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7 Trauma Abdominal

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Ao final deste capítulo, o leitor estará apto a: 
• Relacionar os sinais externos de trauma com a possibilidade de lesão em 
órgãos abdominais específicos. 
• Inferir os efeitos fisiopatológicos do trauma fechado e dos ferimentos 
penetrantes de abdome, baseando-se nos dados de avaliação que podem 
ser obtidos pelos socorristas. 
• Usar os dados de avaliação da cena para determinar o nível de suspeita 
de lesão abdominal. 
• Reconhecer os achados do exame secundário que podem indicar a 
presença de sangramento intra-abdominal. 
• Descrever as indicações, contra-indicações, vantagens, desvantagens e 
limitações do uso da calça pneumática antichoque (PASG) na hemorragia 
abdominal e pélvica. 
• Identificar as indicações de intervenção e transporte rápidos no que se 
refere ao trauma abdominal. 
• Relacionar as alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez com a 
fisiopatologia e o tratamento do trauma na gestante. 
• Descrever os efeitos do trauma materno sobre o feto e as prioridades de 
atendimento. 
, 1 9 8 A T E N D I M E N T O P R É - H O S P I T A L A R AO T R A U M A T I Z A D O 
knáno 
Você é chamado a uma residência para a tender u m a "pessoa ferida". Enquan to está a carninho. 
a central avisa que a vítima é u m a gestante que foi assaltada e que a polícia está indo para o local. 
Na chegada, você encontra u m a mulhe r jovem, ansiosa, que diz que sua irmã está grávida e foi 
agredida pelo namorado . A vítima é uma mulher de 19 anos, que está deitada de lado n o chão. 
com os joe lhos dobrados. Há sinais evidentes de violência na casa. A vít ima tem uma quant idade 
moderada de sangue n o cabelo e n o rosto. Está de o lhos fechados, mas abre-os q u a n d o você se 
aproxima e fala com ela. Q u a n d o pergunta o que aconteceu, ela diz que "bateu a cabeça". É 
incapaz de fornecer detalhes sobre a gravidez e sobre o que aconteceu. A i rmã informa que a 
vítima está grávida de cerca de 6 meses e meio, mas ainda não foi ao médico. 
Na sua avaliação, você vê que ela está com as vias aéreas pérvias, com freqüência ventilatória 
de 24 respirações por minu to , pulso de 100 bat imentos por minu to e pressão arterial de 100 x 68 
m m Hg. Tem uma laceração no couro cabeludo e as pupi las são isocóricas e fotorreagentes. A 
pele é pálida e seca. Tem dor à palpação no quadrante inferior esquerdo do abdome e deformida-
de evidente no antebraço direito. 
Quais são as prioridades no atendimento desta paciente? Em que é que ofato de estar grávida muda o atendimento? 
Que outras informações são relevantes para atender esta paciente? Quais são os efeitos da condição da paciente no 
feto? As priorídades no atendimento materno são diferentes por causa da gravidez? Como interpretar os achados de 
avaliação face às alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez? 
O abdome é a região do corpo onde é mais difícil fazer o diagnóstico correto de lesões traumáü-
cas que necessitem de correção cirúrgica. Quando não 
reconhecido, o trauma abdominal é uma das princi-
pais causas de morte nos pacientes traumatizados. De-
vido à dificuldade do diagnóstico correto no trauma 
abdominal, a melhor conduta é transportar os pa-
cientes com suspeita de lesão abdominal para o hos-
pital apropriado mais próximo. 
No pré-hospitalar também pode ser difícil de de-
terminar a extensão do trauma abdominal. A morte 
pode ocorrer por perda intensa de sangue tanto em 
decorrência de ferimentos penetrantes quanto de trau-
ma fechado. Lesões não diagnosticadas de cólon, del-
gado, estômago ou pâncreas podem levar a compli-
cações tardias e à morte. No entanto, o trauma fecha-
do muitas vezes tem maior risco de vida, por ser de 
diagnóstico mais difícil do que os ferimentos pene-
trantes. O socorrista não deve se preocupar tanto em 
determinar a extensão exata do trauma abdominal, 
mas em tratar os achados clínicos. A ausência de si-
nais e sintomas locais não afasta a possibilidade de 
trauma abdominal. Um alto índice de suspeita basea-
do no mecanismo de trauma deve alertar o socorrista 
para a possibilidade de lesões com hemorragia intra-
abdominal. 
Anatomia 
O abdome contém os principais órgãos do sistema 
digestivo, endócrino, urogenital e os principais vasos 
do sistema circulatório. A cavidade abdominal está 
localizada abaixo do diafragma; os seus limites são a 
parede anterior do abdome, os ossos da bacia, a colu-
na vertebral e os músculos do abdome e dos flancos. 
A cavidade abdominal é dividida em dois espaços. O 
espaço retroperitoneal (espaço virtual atrás da "ver-
dadeira" cavidade abdominal) contém os rins, os ure-
teres, a bexiga, os órgãos do sistema reprodutor, a cava 
inferior, a aorta abdominal, o pâncreas e parte do 
duodeno, cólon e reto (Figura 7-1). O espaço perito-
neal (a "verdadeira" cavidade abdominal) contém o 
intestino grosso e o delgado, o baço, o fígado, o estô-
mago, a vesícula biliar e os órgãos do sistema repro-
dutor feminino (Figura 7-2). 
A parte superior do abdome é protegida ante-
riormente pelas costelas e posteriormente pela co-
luna vertebral. Esla região contém o fígado, a vesí-
cula biliar, o baço, o estômago e o dialragma, que 
podem ser lesados em decorrência de fratura de 
costela ou lesão do esterno. Os órgãos mais comu-
mente lesados quando há fraturas de costelas são o 
baço e o fígado. 
CAPÍTULO 7 Trauma Abdominal 199 
Peritônio 
visceral 
Peritônio 
parietal 
Fígado 
Espaço peritoneal 
Estômago 
Pâncreas (retroperitoneal) 
Duodeno (retroperitoneal) 
Cólon transverso 
- Mesentério 
Intestino 
delgado 
Bexiga 
(retroperitoneal) 
Reto (retroperitoneal) 
Figura 7-1 O abdome é dividido em dois espaços - o peritoneal e o retroperitoneal. O espaço relroperitoneal ínchri; 
do abdome atrás do peritônio. Os órgãos não estão em contacto com a cavidade peritoneal. Lesões de órgãos nesu 
necessariamente causam peritonite. 
A parte inferior do abdome é protegida por todos 
os lados pela pelve. Esta área contém o reto, a maior 
parte do intestino (especialmente quando se fica de 
pé), a bexiga, os ureteres e os órgãos do sistema re-
produtor feminino. A hemorragia retroperitoneal as-
sociada a fratura de bacia é um problema grave rela-
cionado com esta parte da cavidade abdominal. O ab-
dome acima da pelve e abaixo das costelas tem algu-
ma proteção, não muito firme, represenlada pelos 
músculos abdominais anterior e lateralmente. As vér-
tebras lombares, juntamente com a forte musculatu-
ra paravertebral e os músculos psoas, protegem o ab-
dome (Figura 7-3). 
Para fins de avaliação do paciente, a superfície 
abdominal é dividida em quatro quadrantes. Eles são 
:ormados desenhando duas linhas imaginárias - uma 
vai da ponta do apêndice xifóide até a sínfise púbica 
e a outra é perpendicular a esta linha mediana, na 
.ütura da cicatriz umbilical (Figura 7-4). O conheci-
mento das referências anatômicas é importante, de-
vido à grancle correlação entre o órgão acometido e o 
'ocal da dor. O quadrante superior direilo (QSD) con-
tém o fígado e a vesícula biliar, o quadrante superior 
esquerdo (QSE) contém o baço e o estômago, o qua-
drante inferior direito (QID) e o quadrante inferior 
esquerdo (QIE) contêm basicamente o intestii 
te parte do trato intestinal em cada um dos quati 
quadrantes. A bexiga fica na linha média. entre os qua-
drantes inferiores. 
O aumento da pressão intra-abdominal. produzi-
do pela compressão contra a coluna de direção do 
carro ou força similar, pode romper o diafragma. que 
é o teto da cavidade abdominal. O mecanismo é se-
melhante ao que acontece quando se comprime um 
saco de papel (ver os Capítulos 2 e 5'. A rotura do dia-
fragma à esquerda é a que tem maior probabilidade 
de causar problemas no atendimento inicial (pré-hos-
pitalar) do doente. A passagem de conteúdo intra-
abdominal para o tórax pode comprometera expan-
sibilidade pulmonar (Figura 7-5). 
A divisão dos órgãos abdominais em ocos, sóli-
dos e vasculares ajuda a entender as bases de sua 
fisiologia. Quando lesados. os órgãos sólidos e vas-
culares (fígado, baço, aorta e cava) sangram, enquan-
to os órgãos ocos (intestino. vesícula biliar e bexi-
ga) basicamente derramam seu conteúdo dentro da 
cavidade peritoneal ou no espaço retroperitoneal. 
Este derramamento leva a peritonite (inflamação do 
peritônio que reveste a cavidade abdominal), sépsis 
(infecção generalizada) e sangramento intra-abdo-
2 0 0 ATENDIMENTO P R É - H O S P I T A L A R AO TRAUMATIZADO 
Parótida 
Esòfago 
Fígado 
Ângulo hepático 
Cólon 
transverso 
Cólon 
ascendente 
Língua 
Glândula sublingual 
Região 
da válvula 
ileocecal 
Apêndice 
vermiforme 
Fígado 
Vesícula biliar 
Ducto cístico Duodeno 
Baço 
Ângulo esplênico 
Estômago 
Cólon descendente 
Reto 
Canal anal 
Figura 7-2 Os órgãos da cavidade peritoneal, quando lesados, freqüentemente causam peritonite. A cavidade peritoneal 
contém órgãos sólidos (fígado e baço), órgãos ocos do irato gastrointestinal (eslômago, intestino delgado e cólon) e os órgãos 
do sistema reprodutor. 
Cava 
inferior 
Fígado 
Corpo \ 
vertebral \  \y 
Aorta 
abdominal Pequeno 
omento 
I Estômago 
Pâncreas 
/ Inte 
,/  /] 
!.I.»Í' 
Rim direito 
Rim esquerdo Cavidade 
peritoneal 
Figura 7-3 Esta secção transversa da cavidade abdominal 
mostra a posição dos órgãos, no sentido ãntero-posterior. 
Figura 7-4 Como ocorre em qualquer região do corpo, 
quanio melhor a descrição da dor, sensibilidade, defesa, e t c , 
mais preciso será o diagnóstico. O sistema mais comum dc 
localização divide o abdome em quatro quadrantes - superior 
direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo. 
CAPÍTULO 7 T r a i a a Abdominal 201 
Quarto espaço 
intercostal 
Oitavo espaço 
intercostal 
Figura 7-5 Com o aumento da pressão dcntro do abdome, 
o diafragma pode romper-se. 
(Posterior) (Anteriw) 
Figura 7-6 Visão lateral da posição do diafrag~i 
minal. O tratamento pré-hospitalar consiste em ini-
ciar rapidamente o tratamento do choque e contro-
lar a hemorragia. 
Fisiopatologia 
As lesões abdominais podem ser causadas por feri-
mentos penetrantes ou por trauma fechado. Os feri-
mentos penetrantes, como os causados por arma de 
fogo ou arma branca, são mais evidentes que os de-
correntes de trauma fechado. Pode ocorrer lesão de 
múltiplos órgãos nos ferimentos penetrantes, embo-
ra isso seja menos provável nos ferimentos por arma 
branca do que nos por arma de fogo. A mentalízação 
da trajetória do projétil, como uma bala ou a lâmina 
de uma faca, pode ajudar a identificar os órgãos pos-
sivelmente lesados. 
O diafragma vai até o quarto espaço intercostal 
anteriormente, o sexto espaço intercostal lateralmente 
e o oitavo espaço intercostal posteriormente, durante 
a expiração forçada (Figura 7-6). Pacientes com feri-
mentos penetrantes de tórax abaixo desta linha po-
dem ter também lesão abdominal. Ferimentos pene-
trantes nos flancos e nos glúteos podem acometer 
órgãos da cavidade abdominal. Estes ferimentos pe-
netrantes podem provocar sangramento de grandes 
vasos ou de órgãos sólidos e perfuração de intestino, 
que é o órgão mais freqüentemente lesado nos feri-
mentos penetrantes. 
O trauma fechado de órgãos intra-abdominais em 
geral resulta de compressão ou de forças de cisalha-
mento. Na compressão, os órgãos abdominais são 
eomprimidos entre objetos sólidos, como, por exem-
plo, entre o volante e a coluna vertebral. Forças de 
cisalhamento rompem órgãos sólidos ou vas - -
güíneos na cavidade abdominal, devido à tração e 
cida sobre os ligamentos de fixação e os vasos. O fí-
gado e o baço podem romper-se e sangrar com facili-
dade, e a perda de sangue pode ser rápida. Fraturas 
de bacia podem levar a perda de grande volume de 
sangue, devido ao rompimento de grandes vasos que 
ficam junto à pelve. Lesões de bexiga e uretra são 
também complicações das fraturas pélvicas. 
O peritônio é sensível à distensão. Esta distensão 
pode ser decorrente de inflamação ou de sangramen-
to pelo trauma. Nos estágios avançados da gestação, 
essa irritação pode passar despercebida por causa da 
distensão que já foi ocorrendo gradualmente. 
A perda de sangue para a cavidade abdominal, 
qualquer que seja a fonte de sangramento, pode con-
tribuir ou ser a causa primária do choque. O derra-
mamento na cavidade peritoneal de ácidos, enzimas 
e bactérias, provenientes do trato gastrointestinal, 
resulta em mais lesão orgânica e peritonite. 
Avaliação 
O índice de suspeita para lesão abdominal deve ser 
baseado no mecanismo de trauma e nos achados de 
exame físico, tais como equimoses ou outros sinais 
de batida. Deve-se suspeitar de sangramento intra-
abdominal quando o paciente apresentar escoriações 
externas ou distensão. Apesar de estes sinais e sinto-
mas serem sugestivos de sangramenlo intra-abdomi-
nal, com freqüência estão ausentes em pacienles com 
hemorragia considerável. O socorrista deve estar alerta 
para sinais mais sutis, como, por exemplo, ansieda-
de, agitação e dispnéia. 
2 0 2 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AO TRAUMATIZADO 
O indicador mais confiável de sangramento intra-
abdomínal é a presença de choque de origem não expli-
cada. Esta é a razão pela qual é imperativo reconhe-
cer os sinais precoces. O exame do abdome no doen-
te consciente pode ser confiável ou não. Fraturas de 
bacia ou das últimas costelas podem provocar dor, 
sem que haja necessariamente lesão intra-abdominal. 
Os sintomas podem ser mascarados por álcool ou 
outras drogas. As informações das crianças com fre-
qüência não são confiáveis e os idosos podem ter res-
posta alterada à dor. Se o paciente tiver dor de outras 
lesões, que desvie a atenção, como fratura de extre-
midades ou de coluna, pode ser que não refira dor à 
palpação abdominal. Por sua vez, o sangue fresco no 
abdome não é muito irritante do peritônio e, na maio-
ria dos casos, não causa sinais de peritonite. A cavi-
dade abdominal do adulto pode conter até 1,5 litro de 
líquido sem apresentar sinais de distensão. Por isso, 
pode haver grande quantidade de sangue no abdome 
e o exame físico do doente ser totalmente normal. 
No doente inconsciente ou com lesão cerebral trau-
mática, é difícil avaliar adequadamente qualquer res-
posta verbal. Por isso, o socorrista deve valer-se de im-
pressòes imediatas provenientes de uma variedade de 
outras fontes, incluindo a biomecânica, a informação 
de testemunhas e/ou evidências físicas. Considerando 
tudo isto, a avaliação do trauma abdominal pode ser 
muito difícil. Alguns indicadores seguros para sus-
peitar da presença de lesão abdominal: 
• Mecanismo de lesão ou estrago no carro (volante 
torto) 
• Sinais externos de trauma 
• Choque de causa não explicada 
• Choque mais grave do que o explicado por outras 
Iesões 
• Presença de rigidez abdominal, defesa ou disten-
sào (raramente encontrada) 
A avaliação do doente com suspeita de trauma 
abdominal deve incluir: 
• Inspeção. O abdome deve ser exposto e examina-
do, procurando-se distensão, contusões, abrasões, 
ferimentos penetrantes, evisceração, objeto(s) 
encravados(s) e/ou sangramento evidente. Todos 
estes sinais podem indicar lesões subjacentes. 
• Palpação. A palpação do abdome pode mostrar de-
feitos na parede abdominal ou provocar dor na área 
palpada. Defesa voluntária ou involuntãria, rigidez 
e/ou descompressão brusca dolorosa podem indi-
car laceração, inflamação ou hemorragia. Contu-
do, o socorrista deve evilar a palpação profunda 
quando há evidência de lesão, já que a palpaçâo 
pode aumentar a hemorragia existente e piorar 
outras lesões. A instabilidade pélvica é avaliada pres-
sionando-se,cuidadosamente, o anel pélvico. 
A ausculta dos ruídos hidroaéreos não é útil na 
avaliação pré-hospitalar. O socorrista não deve per-
der tempo tentando verificar se eles estão presentes 
ou ausentes, já que este sinal não muda o tratamento 
pré-hospitalar do doente. 
Todas estas ferramentas de avaliação são necessá-
rias para determinar a presença de lesões com poten-
cial de risco de vida. 
Tratamento 
A conduta no trauma abdominal consiste apenas em 
tratar o que foi identificado durante a avaliação e é a 
mesma qualquer que seja o órgão específico lesado. 
Deve incluir: 
1. Avaliação rápida da cena e do paciente. Depois de 
se certificar de que a cena é segura, tratar as lesões 
com risco de vida identificadas no exame pri-
mário. 
2. Tniciar o tratamento do choque, incluindo a ofer-
ta de altas concentrações de oxigênio. 
3. Aplicar a calça pneumática antichoque (PASG) 
para reduzir a hemorragia intraperitoneal ou re-
troperitoneal suspeitada em pacientes com cho-
que descompensado e, se indicado, tratar o cho-
que profundo. O maior benefício do uso do PASG 
em pacientes traumatizados é a redução da hemor-
ragia intra-abdominal. Existem evidências de que 
o uso do PASG pode ser eficaz no controle da he-
morragia associada a fratura pélvica em pacientes 
com choque descompensado. Siga os protocolos 
locais para o uso do PASG e consulte a regulação 
médica (ver Capítulo 6). 
4. Imobilização e transporte rápido da vítima para o 
hospital apropriado mais próximo. 
5. Iniciar a reposição intravenosa de cristalóides a 
caminho do hospital. 
A intervenção cirúrgica continua sendo uma ne-
cessidade fundamental; não se deve perder tempo na 
tentativa de determinar os detalhes exatos da lesão. 
Em muitos casos, a identificação da lesão orgãnica 
específica só ê possível depois da exploração cirúrgi-
ca do abdome. 
O transporte do doente com lesão intra-abdomi-
nal para hospital que não tenha centro cirúrgico ou 
equipe cirúrgica disponível está em desacordo com o 
objetivo do transporte rápido. Deve ser escolhido 
mo destino o hospital que possa oferecer tratamento 
drúrgico rápido. 
Além dos aspectos gerais do atendimento, comuns 
i todas as lesões abdominais, algumas situações es-
pecíficas merecem considerações especiais. Discuti-
remos a seguir o tratamento de três circunstâncias 
Especiais - objetos encravados, evisceração e trauma 
na gravidez. 
Objetos encravados 
Visto que a remoção de um objeto encravado pode 
causar mais lesões graves e a ponta distal do objeto 
pode estar tamponando sangramento, no pré-hospi-
talar é contra-indicada a remoção de objeto encrava-
do (Figura 7-7). Unxjibjeto encravado no abdome 
riunca deve ser mobilizado_o.n rptirado, No hospital, 
estes objetos não são retirados antes que sua forma e 
localização tenham sido identificadas radiologicamen-
te e haja possibilidade de reposição sangüínea e equi-
pe cirúrgica presente e pronta. O socorrista deve es-
tabilizar o objeto encravado e imobilizá-lo, manual 
ou mecanicamente, para evitar que ele se mexa mais, 
no local ou durante o transporte. Se houver sangra-
mento à volta do objeto, deve ser feita pressão direta 
ã volta do ferimento. com a palma da mão, em torno 
do objeto. O apoio psicológico ao paciente é funda-
mental, especialmente se o paciente estiver vendo o 
objeto encravado. 
Nestes casos, o abdome não deve ser palpado, pois 
B palpação pode provocar mais laceração ou afundar 
mais a ponta do objeto. É desnecessário continuar o 
exame, já que a presença do objeto obriga a explora-
ção cirúrgica. 
Figura 7-7 Um pedaço de madeira pcnetrou no lado direito 
.:o abdome, perfurou o diafragma e rompeu o baço, o 
rstômago e o fígado. O paciente teve boa recuperação. (De 
London PS: A colour allas of diagnosis ajtcr recent injury, 
Londres, 1990, Wolfe.) 
CAPÍTULO 7 T r a u m a A b d o m i n a l 2 0 3 
Evisceração 
Ocorre evisceração quando um segmento do intesti-
no ou outro órgão abdominal passa através de uma 
ferida, ficando fora da cavidade abdominal (Figura 
7-8). O tecido mais comumente observado é o epí-
plon, que fica na frente do intestino. A proteção da 
porção eviscerada do intestino ou de outro órgão. para 
que não sofra mais dano, representa um problema 
especial. Não se deve tentar colocar o órgão de volta 
na cavidade abdominal. Deve-se deixar as \isceras na 
superfície do abdome ou para fora, como estão. A 
maior parte do conteúdo abdominal necessita de 
ambiente úmido. Se o intestino ou algum dos outros 
órgãos abdominais ficar seco, pode ocorrer morte ce-
lular. Por isso, o conteúdo abdominal eviscerado 
ser coberto com compressas^estéreis umedecidas com 
solução salina estéril (pode ser usado o soro fisioló-
gicol, Estas compressas devem ser periodicamente 
reumedecidas com solução salina estéril para evitar 
que fiquem secas. Por cima do curativo umedecido 
pode fazer-se um grande curativo seco, para manter 
o paciente aquecido. 
Trauma na Gravidez 
A gravidez causa alterações anatômicas e fisiológicas 
nos diversos sistemas do organismo. Estas mudanças 
alteram o padrão de possíveis lesões e podem tornar 
a avaliação da paciente um grande desafio. O socor-
rista está lidando com dois ou mais pacientes e deve 
estar atento para as alterações que ocorrem ao longo 
da gravidez. 
O útero aumenta até a 38a semana de gestação. 
Esta alteração anatômica torna o útero e seu conteú-
do mais susceptíveis a lesões, incluindo ruptura. fe-
rimentos penetrantes, descolamento de placenta 
(quando parte da placenta se solta da parede uterina) 
e rotura prematura de membranas. O útero gravídico 
Figura 7-8 Evisceraçao abdominal. (De McSwain N. E. Jr., 
Paturas J. L: The basic EMT: comprehensive prehospítal patient 
care, 2 ed, St Louis, 2001, Mosby.) 
2 0 4 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AO TRAUMATIZADO 
e a placenta são muito vascularizados, o que pode 
levar a hemorragia intensa. O sangue pode ficar con-
tido no interior do útero. 
A freqüência cardíaca da gestante aumenta ao lon-
go da gravidez, sendo 15 a 20 batimentos por minu-
to acima do normal no terceiro trimestre. Isto difi-
culta a interpretação de taquicardia. A pressão arte-
rial sistólica e diastólica cai 5 a 15 mm Hg durante o 
segundo trimestre, mas volta ao normal no final da 
gravidez. Algumas mulheres podem ter hipotensão 
supina acentuada. Esta condição, a síndrome da hi-
potensão supina, é causada pela compressão do úte-
ro sobre a cava inferior e é geralmente tratada colo-
cando-se a doente deitada sobre o seu lado esquer-
do__(decúbito lateral esquerdoXSe houver indicação 
de imobilTzãção de coluna, deve elevar-se o lado di-
rêlto da prancha 10 a 15 cm, mantendo-a inclinada 
com calçosj3or baixo dela. Com a paciente nesta 
posicão, a gravidade ajuda a deslocar o útero de cima 
da cava inferior, restãürando"õretorno venoso para 
o coração. Se a doente não puder ser rodada, deve 
elevar-se a perna direita para deslocar o ütero para á 
e^qjierda. Estas manobras^diminuem a compressão 
da cavaT^umentãm o fétõrno venoso e, por isso, o 
débito cardíaco. 
Após a décima semana de gravidez, o débito car-
díaco aumenta 1 a 1,5 litro por minuto. No termo da 
gestação, há um aumento de 48% no volume sangüí-
neo. Por causa deste aumento considerável, pode ser 
perdido 30% a 35% do volume sangüíneo sem que apa-
reçam sinais ou sintomas de hipovolemia. 
Embora a protuberância acentuada do abdome seja 
óbvia no final da gravidez, os órgàos abdominais, à 
exceção do útero, permanecem basicamente inalte-
rados. 0 inteslino, que é deslocado para cima, fica 
protegido pelo útero nos dois últimos trimestres da 
gestação. O aumento do tamanho do útero, assim 
como seu alto fluxo sangüíneo, tornam-no mais sus-
ceptível a lesões tanto por trauma fechado quanto 
penetrante (Figura 7-9). O aumento no volume e no 
peso do útero altera o centro degravidade da gestan-
te e aumenta o risco de quedas. O abdome gravídico 
é freqüentemente lesado nas quedas. 
Durante o terceiro trimestre, a elevação do dia-
fragma pode causar dispnéia leve, especialmente se a 
doente ficar em decúbito dorsal horizontal. 
A eclâmpsia, que é uma romplicação do final da 
gravidez, pode mimetizar lesão cerebral. E importan-
te fazer uma avaliação neurológica cuidadosa e in-
vestigar antecedentes associados na história médica 
pertinente. 
O peristaltismo (movimentos propulsivos do in-
testino) está diminuído, de modo que a comida pode 
ficar no estômago por muitas horas após a alimenta-
ção. A doente grávida pode, por isso, ter risco au-
mentado de vomitar e aspirar. Assim como na doente 
não grávida, a ausculta não ajuda na avaliação de le-
sões abdominais. A pesquisa dos batimentos cardía-
cos fetais no local lambém não ajuda, porque sua pre-
sença ou ausência não vai alterar o atendimento pré-
hospitalar. A conduta correta é o transporte rápido 
para um hospital apropriado. 
A perda de sangue por lesão abdominal pode ma-
nifestar-se desde por sinais e sintomas mínimos até 
choque grave. A presença de quanlidacle significati-
va de sangue na cavidade peritoneal geralmente cau-
sa dor pela distensão peritoneal. O peritônio da ges-
tante já está distendido; por isso, ela pode senlir 
menos dor. A condição do feto com freqüência de-
pende da condição da mãe. Entretanto, o feto pode 
estar em sofrimento mesmo que as condições ma-
ternas e seus sinais vitais pareçam estáveis. Os obje-
tivos do tratamento do choque são essencialmente 
os mesmos de qualquer doente em choque e incluem 
cuidado especial em oferecer altas concenlrações de 
oxigênio para suprir as necessidades de ambos, mãe 
e feto. 
Durante o transporte, deve ser iniciada reposi-
ção volêmica vigorosa para combater o choque tan-
to da mãe quanto do feto. Qualquer evidência de 
Esôfago A r c o aórtico Átrio esquerdo 
'.Traquéia ...- Átrio direito 
'' Ky/ - - Coração 
superior . Ventrículo direito 
Processo 
espinhoso 
Coluna vertebral '. •... 
' > '; 
Pâncreas - \ ■  ­  ■ 
■  ■  ­ \ 
—4 Ventrículo esquerdo 
ii­. Esterno 
-'— Diafragma 
- - Fígado 
- Estômago 
. Grande omento 
Intestino delgado 
. Músculo reto 
abdominal 
— Placenta 
Cordão 
umbilical 
Sínfise púbica 
- Clitóris 
Vagina 
Pequenos lábios 
- Grandes lábios 
Figura 7-9 Na grávida, à medida que o útero e o feto crescem 
e passam a ficar acima da sínfise púbica, o íeio fica mais 
susceptível a trauma abdominal, tanto fechado quanto 
penetrante. 
CAPÍTULO 7 T r a u m a A b d o m i n a l 2 0 5 
sangramento vaginal ou rigidez abdominal com san-
gramento externo no último trimestre de gravidez 
deve alertar o socorrista para possível descolamen-
to de placenta ou rotura uterina. Pode ocorrer ex-
sangüinação rapidamente. 
O transporte da gestante traumatizada não deve 
ser retardado. Toda grávida traumatizada deve ser 
transportada com rapidez - mesmo que pareça ter 
apenas lesões leves - para o hospital apropriado mais 
próximo (de preferência um hospital com recursos 
para atendimento no período perinatal). Toda grávi-
da com trauma abdominal deve ser avaliada por um 
médico. A reanimação adequada da mãe i a chave 
para a sobrevivência da mãe e do feto. 
Resumo 
As lesòes intra-abdominais podem ter um risco de vida 
muito alto. Nenhuma outra região do corpo é mais sus-
ceptível a grandes hemorragias sem aparecerem evidên-
cias de lesão. Um paciente com lesão abdominal pode 
piorar rapidamente. Por isso, é fundamental manter um 
alto índice de suspeita de lesão abdominal. 
Raramente é possível identificar no pré-hospitalar 
a extensão da lesào de órgãos abdominais específicos. 
O tratamento do paciente com trauma abdominal in-
clui avaliação rápida e preparação para transporte, oxi-
genação, controle da hemorragia e suporte hemodinâ-
mico. O PASG é útil no tratamento do choque causado 
por irauma abdominal e pélvico, se não houver con-
tra-indicações para o seu uso. O socorrista só pode 
contribuir para o tratamento definitivo do paciente com 
trauma abdominal transportando-o para um hospital 
que possa fazer intervenção cirúrgica de urgência. 
Embora as prioridades de tratamento -
mesmas, alguns tipos de trauma abdominal mere-
cem considerações especiais. As alterações anatc 
micas e fisiológicas da gravidez têm implicac 
significativas no padrão das lesões, nos sinais e sin-
tomas apresentados e no tratamento da grávida 
traumatizada. No pré-hospitalar, o tratamentc 
possível alteração fetal decorrente do trauma con-
siste em tratar de forma efetiva as alterações dç 
perfusão da mãe. O paciente com objeto _ . 
do no abdome ou com evisceração também requ 
cuidados especiais, com o intuito de evitar 
lesões ou complicações. A chave para o atendii 
to ideal do doente com trauma abdomina. £ —. 
ter um alto índice de suspeita, considerandc 
mecanismo de trauma e a presença de choque sem 
causa aparente. 
A T E N D I M E N T O P R E - H O S P I T A L A R AO T R A U M A T I Z A D O 
Os sinais vitais da paciente p o d e m ser explica-
dos pelas alterações fisiológicas da gravidez ou 
ser sinais sutis de choque , mas , cons iderando 
o mecanismo de t rauma e os demais achados 
de avaliação, você manterá u m alto índice de 
suspeita de que possa haver hemorragia inter-
na. A laceração de couro cabeludo e o fato de a 
paciente não lembrar o que aconteceu obrigam 
a imobilização de coluna, que deve ser modifi-
cacla para evitar a compressão da cava. Como a 
oxigenação fetal depende da função cardiorres-
piratória materna , a administração de oxigê-
nio e o supor te hemodinâmico da mãe são os 
melhores t ra tamentos para o feto. Pertence ao 
a tendimento obter as informações adicionais a 
respeito do mecanismo exato de t rauma e dos 
antecedentes obstétricos. Por causa do risco de 
descolamento de placenta, o ideal é transpor-
tar a paciente para u m hospital com recursos 
para prestar a tend imento perinatal . 
As respostas encontram-se na página 424. 
1. Você vai alender é uma mulher de 77 anos que era 
a motorista de um veículo que saiu da estrada e 
colidiu frontalmente com um poste. Estava sem 
cinto. Está consciente, mas confusa e incapaz de 
referir uma queixa específica. Tem uma freqüência 
cardíaca de 72 batimentos/minuto, com ritmo ir-
regular, uma pressão arterial de 82x42 mm Hg e 
uma freqüência venlilatória de 28 por minuto. Das 
possibilidades de explicação para esta situação e 
para os achados de exame da paciente, qual das 
apresentadas a seguir deve ter prioridade na deci-
são do que fazer com a paciente? 
a. Doença cardíaca subjacente. 
b. Hemorragia abdominal. 
c. Efeitos colaterais de medicamento. 
d. Acidente vascular cerebral. 
2. Qual das situações a seguir deve levar a suspeitar 
de lesão de órgão abdominal? 
a. Ferimento por arma branca logo abaixo do ma-
milo direito. 
b. Ferimento por arma de fogo no glúteo esquerdo. 
c. Marca do cinto de segurança. 
d. Todas as anteriores. 
3. Qual é a maior prioridade, das citadas a seguir, no 
atendimento pré-hospitalar de vítima com suspei-
ta de lesão abdominal? 
a. /Vdministração de cristalóides a caminho do 
hospital. 
b. Ausculta de ruídos hidroaéreos. 
c. Identificação dos órgãos especificamente le-
sados. 
d. Procurar sinais de irritação peritoneal. 
4. Qual das afirmações a seguir NÃO é verdadeira a 
respeito do trauma na gestante? 
a. A vítima tem risco aumentado de aspiração de 
conteúdo gástrico. 
b. As alterações fisiológicas da gravidez podem 
atrapalhar a interpretação dos sinais vitais. 
c. Na presença de hipotensão, é útil fazer o deslo-
camento manual do útero para a esquerda, quan-
do a paciente estiver em posição supina. 
d. As prioridades noatendimento dependem da 
freqüência cardíaca fetal. 
5. O indicador mais confiável de possível lesão de 
órgão abdominal é: 
a. Hipotensão sem causa determinada. 
b. Defesa na palpação do abdome. 
c. Vômito. 
d. Ausência de ruídos hidroaéreos. 
CAPÍTULO 7 T r a u m a A b d o m i n a l 2 0 7 
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