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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA LABORATÓRIO DE ANATOMIA APOSTILA SISTEMA ENDÓCRINO Professora Lisiane Oliveira Vitória de Santo Antão, 2008 Sistema endócrino Para um organismo multicelular viver num ambiente variado e às vezes adverso, é necessário mecanismos reguladores. A manutenção da estabilidade dos líquidos corporais está intimamente relacionada com a manutenção da vida. Esta estabilização é realizada através da atividade coordenada de dois sistemas, o nervoso e o endócrino. Esses sistemas agem através da comunicação celular, transmissão de sinais que podem ser do tipo: Neurócrina onde a célula nervosa lança suas moléculas sinalizadoras, chamadas neurotransmissores e estes vão atuar em outros neurônios ou na célula alvo e a informação pode chegar a grande local de distância de onde o impulso nervoso foi gerado. A transmissão parácrina é onde as células lançam suas substâncias e estas vão atuar em células vizinhas, recuando a função de estruturas próximas. A transmissão endócrina é o tipo de transmissão onde glândulas endócrinas lançam suas secreções, chamadas hormônios, diretamente na corrente sanguínea, e os hormônios podem percorrer todo o corpo e atuar regulando a função de células alvo, a grande distância de onde foi lançado e produzido. Essas células alvo podem ser órgãos, vasos ou mesmo outras glândulas endócrinas. Dessa forma podemos definir o sistema endócrino como um conjunto de glândulas sem ducto, por isso chamada endócrinas, que produzem substâncias sinalizadoras chamadas hormônios. Os quais são despejados na corrente sanguínea e levados a todas as partes do corpo, e vão atuar em células alvo regulando a sua função. As principais características das glândulas endócrinas são: 1°)Produzem hormônios, moléculas endócrinas responsáveis pela comunicação celular. Sua principal função é manter a integridade do meio interno, que é extremamente necessária devido às alterações do meio externo. 2°)Não possuem ducto e sua secreção vai direto para a corrente sanguínea. 3°)Podem ser do tipo cordonal ou vesicular. 4°)As secreções podem agir em outros tecidos ou em outras glândulas, regulando suas funções. Constituição O sistema endócrino é composto pelas seguintes glândulas: • Hipófise e pineal, localizadas na cabeça. • Tireóide e paratireóide, localizadas no pescoço. • Timo no tórax. • Pâncreas e supra-renal, na cavidade abdominal. • Testículos, no escroto, na região perineal. • Ovários, na região pélvica. A maioria dessas glândulas são puramente endócrinas, porém algumas delas apresenta agrupamentos isolados que apresentam secreção externa, como acontece com o pâncreas, e transforma-se em glândulas mistas. Hipófise A hipófise é uma glândula endócrina localizada no interior da base do crânio, em um estojo óstio-fibroso denominado sela turca, localizada na face superior do corpo do esfenóide. Assemelha-se a um divertículo. A sela turca é uma caixinha óssea, cuja tampa é representada pelo diafragma da sela. É envolvida pela dura-máter, mas não pela aracnóide ou pia-máter. O infundíbulo encontra- se no espaço subaracnóideo, mas este não chega até o diafragma da sela. Relações: A hipófise relaciona-se superiormente com o quiasma óptico. Essa relação é de grande importância clínica, pois tumores ou distúrbios na hipófise podem levar ao comprometimento ou distúrbios da função visual. Inferiormente relaciona-se com o seio venoso intercarvenoso e com o seio esfenoidal (através da qual pode ser atingida por via nasal). Lateralmente relaciona-se com a carótida interna e estruturas do seio cavernoso. Morfologia: A hipófise apresenta a forma semelhante a um grão de feijão. É de tamanho pequeno, aproximadamente 1cm3 de tamanho e pesa aproximadamente de 0,4 à 0,9 g. Divide-se em 2 lobos de acordo com sua origem embrionária em neurohipófise e adenohipófise. A adenohipófise é derivada de um divertículo superior da faringe. É achatada súpero- inferiormente e apresenta uma concavidade posteriormente na qual a neurohipófise encaixa. A adenohipófise compreende uma porção distal (a maior parte da adenohipófise, localizada anteriormente), uma parte intermediária (localizada entre a parte distal e a neurohipófise), e possui uma parte tuberal (uma camada de células da adenohipófise que se distribuem ao longo do pedículo da hipófise). Entre a porção distal e a parte intermediária existe uma fenda chamada fenda interglandular. Devido a esta fenda, a parte distal muitas vezes foi confundida com a neurohipófise. A neurohipófise tem origem embriológica nervosa e está diretamente ligada ao hipotálamo através do infundíbulo. Está constituída pela eminência mediana do hipotálamo, pela haste do infundíbulo e pelo lobo posterior ou processo infundibular. A eminência mediana é freqüentemente classificada como uma parte do tuber cinério. A neurohipófise desenvolve-se como um divertículo do assoalho do terceiro ventrículo. Estrutura: A glândula hipófise possui regiões distintas: A parte distal da adenohipófise consiste de cordões anastomosados e lâminas de células epiteliais sustentadas por uma lâmina basal. São entremeados por capilares sinusóides dilatados. As células são classificadas em 2 categorias principais: Cromófilas (acidófilas e basófilas) e cromófobas. A parte tuberal contém células basófilas ligeiramente granulosas. A parte intermediária é pouco desenvolvida e possui células poliédricas basófilas e folículos preenchidos por colóide. A neurohipófise está constituída principalmente por axônio amielinios e pitnicitos (células de origem glial). Não possuem estruturas muito bem organizadas e são entremeadas pelo trato hipotálamo-hipofisário e com terminações nervosas que contém secreção. Os axônios são de neurônios situados nos núcleos supra ópticos e paraventricular do hipotálamo. Vascularização: A hipófise é irrigada pelas artérias hipofisárias superiores e uma hipofisária inferior de cada lado, originadas da carótida interna. Também recebe irrigação de várias arteríolas que se originam no círculo arterial do cérebro, ou polígono de Willis, uma anostomose poligonal importante entre 4 artérias que irrigam o cérebro, 2 vértebras e 2 carótidas internas. As artérias dividem-se e um grupo superior e um inferior que irrigam a parte superior e inferior da glândula. As artérias que entram no infundíbulo formam uma rede capilar comum. A rede capilar comum origina vênulas que seguem ao longo da haste, novamente se capilarizam e penetram na parte distal. Assim, a parte distal recebe sangue arterial e venoso conduzindo fatores liberadores de hormônios provenientes do hipotálamo que controlam a porção anterior da hipófise. O sangue então é drenado para veias hipofisárias lateral e inferiores que afluem para os seios cavernosos e intercavernosos. O volume de sangue drenado para veias hipofisárias é menor que aquele dos vasos portais que entram na glândula. Poucos estabelecem conexão direta da drenagem venosa da adenohipófise e não conhece as vias pelas quais o sangue deixa a adenohipófise. Inervação: A neurohipófise recebe sua principal inervação a partir do hipotálamo, através do trato hipotálamo-hipofisário que contêm 2 grupos de fibras: o trato supra-óptico hipofisal e trato tubero-hipofisal. Já a adenohipófise, sua regulação depende dos fatores liberadores de hormônios conduzidos pela circulação porta hipofisária. Função: A hipófise é uma glândula de predominante função importante para o organismo, porque produz hormônios que vão regular a ação de outras glândulas. Muitos comparam o sistema endócrino com uma orquestra, onde a hipófise é o maestrocoordenando a harmonia do conjunto. A adenohipófise produz cinco hormônios: • O hormônio tireotrófico, que estimula a glândula tireóide; • O hormônio gonadotrófico, que estimula as gônadas; • O hormônio adrenocorticotrófico, que estimula a glândula supra-renal; • O hormônio do crescimento que estimula o crescimento; • O hormônio prolactina que estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias. A neurohipófise não apresenta células glandulares, e por muitos autores não é considerada uma glândula, mas ela secreta 2 hormônios peptídicos produzidos no hipotálamo, que são a vasopressima, o hormônio antidiurético e a ocitocina, que estimula a contração de músculo liso das glândulas mamárias estimulando a secreção de leite e estimula a contração uterina. Glândula Pineal A glândula pineal ou corpo pineal é um órgão ímpar mediano, que faz parte do epitálamo, uma região do diencéfalo. Localiza-se numa depressão entre os colículos superiores abaixo do esplênio do corpo caloso, do qual esta separado pela tela coróide do terceiro ventrículo e pelas veias cerebrais. Função: A pineal produz a melatonina, um hormônio sintetizado a partir do aminoácido serotonina. A melatonina regula o ciclo circadiano e é liberado em maior quantidade no escuro durante o sono. A pineal parece exercer influência sobre a atividade da hipófise, do pâncreas endócrino, da supra-renal, das gônadas e da paratireóide. As secreções pineais podem alcançar suas células alvo através do líquido cefálico-espinal (LCE) ou através da corrente sanguínea. Morfologia O corpo pineal mede aproximadamente 7mm de comprimento e 4mm de largura e pesa aproximadamente 160mg. Tem formato piriforme com base voltada superiormente. Está presa por um pedículo que se divide em duas lâminas (superior e inferior), separados pelo recesso pineal do 3º ventrículo. Estrutura A pineal contém cordões e folículos de pinealócitos e células da neuroglia entre as quais se ramificam muitos vasos sanguíneos e nervos. Nos adultos apresentam áreas calcificadas chamadas concreções. Essas concreções são vistas por radiologia. Vascularização A pineal é irrigada pelas artérias pineais, ramos das A.A. coróideas mediais posteriores direita e esquerda e arteriais cerebrais posteriores. São drenadas pelas veias pineais que afluem para as veias cerebrais internas e para veia magna do cérebro. Inervação A inervação é feita pelos axônios simpáticos e por axônios provenientes diretamente do cérebro. Tireóide É uma glândula endócrina situada na porção anterior do pescoço envolvendo a face anterior e lateral da laringe e traquéia, desde a porção inferior da cartilagem tireóide até o quinto ou sexto anel traqueal, ao nível da 5º a 7º vértebras cervicais. Esta situada abaixo dos músculos esternohioideo e omo-hiodeo. Função É responsável pela regulação do metabolismo basal. Produz os hormônios T3 e T4 hidrotirosina e tiroxina, relacionados com o metabolismo basal e produz a calcitonina que regula os níveis de cálcio e fosfato. Morfologia Pesa aproximadamente 25g sendo ligeiramente mais pesadas nas mulheres, podendo haver hipertrofia da glândula durante a menstruação e gestação, pode aumentar também na deficiência de iodo, conhecida como bócio endêmico e no hipertireoidismo. Tem a forma aproximada de um U ou H e consiste de 2 lobos: direito e esquerdo ligados por um istmo. Freqüentemente ao istmo ascende uma massa de tecido glandular que pode chegar até o hióide, essa massa é chamada de lobo piramidal às vezes esse lobo se fragmenta restando apenas as glândulas tireóideas acessórias. Os lobos têm forma aproximadamente ovóide ou cônica de base inferior, eles geralmente não são assimétricos e podem variar de tamanho. Cada lobo mede aproximadamente 5 cm e apresenta 3 faces: uma lateral, uma póstero-lateral e uma póstero- medial. Relações A face lateral é convexa e esta relacionada com os músculos infra-hióideos, esterno hióideo e infra- hióideo; a face póstero-medial esta adaptada à laringe superiormente e a traquéia e esôfago inferiormente e com os nervos laríngeos recorrentes e com os músculos constritores inferior da laringe e músculo cricohioideo. A face póstero-lateral está relacionada com as glândulas paratireóides e com a artéria carótida comum, a qual chega a determinar um sulco vertical nessa face. Também se relaciona com os músculos pré-vertebrais. O istmo une os dois lobos mede aproximadamente 1,25 cm e relaciona-se posteriormente com a cartilagem cricóide e com os 3 a 4 primeiros anéis da traquéia. Estrutura Esta envolvida por uma cápsula fibrosa que lhe adere intimamente, dessa cápsula partem numerosos septos que se aprofundam no seu parênquima dividindo os lobos em pequenos lóbulos. Em torno da cápsula fibrosa está unida uma outra lâmina conjuntiva chamada bainha da glândula tireóide, a bainha é derivada da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical profunda, a lâmina anterior da bainha os músculos infra-hióideos e a lâmina posterior envolve a traquéia e esôfago e os nervos recorrentes da laringe. Cada lóbulo é constituído por folículos revestidos por epitélio simples de células cuboides que repousam sobre uma membrana basal que circunda a luz do folículo, esses são preenchidos por substância coloidal. O colóide é rico em tireoglobulina que funciona como uma reserva a partir da qual tiroxina pode ser sintetizada. Vascularização A tireóide é irrigada pelas artérias tireóidea superior e inferior, a primeira é um ramo da carótida externa atinge o ápice do lobo lateral da glândula; já a segunda é ramo da tireocervical que é ramo da subclávia. A tireóide é drenada pelas veias tireóideas superiores que partem do ápice e desembocam nas jugulares internas, Veias tireóideas médias que saem do terço médio do lobo e desembocam nas jugulares internas e Veia tireóidea inferior que parte da base dos lobos e desemboca na veia braquiocefálica esquerda. Inervação É inervada por gânglios cervicais superior, médio e inferior da cadeia simpática e por ramos do nervo vago. Glândulas Paratireóides São dois pares de glândulas (duas direita e duas esquerda) situadas junto à cápsula fibrosa da face posterior de cada lobo lateral da glândula tireóidea. São duas de cada lado, um par superior que se situa ao nível da cartilagem cricóide e um par inferior que se situa próximo a margem inferior dos lobos. Função As glândulas paratireóides produzem o paratormônio que controla o metabolismo do cálcio e do fosfato. Agem aumentando a concentração do cálcio e diminuindo o fosfato da corrente sanguínea. A secreção de paratormônio depende da concentração de íons cálcio no sangue. Morfologia As glândulas paratireóides são pequenas estruturas ovóides que medem 3 a 4 mm de largura e pesam aproximadamente 50mg. Cada glândula possui uma cápsula da qual partem septos que penetram na glândula, mas não apresentam lobos distintos. Estrutura São compostas por lâminas e cordões de células principais claras e escuras, entremeadas por células oxífilas. As células principais são as que produzem o paratormônio. Ainda apresentam adipócitos que aparecem na puberdade e aumentam de número até os 40 anos podendo diminuir na velhice. Vascularização São irrigadas pelas artérias paratireóides que são ramos das artérias tireóideas superiores e inferiores. As veias acompanham as artérias. Inervação Possui inervação simpática proveniente dos ramos cervicais e fibras parassimpáticas fornecidas pelo nervo vago. Timo É uma glândula par, situada na parte anterior do mediastino superior à frente dos vasos da base do coração e pericárdio parietal, por trás da metade superiordo esterno e entre os pulmões. Atinge o máximo de desenvolvimento na adolescência e em seguida começa a regredir deixando apenas vestígios na idade adulta. Função Sua função esta relacionada à produção de linfócitos T, seu principal hormônio é a timosina que regula a maturação dos linfócitos T. Admite-se também que seja relacionada ao crescimento. Relações Superiormente com a face anterior dos lobos da tireóide e é recoberto pelas fascias cervicais superficial e profunda e pelos músculos esterno omo-hiodeo e esternotireoideo. Anteriormente com a porção superior do esterno (manúbrio e porção superior do corpo) e posteriormente com a traquéia, pericárdio fibroso e grandes vasos. Lateralmente com as pleuras mediastínicas. No adulto é encontrado na parte superior do mediastino sendo reduzido a uma massa fibroadiposa; a involução reduz a vestígios que constituem o corpo adiposo retro estrenal. Morfologia Está constituído por dois lobos (direito e esquerdo) alongados verticalmente, paralelos e aproximados. Suas faces mediais direita e esquerdas estão em contato fazendo parecer que é um órgão impar e mediano. Os lobos são irregularmente cônicos, de base inferior e freqüentemente do pólo superior partem prolongamentos que sobem pelo pescoço podendo alcançar a glândula tireóide. O timo é envolto por uma cápsula fibrosa que envia septos para a profundidade dividindo o órgão em lóbulos e conferindo-lhe aspecto característico da glândula. Estrutura É uma estrutura linfo-epitelial que possui um córtex e uma medula. É composto por células chamadas timocitos que muitas vezes não se distinguem de linfócitos pequenos. Também possui células epiteliais reticulares que predominam na medula, mas são separadas pelos linfócitos. A medula contém corpúsculos tímicos descritos como ilhotas de células epiteliais dispostas concentricamente que apresentam sinais de hialinização, cornificação e calcificação. Grande parte de sua substância é substituída por tecido adiposo e conjuntivo, reduzindo a sua função e seu tamanho na idade adulta, mas o tecido tímico não desaparece totalmente. Está incluído nos órgãos linfáticos. Vascularização A irrigação é feitas pelos ramos tímicos das artérias tireóideas inferiores, torácica média e intercostal anterior. O sangue é drenado pelas veias tímicas que drenam para as veias braquiocefálica esquerda, torácica interna e tireóidea inferior. Inervação A inervação é feita por fibras amielinícas que formam os plexos peritrabecular e perivascular. Recebe ramos do nervo vago, nervos cardíacos e alça cervical. Pâncreas É uma glândula de função mista ou anfricrina situada transversalmente ocupando a região epigástrica e hipocondria esquerda do abdome; por trás do estômago, separado deste pela bolsa omental, sendo um órgão retro peritoneial. Função Possui função endócrina produzindo os hormônios insulina e glucagon que atuam na regulação do metabolismo principalmente dos carboidratos e uma função exócrina produzindo o suco pancreático contendo enzimas digestivas. Morfologia: O pâncreas possui um formato alongado com aproximadamente 12 a 15 cm de comprimento e cor rosa acinzentado. O pâncreas é dividido em 3 partes: cabeça, corpo e colo. A cabeça está contida na concavidade do duodeno até a flexura duodenojejunal. Raramente o pâncreas envolve completamente o duodeno, quando isso ocorre é chamado de pâncreas anular. Entre a cabeça e o corpo existe uma porção mais estreitada chamada colo. O Corpo assemelha-se a um prisma triangular com 3 faces: antero-superior, antero-inferior, e posterior; O corpo relaciona-se anteriormente com o estômago e posteriormente com a veia porta, veia mesentérica superior e com a artéria aorta. A Cauda é a parte mais móvel do pâncreas, porém o limite entre o corpo e a cauda não é bem definido. Pode ter comprimento suficiente para atingir o hilo esplênico. Morfologia interna A porção exócrina lança seu conteúdo no duodeno através de ductos. São dois ductos pancreáticos: o principal e o acessório. O ducto pancreático principal tem início na cauda do pâncreas, corre para a direita, próximo a superfície posterior. Próximo ao colo toma direção inferior e para esquerda e entra em relação com o colédoco, une-se a ele e desemboca na papila maior. O ducto acessório tem origem no ducto principal, corre superiormente e anteriormente, drenando a cabeça do pâncreas e desemboca na papila duodenal menor. Relações Anteriormente o pâncreas relaciona-se com o estômago e cólon transverso. Posteriormente a cabeça relaciona-se com a veia cava inferior, artéria aorta e vasos renais e gonadais. O colo relaciona-se com as veias mesentéricas superiores e veia porta. O corpo relaciona-se com o diafragma, com a supra-renal e rim esquerdo. A cauda relaciona-se com a veia esplênica e com o rim esquerdo. Estrutura: O pâncreas é organizado em duas formas: em ácinos com ductos constituindo a porção exócrina do pâncreas e em ilhotas pancreáticas. As ilhotas de pancreáticas constituem a porção endócrina do pâncreas. As ilhotas encontram-se disseminadas no pâncreas, variam de tamanho e são circundadas por uma fina membrana basal. É constituída por 3 tipos celulares: As células alfa, que produzem o glucagon, contém grânulos hidrosolúveis de tamanho uniforme; As células beta, que produzem a insulina, são menores e mais numerosas que as células alfa e contém grânulos de tamanho variável solúveis em alcool; E células delta, raramente são encontradas e de origem duvidosa. Vascularização O suprimento arterial do pâncreas é realizado da seguinte forma: Ramos da artéria esplênica suprem o corpo e a cauda A cabeça é irrigada pelas artérias gastroduodenais superiores, anterior e posterior que provem da gastroduodenal e pelas artérias pancreoduodenais inferiores anteriores e posteriores provenientes da mesentérica superior. A drenagem venosa é realizada por veias pancreáticas que drenam para a veia porta, pela veia esplênica e mesentérica superior O pâncreas está irrigado pelas artérias pancreaticoduodenais superior e inferior, sendo que cada uma delas de dividem e formam dois arcos um anterior e outro posterior. Também recebe irrigação através de ramos que partem pela artéria lienal ou esplênica, a pancreática dorsal, pancreática inferior, da pancreática magna e da pancreática caudal. É drenado por veias homônimas. Vale salientar que a veia lienal se anastomosa com a mesentérica superior e desemboca na veia porta hepática. Inervação O Pâncreas é inervado por fibras nervosas a partir do plexos celíacos e mesentérico superior. Estas fibras são autônomas e sensitivas. As fibras sensitivas incluem algumas relacionadas com os reflexos e outras relacionadas a dor. As fibras relacionadas com sensação dolosa do pâncreas entram na medula espinhal através dos nervos esplâncnicos. Glândulas Supra-renais São pequenos corpos amarelos, achatados ântero-posteriormente, situados antero- superiormente a cada extremidade superior do rim. Relações: A glândula direita relaciona-se anteriormente com o fígado e veia cava inferior e posteriormente relaciona-se com o músculo diafragma e com o rim direito. A glândula esquerda relaciona-se anteriormente com o estômago, separado deste pela bolsa omental, com a cauda do pâncreas e com a artéria esplênica. Posterior e inferiormente relaciona-se com o rim esquerdo. Morfologia As glândulas adrenais possuem tamanho variando entre 3 a 5cm, pesam cerca de 5g e sua cor é castanho amarelada. Quanto à forma as glândulas apresentam-se diferentes: A glândula direita é tem forma piramidal com ápice para cima e base voltada para o rim. A esquerda apresenta formatosemilunar, geralmente maior e num nível mais superior que a direita. Ambas as glândulas apresentam uma superfície côncava que entra em contato com o rim. Cada glândula possui um hilo do qual emergem as veias supra-renais e vasos linfáticos. Artérias e nervos penetram no órgão em vários pontos da sua superfície. As glândulas são envoltas por uma cápsula adiposa e revestida juntamente com o rim na fáscia renal. A cápsula adiposa é formada por uma camada de tecido adiposo semi-líquido, semelhante à cápsula adiposa do rim e tem como função formar um coxim adiposo de proteção. A fáscia renal é uma dependência da túnica própria de tecido conjuntivo que reveste o peritônio. Essa camada possui 2 folhetos, um anterior e um posterior que se unem medialmente e se continuam fixando-se fortemente à artéria aorta descendente e veia cava inferior e unem- se acima da supra-renal e abaixo da extremidade inferior do rim entre o rim e a glândula supra-renal existe um septo que separa as duas lojas. Externamente a fáscia renal está uma outra camada de tecido adiposo chamada gordura para-renal. A cápsula adiposa e a gordura para-renal ajudam a uniformizar a pressão abdominal exercida sobre o rim e a glândula supra-renal. Função: Morfologicamente a glândula supra-renal é dividida em córtex e medula, o córtex é dividido em 3 regiões: zona glomerulosa, zona fasciculada e zona reticular. A zona glomerulosa produz os hormônios mineralocorticóides, a zona fasciculada produz os glicocorticóides, e a zona reticular produz os hormônios sexuais. Os mineralocorticóides atuam no metabolismo do sódio e potássio equilibrando os níveis destes eletrólitos. Os glicocorticóides atuam no metabolismo dos carboidratos. A medula produz adrenalina e noradrenalina, e por isso também chamada glândula adrenal. Os efeitos destas substâncias são semelhantes a estimulação do sistema simpático. Estrutura Cada glândula compreende dois componentes endócrinos diferentes, o córtex e a medula. As glândulas adrenais estão envoltas por uma cápsula adiposa e revestidas juntamente com os rins pela fáscia renal. A glândula supra-renal apresenta um córtex externo de cor amarelada, formando uma massa piramidal e uma fina medula constituindo cerca de 1/10 da glândula. O córtex é constituído por cordões celulares longos e finos, separados por sinusóides e apresenta 3 regiões distintas: glomerular, fascicular e reticular. A zona glomerular é a camada externa com células colunares, possuem núcleos extensamente corados e contém certa quantidade de material lipídico. A zona fasciculada é a camada intermediária, é a mais espessa e consiste de cordões com células cubóides. Possuem citoplasma claro devido a acúmulo de gordura. As células se dispõem em colunas verticais intercaladas por capilares. A zona reticular é a camada mais interna, mais próxima da medula. É uma camada mais delgada que a fasciculada e mais espessa que a glomerular. As células desta zona se encontram dispostas em rede. As células mais próximas da zona fascicular têm cor semelhante a esta camada enquanto que as mais próximas da medula são mais escuras e contém mais gordura. A medula é completamente envolvida pelo córtex exceto na região do hilo. A medula é mais escura que o córtex, suas células são poliédricas com citoplasma basófilo contendo grânulos de secreção e núcleos vesiculosos grandes. Vascularização e inervação O suprimento sanguíneo é feito por três fontes: Artérias Supra-renais superiores, médias e inferiores. A supra-renal superior é derivada da artéria frênica inferior, a média da aorta, e a inferior da artéria renal. O sangue proveniente das glândulas supra-renais é drenado para uma veia supra-renal grande (central). A veia supra-renal direita drena diretamente para a veia cava inferior e a veia supra- renal esquerda drena para a veia renal. As glândulas supra-renais possuem um rico suprimento nervoso vindo do plexo celíaco e dos nervos esplênicos torácicos superiores.
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