usuário, enquanto que as funções que exigem consistência (p.ex. cálculos complexos ou recordar 
informações detalhadas) devem ser desempenhadas pelo produto. 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 3-1 
Amostra de ítens de listas de alocação de funções 
 
Funções melhor desempenhadas pelo homem 
 Adaptar decisões para determinadas exigências decorrente da situação; 
 Percepção não usual ou reação a eventos não esperados; 
 Raciocínio indutivo; 
 Desempenho sobre sobrecarga momentânea; 
 Percepção constante; 
 Detecção de sinais fracos em meio-ambiente "ruidoso" 
 
Funções melhor desempenhadas pelas máquinas 
 
 Detecção de estímulos além dos limites sensórios humanos; 
 Armazenagem de dados rápida e acurada e recuperação de informação codificada; 
 Ampla memória; 
 Cálculo matemático complexo; 
 Raciocínio dedutivo; 
 Desempenho consistente sobre um longo período de tempo; 
 Desempenho de várias tarefas ao mesmo tempo; 
 Contar, medir ou gravar eventos físicos; 
 Resposta mínima latente; 
 Vigilância prolongada; 
 Movimentos repetitivos; 
 Aplicação de grande força 
 
 
 
 O valor das funções alocadas pelo uso padronizado de listas de alocação de funções tem sido freqüentemente 
questionados. Tais listas ignoram o fato que as capacidades relativas do usuário e do produto podem mudar como 
muda a tecnologia. Adicionalmente, importantes variáveis tais como as disponibilidade de componentes, custo, peso 
e confiabilidade não são consideradas. Fatores sociais também são negligenciados. Entretanto, listas de alocação 
auxiliam ao direcionar um pensamento único através de produtos como sistemas integrados compostos de elementos 
humanos e não humanos. 
 Uma nova variação da abordagem clássica que supera algumas das análises recentes tem sido desenvolvida por 
Price (1985). Ele propõe uma decisão espacial bi-dimensional na qual as últimas seis zonas distintas podem existir. 
Dentro desta estrutura aquelas funções e tarefas que são desempenhadas precariamente pelos homens são 
normalmente alocadas para a automação e aquelas que, por sua vez, são desempenhadas precariamente pela 
automação são alocadas aos homens. Uma função ou tarefa que é desempenhada precariamente por ambos - homens 
e automação - não é designada para nenhum: o produto é modificado para eliminar a necessidade daquela função. A 
base para a atribuição de todas as outras funções e tarefas - aquela que homens e automação podem fazer 
razoavelmente bem - é consideravelmente mais flexível. Critérios não relacionados as capacidades dos homens e 
máquinas (tais como custo) podem vir a ser a base para a alocação de funções. 
 Alocação de funções e tarefas no desenvolvimnto do produto é raramente, ou talvez jamais, tão constante como 
está descrito neste texto e quase nunca é legada inteiramente a decisão do design. Algumas funções podem ser 
alocadas para a automação pela gerencia a fim de oferecer um desempenho específico que tenha um apelo de 
marketing. Um bom exemplo é o desempenho de cópias automáticas das duas faces do papel encontrado na maior 
parte das fotocopiadoras de alto volume. Outrasfunções e tarefas são mais ou menos alocadas automaticamente para 
o produto por quê os objetivos de desempenho (p.ex. produtividade ou precisão) não poderiam ser realizadas se 
alocadas para o usuário. Entretanto outras não podem ser alocadas por quê elas devem ser desempenhadas pelo 
trabalho de ambos - usuário e produto - conjuntamente (Bailey, 1982). 
 
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3.1.3 Análise da tarefa e exigências de interface com o usuário 
 
 Cada tarefa que for alocada para o usuário deve ser examinada em detalhe para determinar as exigências para a 
interface do usuário (p.ex. displays, controles e feedback) e se os usuários são capazes de satisfazer as exigências do 
desempenho da tarefa. Este procedimento é usualmente conhecido como análise da tarefa. As tarefas que são 
determinadas como sendo muito difíceis para o usuário devem ser simplificadas ou desempenhadas pelo produto. 
 As tarefas podem ser classificadas como sequencial, ramificada ou por controle de processo (Drury, 1983). A 
tarefa sequencial é aquela na qual as subtarefas ou os elementos da tarefa devem ser desempenhados em uma ordem 
pré-determinada. A maioria das tarefas que são analisadas em design do produto são tarefas sequenciais. Exemplos 
de objetos familiares incluem acertar um relógio digital, calcular a soma de vários números usando uma calculadora 
e dar partida a um automóvel. Uma tarefa ramificada é aquela na qual o usuário tem um conjunto finito de escolhas 
disponíveis para cada etapa da tarefa. O conjunto de escolhas depende, de alguma forma, da escolha prévia que foi 
feita. A tarefa de processar textos no qual várias sequencias de ação podem ser desempenhadas para atingir um 
mesmo resultado é um exempo típico de tarefas ramificadas. Tarefas por controle de processo, por outro lado, 
envolve contínuo monitoramento, o usuário inicia movimentos de controle em resposta a mudanças e feedback. 
Guiar um automóvel e perseguir alienígenas em um vídeo-game são exemplos de tarefas por controle de processo. 
 Os métodos de análise da tarefa não são padronizados. Leitores que não são familiares com as diversas 
abordagens devem consultar fontes como Woodson (1981, pp. 943-960); Laveson & Meyer (1982): Drury, 
Paramore, Van Cott, Grey & Corlett (1987); Drury (1983); Laughery & Laughery (1987); Meister (1985, Capítulos 2 
e 3); DeGreene (1970) e Kidd & Van Cott (1972) para exemplo de formas, ilustrações de diagramas de sequencia 
operacional e outras informações úteis. O método e a forma que parecem apropriado para cada tarefa específica é o 
que deve ser utilizado. É completamente admissível, por exemplo, usar vários métodos de análise da tarefa para 
diferentes tarefas associadas a um mesmo produto. 
 A Tabela 3-2 mostra uma análise da tarefa para uma sequencia de tarefa muito simples - colocar pilhas no 
compartimento de um flash fotográfico eletrônico. A análise da tarefa identifica o elemento crítico ou elementos para 
cada subtarefa. Problemas ergonômicos potenciais foram deduzidos desta informação. O resultado final sugere 
que a má interpretação de símbolos gráficos é o problema ergonômico mais comum associado com esta tarefa. 
Problemas potenciais relacionados ao reconhecimento visual da porta do compartimento das pilhas e a adequação da 
superfície que deve ser pressionada para abrir a porta foram também identificados. Assim, o design dos símbolos 
gráficos e o design da porta do compartimento das pilhas deve receber uma atenção especial. 
 A Tabela 3-3 mostra a análise da tarefa para uma tarefa mais complexa - fazer diversas cópias de um documento 
usando uma fotocopiadora. Nesta análise da tarefa as exigências de informação, display, controle e feedback para 
cada subtarefa são mais complexas. 
 Os métodos de análise da tarefa por ramificação e tarefas por controle de processo são mais complexos. Para as 
tarefas ramificadas, a análise usualmente inicia com a construção de um diagrama de sequencia operacional. A 
análise separada para cada ramo deve ser completada se o tempo permitir. A análise no nível do ramo é similar a 
análise para uma tarefa sequencial. Métodos para análise da tarefa a partir de tarefas por controle de processo são 
ainda mais complexos e ainda estão em estágio de desenvolvimento. Ver Drury (1983) para informações adicionais. 
 
 
3.1.4 Desenvolvimento de especificações técnicas 
 
 As especificações técnicas advêem das exigências do produto fornecidas pelo documento de exigências do 
produto, análise de engenharia e as exigências de interface do usuário identificadas durante a análise da tarefa (Fig. 
3-1). Elas deram detalhes específicos concernentes a implementação das capacidades funcionais do produto. 
Especificações técnicas são desenvolvidas e atualizadas durante a fase de design. Em alguns casos elas definem o 
quanto o design do produto será refinado. 
 A Tabela 3-4 fornece exemplos de detalhes específicos que deveriam ser incluídos nas especificações técnicas 
para uma câmera automática de 35 mm. Os ítens são reunidos de acordo com as suas funções específicas. 
 
 
 
 
 
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Tabela 3-2 
Análise da tarefa para a instalção de pilhas em um flash fotográfico eletrônico 
 
 
Subtarefa Elementos Críticos Problemas Ergonômicos Potenciais 
Localizar a porta do compartimento da 
bateria
 
Perceptual - reconhecimento visual da porta 
do compartimento
 
Informação visual insuficiente 
 
Abrir/remover a porta do compartimento da 
bateria 
Cognitivo - interpretação dos símbolos 
gráficos ou outras informações indicando 
como abrir a porta do compartimento 
Motor - remoção da porta 
Significação dos símbolos não conhecida 
pelo usuário; informações não 
significativas 
Área de pressão insuficiente; força 
exigida para abrir a porta é excessiva 
Inserir as baterias (orientado corretamente) 
 
Cognitiva: interpretação dos símbolos 
gráficos ou outras informações indicando a 
correta direção das pilhas 
Motor - inserção manual das pilhas 
 
Significação dos símbolos não conhecida 
pelo usuário; informações não significativas 
 
As baterias podem não encaixar 
adequadamente 
 
Fechar/repor a porta do compartimento
 Perceptual - verificar que a porta está 
fechada 
Nenhum problema previsto 
 
 
3.1.5 Especificações da Ergonomia 
 
 A Ergonomia deve apresentar previamente esboços de todas as especificações técnicas para identificar o impacto 
potencial sobre o desempenho humano. Ela deve também fornecer recomendações e outros dados para 
especificações relacionadas a usabilidade quando for apropriado. Ítens típicos relacionados a usabilidade que podem 
ser acessados incluem dados como contraste mínimo dos displays, tamanho dos caracteres para os displays 
alfanuméricos, código de cores, layout dos teclados e legendas para os controles. Em alguns casos os especialistas 
em Ergonomia podem ser solicitados a preparar uma especificação formal de interface do usuário para o software. 
 A maior parte das especificações técnicas relacionadas com a Ergonomia é consistente porquê a consistência 
afeta a usabilidade. Cada produto deve operar de uma forma consistente e previsível. Quando diversos produtos que 
desempenham funções similares são fabricados por uma mesma empresa, a consistência deve também ser mantida 
pelos diversos produtos. Por exemplo, todos os terminais de computadores fabricados por uma mesma empresa deve 
ter um layout do teclado similar. Teclas comuns para todo o teclado (p. ex., F1-F10, ESC, TAB, BACKSPACE, 
ALT, CTRL, RETURN, SHIFT, etc) devem aparecer numa mesma localização. Isto irá facilitar a transferência de 
habilidade pelos usuários que usam os diversos produtos. 
 Uma forma que as empresas podem garantir que os seus atuais e futuros produtos irão ser consistentes é criar uma 
especificação genérica de interface usuário-produto. O nívelde detalhes na especificação irá depender do tipo de 
produtos envolvidos. Ítens que podem ser cobertos incluem displays e controles, formatos para as informações 
apresentadas sobre displays visuais, símbolos e gráficos, legendas, esquemas de cores, fontes para caracteres 
alfanuméricos gerados por computador, caracteres e erros de mensagens. 
 
 
 
3.2 APLICAÇÃO DE DADOS DA ERGONOMIA E FILOSOFIA DO DESIGN PARA PROBLEMAS DE 
DESIGN 
 
 Os dados fornecidos pela Ergonomia consistem na identificação de pesquisas relacionadas ao comportamento 
humano, dados antropométricos e biomecânicos, normas ergonômicas, especificações e checklists. Dados e filosofia 
do design relevantes ao design do produto são fornecidos nos Capítulos 6-16. A aplicação destes dados é algumas 
vezes direta; entretanto, outras vezes torna-se muito difícil e exige análise e julgamento cuidadosos. 
 
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Tabela 3-3 
Análise da tarefa para fazer cópias de uma carta usando uma copiadora de escritório 
 
Subtarefa Informações 
Exigidas 
Display Controle 
Levantar a placa cobertora
 Procedimentos para remover e 
deslocar a cobertura
 
ASD*
 Cobertura manual 
Localizar o documento com a 
face para baixo sobre a placa
 
Área sobre a placa para uma 
correta localização do tamanho 
da carta
 
Informações gráficas adjacentes 
à placa indicando a correta 
localização do tamanho da 
carta
 
Nenhuma
 
Selecionar o módulo apropriado 
do fornecimento do papel 
Tamanho do papel do 
documento original 
Tamanho do papel em cada 
módulo de fornecimento do 
papel 
ASD* Chave seletora 
(ASD*) 
Colocar a cobertura da placa
 Nenhuma nova informação
 Nenhuma 
 Cobertura manual
 
Selecionar o número de cópias a 
serem tiradas
 
Número de cópias desejadas
 Display numérico
 Equipamento de entrada de 
dados numéricos 
 
Iniciar cópias 
 Localização do controle 
START
 
Legenda para o contro START
 Pressionar o botão ou outro 
equipamentos ASD* 
 
 
* ASD - A Ser Determinado 
 
 O uso dos dados ergonômicos pode melhorar a qualidade do design inicial. Isto reduz o número das interações de 
design e a quantidade de testes com o usuário que são necessários para atingir um design final satisfatório. Quando o 
processo de design converge rapidamente para uma solução, o tempo e o custo de desenvolvimento do produto são 
reduzidos. 
 
 
3.2.1 Identificando fontes para a pesquisa 
 
 As fontes primárias da pesquisa dos dados são os jornais científicos, anais de encontros científicos, relatórios 
técnicos de estudos financiados por companhias privadas, universidades e agências do governo e teses de pós-
graduação. Fontes secundárias incluem livros técnicos, manuais, livros-textos, resenhas literárias, bibliografias 
citadas, abstracts e jornais de Ergonomia. 
 Localizar pesquisas que possam ser aplicadas para problemas rotineiros de design são frequentemente 
sumarizados em fontes secundárias tais como manuais de design. Dentre as mais abrangentes destas fontes 
secundárias são Woodson (1981); Salvendy (1987); Van Cott & Kinkade (1972); Boff, Kaufman, Thomas (1986a, 
1986b) e Helander (1988). 
 Quando se tenta encontrar uma solução para um problema ergonômico incomum, algumas vezes torna-se 
necessário consultar relatórios de pesquisas. O primeiro passo é normalmente conduzir uma busca na literatura 
(Capítulo 5, Seção 5.1). Cada relatório relevante deve ser cuidadosamente examinado para determinar se os dados, a 
sua interpretação e as conclusões são válidas. Se o estudo parece ser válido, o próximo passo é decidir se o 
encontrado tem qualquer significância prática para o problema de design em questão e se uma extrapolação pode ser 
feita de forma segura para o meio-ambiente produto-usuário. Entretanto, antes que qualquer ação seja realizada, os 
riscos e conseqüências de proceder um julgamento incorreto deve ser cuidadosamente considerado (McCormick & 
Sanders, 1982). 
 
 
3.2.2 Dados antropométricos e biomecânicos 
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 Para projetar a maior parte dos produtos algum conhecimento das dimensões do corpo é exigido. 
 
Dados Tabela 3-3 (continuação) 
 
 
Feedback Problemas Potenciais 
Ação Correta
 Erro
 
 
Placa visível
 Placa não visível
 Procedimento para levantar a cobertura pode 
não ser óbvio
 
Margens superior e inferior da linha da 
página com marcas 
Margem superior e inferior da linha da 
página não apresenta linhas com marcas 
Usar gráficos de difícil interpretação 
Documentos com a face voltada para cima 
 
Indicação visual da posição do botão
 Indicação visual da posição do botão O usuário pode esquecer este passo 
O usuário pode não saber como determinar 
o tamanho do papel em cada módulo 
 
 
Placa não mais visível
 Placa visível
 Nenhum problema previsto
 
O caracter que representa o número 
desejado de cópias é mostrado no display 
numérico 
Número incorreto ou nenhum número é 
mostrado no display numérico 
Erro no manuseio da chava 
Contraste do display é reduzido pela 
luminosidade 
O mecanismo inicia a operação 
 
Cópias disponíveis no gaveta coletora 
Erro de mensagem indicando que o 
mecanismo não estava preparado para copiar 
mas forneceu auxílio para corrigir o 
problema 
O diagnóstico da mensagem pode ser mal 
interpretado 
 
 
 
relacionados as dimensões do corpo humano são referidos como dados antropométricos. Tais dados são usados para 
estabelecer muitas dimensões do produto tais como a altura da superfície de trabalho, o tamanho mínimo para o 
acesso as aberturas, espaço entre controles, distância entre o usuário e o controle e assim por diante. O procedimento 
usual é projetar para acomodar 90%-95% da população dos prováveis usuários do produto. Em alguns casos é 
necessário fornecer um método para regular o produto de forma a adequá-lo ao usuário (p.ex. mecanismos de ajuste 
de assentos e espelhos retrovisores de automóveis). Veremos, adiante, Seção 13.3 no Capítulo 13, uma discussão 
mais detalhada sobre a aplicação dos dados antropométricos no design de produto. 
 Os dados biomecânicos, por outro lado, são ligados primariamente a fatores como a extensão dos músculos e 
capacidades de sustentar pesos. Estes dados são úteis quando se estabelece as dimensões e o peso de produtos que 
devem ser sustentados e conduzidos, por exemplo. Nas Seções 13.2 e 13.4 no Capítulo 13 e o Capítulo 14 
apresentam informações adicionais. 
 
 
 
 
3.2.3 "Checklists" de dados ergonômicos 
 
 Os checklists de dados ergonômicos fornecem um método sistemático para garantir que detalhes significativos de 
design que podem afetar o usuário não serão esquecidos. Os checklists podem ser usados tanto como ferramentas de 
design, tanto como ferramentas de avaliação (McCrobie, 1987). Ver Woodson (1981, pp. 974-984) para exemplos de 
checklists aplicados à ergonomia. 
 Para se usar um checklist para avaliar um produto existente, simplesmente se compara cada ítem da lista com o 
correspondente atributo do produto. Por exemplo, se o produto é um teclado e o ítem do checklist especifica que 
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cada tecla deve ter individualmente 13 cm X 13 cm, o avaliador simplesmente mede as dimensões das teclas para 
determinar se elas estão ou não no tamanho apropriado. 
 
Tabela 3-4 
Exemplos de detalhes específicos que podem ser incluídos nas especificações técnicas para uma câmera automática de 35 mm. 
 
Carregar o filme 
 Mecanismo para abrir a câmera permite o acesso para carregar e remover o filme * 
 Instruções de como carregar o filme * 
Selecionar a velocidade do filme 
 Instrumento que ajusta a velocidade automática do filme 
 Display indicando a velocidade do filme * 
Avanço do filme 
 Mecanismo motorizado para o avanço do filme Fonte de força para o mecanismo de avanço do filme 
 Display indicando o número da atual exposição * 
Seleção e mudança das lentes 
 Fornecimento de mecanismo de ajuste e liberação das lentes * 
Seleção da velocidade do obturador 
 Seleção da velocidade automática do obturador e com possibilidade de regulagem manual * 
 Controle e display de seleção manual da velocidade do obturador * 
Seleção da abertura das lentes 
 Seleção da abertura automática das lentes e regulagem manual * 
 Controle e display da seleção da abertura manual das lentes * 
Fotômetro 
 Controles e displays associados com o fotômetro * 
 Fonte de força para o fotômetro 
Foco 
 Sistema de foco automático das lentes com possibilidade de ajuste manual * 
 Equipamento para foco manual das lentes (controle e display) * 
 Display indicador do nível do filme * 
Composição da foto 
 Características do visor * 
 Controle e display que apresentam a profundidade do campo * 
Exposição do filme 
 Tamanho/forma do liberador do obturador * 
 Características de força/deslocamento do liberação do obturador * 
 Feedback indicando que a exposição foi realizada * 
 Tipo de equipamento para prevenir dupla exposição 
 Tipo de retardamento para liberação do obturador (self-timer) e controle * 
 Equipamento para acoplamento do flash e sincronização do flash 
Rebobinamento do filme 
 Mecanismo de rebobinamento automático ou manual * 
 Feedback indicando que o rebobinamento foi completado * 
 
Remoção do filme 
 Mecanisno para abrir a câmera que permita acesso ao filme * 
 Assistência manual ou gráfica à remoção do filme * 
Outros 
 Peso * 
 Aparência (forma, cor, local para o nome, logotipo, etc.) 
 Legenda (estilo do tipo, tamanho do tipo, contraste) * 
 Manutenção * 
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 Manual de instrução * 
 Características da alça do pescoço (p.ex. largura, tamanho) * 
 Estojo de acondicionamento * 
* Ítens que envolvem características ergonômicas 
 
 Os checklists podem ser facilmente preparados a partir de normas e especificações. Cada ítem deve ser não 
ambíguo e descrever objetivamente os aspectos mensuráveis do design. Julgamentos subjetivos não devem ser 
exigidos. Se duas diferentes pessoas usam o mesmo checklist para avaliar um mesmo design, o resultado deve ser o 
mesmo. 
 
 
3.2.4 Normas e especificações 
 
 As normas são geralmente propostas para ser adotadas sem interpretação ou modificação. Algumas normas são 
obrigatórias e uma deficiência para cumrpí-la pode resultar em significativas perdas financeiras (p.ex., perdas 
advindas de litígios). Talvez a mais coveniente forma de garantir a concordância seja criar um checklist de design 
que inclua todos os ítens obrigatórios. 
 As especificações ergonômicas, por outro lado, são princípios projetuais baseados em dados empíricos, 
expectativas do usuário, modelos de comportamento humano, raciocínio dedutivo de fatos conhecidos, opinião de 
especialistas, etc. Elas direcionam a atenção do design sobre o usuário e fornece uma base para uma tomada de 
decisão de design inicial em áreas tais como a seleção de controles e displays, arranjo de componentes, legendas, 
código de cores e informações de design. As especificações são usualmente menos diretas que as normas e exigem 
um julgamento concernente a sua aplicabilidade em cada contexto específico. Duas ou mais especificações podem 
parecer ser contraditórias ou não podem ser simultaneamente aplicadas por causa das limitações de design. Por 
exemplo, uma especificação pode enunciar que a recomendação mínima para o tamanho de um tipo para determinada 
legenda é de 10 pontos. Um outro pode enunciar que toda a legenda deve ser orientada horizontalmente. Se o espaço 
for insuficiente para uma legenda orientada horizontalmente com um tipo de 10 pontos, o designer pode ter que 
escolher entre uma legenda verticalmente orientada com um tipo de 10 pontos ou uma outra horizontalmente 
orientada com um tipo de 8 pontos. Antes que a decisão seja tomada, as consequências de cada alternativa devem ser 
cuidadosamente consideradas. 
 
 
3.2.5 Projetando para a manutenabilidade 
 
 A manutenabilidade se refere a facilidade de desempenhar as tarefas de manutenção. A manutenção se refere 
as atividades que são conduzidas para manter os produtos em boas condições de operaçõo e consiste tanto de ações 
preventivas, como de ações de reparo. Isto inclui inspeções e checagem, serviços de rotina, localização de defeitos, 
consertos e reposição. 
 A facilidade de manutenção, como a facilidade do uso, fornece vários benefícios. Os produtos que são fáceis de 
manter são fáceis de vender por quê os custos de manutenção para o consumidor serão baixos. Adicionalmente, os 
usuários do produto podem desempenhar muitas das tarefas de manutenção e evitar o incoveniente e o custo de ter o 
produto manuseado ou reparado por um profissional. Produtos de fácil manutenção também reduzem os custos para 
os fabricantes por quê os reparos cobertos pela garantia e os contratos de serviços de reparos podem ser feito de 
forma rápida e eficiente. 
 Os produtos de consumo comuns devem ser projetados de forma que a manutenção possa ser desempenhada pelo 
usuário. As capacidades dos usuários e as experiências prévias (Capítulo 2, Seção 2.5.2) devem ser cuidadosamente 
consideradas durante o design e os testes de protótipo realizados com os usuários (discutidos nas Seções 3.3.2 e 3.3.3 
deste Capítulo e do Capítulo 4) devendo incuir as tarefas de manutenção assim como as tarefas que envolvem o uso 
normal do produto. Propor modificações que exijam significativas mudanças na configuração do produto deve ser 
avaliado em funçã dos seus efeitos sobre manutenabilidade. 
 Uma abordagem diferente é sugerida para produtos mais complexos. Primeiro, as exigências de manutenção do 
produto são estabelecidas e as tarefas específicas de manutenção são identificadas. O nível de habilidade exigida 
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para cada tarefa é então determinado. Tarefas simples podem ser realizadas pelo usuário. Tarefas complexas, que 
vão além das capacidades dos usuários, são alocadas para técnicos qualificados. 
 A Tabela 3-5 fornece uma lista de princípios gerais que garantem a manutenabilidade do produto. 
Recomendações específicas e checklists podem ser encontrados em Crawford & Altman (1972) e MIL-STD-1472C 
(U.S. Department of Defense, 1981). Uma discussão mais teórica é fornecida por Bond (1987). 
 
 
 
 
3.2.6 Projetando para a montagem 
 
 Boothroyd & Dewhurst (1983) afirmam que a forma como o produto é montado é usualmente o fator mais 
importante que afeta tanto o custo de fabricação quanto as exigências da mão-de-obra. A maioria dos processos de 
montagem econômicos dependem de fatores tais como o número de partes e o volume de produção projetado. 
Entretanto, todos os processos são facilitados pela redução do número de partes separadas (particularmente pequenas 
 
Tabela 3-5 
Princípios gerais para garantir a manutenabilidade * 
 
Para garantir a manutenabilidade 
 
 Determinar as capacidades físicas de quem realizará a manutenção antes de projetar o produto. Estabelecer limitações de design para 
garantir que a habilidade manual e força exigidas para desempenhar as tarefas de manutenção não excederão as suas capacidades. 
 Determinar as capacidades cognitivas de quem realizará a manutenção antes de preparar os manuais de serviço. 
 Quando projetar os manuais de serviço, fornecer ilustrações ao invés de textos sempre que possível. Testar todo o manual e revisar os 
procedimentos como necessidades para garantir um nível de desempenho de quem realizará a manutenção para cada tarefa de manutenção. 
 Simplificar a localização e reparo dos defeitos pelo fornecimento de quadros especiais, diagramas, equipamentos de teste e outros auxíliospara a identificação das falhas. Um "consultor inteligente" (similar aos software de inteligência artificial para um expert sistem) pode ser 
desejável para produtos complexos. 
 Fornecer acesso fácil para todos os componentes que devem ser periodicamente consertados ou repostos. 
 Legenda ou outra forma de identificar todos os pontos de conserto e pontos de testes associados com as tarefas de manutenção. 
 Usar componentes modulares para simplificar o isolamento do defeito ou reparo. 
 Projetar para minimizar o número de ferramentas exigidas para manutenção e a necessidade de ferramentas especiais. 
 Usar conectores que são fechados para prevenir má conexão durante a remontagem. 
 Fornecer legendas de advertância para desencorajar os usuários do produto de tentar realizar tarefas de manutenção que eles não estão 
qualificados a desempenhar. 
 
* Para recomendações de design específicas, consultar Crawford & Aaltman (1972), MIL-STD-1472C (U.S. Department of Defense, 1981) e 
BOND (1987). 
 
 
partes tais como fechos/prendedores) e tornar as partes móveis tão fácil quantro possível de juntar (Boothroyd, 
1988). Contrariando as expectativas, a simplificação do design pode tornar a montagem manual mais econômica que 
a montagem automática ou por meio de robôs (Domas & Helander, 1984; Boothroyd, 1988). 
 Projetando as partes, componentes e módulos de forma que os produtos possam ser fácil e eficientemente 
montados é responsabilidade do engenheiro industrial. Uma considerável análise econômica e de engenharia é 
exigida para determinar a solução ótima para o processo de montagem uma vez que o design preliminar tenha sido 
aprovado. Contudo, os ergonomistas podem apresentar valiosas contribuições para o design das montagens. Se o 
manual de montagem for realizado, por exemplo, o apoio da Ergonomia pode incluir análise biomecânica de 
alternativas de técnicas de montagem, desenvolvimento de modelos para definir o tempo gasto nas montagens, 
avaliação empírica de alternativa de métodos para a montagem e o design de ferramentas manuais especializadas 
para melhorar a produtividade. 
 
36 
 
 
 
3.3 REFINAMENTO DE TESTES E DESIGN 
 
 O teste do produto inicia durante a fase de design do desenvolvimento do produto com uma avaliação dos 
primeiros mock-ups e modelos de engenharia e conclui com os testes de verificação de protótipos avançados em 
campo (Fig. 1-1). A realização de testes é um elemento crítico para o sucesso do processo de desenvolvimento do 
produto por quê fornece um método objetivo para a definição do desempenho do usuário e do produto. A realização 
dos testes e refinamento do design é um processo interativo que normalmente continua até que todos os principais 
objetivos de desempenho do produto tenham sido atingidos. Nesta hora o processo de design finda e a fase de 
produção de desenvolvimento do produto inicia. 
 As próximas três seções fornecem uma visão geral dos tipos de avaliações e testes que podem ser conduzidos 
durante o desenvolvimento do produto. A realização dos testes será mais detalhada no capítulo 4. 
 
 
 
3.3.1 Avaliação e simulação com o mock-up 
 
 Muitos tipos diferentes de mock-ups têm sido usados para o trabalho de desenvolvimento do produto. Woodson 
(1981), por exemplo, descreve os mock-ups de papelão, mock-ups tri-dimensionais com movimentos, mock-ups 
rígidos, modelos formais, modelos portatéis e mock-ups que permitem a acessibilidade. O nível de detalhes depende 
dos tipos de avaliações estáticas e simulações que são planejadas. 
 Os mock-ups são usados para avaliar a exequibilidade de conceitos específicos de design. As avaliações são 
conduzidas por especialistas (avaliações estáticas) ou pelo uso de técnicas de simulação (avaliações dinâmicas). O 
objetivo dessas avaliações é identificar qualquer problema óbvio ou não previsível antes que incorra os custos da 
construção do protótipo. 
 As avaliações estáticas dos mock-ups podem ser conduzidas com o auxílio de checklists. As simulações ou 
avaliações dinâmicas consistem em caminhar passo-a-passo através de cada tarefa que o usuário irá desempenhar. 
Estas avaliações dinâmicas frequentemente revelam problemas que poderiam não ter sido identificados apenas com a 
avaliação estática. Em alguns casos é apropriado ter usuários representativos (pessoas com as mesmas características 
dos usuários significativos do produto) que participem na avaliação a fim de que se obtenha previamente a definição 
de um feedback relacionado a usabilidade do produto. 
 Se dois ou mais designs estão sendo considerados, um teste comparativo pode ser desejável. Os testes 
comparativos são desempenhados durante a fase de design do desenvolvimento do produto (Fig. 1-1) e são 
usualmente os primeiros testes formais envolvendo usuários potenciais do produto. Eles fornecem uma oportunidade 
para definir a reação inicial dos diferentes designs e identificar os problemas potenciais de usabilidade. Geralmente, 
um dos objetivos do teste é selecionar a configuração mais desejável. Algumas vezes os testes comparativos são 
semelhantes aos experimentos (Ver também a Tabela 4.2 no Capítulo 4). 
 
 
3.3.2 Testes interativos de protótipos (Testes de desenvolvimento) 
 
 Os testes de desenvolvimento são testes de usabilidade que envolvem usuários representativos do produto e os 
protótipos. Eles são conduzidos durante a fase de realização de teste e verificação do desenvolvimento do produto 
(Fig. 1-1). Os testes de desenvolvimento normalmente acontecem em laboratório ou outro ambiente controlado (Ver 
também Tabela 4-2). 
 Os testes de desenvolvimento formais que envolvem os usuários e os protótipos usualmente consistem de quatro 
passos: 
 
 Construção de um protótipo ou modificação de um protótipo existente; 
 Seleção das várias tarefas; 
 Seleção dos sujeitos que têm as mesmas características dos usuários potenciais do produto e 
 Observação e medição do desempenho dos sujeitos nas tarefas selecionadas. 
 
37 
 
 As tarefas que são pedidas para os usuários desempenhar devem incluir desembalar e montar o produto, se 
aplicável. Esboços preliminares dos manuais do usuário e outras documentações relevantes do produto devem ser 
incorporadas nos testes. 
 Através dos testes, os sujeitos devem ser atentamente observados. O investigador deve monitorar continuamente o 
desempenho do usuário e coletar dados de desempenho qualitativos e quantitativos. 
 Dados subjetivos relacionados a usabilidade e preferências devem também ser obtidos dos sujeitos. Estes dados 
são normalmente coletados por uso de questionários ou entrevistas diretas após as tarefas terem sido completadas. 
Em algumas ocasiões os dados subjetivos irão ser mais sensitivos que os dados de desempenho e possivelmente ser 
um melhor prognosticador do sucesso do produto. 
 Um ambiente de teste realístico é altamente desejável. Tanto o ambiente típico quanto o extremo devem ser 
representados. Por exemplo, ao se testar um equipamento de camping em países sujeitos a baixas temperaturas, 
alguns testes devem ser conduzidos sob condições simuladas ou de inverno. Os sujeitos devem estar vestidos 
apropriadamente, i.é., eles devem vestir luvas pesadas e trajes volumosos de inverno. 
 Uma vez que os testes tenham sido completados, os dados de desempenho e os dados subjetivos podem ser 
usados para determinar se o design do protótipo é adequado ou necessita-se de um refinamento posterior. Se o 
protótipo falha para atingir determinadas expectativas, ele deve ser modificado e retestado com sujeitos diferentes. O 
processo interativo de redesign, testes e avaliações continua até que o desempenho do produto apresente-se como 
satisfatório. O número de interações varia com o tipo do produto. Para softwares, por exemplo, o número usual de 
interações está entre 3 e 6 (Mills, 1986). Ver também Bury (1984), Rubinstein & Hersh (1984), Gould & Lewis(1985) e Mills (1986) para informações adicionais relacionadas a testes de protótipo. 
 
 
3.3.3 Realização de testes de verificação 
 
 Os testes de verificação são testes de usabilidade que utilizam protótipos avançados em campo ao invés de 
laboratório. O objetivo primário é verificar que todo os objetivos de desempenho do produto podem ser realizados 
sob condições atuais de uso do produto. Para sistemas comerciais tanto os testes de verificação na fábrica (testes 
alfa) quanto as avaliações nos locais de uso (testes beta) devem ser conduzidos.

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