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Caderno Amanda Lofeu Patologia

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Amanda Lofeu Cury 
Patologia - Medicina 212 
23 de maio de 2014 
Introdução à Patologia 
Patogenia 
• Processo centrado nos mecanismos de controle da concentração de Na/K na célula 
• PO do citoplasma é maior que a extracelular, se utilizando a bomba de Na/K 
• Os processos metabólicos que consomem ATP levam a retenção de Na no interior da célula 
1. Fosforilação Oxidativa » alteração no metabolismo 
2. Membrana celular » alteração da função 
3. Perda de eletrólitos » processos sistêmicos, soluções hipertônicas 
	 🔺 Fosforilação Oxidativa 
- A causa mais comum é anóxia que leva a queda de ATP, alterando a função da bomba de Na/K 
- Diminuição de oxigênio (hipóxia) 
	 • Diminuição de substrato (glicose, aminoácidos, ácidos graxos) ou enzimas oxidativas 
	 • Estados infecciosos (toxinas bacterianas) 
	 • Substancias tóxicas 
	 🔺 Membrana celular 
- Ocorre na atuação de vírus e toxinas bacterianas 
- Também pode ocorrer por excesso de cálcio » O agente nocivo leva a aumento de cálcio citosólico, o que 
promove: 
	 • Interferência em ATPase » ATP reduzido 
	 • Interferência em fosfolipase » Fosfolipídios reduzido 
	 • Ativação de proteases » ruptura da membrana e proteínas citoesqueléticas 
	 • Ativação de endonucleases » lesão da cromatina nuclear 
	 🔺 Perda de eletrólitos 
- Ocorre nos vômitos constantes e diarreias 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "1
- Levam a hipocalemia (diminuição de K sangüíneo) 
- No edema cerebral ocorre alterações no equilíbrio Na/K 
- Células vacuolizadas, bem definidas 
	 
Nota: As soluções hipertônicas são utilizadas com fim terapêutico (manitol, sacarose, glicose..) e podem alterar o 
equilíbrio isosmótico. 
Lesões Celulares 
	 Quando o equilíbrio homeostásico das células é rompido pelo efeito de uma agressão, as células podem 
sofrer: 
• Adaptação: podendo ter caráter fisiológico ou patológico 
• Processo regressivo: quando o metabolismo e função ficam reduzidos 
• Morte 
	 O processo regressivo consiste de lesões reversíveis (degeneração), e são classificadas de acordo com a 
substância que se acumula no interior da célula: 
1. Hidrópica: acúmulo de água 
2. Gordurosa/Esteatose: acúmulo de lipídios 
3. Hialinas/Hialinoses: acúmulo de proteínas 
4. Mucóides: acúmulo de mucopolissacarídeos 
5. Glicogênica: acúmulo de carboidratos 
♦ ️Degeneração hidrópica 
	 Acúmulo de agua dentro da célula (edema celular), decorrente da agressão celular que leva à queda de 
ATP e enzimas capazes de manter a bomba de Na/K. Infecções e intoxicações aumentam o volume celular, por 
lesão da membrana. Frequente em células parenquimatosas do fígado, rim e coração. 
- Microscopia: citoplasma volumoso e pálido, célula vacuoladas (com pequenos vacúolos) e clara, com núcleo 
normalmente posicionado e pequenos grânulos citoplasmáticos 
- Macroscopia: órgão pálido, com aumento de volume e peso, e perda de brilho 
- Etiologia 
	 Decorre de processos que interfiram na: 
1. Fosforilação oxidativa: É a causa mais comum. A anóxia ou hipóxia (falta de oxigênio), falta de substratos ou 
enzimas de oxidacao (ex: ATPase), alteram a respiração celular, levando à queda de ATP. Tal fato irá 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "2
interferir em todos os processos que requerem ATP (ex: bomba de sódio e potássio) ocasionando um 
desequilíbrio isosmótico. 
2. Membrana celular: lesões que agridem a membrana celular levam à edema da célula 
3. Soluções hipertônicas: no tratamento de edema cerebral por exemplo, a absorção de açúcar pela célula 
tubular renal leva à aumento da PO com retenção de água no citoplasma. 
4. Perda de eletrólitos: acredita-se que altere a bomba de Na/K por perda de K, uma vez que esse íon tenha 
papel importante na manutenção da permeabilidade da membrana 
♦ ️Degeneração gordurosa/Esteatose 
	 Acúmulo anormal de lipídios no interior das células parenquimatosas. Mais comum no fígado, por ser o 
órgão que participa do metabolismo de lipídios, mas também pode ser visto no coração e rins. 
	 A esteatose hepática pode ter suas causas divididas nos seguintes grupos: tóxicas, toxicoinfecciosas, 
anóxicas e dietéticas. 
Metabolismo lipídico: 
	 Os lipídios chegam ao fígado por duas fontes: 
- Absorção intestinal (dieta) 
- Reserva orgânica (tecido adiposo) 
	 Sofrem ação da bile + lipase pancreática » formação de ácidos graxos e monoglicerídeos » incorporação 
à esses colesterol e vitaminas lipossolúveis » formação de micelas » micelas atravessam microvilosidades e são 
difundidas para o citoplasma 
	 Ácidos graxos e monoglicerídeos vão para o REL » conversão para TG » formação de quilomícron » 
formação de vesículas que vão para o espaço extracelular » captação pela linfa » ducto torácico » circulação 
venosa » sangue porta » Fígado » hidrólise dos TG em ácido graxo e glicerol 
- Etiologia 
1. Entrada excessiva de ácidos graxos livres 
	 a) Fome, jejum e doenças consumptivas: promove o aumento da mobilização de lipídios para o fígado. 
Nota: Na falta de proteínas, carboidratos e lipídios na dieta (ex: fome extrema ou no Marasmo), não haverá 
mobilização, e sim atrofia do fígado. 
	 Diferentemente do Kwashiorkor, onde há ingestão de carboidratos que são convertidos em ácidos 
graxos, havendo portanto mobilização, ou seja, esteatose. 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "3
	 b) Aumento na ingestão de alimentos: aumento do aporte de ácidos graxos para o fígado. 
	 c) Adrenalina, GH e Corticóides: aumentam a mobilização de gordura dos depósitos 
2. Decréscimo de síntese proteica 
	 a) Tetracloreto de carbono: produzido como radical livre proveniente de compostos tóxicos, lesa o 
retículo endoplasmático, impedindo a síntese de apoproteínas, o que compromete a formação das lipoproteínas. 
	 b) Fósforo e Etionina: também lesam o RE, impedindo a síntese se lipoproteínas. 
	 c) Álcool: no seu metabolismo hepático, há produção de acetaldeído que são tóxicos para a mitocôndria. 
Tal fato diminui a função mitocondrial de oxidação de ácidos graxos e produção de proteínas. 
	 d) Falta de Colina e Metionina: são fatores lipotrópicos, aminoácidos essenciais para a formação de 
fosfolipídeos e, na sua ausência, leva a formação de moléculas lipoproteicas instáveis. 
	 e) Hepatotoxinas: nas colites e pancreatites podem ser absorvidas toxinas intestinais lesivas aos processos 
metabólicos no fígado, levando-o ao acúmulo de triglicerídeos. 
	 f) Drogas (Bismuto, Arsênio, Tetraciclina..): interferem na síntese proteica e, portanto na produção de 
lipoproteínas. 
... (Dentre outras causas que não foram abordadas em sala) 
	 
- Macroscopia: aumento de volume e peso do fígado, alem de coloração amarelada 
- Microscopia: hepatócitos com macrogotículas de lipídios, que deslocam o núcleo perifericamente 
	 No coração, a esteatose pode ser vista em casos de hipóxia prolongado, como nas anemias e leucemias, e 
nas miocardites como a que ocorre na difteria. 
	 
♦ ️Degeneração Glicogênica 
	 O metabolismo alterado dos glicídios, que são substancias utilizadas principalmente como fonte de 
energia, pode ocasionar: 
- Alterações da utilização, como nas hiperglicemias, ou na diabetes 
- Alterações decorrentes do armazenamento anômalo, como nas síndromes genéticas por defeito metabólico de 
síntese (glicogeneses) 
Diabetes 
	 Na diabetes, há um distúrbio crônico do metabolismo dos hidratos de carbono, gordura e proteínas por 
alteração e/ou utilização da insulina. 
- Nos rins, a glicose em excesso é excretada e reabsorvida nos túbulos distais e alça de Henle, conferindo as 
células tubulares um aspecto finamente vacuolado (degradação glicogênica de Armanni-Epstein) 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "4
- No fígado, por razoes desconhecidas, o glicogênio é observado mais nos núcleos dos hepatócitos, quese 
tornam claros (degradação glicogênica de Askanasi) 
Glicogenoses 
	 Essas doenças decorrem de defeitos enzimáticos de causa genética, que levam defeito na síntese ou 
degradação do glicogênio, podendo causar acúmulo de glicogênio no fígado, rins e coração. 
Exemplos: 
• Doença de Von-Gierke (Glicogenose tipo I): deficiência de glicose-6-fosfatase » acúmulo de glicogênio no 
fígado 
• Síndrome de McArdke (Glicogenose tipo V): falta de fosforilase muscular » glicogênio se acumula nos 
músculos esqueléticos 
• Doença de Pompe (Glicogenose II): falta de glicosidase lisossônica (maltase ácida) » glicogênio se acumula no 
miocárdio e músculos 
♦ ️Degeneração Hialina (Hialinoses) 
	 Refere-se a qualquer material que ao microscópio óptico apresenta-se homogêneamente corado em 
róseo pela HE. 
	 Na patologia clássica, são classificados como processos degenerativos dependentes de metabolismo 
proteico alterado, com consequente acumulo de proteínas. Essa será utilizada para nível de estudo, podendo-a 
dividir em dois mecanismo: intracelular e extracelular. 
	 🔺 Alterações Extracelulares 
	 Podem ocorrer por: 
1. Síntese e exportação alteradas 
2. Degeneração primária ou secundária do estroma 
3. Defeitos de dobramento da proteína, podendo levar à 
- Toxicidade de proteínas anormalmente dobradas 
- Toxicidade de proteínas anormalmente agrupadas 
Nota: Defeitos no dobramento de proteínas - Se o dobramento for mal sucedido ocorre ação dos protetores, que 
facilitam a degradação das proteínas anormais com envolvimento da ubiquitina (proteína choque térmico). A 
ubiquitina associa-se a proteína anormalmente dobrada » Complexo marcado, que é degradado. 
	 Degeneração Hialina propriamente dita (conjuntivo vascular): é o tipo mais comum DG, atingindo o 
tecido conjuntivo fibroso, o colágeno, e a parede do vaso. 
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Hipertensão Arterial 
	 Na HA há espessamento hialino das arteríolas (arteriosclerose) e também da arteríola eferente. Como 
conseqüência, os glomérulos tornam-se isquêmicos, atrofiam-se e hialinizam-se, transformando-se em uma bola 
de hialina, homogênea e acidófila. 
Diabetes Mellitus 
	 Semelhante à HA, ocorrerá hialinização das arteríolas sistêmicas, das arteríolas renais e ilhotas de 
Langerhans. 
	 
Amiloidoses 
	 Síndrome que agrupa processos patológicos diversos, cuja característica comum é o deposito interticial e 
na parede do vaso, de substancia hialina, que com acumulo progressivo induz atrofia por compressão e 
isquemia das células adjacentes. Pode ocorrer em diversos órgãos como: rim, tireóide, pele.. 
• Caracteristicas: 
- A hialina tem estrutura beta 
- É composta por fibrilas não ramificadas 
- Cora-se em rosa avermelhado pelo Congo, com birrefringência verde à luz polarizada 
- É pouco solúvel (resistente à hidrólise e a digestão enzimática) 
• Patogenia: Apresenta uma proteína precursora solúvel; Elevado nível sérico dessa proteína precursora; 
conversão dos precursores em proteínas insolúveis; 
	 🔺 Alterações Intracelulares 
	 Nas DH intracelulares, encontra-se a substância hialina no interior das células, sob forma de 
aglomerados irregulares. 
DH Goticular 
	 Comum em doenças de comprometimento renal, em que o glomérulo deixa passar proteínas que são 
pinocitadas pela célula tubular e se unem aos lisossomos, que é visto sob forma de gotícula de hialina. 
Caracteriza-se pelo aparecimento de gotículas de hialina no citoplasma das células dos túbulos contorcidos 
renais. 
Corpúsculo de Russel 
	 Presença de corpúsculos hialinos esféricos (correspondente à imunoglobulinas) em plasmócitos, 
localizados na proximidade de certos cânceres, que fazem da reação inflamatória. Não se sabe a etiologia desse 
processo. 
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♦ ️Degeneração Mucóide 
	 Ocorre nas células epiteliais que produzem muco. As células com degeneração mucosa vistas nestes 
casos são denominadas células em anel de sinete, e pode ocorrer de dois tipos: mucóide celular e acumulo no 
intertício. 
	 🔺 Degeneração Mucóide Celular 
- Células epiteliais que produzem muco em excesso em inflamações catarral 
- Ocorre também em alguns tipos de cânceres (estômago, intestino, ovário..) 
- Ao microscópio: deposito de muco e células em "anel de sinete" 
	 🔺 Acúmulo de muco no intertício 
- Ocorre nos discos intervertebrais (hérnia de disco) 
- Articulação do joelho (ruptura dos meniscos) 
- Válvulas cardíacas (doenças reumáticas) 
- Artrite reumatóide 
- Síndrome de Marfan: degeneração mucóide da media arterial 
Pigmentação Patológica 
♦ ️Pigmentos 
	 Substâncias de origem, composição química e significado biológico diversos e que têm cor própria. 
Denomina-se pigmentação a formação e/ou acumulo de pigmentos endógenos ou exógenos, podendo este ser 
um processo fisiológico ou patológico. 
	 Os pigmentos endógenos são produzidos por meio de atividade metabólica no corpo. No organismo 
humano há três classes de pigmentos endógenos: 
1. Melanina 
2. Hemoglobina e seus derivados 
3. Lipocromos 
	 
	 Os pigmentos exógenos são aqueles advindos do exterior que alcançam o meio interno através das vias 
respiratórias, digestivas ou por inoculação (pele e mucosa). Ex: carvão, tatuagem.. 
	 
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	 🔺 Pigmentos Endógenos 
Melanina 
	 Pigmento insolúvel de cor castanha, localizado em organelas de melanócitos denominadas 
melanossomos e é formada pela oxidação e polimerização da Tirosina. É responsável pela cor da pele e dos 
olhos nos diferentes indivíduos e tem a capacidade de proteger e absorver a luz ultravioleta. 
	 A incapacidade de produzir melanina denomina-se albinismo, e a presença em excesso de melanina é 
comum em cânceres derivados de melanócitos. 
Lipofuscina 
	 Acúmulo de pigmento marrom-amarelado no citoplasma celular. Está relacionado ao envelhecimento 
celular. Pode ser encontrada em neurônios ou células musculares cardíacas. 
	 Seu acumulo pode decorrer membrana plasmática, restos de organelas e vacúolos autofágicos, sendo 
mais frequente em atrofia dos órgãos. 
Hemossiderina 
	 Se origina da ferritina desnaturada, sendo identificads microscopicamente com grânulos pardo-amarelos 
ou de cor marrom dentro do citoplasma. O acumulo desse é denominado Hemossiderose , e seu deposito 
intracelular é comum no baço, fígado e células de Kupffer. O acumulo de forma moderada não causa lesão 
celular. 
Bilirrubina 
	 Se origina da decomposição da hemoglobina sendo formada dentro da célula, em que pode constituir a 
bile. Quando em concentrações elevadas, pode impregnar pele e tecidos - Icterícia. 
	 🔺 Pigmentos Exógenos 
Antracose 
	 Entrada de partículas de carvão » alvéolos pulmonares, e são retidos ao longo da arvore respiratória » 
partículas são fagocitadas por macrófagos » comprometimento do intertício pulmonar » pigmentação 
enegressida 
	 Inicialmente não compromete a função pulmonar, mas quando associada ao tabagismo agrava os efeitos 
nocivos do fumo, podendo desencadear enfisema. 
Tatuagem 
	 Pigmentos inoculados na pele » fagocitose por macrófagos » parte é drenado para os linfonodos mais 
próximos e parte fica retida no local para o resto da vida 
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Calcificação 
	 Consiste no deposito de sais de cálcio nos tecidos. É um processo que ocorre normalmente na formação 
de ossos e cartilagens. 
	 🔺 Calcificação Distrófica 
	 Tipo de calcificação que ocorrer em tecido em necrose, as proteínas desnaturadas expõem grupos 
reativos de fosfatos, que agem como núcleos para o deposito de cálcio. 
	 🔺 Calcificação Metastática 
	 Decorre do aumento de cálcio circulante (hipercalcemia), também pode ser visto na artereosclerose. 
Sendo assim, pode ser observada nas seguintes situações:- Hipertireoidismo 
- Intoxicação pela vitamina D 
- Doenças renais crônicas com retenção de fosfato 
- Doenças destrutivas ósseas 
	 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "9
Amanda Lofeu Cury 
Patologia - Medicina 212 
30 de maio de 2014 
Inflamação Aguda 
Conceitos, Fisiopatologia básica e Sistemas 
	 
	 A inflamação é uma reação local dos tecidos vascularizados à agressão. Ocorre como uma resposta 
inespecífica, caracterizada por uma serie de alterações que tende a limitar os efeitos da agressão. 
Sinal de Celsus: composto por quatro sinais básicos - Calor, Rubor, Tumor e Dor. Virchow acrescentou mais um 
quinto sinal, a perda de função. 
	 O rubor e o calor estão associados à dilatação do vaso, com aumento da circulação na área inflamada. 
O tumor é o aumento de volume estando associado ao acumulo de líquido interticial (edema), e a dor está 
relacionado à essa compressão mecânica decorrente desse aumento de líquido, que promove liberação de 
mediadores químicos por terminações nervosas. A perda de função relaciona-se com a restrição funcional, em 
que a célula não mais conseguirá realizá-las. 
♦ ️Tempo de Duração 
	 🔺 Agudas: minutos, dias ou semanas 
	 São fenômenos exsudativos (alterações vasculares predominantes). Desencadeia edema, fibrina, 
leucócitos e hemácias. » dilatação do vaso, congestão, acumulo de liquido e saída de células inflamatórias aguda 
	 🔺 Crônicas: semanas, meses ou anos 
	 São fenômenos produtivos (participação do conjuntivo). Desencadeia fibroblastos, colágeno, macrófagos 
e linfócitos. » vaso proliferado, conjuntivo fibrosado, infiltrado linfocitário com maior participação do 
conjuntivo 
♦ ️Fases da Inflamação 
• Fase alterativa: alterações causadas diretamente pela agressão » trauma local, reação do tecido ao agressor. 
• Fase exsudativa: alterações vasculares que propiciam saída de líquido e células 
• Fase produtiva: proliferação de vasos, conjuntivo e células 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "10
♦ ️Inflamação Aguda 
	 🔺 Alterações vasculares gerais: 
- Vasoconstricção transitória (20s) 
- Dilatação ativa e intensa » arteriolar, capilar e venosa » rubor 
- Abertura do esfíncter pré-capilar, o que faz com que vários capilares que estavam fechados se abram, 
aumento o numero de vasos funcionantes » calor 
- Aumento da permeabilidade capilar e venosas » tumor 
	 🔺 Padrões de Resposta Vascular 
• Resposta imediata: (picada de inseto) » agressões leves, aumento da permeabilidade de vênulas 
- Tempo: 1-10s e desaparece em +- 30s 
- Mediador: histamina 
- Área afetada: vênulas 
- Aspecto: vermelhidão e discreto edema 
• Resposta retardada: (exposição solar acentuada) 
- Tempo: resposta imediata em 30s e retardada em +- 24 a 48h 
- Mediador: histamina e cininas 
- Área afetada: vênulas e capilares (altera endotélio capilar) 
- Aspecto: vermelhidão, intenso edema e dor 
• Resposta imediata persistente: (queimadura grave) » dano direto vascular, lesão endotelial, toda 
microcirculação, morte celular 
- Tempo: resposta imediata e grave, padrão único por dias 
- Mediador: histaminas, cininas, prostaglandinas e complemento 
- Aspecto: eritema, edema, dor intensa e necrose » exsudato 
	 
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	 🔺 Efeitos das alterações vasculares: 
• Hemoconcentração: 
- Maior permeabilidade » aumento da viscosidade e lentificação 
- Maior contato das células com o endotélio 
- Oxigenação da área afetada 
• Aumento de líquido no intertício 
- Aumento da drenagem linfática e diluição agressor 
- Facilita o contato do agressor com os sistemas de defesa 
• Exsudato 
- Aumenta a mobilização e número das células de defesa 
- Facilita a sua retirada do local 
- Traz anticorpos, complementos e macromoléculas 
	 🔺 Evolução das inflamações agudas 
(1) Eliminação do agente agressor e retorno da estrutura local normal; 
(2) Eliminação do agente agressor, mas com lesão tecidual e substituição dos tecidos lesados por fibrose; 
(3) Permanência do agressor, com evolução para infecção crônica; 
♦ ️Exsudato 
	 É um liquido rico em macromoléculas e células, que se acumula no intertício da área inflamada. 
	 
	 Na inflamação, como conseqüência do aumento da permeabilidade vascular, ocorre aumento da 
concentração dos elementos figurados do sangue, o que aumenta a viscosidade sangüínea no local da 
inflamação. Essa alteração amplia o contato das células com o endotélio, facilitando sua saída dos vasos. 
	 🔺 Etapas celulares: Saída dos leucócitos dos vasos 
1. Marginação: aproximação com o endotélio 
2. Pavimentação: adesão dos leucócitos 
3. Diapedese: passagem através dos espaços endoteliais 
4. Quimiotaxia: migração dirigida	 
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	 Primeiramente, ocorre alteração no fluxo sangüíneo das áreas inflamadas. Em seguida, as selectinas 
presentes no endotélio e nos leucócitos, ligam-se a açúcares presentes na superfície da maioria das células. Essa 
fase de adesão fraca, é responsável pela rolagem do leucócitos. 
	 Após isso, quimiocinas presas ao endotélio ligam-se a receptores de superfície de leucócitos, ativando as 
integrinas. As integrinas são glicoproteínas transmembrana de leucócitos que, alem de interagir com as 
moléculas de adesão do endotélio, também se comportam como receptores para componentes da matriz 
extracelular. Essas dão inicio à adesão forte ao endotélio. 
	 O passo seguinte é a diapedese, que depende da interação de moléculas presentes nos leucócitos e nas 
junções intercelulares do endotélio. 
	 O tipo de célula que migra do sangue ao tecido durante a inflamação é controlado pelos diversos tipos 
de quimioatraentes produzidos. 
	 🔺 Componentes celulares 
- Neutrófilos - Eosinófilos 
- Linfócitos. - Pasmócitos 
- Macrófagos. - Basófilos 
- Mastócitos 
	 🔺 Participantes da Reação Inflamatória 
- Células inflamatórias 
- Estruturas mesenquimais 
- Elementos figurados do sangue 
♦ ️Neutrófilos 
• Características 
- Origem na Medula óssea 
- É a primeira linha de defesa 
- Permanecem cerca de 6-7hr na circulação 
• Atração: Por quimiotaxia, sendo a principal feita por: 
- Produtos bacterianos 
- Complemento 
- Leucotrienos (B4) 
• Ativação: Movimentos; Degranulação 
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• Funções 
- Fagocitose 
- Identificação (Opsoninas - IgG, C3b) 
- Destruição 
(1) Mecanismo dependente de O2: a fagocitose ativa a NADPH-oxidase, o que aumenta o consumo de 
oxigênio, levando a formação de água oxigenada, que é microbicida. Também há a enzima 
mieloperoxidase, que em presença de cloro, converte água oxigenada em HOCl, que aumenta o poder 
microbicida. 
(2) Mecanismo independente de O2: a ação microbicida na ausência do oxigênio depende de outras 
substâncias encontradas nos grânulos de leucócitos, como a lisozima, que aumenta a permeabilidade da 
membrana dos microorganismos. Essa enzima hidrolisa o acido murânico e a lactoferritina, um encontrado 
na capa glicoproteica de bactérias, e a outra é uma proteína responsável pela captação de ferro. 
♦ ️Eosinófilos 
• Características 
- Se originam na medula óssea 
- Permanecem na circulação de 6-12hr 
- Possuem grânulos, que são lisossomos especiais, com enzimas semelhantes aos dos neutrófilos, porém, com 
maior quantidade de peroxidases 
- Possuem em sua membrana receptores para IgE e complemento 
• Funções 
- Destruição do complexo Ag-Ac » muito encontrados em reações de hipersensibilidade, principalmente s 
imediata/anaflática (relacionada ao IgE) 
- Bloqueia ação da histamina e leucotrienos (são liberados pelos mastócitos) 
♦ ️Linfócitos 
• Características 
- Atuam na resposta imune 
- Se originam na medulaóssea 
- Colonizam órgãos linfóides 
• Função 
- Resposta imune 
- Produção de linfocinas 
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• Classificação 
- Linfócitos B: são precursores de células produtoras de imunoglobulinas, os plasmócitos. 
- Linfócito T: CD4 (auxiliar) e CD8 (supressor) 
- Linfócito NK: são citotóxico independente e participam da imunidade nata 
♦ ️Macrófago 
• Características 
- Origem na medula óssea 
- Célula circulante: Monócito 
- Comunicação com LT e LB 
• Função 
- Fagocitose: ingestão de partículas, microorganismo ou restos celulares, podendo ou nao estar relacionada à 
imunoglobulinas e complemento. 
- Processamento dos antígenos: após a fagocitose, os macrófagos processam e apresentam os antígenos aos 
linfócitos T. 
- Interação celular: os macrófagos respondem à linfocinas produzidas por por linfócitos T ou outras células, 
tanto aumentando quanto diminuindo sua atividade, para melhor defender o organismo. 
♦ ️Basófilo 
- Origem na medula óssea 
- Vida média de 6-7hr 
- São células circulantes 
- Sao semelhantes aos mastócitos, tem receptores para IgE e grânulos de histamina 
♦ ️Mastócito 
• Características 
- se originam na medula óssea 
- Locais de interação: pele, pulmões e tubo digestório) 
- Possuem grânulos citoplasmáticos de histamina e heparina, e receptores de superfície para IgE 
• Classificação 
- Mastócito de mucosa: estimula célula T 
- Mastócito do tecido Conjuntivo 
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Mediadores da Resposta Inflamatória 
	 O controle da intensidade da resposta inflamatória, assim como seu desencadeamento, é realizado à 
custa de substancias mediadoras, que podem estar no plasma, sob a forma de pré-enzimas, estocadas no interior 
de células ou ser sintetizadas durante o processo inflamatório. Essas substâncias foram agrupadas em grupos: 
Aminas vasoativas, Sistemas plasmáticos, Produtos do ácido aracdônico, Fator ativador de plaquetas e 
Citocinas. 
	 🔺 Aminas Vasoativas: Histamina e Serotonina 
• Características 
- Atuam na fase imediata da inflamação, promovendo vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular 
- São armazenadas no interior de lisossomos, e são liberados em decorrência de estímulo 
- São estocadas em mastócitos, basófilos e plaquetas 
• Estímulo à liberação: agressão, complexo Ag-Ac (IgE), sistema complemento 
• Receptores da Histamina 
- H1: Desencadeia aumento de permeabilidade vascular em vênulas pós-capilares; Promove contração do 
músculo liso em brônquios, intestino e útero; Aumento de secrecão de muco nasal; Aumento da produção de 
prostaglandinas; 
- H2: Inibe a quimiotaxia de leucócitos e estimula linfócitos T supressores; 
- H3: Faz parte de um sistema de retroalimentacao negativa, inibindo a síntese e secreção de histamina 
	 🔺 Sistemas Plasmáticos 
	 A resposta inflamatória é parcialmente mediada pelos componentes de alguns dos maiores sistemas 
enzimáticos dos fluidos corpóreos. 
	 Esses quatro sistemas são constituídos por vários componentes que ocorrem nos fluidos na forma inativa, 
e são ativados sequencialmente em processo de cascata. Além disso, os quatro sistema apresentam pontos de 
interação entre si, sendo o mais importante deles, o Fator Hageman. 
(1) Sistema de Coagulação: responsável pela coagulação sangüínea, e também tem função de limitar o agente 
agressor. 
	 Ativação por contato » Fator Hageman ativado » Plaquetas » liberação de troboplastina » cascata de 
coagulação 
	 A liberação de tromboplastina pelas plaquetas também pode ser estimulada diretamente por dano 
tecidual. 
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(2) Sistema Fibrinolítico: responsável por dissolver os trombos formados por polímeros de fibrina e, desse modo, 
manter o sangue em fluxo contínuo. 
	 Ativação por contato » Fator Hageman ativado, que faz com que pré-ativador de plasmiogênio » 
ativador de plasmiogênio. Agora ativa, essa enzima converte plasmiogênio » plamina, que por fim, converte a 
fibrina » compostos solúveis 
	 Dano tecidual » Fator Desativador de Plasmiogênio, que também converte plasmiogênio em plasmina 
(3) Sistema de Cininas: a ativação desse sistema enzimático durante a reação inflamatória promove aumento da 
permeabilidade vascular, já que as bradicininas por exemplo, atuam como agente vasodilatador. 
	 Fator Hageman atuvado, faz com que a pré-calicreína » calicreína, o que faz com que o cininogênio » 
cininas 
	 As cininas podem ser rapidamente inativadas por cininases, em sub-produtos. 
(4) Sistema de Complemento: durante o processo de ativação do complemento, são formados diversos sub-
produtos que contribuem para a resposta inflamatória. São eles: 
• C2: exerce efeito semelhante as cininas 
• C3b: facilita a fagocitose realizada por macrófagos, a opsonização. Além de estimular plaquetas a liberarem 
mediadores da inflamação e fatores da coagulação 
• C3a: promove degranulação de mastócitos, causando a liberação de histamina e leucotrienos 
• C5a: estimula a liberação de enzimas lisossomiais, histaminas e leucotrienos, alem de ser quimiostático para 
macrófagos 
	 🔺 Produtos do Metabolismo do Ácido Aracdônico 
	 Os produtos do metabolismo do ácido aracdônico compõem um conjunto de mediadores que modulam 
a resposta inflamatória e imunológica. Esses são formados após a estimulação das células, e são decorrentes da 
oxidação do ácido aracdônico, que é gerado pela ação da enzima fosfolipase A2 sobre os fosfolipídios da 
membrana celular. A oxidação do ácido aracdônico é realizada por duas vias enzimáticas, da PGH-sintetase 
(cicloxigenase) e da lipoxigenase. 
	 A via da cicloxigenase gera prostaglandinas com as seguintes ações: 
- PGI2 (prostaciclina): produzido pelo endotélio, promove a inibição da agregação plaquetária e vasodilatação 
- TXA2: produzido por plaquetas, promove a vasoconstricção e agregação plaquetária 
- PGD2: promove vasodilatação e edema 
- PGE2: dor e febre, vasodilatação e edema 
- PGF2alfa: vasodilatação e edema, além de modular a função de macrófagos e células NK 
	 
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	 Enquanto que, a via da lipoxigenase leva a formação de leucotrienos com os seguintes efeitos: 
- 5HETE: quimiotaxia para polimorfonucleares 
- LTB4: aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, agregação e adesão de leucócitos às células 
endoteliais 
- LTC4: vasoconstricção 
- LTE4: aumento da permeabilidade vascular 
Nota: Esteróides - inibem a ação de fosfolipases 
 AAS e outros AINES - inibem a ação da cicloxigenase 
	 🔺 Fator Ativador Paquetário (PAF) 
	 É um fosfolipídio presente na membrana de alguns leucócitos (basófilos, eosinófilos, monócitos, 
neutrófilos e macrófagos) que participa da resposta inflamatória, e induz a liberação de aminas vasoativas pelas 
plaquetas. 
	 O PAF promove entre outro, os seguintes efeitos durante a resposta inflamatória: 
- Ativação e agregação de plaquetas, promovendo liberação de tromboxana 
- Aumento da permeabilidade vascular 
- Influxo de neutrófilos e eosinófilos 
- Ativação de fagócitos seguida de liberação de radicais livres, enzimas lisossomiais e produtos do metabolismo 
do ácido aracdônico 
- Produção de interleucinas 
	 🔺 Citocinas 
	 São peptídeos sintetizados por monócitos e linfócitos (monocinas e linfocinas, respectivamente). 
Podemos destacar: 
• IL-1: Pode ser produzida por todas as células nucleadas, mas foco inflamatório é maioritariamente produzida 
por macrófagos, neurrófilos, células endoteliais, fibroblastos e linfócitos. Pode ter os seguintes efeitos: 
- Autócrino: ativando a própria célula que a produziu 
- Parácrino: ativando células vizinhas 
- Endócrino: atuando em outro tecido 
• TNF (Fator de Necrose Tumoral) 
	 Mediador que apresenta múltiplas atividades,promovendo efeitos locais e à distância. O tipo alfa é 
produzido por macrófagos, endotélio, fibroblastos e linfócitos T e B. Enquanto que o tipo beta é sintetizado nos 
linfócitos T auxiliares. 
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	 Algumas das ações de ambas são descritas abaixo. 
	 
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06 de junho de 2014 
Reparo 
Cicatrização e Regeneração 
	 Consiste no processo de cura através de regeneração do tecido, que pode ser ou não finalizado com um 
processo de cicatrical. 
	 Quando uma célula sofre uma agressão focal, as organelas inviáveis costumam ser isoladas em um 
vacúolo limitado por membrana, onde são digeridas ou exocitadas. Por vezes, as membranas lipídicas 
peroxidadas formam um resíduo de difícil digestão (lipofuscina), que é então posto de alvo no interior da célula. 
	 
	 Quando em vez de atingir focalmente as células no seu citoplasma, a lesão causa perda de muitas 
células, o reparo o reparo é mais complexo, podendo atingir uma das duas possibilidades: 
(1) Regeneração: se as células parenquimatosas morrerem, mas o estroma permanecer íntegro, o reparo se faz a 
partir das células do mesmo tipo das que se perderam, voltando o órgão à sua estrutura normal 
(2) Cicatrização: se o estroma é destruído, o reparo se faz fundamentalmente à custas do tecido conjuntivo, o 
que quase sempre aparece combinado com um certo grau de regeneração dos elementos epiteliais, os quais 
podem ou não reproduzir a estrutura inicial (regeneração atípica). 
Nota: Evolução para reparo - Diferenças no processo agudo e crônico 
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♦ ️Cicatrização 
	 Consiste de quatro etapas: 
(1) Neoformação vascular 
(2) Migração de fibroblasto 
(3) Deposição de matriz 
(4) Maturação e organização 
	 🔺 Angiogênese 
• Características 
- Junções frouxas 
- Edema interticial e síntese de colágeno 
• Etapas 
(1) Proteólise da membrana 
(2) Migração de células endoteliais 
(3) Proliferação de células endoteliais 
(4) Maturação (Tubulização) 
• Fatores Indutores 
- FGF: fator de crescimento para fibroblasto (produção - macrófagos ativados) 
- VEGF: fator de crescimento vascular endotelial (produção: macrófagos e células tumorais) 
- VPF: fator de permeabilidade vascular (produção: macrófagos - células tumorais) 
	 🔺 Fibrinogênese 
• Fatores de crescimento e citocinas fibrinogênicas 
- PDF: fator derivado de plaquetas 
- EGF: fator de crescimento epidérmico 
- FGF: fator de crescimento para fibroblasto 
- TGF beta: fator de crescimento produzido em macrófagos e plaquetas 
- IL-1 e IL-4: citocinas 
• Principais ações locais 
- Quimiotaxia 
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- Migração e proliferação fibroblástica 
- Síntese de matriz 
- Inibição de metaloproteinases 
- Angiogênese 
	 🔺 Síntese de colágeno 
• Características gerais: proteínas fibrosas sintetizadas por fibroblastos, formada por cadeias alfa dispostas em 
tripla hélice formando cadeias repetidas (glicina-prolina-lisina) 
- Tipo I, II, III: colágeno interticial fibrilares 
- Tipo IV, V, VI: colágenos amorfos 
• Etapas 
- Deposição de matriz: fibronectina + acido hialurônico + proteoglicanos 
- Síntese colágena: inicio 24h, e mais intensa no 4º e 5º dia 
- Incicialmente: colágeno tipo III 
- Posteriormente (7ºdia): colágeno tipo I 
Nota: O volume e o tipo de colágeno produzido depende do remodelamento. 
Degradação do Colágeno (Remodelamento) 
• Metaloproteinases 
- Colagenases: cliva o colágeno tipo I, II e III (Gelatinases atuam no tipo IV) 
- Esteromielisinas: atuam na matriz, proteoglicanos, laminina, fibronectina.. 
• Síntese: fibroblastos, macrófagos, neutrófilos, sinóvia e algumas células epiteliais 
• Indução da produção: fatores de crescimento e citocinas 
• Ação fisiológica: digestão proteolítica do colágeno tipo III com posterior substituição pelo colágeno tipo I 
Cicatrização de 1ª Intenção 
	 Ocorre quando o reparo se faz com o mínimo de produção de tecido conjuntivo, quase sem deixar 
cicatriz. Por exemplo, nas feridas cirúrgicas, o ideal é aproximar os bordos com o auxilio de suturas, fazendo a 
aposição delas quase sem deixar solução de continuidade. 
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Cicatrização de 2ª Intenção 
	 Quando o reparo se faz com produção mais evidente de tecido de granulação. Ocorre uma reação 
inflamatória mais intensa, maior risco de infecções secundarias, e maior tempo de reparo. 
• Condições para a cicatrização de 2ª intenção 
- Ferida extensa com margens afastadas 
- Maior perda tecidual » maior quantidade de tecido de granulação » cicatrização mais lenta 
- Presença de miofibrilas (síntese de actina) » retração da ferida 
♦ ️Desvios do Reparo cicatrical 
• Quelóide 
• Cicatriz hipertrópica.. 
♦ ️Fatores que influenciam a cura das feridas 
	 🔺 Locais 
- Tipo, tamanho e local da lesão 
- Suprimento vascular 
- Infecção secundaria 
- Movimentação local 
- Radiação ionizante 
- Luz UV 
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	 🔺 Sistêmicas 
- Estado circulatório geral 
- Infecções sistêmicas 
- Estado metabólico 
- Estado nutricional 
- Alterações hormonais 
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Patologia - Medicina 212 
06 de junho de 2014 
Inflamação Crônica 
Inespecífica 
	 A inflamação crônica ocorre quando o agente não é eliminado pelo processo inflamatório agudo, 
causando dano tecidual persistente. O organismo, como defesa, mantém os mecanismos e as alterações do 
processo inflamatório agudo, ao mesmo tempo em que produz neodefesas para tentar debelar e controlar a 
agressão inflamatória. 
	 A inflamação crônica inespecífica ocorre quando a disposição dos diferentes elementos das reações não 
sugere a sua etiologia. 
♦ ️Características Gerais 
• Longa duração, com pouca ou ausência de evidencia dos quatro sinais da inflamação 
• Migração de linfócitos, plasmócitos e eosinófilos 
• Infiltração de histiócitos e macrófagos 
• Proliferação fibroblástica e de vaso (neoformação vascular) 
• Aumento de tecido conjuntivo » fibrose 
• Destruição tissular » reparo e cronificação 
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Nota: Neoformação Vascular - É dependente da presença, no foco inflamatório, de fatores de crescimento. (p.ex 
EGF - Fator de Crescimento Epidérmico) 
	 A inflamação crônica pode ocorrer em decorrência de: 
- Seguida da inflamação aguda » Cronificação 
- Surtos repetidos de inflamação aguda (p.ex. Colescistite) 
- Início lento (p.ex. Artrite reumatóide) 
♦ ️Base Fisiopatológica 
	 Ativação imunológica (p.ex. Agente infeccioso, antígenos celulares..) » fagocitose por macrófagos » 
apresentação para linfócito T » Ativação de linfócitos T e mais macrófagos ▶ ️ Resposta Imune Celular 
	 Ativação desses linfócitos T e macrófagos » ativação de linfócito B ▶ ️ Resposta Imune Humoral 
Por outro lado, uma: 
	 Ativação não imunológica (p.ex. Agentes físicos, endotoxinas, mediadores..) » ativação de macrófagos » 
ativação de fagocitose » neutralização 
♦ ️Aspectos Imunológicos Gerais 
	 🔺 Sistema Imunológico 
Conceito: "Sistema de reconhecimento celular" 
Composição: células e substâncias secretadas (imunoglobulinas, monocinas, linfocinas..) 
	 🔺 Células Principais 
• Linfócito T (CD4 e CD8) 
• Linfócito B (imunoglobulinas - Ig) 
• Células apresentadoras de antígeno - APC (macrófagos, célula dendrítica..) 
• Células NK 
	 Locais anatômicos: Timo, medula óssea, fígado, pulmões, baço, intestino, amigdalas, vias respiratórias 
♦ ️Imunologia Básica 
	 "Cluster of differentiation - CD" A nomenclatura CD é utilizada para moléculas de superfície de 
leucócitosidentificadas por anticorpos monoclonais. Existem mais de 200 moléculas já classificadas, são 
especificas e estão relacionadas as fases de diferenciação dessas células. 
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	 Exemplos de algumas CD de importância medica: 
- CD3: marcador de linfócitos 
- CD4: linfocitos T auxiliares 
- CD8: linfocitos T citotóxicos 
- CD20: marcador de linfócito B 
♦ ️Células da Inflamação Crônica 
	 🔺 Macrófago 
• Origem: medula óssea » monócito sanguíneo » macrófago no tecido 
• Funções: fagocitose, processamento de antígenos e interação com linfocinas e produção de citocinas 
• Diferenciação 
- Fígado: célula de Kupfer 
- Baço e Linfonodo: histiócito sinusal 
- Pulmão: macrófago alveolar 
- SNC: Micróglia 
• Ativação 
- Enzimas locais: proteases neutra, elastase, colagenases, lipases, fofatases, ativador do plasmiogênio, hidrolases 
ácidas 
- Proteínas plasmáticas: complemento, fatores de coagulação, metabólicos reativos do oxigênio, metabólicos do 
ácido aracdônico, citocinas, fatores de crescimento 
• Acúmulo 
- Recrutamento contínuo: moléculas de adesão (C5a, IL8, Il6, MPC1a) e fatores quimiotáteis (PDGF, TGF 
beta, fragmentos do colágeno, fibronectina) 
- Proliferação local: divisão celular (tuberculose, hanseníase, esquistossomose) 
- Imobilização loca: fatores de inibição (citocinas, lipídios oxidados, fragmentos de membrana) 
	 🔺 Linfócitos 
• Características 
- Associados a inflamação crônica 
- Atua na resposta imune humoral e celular 
- Produz citocinas 
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• Classificação 
- Linfocito B » Pasmócito » anticorpos » resposta humoral 
- Linfócito T » células efetoras: células K / Hipersensibilidade tardia 
- Linfocito T » células reguladoras: T helper (auxiliar/supressor) 
- Linfócito T » MK citotóxica: natural killer 
- Linfócito T: célula nula 
	 🔺 Plasmócito 
Enterite Crônica Inespecífica: presença de plasmócitos policlonais, produtores de cadeias leves da 
imunoglobulina tipo Kappa e tipo lambda (IHQ). 
	 🔺 Eosinófilos 
• Características 
- Associado a reações alérgicas parasitárias 
- Atua na inflamação crônica 
- Modula reações com amstócitos 
• Produção de mediadores 
- Metabólitos do O2. - Histaminase e Fosfolipase B 
- Proteína básica maior - Prostaglandina do grupo E 
- Proteína catiônica do eosinófilo - Citocinas 
- Peroxidases e fosfatase ácida 
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Amanda Lofeu Cury 
Patologia - Medicina 212 
18 de julho de 2014 
Inflamação Crônica 
Granulomatosa 
	 Decorre da falha na resposta inflamatória para eliminar agentes agressores (agentes de difícil 
neutralização e eliminação). A função do granuloma é isolar o patôgeno e/ou seus produtos, prevenindo uma 
eventual disseminação do processo, restringindo a inflamação a uma área mais delimitada possível, de maneira 
a proteger os tecidos sadio adjacentes. 
	 O granuloma pode ser definido como um tipo de inflamação crônica, na qual há formação local 
predominante de um grupamento compacto de células do sistema reticuloendotelial (fagocítico mononuclear), 
que possui particularmente macrófagos ativados e células dele derivadas. 	 
Nota: Diferenças entre Processo Inflamatório Crônico 
	 • Crônico inespecífico: Célula predominante: linfócito; Não forma estrutura especifica; Infiltrado 
linfocitário predominante; Quantidade dependente de estimulo; 
	 • Crônico granulomatoso: Célula predominante: macrófago; Ocorre formação de granuloma; 
Delimitação periférica com fibroblastos; Formações nodulares arredondadas; 
♦ ️Tipos de granuloma 
	 São de dois tipos, granulomas tipo corpo estranho e granuloma epitelióide. 
Nota: Classificação dos Granulomas 
	 Esses podem ser classificados de varias maneiras: 
(1) Morfológica: Epitelióide e Corpo estranho 
(2) Etiológica: infeccioso, não infeccioso e desconhecido 
(3) Patogênica: inunológico e não imunológico 
(4) Cinética celular: alta rotatividade e baixa rotatividade 
Nota: Os macrófagos são a escolha natural para a iniciação de ambos os tipos, uma vez que são parte do 
sistema imunitário inato e são recrutados precocemente no local da inflamação, sem necessidade de 
reconhecimento antigênico especifico. 
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	 🔺 Granuloma de tipo corpo estranho ou por partículas inertes 
	 Também chamado de baixa reposição celular, são induzidos por substancias inertes e irritantes com 
difícil digestão e eliminação do organismo. 
Composição: macrófagos total ou parcialmente ativados; Célula gigante do tipo corpo estranho (contornos 
irregulares, alongada e núcleo disposta de maneira irregular); 
	 🔺 Granuloma epitelióide ou imune 
	 Produzido por agente infeccioso ou irritantes, como a sílica, e é extremamente progressiva para 
macrófagos. Há a presença de células derivadas do macrófagos, os epitelióides. Os epitelióides possuem 
citoplasma róseo-pálido, limites mal definidos exibindo núcleos alongados e com cromatina homogênea, bem 
destruída. 
Composição: formado por grupamentos de macrófagos ativados, células epitelióides circundadas por linfócitos, 
podendo ter células gigantes tipo Langhans (célula gigante de contorno regular, ovalada com núcleo disposto 
junto ao citoplasma em formato meia-lua). 
Exemplo: Tuberculose (célula epitelióide + célula gigante de langhans) 
Diferenças entre os dois tipos 
• Granuloma epitelióide: imune 
	 Processamento do agente agressor por células APC, que secretam citocinas e expressam moléculas de 
superfície » recrutamento de linfócitos T CD4, que poderá responder ao padrão de resposta TH1 ou TH2, de 
acordo com a citocina secretada. 
	 A resposta TH1 esta envolvida em resposta imune celular, produzem IL2, INFgama, INF.. A resposta 
TH2 esta relacionada a imunidade humoral e produção de anticorpos, principalmente após infecções 
parasitárias e alérgenos. Produzem IL4, IL5, IL10, IL13.. 
	 A liberação de principalmente linfocinas, INFgama e IL4, ativam linfocitos T Cd8, que modulam a 
resposta, além de fazer com que macrófagos sejam atraídos por quimiotaxia para o foco inflamatório, são 
agregado e posteriormente sofrem diferenciação » células epitelióide e células gigantes » granuloma epitelióide 
(complexo) 
• Granuloma de corpo estranho: não imune 
	 Agressor inerte ou agente irritante + monócito » macrófagos ativados » granuloma de corpo estranho 
(puro) 
♦ ️Etiologia dos Granulomas 
• Causas infecciosa 
- Bacteriana: Tuberculose, Hanseníase, Sífilis, Brucelos.. 
- Verminótica: Esquistossomose, Cisticercose.. 
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- Outros: Cromomicose, Esporotricose, Actinomicose.. 
• Causa por corpo estranho: sílica, talco, amido, fios de sutura, óleo mineral, silicose, tatuagem, berílio, 
ceratina, zircônio.. 
• Causa desconhecida: Doença de Crohn, Sarcoidose, Cirrose biliar, Tiroidite granulomatosa.. 
♦ ️Patogenia 
	 Causado por qualquer substancia ou agente biológico de difícil eliminação (imunidade peculiar ou 
persistência local). 
	 A patogenia depende da natureza e concentração do agente 
- Menor concentração: ocorre em geral nos casos de agentes biológicos 
- Maior concentração: ocorre em geral quando a substancia é inerte 
	 🔺 Padrões de Resposta 
• Por hipersensibilidade: 
- Tipo tardia, inicio com linfócitos T auxiliares 
- Antígenos apresentados por macrófagos 
- Participação posterior de linfócito citotóxico 
- Linfócitos secretam linfocinas e fatores quimiostáticos para macrófagos (INTgama, IL4 e FNTalfa) 
» Apresenta necrose, frequentemente 
• Resposta Inespecífico 
- Os macrófagos são ativados com nenhuma célula epitelióide 
- O objetivo é a fagocitose e digestão dos elementos estranhos 
»Evolui para fibrose, raramente apresenta necrose 
♦ ️Necrose do Granuloma 
	 Ocorrem em granulomas de alta rotatividade (complexos) e apresenta numeroso numero de macrófagos 
ativados. 
	 Os macrófagos liberam para o granuloma: radicais livres, peróxidos, superóxidos, lisozima, 
protagoandinas.. Enquanto que, no agente agressor, produtos tóxicos irão promover necrose do granuloma 
	 
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	 🔺 Mecanismo de evolução com necrose dependente 
- Da hipersensibilidade tardia » ocorre interação Ag/Ac no granuloma 
- Do agente biológico com excesso de antígeno » necrose 
- Da função imune exacerbada » aumento da reação epitelióide 
	 A presença da fibrose indica o processo final da cronificação. 
♦ ️Granuloma da Tuberculose 
	 A unidade granulomatosa é denominada Tubérculo Epitelióide, e esta associada a microorganismos 
capazes de induzir sensibilização de linfocitos T (CD4/CD8). 
	 O termo tubérculo é utilizado para granuloma tuberculoso com necrose caseosa. A necrose também 
pode ocorrer em outras doenças granulomatosas (como criptococose, histoplasmose e paracoccidiodomicose). 
	 O objetivo do granuloma é formar um microambiente diferenciado, circunscrever e isolar o agente 
agressor e potencializar os mecanismos de defesa. 
	 🔺 Evolução do granuloma na tuberculose 
(1) Início: bactéria, fase reativa 
(2) Bactérias promovem s ativação de macrófagos e linfócitos 
(3) Formação de tubérculo com necrose 
(4) Formação de tubérculo epitelióide 
(5) Formação de cicatriz (conjuntivo e fibroblasto) 
(6) Calcificação do granuloma 
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Amanda Lofeu Cury 
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18 de julho de 2014 
Lesão Celular Irreversível 
Morte Celular 
	 As agressões podem romper o mecanismo homeostático da célula, diminuir a função, acumular uma 
serie de substâncias no citoplasma, alterações que de modo geral têm o caráter de reversibilidade. Quando a 
agressão é suficientemente forte, a célula não consegue mais se adaptar e caminha progressivamente para a 
morte. 
	 A Morte Celular é a perda irreversível das atividades integradas da célula com consequente incapacidade 
de manutenção de seus mecanismos de homeostasia. 
🔺 Causas: 
- Hipóxia / Isquemia 
- Infecção 
- Agentes químicos ou físicos 
- Respostas imunológicas 
- Erros genéticos 
- Distúrbios nutricionais 
	 A partir do momento em que ocorre morte celular, havendo incapacidade irreversível de retorno à 
integridade bioquímica, funcional e morfológica, a célula passa a desencadear uma serie de fenômenos. A 
seqüência desses fenômenos é denominada Necrose Celular. 
♦ ️Padrões da Morte Celular 
	 🔺 Necrose: Se a célula não consegue se adaptar ao estimulo lesivo, há ruptura da membrana celular, 
desnaturação das proteínas e destruição das organelas celulares, causando uma reação inflamatória » 
Assassinato Celular 
	 🔺 Apoptose: Se a célula sofre alterações genéticas ou funcionais indesejáveis, um mecanismo interno 
causa condensação e fragmentação da cromatina e do citoplasma, formando os corpos apoptóticos, que são 
fagocitados por macrófagos sem reação inflamatória associada » Suicídio Celular 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "33
♦ ️Necrose 
	 É causada por lesão tecidual geralmente rápida e extensa que promove colapso da homeostase celular 
interna. Ela ocorre na interrupção subida ou decréscimo progressivo do fluxo sangüíneo, nas queimaduras, no 
congelamento, na destruição tecidual por agentes mecânicos ou físicos. 
	 
	 Necroses dependem: 
- Da causa: doenças degenerativas, alterações locais, acidentes, traumas 
- Do local: órgãos vitais, tipo de circulação, vitalidade do tecido 
- Da extensão: comprometimento local, envolvimento sistêmico 
	 🔺 Evolução das necroses 
(1) Absorção pelos tecidos vizinho e fagocitose 
(2) Drenagem pela via excretora normal ou neoformada » fístulas 
(3) Cicatrização: substituição por conjuntivo » fibrose, reparo 
(4) Calcificação: deposição de sais de cálcio » calcificação distrófica 
(5) Encistamento: envolvimento por cápsula fibrosa » pseudocistos 
(6) Ulceração: quando em superfícies » perda de substancias 
(7) Gangrena: forma de necrose esquêmica » ocorre nas extremidades 
	 🔺 Tipos de necrose (padrões morfológicos) 
	 As causas da necrose são muito mais numerosas do que a expressão morfológica que o tecido morto 
pode assumir, concluindo que diferentes agressões podem produzir um mesmo tipo morfológico de necrose. São 
esses: 
• Coagulação • Liquefação • Gangrenosa 
• Caseosa • Gordurosa • Fibrinóide 
• Gomosa • Hemorrágica • Enzimática 
Necrose por Coagulação 
	 Constitui-se no tipo mais comum de necrose, ocorre em geral por obstrução do ramo arterial em órgão 
com circulação terminal. 
- Mecanismo: perda de estabilidade proteica por diminuição do oxigênio e função mitocondrial; ativação de 
hidrolases pelo íon cálcio; posterior participação de enzimas leucocitárias; 
- Macroscopia: área pálida, sem brilho com limites relativamente nítido, de forma irregular ou em cunha 
- Microscopia: arcabouço avermelhado, por perda de lisossomos; perda de estrutuar nuclear » condensacao, 
picnose, cariorrexis e cariólise 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "34
Necrose Gangrenosa 
	 Gangrena é uma necrose que ocorre às custas do somatório de fenômenos anatomopatológicos: 
isquemia (coagulação) e liquefação local (bactérias e leucócitos). Localizam-se em extremidades, principalmente 
nos membros inferiores. 
- Causas: trombos, aterosclerose, diabetes melitus, traumatismo, tromboangenite, hipotermia local.. 
- Tipos: seca (não infectada, aspecto mumificado), úmida (infectada) e gasosa (quando o germe produz gás, caso 
do Clostridium) 
Necrose de Liquefação 
	 Ao contrario da necrose por coagulação, apresenta a área necrótica de consistência mole. Ocorre ação 
de enzimas hidrolíticas, causando dissolução parcial ou total do tecido. 
	 Pode ocorrer por: 
- Heterólise (inflamação/enzimas celulares), podendo ser desencadeada por bactérias piogênicas ou pela 
degradação linfocitária (lesão proteolítica » pus) 
- Característica do tecido (SNC), que é a mais comum. O tecido cerebral é rico em lipóides, agua e enzimas 
lisossômicas, apresenta baixa capacidade de coagulação o que facilita esse processo. 
Necrose Caseosa 
	 A necrose de caseificação recebe esse nome pois a estrutura necrosada se assemelha ao "queijo branco". 
Na verdade, parece uma combinação da necrose de coagualução com de liquefação. 
- Causa: resulta da agressão do bacilo de Kock, quase marca registrada da Tuberculose (também pode estar 
presente na Taluremia e Histoplasmose). Acredita-se que restos da capsula do bacilo contenham 
lipopolissacarídeos que, junto com as células mortas, inibem mecanismos de enzimas proteolíticas. 
- Macroscopia: massa irregular esbranquiçada, sem brilho, pastosa, friável e seca 
- Microscopia: material eosinofílico granular áspero, amorfo e levemente rachado "aspecto em fundo de lagoa 
seca" 
Necrose Enzimática 
	 Participação de enzimas líticas pancreáticas com destruição do parênquima e da gordura, podendo estar 
associada à hemorragia local grave e intensa. 	 
Necrose Gordurosa 
	 A esteatonecrose é a necrose no tecido adiposo. Ocorre digestão enzimática do mesmo, nas pancreatites 
(Necrose gordurosa enzimática). Em ambos os casos pode ocorrer saponificação secundária (imagem em "pingo 
de vela") » ácidos graxos livres e íon cálcio = saponificação 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "35
Necrose Hemorrágica 
	 Tipo de necrose na qual predomina grande quantidade de sangue, ou seja, uma necrose esquêmica 
associadaa lesão vascular representativa e intensa. É uma classificação mais macroscópica do que micro. 
- Pulmões: ocorre nos infartos pulmonares; é um órgão frouxo, dupla circulação 
- Fígado: ocorre congestão passiva na inflamação crônica; atrofia/necrose hemorrágica; infarto hepático, dupla 
circulação 
- SNC: ocorre nos infartos hemorrágicos; infarto (necrose hemorrágica) e posterior liquefação e reabsorção 
♦ ️Apoptose 
	 É uma morte celular programada, depende do controle genômico da célula. 
	 🔺 Eventos fisiológicos e patológicos 
- Destruição de células durante a embriogênese 
- Involução dos tecidos relacionados a hormônios (ex.:menstruação, atrofia ovariana na menopausa, regressão 
mamária após lactação) 
- Destruição de células alteradas (ex.:canceres e lesões pré cancerosas) 
- Morte celular induzida por linfócitos T citotóxicos 
- Morte de células infectadas por vírus 
- Atrofia de desuso 
	 
	 🔺 Alterações microscópicas 
• Inicialmente há retração citoplasmática com núcleo picnótico (condesado) 
• Fragmentação celular formando pequenas vesículas contendo os restos nucleares e citoplasmáticos (corpos 
apoptóticos) 
• Fagocitose: participação de macrófagos sem provocar resposta inflamatória 
Nota: Necrose X Apoptose 
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Amanda Lofeu Cury 
Patologia - Medicina 212 
01 de agosto de 2014 
Perturbações Circulatórias I 
Edema 
	 Significa aumento do volume de água no meio interticial e espaços corporais (pericôndrio, pleura, 
peritônio..). O termo é usado para descrever o acumulo de agua (líquido) nos tecidos, nos órgãos e cavidades do 
corpo. 
Comentários Gerais 
- Cerca de pelo menos 60% do peso do corpo é de água 
- Cerca de 2/3 de água corporal está no compartimento intracelular 
- Cerca de 1/3 da água corporal está no compartimento extracelular e extravascular (intertício) 
- Cerca de 5% da água corporal está no plasma 
	 🔹 Estrutura Normal: Conjuntivo, Capilar, Linfático 
Na hemodinâmica normal, temos a seguinte relação: 
- Vazão para o intertício: 14ml/min 
- Retorno para o capilar: 12ml/min 
- Sobra de volume: 2ml/min = linfático 
Classificação do Edema: 
• Quanto a causa: 
 - inflamatório (tumor, rubor, calor) 
 - obstrução venosa (edema em membros) 
 - insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica.. 
• Quanto a região: 
 - Localizado em regiões do corpo 
 - Localizado em cavidades: hidrotórax (cavidade pleural), hidropericárdio (saco pericárdio) e ascite (cavidade 
peritoneal. 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "37
 - Generalizado, quando acompanhado de acúmulo de líquido em várias cavidades do corpo é denominado 
anasarca. 
Causas do Edema: 
• Alteração da parede capilar: o comprometimento da parede capilar leva ao aumento da permeabilidade, o 
que permite a passagem de agua, íons e proteínas plasmáticas para o interstício. Ex: edema inflamatório, 
decorrente de lesão tóxica da parede capilar e de reações alérgicas agudas. 
• Diminuição da pressão osmótica do plasma: na hipoproteinemia, há baixa pressão coloidosmótica do plasma, 
o que leva à predominância da pressão hidrostática do sangue e saída de agua e íons em excesso para o 
interstício. Ex: síndrome nefrótica e enfermidades em que ocorre perda de proteínas. 
• Aumento da pressão hidrostática do sangue: o aumento da pressão hidrostática do sangue eleva a pressão de 
filtração, produzindo edema. Ex: insuficiência cardíaca congestiva, deficiência do fator natriurético atrial, 
alterações no eixo renina-angiotensina e trombose. 
• Retenção de sódio: nessa situação, ocorre expansão do volume líquido intravascular e consequente edema. Ex: 
glomerulonefrite pós-estreptocócia e no aldosteronismo secundário. 
• Diminuição da drenagem linfática: determinadas condições patológicas interferem nos vasos linfáticos, 
ocasionando sua obstrução e interrompendo o fluxo em seu interior. Ex: filariose. 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "38
💠 Edema por Aumento da Pressão Hidrostática 
	 O aumento da pressão hidrostática do sangue eleva a pressão de filtração, levando ao edema. Ocorre 
portanto devido ao aumento do líquido para o intertício. 
- Na ICC: ascendente e posterior edema agudo de pulmão 
- Na ICD: edema sistêmico e ascendente 
- Na cirrose: ascite e hipertensão esplênica 
	 🔹 Causas: 
• Dificuldades no retorno venoso (trombose, compressão, varizes..) 
• Insuficiência cardíaca 
• Pericardite constritiva 
• Cirrose 
• Dilatação arteriolar 
Nota: Fatores de risco para Varizes 
	 Sexo feminino, hereditariedade, idade avançada, alterações hormonais (como ocorre na menopausa e 
vigência do uso de anticoncepcionais hormonais), sedentismo, obesidade, traumatismo, exercício físico intenso.. 
	 🔹 Fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca Congestiva 
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	 🔹 Fisiopatologia da Pericardite Constritiva 
	 O líquido no interior do pericárdio exerce pressão sobre o coração » A pressão impede que o coração 
expanda completamente e encha de sangue até sua capacidade máxima » Menos sangue irá deixar o coração » 
Uma quantidade insuficiente de oxigênio chega aos tecidos, gera as seguintes conseqüências (são os sintomas 
clínicos): 
• Freqüência cardíaca elevada (pulso) 
• Queda brusca da pressão arterial 
• Respiração acelerada 
• Sensação de pânico 
• Dilatação das veias do pescoço 
	 O que leva a uma perda de consciência e morte súbita (é o quadro clínico final). 
💠 Edema por Diminuição da Pressão Oncótica 
	 Ocorre por baixa pressão coloidosmóstica do plasma (como na hipoproteinemia), o que leva à 
predominância da pressão hidrostática do sangue, com saída de água e íons em excesso para o intertício. 
	 A diferença da pressão intra e extracelular é influenciada pelas proteínas plasmáticas. É comum na 
síndrome nefrótica, na redução da síntese proteica (albumina) ▶ ️ Edema tipo Sistêmico 
	 🔹 Causas: 
• Síndrome Nefrótica 
• Cirrose 
• Desnutrição 
• Gastroenterite com perda de proteínas 
💠 Edema por Aumento da Permeabilidade e Retenção de Sódio 
	 Havendo retenção de sódio, instala-se a expansão do volume líquido intravascular e consequente edema. 
Ocorre nos processos inflamatórios e vasodilatação (Edema Localizado) e na Insuficiência Renal (Edema 
Generalizado e Ascite) 
Atenção! 
- Edema Inflamatório: Exudato (densidade > 1020, aspecto turvo, rico em proteínas) 
- Edema não Inflamatório: Transudato (densidade < 1020 e baixo teor protéico) 
	 
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	 🔹 Causas: 
• Ingestão excessiva com insuficiência renal 
• Reabsorção tubular aumentada por hiperfusão renal 
• Secreção aumentada de Renina-Angiotensina-Aldosterona 
💠 Edema por Obstrução Linfática 
	 Causado por determinadas condições patológicas que interfiram nos vasos linfáticos, ocasionando sua 
obstrução e interrompendo o fluxo. Ocorre sobrecarga com edemas localizados, ascendente. 
	 🔹 Causas: 
• Tumores 
• Fibrose 
• Pós cirurgias 
• Parasitoses (ex.: Filariose) 
• Pós radiação 
• Inflamação 
Nota: Importância Clínica - Padrões de Edema 
• Edema Cardíaco (estase na Insuficiência Cardíaca Congestiva) 
• Edema Pulmonar (edema da ICE inflamatório) 
• Edema no Cirrótico (deficiência protéica e hip. portal) 
• Edema da Síndrome Nefrótica (perda protéica) 
• Edema Cerebral (alteração metabólica, hipóxia, sepsis..) 
	 Tanto o edema cerebral quanto o pulmonar podem levar ao óbito. 
Congestão 
	 É o aumento da quantidade de sangue dentro do sistema vascular. Ocorre em dois tipos: Hiperemia ou 
Congestão ativa; e Congestão passiva. 
💠 Hiperemia ou Congestão Ativa 
	 É a repleção (acúmulo) de sangue no leito capilar consequente à vasodilatação arterial. É um mecanismo 
importante na regulaçãofisiológica do fluxo sangüíneo para atender a demanda metabólica. 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "41
	 Depende do SNC (centro vasomotor) e de mecanismos periféricos regulados por substâncias vasoativas 
(circulantes ou produzidas pelos próprios tecidos lesados). 
Ex: aumento da permeabilidade vascular na inflamação aguda. 
💠 Congestão Passiva (pode ser denominada somente "congestão") 
	 Depende de distúrbios na circulação venosa ou de retorno. O seu mecanismo pode estar relacionado a: 
(1) Alteração do órgão central da circulação (Insf. Cardíaca Congestiva) 
(2) Mecanismo localizado, com perturbação da circulação venosa por causas intrínsecas do vaso (trombose, 
varizes..) 
(3) Compressão extrínseca das veias 
	 Os órgão acometidos caracterizam-se por alteração da cor, que passa a ser vermelho-azulada, sendo que 
a intensidade do azul (cianose) vai depender da quantidade de hemoglobina reduzida. A congestão passiva é 
frequentemente acompanhada de aumento do líquido intersticial (edema), o que confere ao órgão um aspecto 
úmido. 
	 Nas congestões passivas crônicas, ocorre fagocitose local de hemácias e digestão da hemoglobina, o que 
acarreta acúmulo local de pigmentação derivada da Hb (como hemossiderina). O resultado é um aspecto 
vermelho-azulado, associado a uma tonalidade ferruginosa. 
Cronificação: Pulmões (Congestão passiva pulmonar); Fígado (Congestão passiva crônica hepática) 
	 🔹 Consequências: 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "42
	 🔹 Congestão Passiva Hepática: ocorre na falência VD. Caracteriza-se pelo aumento do volume 
hepático, estase centrolobular (congestão) e atrofia e degeneração dos hepatócitos ▶ ️ Fígado em "nós moscada" 
	 🔹 Congestão Esplênica: ocorre na ICC. Caracteriza-se por baço aumentado, hemorrágico e áreas de 
fibrose e calcificação. 
Hiperesplenismo: baço aumentado. Ocorre destruição de hemácia mais rapidamente. 
Hemorragia 
	 Consiste na saída do sangue dos vasos e do coração, por causas locais, fatores vasculares ou orgânicos 
por alterações do mecanismo da coagulação. 
Locais de Ocorrência 
	 🔹 Interstício: 
• petéquias (puntiforme) 
• víbices (lineares) 
• púrpuras (<1,0 - 1,5cm) 
• ecmóses (> 1,5 - 2,0) 
• hematomas (forma neocavidades) 
Coloração: hemoglobina » biliverdina > bilirrubina > hemossiderina 
	 🔹 Cavidades, Parênquima ou Meio externo: 
• hemotórax (cavidade pleural) 
• hemopericárdio (cavidade pericárdica) 
• hemoperitôneo (cavidade peritoneal) 
• hemoartrose (cavidade articular) 
	 Pode ter como causas o extravasamento de hemácia para o espaço extravascular, ruptura vascular em 
decorrência da lesão.. 
	 O acumulo de sangue em tecidos moles é denominado hematoma (formação de neocavidades) 
Consequências: Importâncias Clínicas 
- Ações mecânicas: compressão do SNC e tamponamento cardíaco 
- Efeito destrutivo: hemorragia no SNC e no tronco cerebral 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "43
- Organização do hematoma: encarceramento pulmonar, cardíaco 
- Espoliação do organismo: comum em verminoses e úlceras 
- Choque hemorrágico: perda aguda e rápida 
	 🔹 Hemostasia: Controle do Sangramento 
	 Em condições normais, o extravasamento do sangue de um vaso é detido pela ação integrada de três 
elementos: 
- Vasoconstricção 
- Agregação plaquetária 
- Coagulação sanguínea 
	 Etapas: lesão vascular » vasoconstricção » agregação plaquetária » tampão plaquetário » substituição 
por fibrina » reparo 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "44
	 Logo após a lesão vascular, há hemorragia, que o vaso tenta debelar, geralmente sem resultados, através 
da vasocontricção. As plaquetas aderem ao tecido conjuntivo do anel de abertura do vaso e em minutos é visível 
uma massa plaquetária frouxa que preenche a abertura do vaso à maneira de rolha. 
	 Assim que a rolha plaquetária é formada, o escape de sangue diminui e o vaso se contrai em torno da 
massa, aumentando o efeito obstrutivo. Como passar do tempo (5 a 30min), a rolha torna-se mais compacta e 
coesa, a fibrina então torna-se mais evidente, levando a uma melhor agregação e solidificação. 
Nota: O processo descrito aplica-se a vasos de pequeno e médio calibres, particularmente às veias. Nas artérias 
maiores, a forca da corrente sanguínea impede a formação da rolha plaquetária adequada. Dessa maneira, 
mesmo que o fluxo sangüíneo diminua pelo fenômeno de vasoconstricção, ele não cessa, a menos que 
intervenha cirurgicamente. 
Coágulo 
	 Após a coagulação, o que se vê são agregados de plaquetas com filamentos de fibrina ao redor. 
Choque 
	 Choque ou colapso circulatório consiste em alterações progressivas na perfusão sangüínea dos tecidos, 
uma falência da microcirculação decorrente da insuficiência de perfusão e oxigenação. 
	 Algumas causas do choque são: 
• Diminuição do volume sangüíneo (hipovolemia): decorrente de hemorragia interna ou externa (traumatismo, 
ruptura, aneurisma, diáteses) ou da perda excessiva de líquidos (diarréia, vômitos, queimaduras e 
desidratação) 
• Vasodilatação periférica: a vasodilatação generalizada de pequenos vasos leva a redução do volume sangüíneo 
efetivo, diminuição do retorno venoso e consequente diminuição do débito cardíaco (insuficiência circulatória 
periférica). A vasodilatação periférica é o mecanismo básico de choque endotóxico » anafilaxia, distúrbios 
neurológicos, sepsis 
• Diminuição acentuada do débito cardíaco (choque cardiogênico): comum no IAM, miocardite aguda, 
arritmias, ruptura do coração.. 
• Obstrução aguda do fluxo sangüíneo: ocorre na obstrução do cone pulmonar e dos ramos principais da 
artéria pulmonar por êmbolos maciços e na obstrução súbita do orifício da valva mitral por trombos arteriais 
(Ball Thrombus) 
	 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "45
	 🔹 Fisiopatologia do Choque Endotóxico 
• Lesão endotelial: 
1. Septicemias G 
2. Lipopolissacarídeos LPS 
3. Proteínas LP 
4. Complexo CD14 
5. Monócitos/Macrófagos 
6. Fator de necrose tumoral (TNF alfa) 
• TNF alfa 
- Citotoxidade direta 
- Aderência de PMN 
- Produção de IL1 pelo endotélio 
- Expressão do fator tecidual pró-coagulante 
💠 Complicações do choque 
• Coração: micro-infartos, hemorragia 
• Pulmões: dano alveolar (SARA) 
• Rim: degeneração hidrópica, necrose tubular 
• Supra-renais: exaustão, hemorragias 
• Tubo digestivo: hemorragias 
• Fígado: necrose centrolobular 
• Cérebro: encefalopatia hipóxica 
💠 Tipos de Choque 
- Cardiogênico 
- Hipovolêmico 
- Séptico (choque endotóxico) 
- Neurogênico 
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💠 Estágios do Choque 
• Choque precoce ou compensado: déficit pequeno de sangue circulante » aumento da freqüência cardíaca + 
ADH 
• Choque progressivo ou descompensado: persistência do choque + stress » aumento da freqüência cardíaca + 
diminuição da pressão sangüínea + SARA + oligúria + acidose 
• Choque Irreversível: diminuição do débito cardíaco + diminuição da pressão sanguínea + acidose metabólica 
+ edema pulmonar + SARA + NTA » Neste caso, mesmo com a correção do distúrbio hemodinâmico não 
haverá interrupção da crise. 
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Amanda Lofeu Cury 
Patologia - Medicina 212 
08 de agosto de 2014 
Perturbações Circulatórias II 
 Trombose 
💠 Hemostasia e Trombose 
	 A hemostasia é um processo fisiológico resultado da relação das forças pró-coagulantes e anti-
coagulantes, envolvendo: parede vascular (endotélio), plaquetas e cascata de coagulação. 
	 A trombose envolve a homeostasia, é uma condição patológica em que ocorre a ativação do processo 
hemostático, levando a formação de coágulo sanguíneo aderido à parede do vaso íntegro (não ocorre ruptura 
do vaso). 
	 🔹 Fases Plaquetárias: 
1. Adesão: 
- Hialômero (plasma fundamental) 
-Granulômero (organoides celulares) 
- Tumefação (alteração de membrana) e pseudópodos 
- Utilização de ATP com elevação de ADP e o cálcio 
2. Agregação 
- Granulômeros no centro das plaquetas 
3. Trombocitorrexis 
- Dissolução das membranas 
- Desintegração dos granulômeros 
- Protuzões e deposição de fibrina 
4. Trombocitólise 
- Desintegração total das plaquetas 
- Abundante rede de fibrina 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "48
💠 A Trombose 
	 Os fenômenos que envolvem a homeostasia em condições normais tornam-se patológicos quando 
ocorre, em um ser vivo e por razões diversas, a coagulação do sangue dentro de um sistema vascular com 
paredes íntegras. 
	 A formação do trombo são modificadas dependentes de hemeostasia no local da injúria endotelial. 
Plaquetas depositadas + ADP + TXA2 e Trombina 
	 A formação do trombo se inicia com a aglutinação plaquetária cursando com metamorfose viscosa e 
posteriormente depósito de fibrina. 
	 
	 Esse fenômeno de trombose pode ser determinado por três tipos de alteração, a Tríade de Virchow: 
Alterações da parede vascular, Alterações do fluxo sanguíneo e Alterações nos constituintes do sangue. 
	 🔹 Alterações da parede vascular: nesse caso, a geração dos trombos pode ocorrer por 
- Lesão endotelial: quando a superfície dos vasos é focalmente desnudada de células endoteliais, expondo 
colágeno e fibras elásticas 
- Alteração de células endoteliais: alterações no nível das uniões intercelulares ou mesmo da camada 
mucopolissacarídeo 
- Corpo estranho: ocorre uma reação inflamatória, alterando o endotélio 
	 🔹 Alterações do fluxo sanguíneo 
	 Surge até mesmo espontaneamente, em locais em que há alteração da corrente laminar do sangue. 
Comum em áreas de redemoinhos e obstáculos parciais, decorrente de qualquer condição que altere o fluxo, 
levando ai choque de elementos figurados. Pode ser decorrente de causas como: aterosclerose, aneurisma, 
compressões.. 
	 🔹 Alterações dos constituintes do sangue 
	 Condições que aumentem o número de plaquetas na circulação predispõem à trombose. É comum nas 
seguintes situações: 
- Pós parto e cirurgias: hipercoagulabilidade (aumento no numero de plaquetas) 
- Neoplasias: por vezes é a 1ª manifestação de uma neoplasia » Por vezes o crescimento acentuado leva ao 
aparecimento de áreas de necrose, liberando fatore tecidual, desencadeando a via extrínseca de coagulação. 
- Policetemia vera: aumento dos glóbulos vermelhos e plaquetas 
- Agentes bioquímicos: ADP, trombina e ácidos graxos não esterificados 
- Agentes biológicos: viremias, queimaduras graves » lesão tecidual e liberação do fator Hageman (CIVD - 
Coagulação Intravascular Disseminada) 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "49
Patogenia da CIVD 
	 É caracterizada por plaquetopenia, consumo de proteínas plasmáticas específicas (diminuição do 
fibrinogênio)e presença de trombos fibrinosos na circulação (microtrombos e êmbolos). 
	 É identificada e caracterizada por trombos e êmbolos fibrinosos, sem reação inflamatória em torno. Tem 
como consequência: 
- Ativação do fator XII » sugere ativação da via intrínseca de coagulação 
- Acúmulo de trombina » leva ao aparecimento de pequenas massas de fibrina, que circulam e terminam 
impactadas em pequenos vasos como pulmão, rim e pele 
	 Complicações: 
- Embolia » disparo do sistema de coagulação 
- Infarto » obstrução 
- Choque » falência da microcirculação 
- Hemorragia: levando a fibrinólise e coagulopatia de consumo » déficit relativo dos fatores de coagulação 
💠 Classificação dos Trombos 
	 De acordo com a sua aparência macroscoscópica, de acordo com sua cor, os trombos podem ser 
classificados em: 
• Trombos brancos: Também chamados de fibrinosos, são secos e endurecidos. São constituídos principalmente 
por plaquetas, fibrina e hemácias, dispostas em camadas, fornecendo um aspecto laminar característico 
denominado estrias de Zahn » correm em artérias e cavidades cardíacas. 
• Trombos vermelhos: São designados de tombos de estase, são úmidos e gelatinosos, se assemelhando a um 
coágulo. São constituídos principalmente por fibrina e hemácias » ocorre em veias 
• Trombos mistos: São os mais frequentes, caracterizando-se pela associação de camadas fibrinosas (brancas) e 
de coagulação (vermelha). Em trombos mais alongados podemos observar três regiões: cabeça, corpo e cauda. 
 
	 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "50
	 Os trombos também podem ser classificados conforme ocluam parte ou toda a luz dos vasos e cavidades 
cardíacas: 
• Trombo mural ou parietal: são mais fortemente observados no coração e aorta 
• Trombo oclusivo: mais comuns em artérias de pequeno à médio calibre, como coronárias , cerebrais, ilíacas e 
femorais e veias (Flebite - trombose venosa) 
Nota: Trombo X Êmbolo - Um é móvel, outro é aderido 
	 
💠 Evolução dos Trombos 
1. Dissolver » Resolução 
2. Propagar 
3. Embolizar 
4. Organizar 
5. Recanalizar 
6. Calcificar 
	 🔹 Dissolver: Sistema Fibrinolítico 
	 Os trombos podem desaparecer logo após a sua formação. O sistema fibrolítico poderá ser associado 
tanto mediante o dano tecidual como o fator VII ou fator tecidual (via extrínseca), como pelo fator XII e XI 
combinados (via intrínseca). O plasmiogênio ativado passará a plasmina, que é capaz de atuar sobre o 
fibrinogênio e a fibrina, dissolvendo o trombo. 
	 
	 🔹 Propagar: Na propagação, pode-se aumentar por acúmulo de plaquetas e fibrinas, comprometendo 
outras estruturas vascular por continuidade » pode obstruir ou embolizar. 
	 🔹 Embolizar: os trombos podem se fragmentar, tanto no leito arterial quanto venoso. No entanto, 
trombos venosos são mais comuns, pois são mais friáveis. 
	 🔹 Organizar: ocorre os seguintes eventos: 
- O trombo desidrata e retrai » criando fendas 
- Proliferação do vaso » neoformação 
- Proliferação de fibroblastos » colágeno e fibras elásticas 
- Macrófagos com hemossiderina » fagocitose de hemácias 
- Macrófagos com lipídeos » fagocitose de plaquetas 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "51
	 🔹 Recanalizar: ocorre os seguintes eventos: 
- Macrófago realiza limpeza por meio da fagocitose » formação de tecido de granulação 
- Vasos neoformados: comunicam as extremidades, e promovem posterior reendotelização 
- Macrófagos e fibroblastos: produção de colágeno 
- Retração e comunicação: formação de lacunas e reendotelização das comunicações 
	 🔹 Calcificação: pode ocorrer por alterações degenerativas ou necróticas, durante ou após a formação 
do trombo. A calcificação em alguns casos é do tipo distrófica. 
	 
Embolia 
	 Consiste no transporte indesejável, pelo sangue, de fragmentos de trombos, gordura, gases ou outros 
corpos estranhos, a pontos distantes de sua origem na corrente sanguínea. 
💠 Tipos de Embolia 
	 São classificados em: 
• Tromboembolismo 
• Tromboembolismo sitêmico 
• Embolia gasosa 
• Embolia gordurosa 
• Embolia da medula óssea 
• Embolia por placas de ateroma 
• Embolia por líquido amniótico. 
	 
	 🔹 Tromboembolismo 
	 É a causa mais comum de embolia, e pode ocorrer tanto na circulação pulmonar quanto na circulação 
sistêmica. A embolia pulmonar é a causa mais comum de tromboembolismo (uma das mais graves e pode ser 
fatal). 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE "52
Tromboembolismo Pulmonar: 
	 A conseqüência da embolia, depende do tamanho do embolo. Dessa maneira, eles são classificados em: 
• Grandes êmbolos: possui diametro aproximado de veias femorais » alojam-se em VD, ramos principais da 
artéria pulmonar ou em sua bifurcação (êmbolo em sela) 
• Médios êmbolos: nao determinam lesoes significativas em individuos saudaveis, uma vez que a circulacao 
colateral pelas artérias brônquicas se faz de maneira eficiente.

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