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Neuroanatomia Anthony Marcos Gomes dos Santos A divisão anatômica do sistema nervoso não leva em consideração bases funcionais. O sistema nervoso central está todo cercado por osso. É composto pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo se divide em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O cérebro se divide em telencefalo e diencéfalo. O tronco cefálico se divide em mesencéfalo, ponte e bulbo. O sistema nervoso periférico não está envolto por ossos, e é composto por gânglios, nervos e terminações nervosas. As meninges são membranas que revestem todo o sistema nervoso central. Elas são as dura-máter, aracnoide e pia-máter. Entre o tecido ósseo e a dura-máter, temos o espaço epidural. Entre dura-máter e aracnoide, temos o espaço subdural. Entre aracnoide e pia-máter temos o espaço subaracnóideo, preenchido por liquido cefalorraquidiano. As elevações do cérebro são chamadas de giros ou circunvoluções. Os giros se agrupam em regiões chamadas de lobos, que recebem os mesmos nomes dos ossos. A substância branca é composta por axônios mielinizados. A substância cinzenta é composta por corpos neurônios. Na medula, a substancia branca é periférica e a cinzenta interna. No cérebro, essa disposição é inversa. No cérebro, a substancia cinzenta mais externa é chamada de córtex. A parte que fica mais para o meio do órgão é chamada de núcleo. - Origem embrionária No final da segunda semana de gestação vamos a formação dos sistemas nervoso central e periférico. Eles vão se originar do chamado ectoderma neural localizado na superfície neural do ectoderma. Induzido pela notocorda, essa parte do ectoderma vai sofrer um espessamento, sendo chamado de placa neural. Em seguida, essa placa neural sofre uma depressão chamada de sulgo neural, que forma duas pontas chamadas de pregas neurais. Essas pregas neurais vão se aproximando até se tocaram, formando uma estrutura chamada de tubo neural. Esse tubo se desprende do ectoderma, gerando outra estrutura adjacente chamada de cristas neurais. O tubo neural dará origem ao sistema nervoso central e as cristas neurais ao sistema nervoso periférico. Esse tubo se fecha inicialmente no meio, gerando duas aberturas chamadas de neuróporos anterior e posterior, que se fecham cerca de 16 dias depois do fechamento central. Quando esses neuróporos não se fecham, causam uma patologia chamada de anencefalia. Após o fechamento total do tubo neural, o encéfalo primitivo se divide em: Prosencéfalo: que se divide em telencéfalo e diencéfalo, que formam o cérebro. Mesencéfalo: não se modifica, continua como mesencéfalo. Rombencéfalo: se divide em metencéfalo, que dá origem a ponte e mielencéfalo, que dá origem ao cerebelo. O restante do tubo se modifica e forma a medula espinhal. Os Lobos cerebrais são formados após o dobramento do embrião, sendo eles: Frontal: é onde acontece o planejamento, preparo e realização de ações. Também estão incluídos aí o córtex motor e o córtex pré-frontal. O Córtex motor controla e coordena a motricidade voluntaria, sendo o córtex motor do hemisfério esquerdo controla o lado direito e vice-versa. Um trauma nessa área pode causar fraqueza muscular ou paralisia. A aprendizagem motora e o movimento de precisão são realizados pelo córtex pré motor. Também temos como função o pensamento abstrato e criativo, influência do pensamento e da linguagem, respostas afetivas, capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e determinação para ação e atenção seletiva. A atividade nesse lobo é alta quando se tem que resolver algum problema novo, visto que a função desse lobo é encontrar soluções práticas para problemas do dia a dia. Occipital: processa os estímulos visuais. Há zonas especializadas para a visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância e assim por diante. Depois de passarem por essa área, chamada de área visual primária, essas informações são direcionadas para a área de visão secundária, onde são comparadas com dados anteriores. O significado do que vemos, porém, é dado por outras áreas do cérebro que se comunicam com a área visual considerando experiências e expectativas. Isso faz com que o mesmo objeto não seja percebido da mesma forma por diferentes indivíduos. Quando essa área sofre uma lesão, provoca a impossibilidade de reconhecer objetos, palavras e até mesmo pessoas conhecidas. Essa deficiência é conhecida como agnosia. Temporal: principal função é o processamento de estímulos auditivos. Como acontece no lobo occipital, as informações são processadas por associação. Quando a área auditiva primaria é estimulada os sons são produzidos e enviados à área auditiva secundaria, que interage com outras áreas do cérebro para atribuir um significado e assim, permitir ao indivíduo reconhecer o que está ouvindo. Parietal: são divididos em anterior e posterior. A primeira porção, chamada de anterior ou somatossensorial tem a função de possibilitar a percepção de sensações como o tato, dor e calor. Por ser a área responsável por receber os estimulo obtidos do ambiente exterior, representa todas as áreas do corpo humano. É a zona mais sensível, logo, ocupa mais espaço em relação a zona posterior, visto que tem que interpretar mais dados. A parte posterior é uma porção secundaria, que recebe, integra, analisa e interpreta os dados recebidos pela área anterior, permitindo o indivíduo localizar-se no espaço, reconhecer objetos através do espaço e etc. Dentro do nosso encéfalo existem cavidades que são chamadas de ventrículos. Essas cavidades se comunicam entre si. Dentro dos ventrículos estão as células ependimárias que se fundem com a pia-máter formando o plexo-coroide, uma estrutura que tem função de produzir líquor ou liquido cefalorraquidiano. Esse liquido vai preencher os ventrículos, sendo renovado três vezes ao dia. Ele passa de ventrículo em ventrículo até chegar ao quarto ventrículo, onde é passado para o espaço entre as meninges. O líquor é eliminado por algumas veias que absorvem esse liquido e liberam ele pelo sangue. Essa drenagem é feita pelo plexo venoso vertebral interno, presente na medula. As granulações aracnoides drenam liquido cefalorraquidiano nas meninges. Uma deficiência nessa drenagem causa a chamada hidrocefalia. O nervo é um conjunto de axônios. Eles estão espalhados pelo corpo com a função de levar impulsos, estando o corpo celular no SNC. Nos nervos espinhais, o corpo celular se encontra na medula. Os nervos espinhais são nervos mistos (aferentes e eferentes). A única divisão na condução do impulso se dá na hora do contato com a medula, onde o estimulo sensitivo passa pela raiz anterior e o estimulo motor passa pela raiz posterior. Temos 33 pares de nervos espinhais iguais que inervam pele e músculos do pescoço pra baixo. Ele tem o mesmo nome das vertebras. No nervo craniano, o corpo celular está localizado no cérebro. São 12 pares, cada um com nome e função especifica: 1º par: nervo olfatório É superior a cavidade nasal, sendo somente sensitivo. 2º par: nervo óptico Ele só é responsável pela visão, sendo unicamente sensitivo. 3º par: nervo óculo-motor Ele movimenta o olho, sendo exclusivamente motor. Inerva a musculatura do olho juntamente com o 4º par: nervo cocrear e o 6º par: nervo abducente. Eles conseguem se deslocar na menor distancia possível graças a razão nervosa (alto número de nervos por fibras musculares). 5º par: nervo trigêmeo É chamado dessa forma porque se divide em três grandes grupos. É o mais espesso dos nervos cranianos, sendo responsável pela sensibilidade da cabeça. É um nervo misto, pois além da função sensitiva tem a função de contraçãoda musculatura da mandíbula. 7º par: nervo facial É um nervo misto. Inerva a pele da face, permitindo que tenhamos expressões faciais. Atravessa toda a glândula parótida, e é responsável pelo sentido da gustação. 8º par: nervo vestíbulo-coclear Está no aparelho vestibular e na cóclea. Essa cóclea é cheia por um liquido chamado de endolinfa, que entra em contato com um epitélio ciliado mandando informações a respeito do equilíbrio. É um nervo puramente sensitivo. 9º par: nervo glossofaríngeo A parte faríngea enerva a musculatura da faringe. A parte glosso está relacionada com a inervação sensitiva da língua. É um nervo misto. 10º par: nervo vago É o que mais se espalha. Inerva todos os órgãos do tórax e abdômen. Também enerva algumas papilas na região posterior da língua, sendo caracterizado como um nervo misto. 11º par: nervo acessório Pega carona com o nervo vago, mas tendo função completamente diferente dele. É um nervo motor que inerva o esternocleidomastóide e o trapézio. 12º par: nervo hipoglosso É o nervo motor da língua.
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