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Resumo Gestão Conflitos Eventos Críticos aula 01 a 05

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AULA 01
Entendo os Conflitos.
Introdução:
Caro aluno, Estamos iniciando mais uma disciplina em nosso curso de graduação em Segurança Pública. Nela veremos o quanto é importante ao profissional de Segurança Pública ter o conhecimento e a habilidade em saber se portar durante a ocorrência de eventos críticos, onde deverá atuar como verdadeiro gestor dos conflitos. Para tanto voltaremos nossa atenção à conceituação do que vem a ser efetivamente um conflito, passo fundamental para o entendimento do objeto da disciplina. Estaremos também descrevendo os estilos de conflitos, conhecendo os aspectos que nos possibilitarão refletir profundamente sobre o tema. Por fim, estaremos aptos a identificar os pontos principais da resolução não violenta de conflitos.
A evolução social x os conflitos de interesses:
Desde o surgimento do homem, através da evolução histórica social, percebemos que ele necessitou se organizar em sociedade, das mais primitivas às atuais, para defender seus interesses.  
Em função da diversidade cultural das pessoas, os diferentes interesses surgidos, nas diversas localidades de nosso país, por vezes, fazem com que haja colisão entre eles, ou seja, o interesse de “A” choca-se com o interesse de “B”, gerando um impasse e surgindo assim o conflito.
Interesses:
Nem todos os interesses são iguais, pois as pessoas possuem suas peculiaridades e interesses diversos. Face à multiplicidade de vontades e objetos das pessoas em uma sociedade, nota-se que o indivíduo estará sempre querendo a supremacia do que ele pensa como correto, ou seja, quer sempre a prevalência de suas vontades e objetivos.
Imaginemos agora, o que iria ocorrer se a sociedade deixasse por conta de seus próprios cidadãos a regulagem de seus conflitos, que por sua conta e risco, iriam viabilizar a solução dos conflitos surgidos.
Bem, como todos nós sabemos não foi isso que ocorreu, ou pelo menos nos dias atuais não ocorre mais. Pois, quando os interesses conflitantes surgem e geram uma crise, o Estado, em regra, procura através das normas editadas, gerenciar os códigos de convivência em sociedade, visando evitar que a solução desses conflitos fosse feita através da força, o que acabaria por gerar mais violência em torno deles, ou seja, mais problemas do que solução. 
A maior preocupação que o Estado deve ter é não deixar que a violência acabe sendo uma resposta ao conflito e, ao invés de solucioná-lo, gere outros momentos de crise.
Pode-se dizer afinal, que da maneira que os interesses são diversos e distintos, o homem se viu na necessidade de disciplinar determinadas condutas em sociedade. 
Daí podemos dizer que ocorre uma das formas de Gestão dos Conflitos, notadamente, quando a solução vem de um órgão público, ou seja, de cima para baixo, de maneira vertical, como ocorre com atuação dos órgãos de Segurança Pública, na maioria dos casos, visando manter o equilíbrio social. 
Normalmente, tal ação acontece de forma imperativa, assinalando uma pronta e rápida resposta para o conflito surgido. 
Reflexão:
Mas o conflito será sempre algo negativo e que por sua existência o Estado tenha logo que atuar para evitar que haja violência ou um mal maior? 
O que você pensa sobre o assunto? Reflita um pouco.
Conflito e seu conceito:
O entendimento de conflito não pode ser generalizado como algo negativo. Talvez esta possa ser a primeira concepção surgida para a definição de conflito.
Hoje já podemos entender a importância dos conflitos, sejam eles sociais, familiares ou de relacionamentos interpessoais, para a sociedade ou até mesmo, para um pequeno grupo, pois na medida em que são superados percebe-se claramente a evolução que os envolvidos podem alcançar. 
Agora sem mais aquela impressão inicial sobre a negatividade atrelada ao conceito de conflito, na verdade, o que irá determinar se ele será algo positivo ou negativo é a resposta a ser dada na sua gestão e consequente solução.
Vejamos o conceito segundo Dora Schnitman (1999, p. 170): 
[...] os conflitos são inerentes à vida humana, pois as pessoas são diferentes, possuem descrições pessoais e particulares de sua realidade e, pós-conseguinte, expõem pontos de vista distintos, muitas vezes colidentes. A forma de dispor tais conflitos mostra-se como questão fundamental quando se pensa em estabelecer harmonia nas relações cotidianas. 
Pode-se dizer que os conflitos ocorrem quando ao menos duas partes independentes percebem seus objetivos como incompatíveis; por conseguinte, descobrem a necessidade de interferência de outra parte para alcançar suas metas.
Segundo a Wikipédia: (mais na outra disciplina não foi ensinado que Wikipédia não é uma fonte confiável?!?!?)
O conflito surge quando há a necessidade de escolha entre situações que podem ser consideradas incompatíveis. 
Segundo o Novo Dicionário Aurélio, a definição de conflito é a seguinte:
Embate dos que lutam;
Discussão acompanhada de injúrias e ameaças; desavença;
Guerra;
Luta, combate;
Colisão, choque. 
Veja a definição de Sun Tzu (544-496 a.C):
“O conflito é luz e sombra, perigo e oportunidade, estabilidade e mudança, fortaleza e debilidade. O impulso para avançar e o obstáculo que se opõe a todos os conflitos contêm a semente da criação e da desconstrução”.
O que há de mais importante, em todos estes conceitos apresentados, é que devemos entender e perceber que é um fator natural da vida em sociedade o surgimento de conflitos, não há uma sociedade que exista sem possuir algum tipo de conflito. 
O homem, por natureza, procura sempre defender seus interesses, desta forma, o conflito sempre fará parte de sua vida. 
Demonstrando claramente a interação entre os indivíduos de uma sociedade, claro, em algumas culturas eles poderão acarretar soluções mais drásticas e em outras soluções mais amenas, inclusive no que tange aos conflitos familiares.
Então, podemos dizer que conflito é quando há um assunto de comum interesse entre duas ou mais pessoas, que venham a ter opiniões divergentes sobre esse tema e que não conseguem lidar com as diferentes opiniões apresentadas, vindo a gerar uma situação tal que poderá acarretar a necessária gestão do fato em litígio, pois a situação envolve expectativas, por vezes, valores e inspirações próprias.
Formas de lidar com os conflitos:
No passar dos anos, através da evolução social, diversos foram os escritores e teóricos do assunto que propuseram diferentes modelos com estilos próprios para lidar com o conflito. 
Antes:
Não há dúvidas de que uma das primeiras formas em que se pensou para gestão dos conflitos foi através da força, seja ela física ou bélica, daí o surgimento de diversas guerras e brigas sociais. 
Obviamente a solução pela força não representava a melhor a ser seguida, sendo assim passou-se a buscar a solução através do império da lei, ou seja, seguindo o princípio da legalidade. O que também nem sempre representa a melhor solução.
Atualmente:
Podemos citar, a solução através dos interesses identificados das pessoas evolvidas, assim como na análise da possibilidade em atendê-los.
Percebemos que essa evolução também ocorreu de forma bem parecida com nosso direito pátrio, pois nele, antes se entendia preocupação exacerbada com o patrimonial, ou seja, com a solução do litígio. Basta para isso lembrarmos que o filho denominado “bastardo” não possuía qualquer direito sucessório, a questão da mulher que não era casada e diversos outros exemplos. 
Hoje houve a mudança do objetivo também, pensa-se na pessoa envolvida e não apenas no resultado. A união estável está aí para demonstrar tal mudança.
A questão envolvendo o princípio da dignidade da pessoa humana está intimamente ligada à mudança comportamental na gestão de conflitos e na evolução jurisprudencial e doutrinária de nosso Direito.
Nitidamente, verificamos que as formas de lidar com os conflitos passaram por algumas evoluções:
Antes:
Percebia-se apenas a preocupação com o resultado.
Depois:
Percebemos a maior preocupação com as pessoas.
Para melhor ilustrarmos e que você possa compreenderas formas e as possibilidades de lidar com os conflitos interpessoais, iremos analisar a figura a seguir, proposta de Kilmann-Thomas (1975), adaptada por ISA-ADRS e MEDIARE (2007), retirada da apostila do Curso de Mediação de Conflitos 01 da SENASP (p. 7) e os respectivos conceitos de seus termos:
Assertividade:
Grau em que o indivíduo procura defender seus interesses e necessidades com coerência de sentimento, pensamento e ação.
Competição:
O indivíduo busca seus interesses à custa dos interesses de outras pessoas.
Colaboração:
O indivíduo se esforça para trabalhar com o outro na busca de uma solução que atenda, plenamente, o interesse de ambos.
Evitação:
Representa a supressão ou a negação do conflito.
Concessão:
As partes buscam o consenso ou uma solução mútua, que atenda parcialmente seus interesses.
Cooperação:
Grau em que o indivíduo procura satisfazer o interesse de outras pessoas.
Estilos e formas de lidar com os conflitos:
Dominador:
É uma pessoa ou grupo de pessoas, que se envolve em um conflito e possui um grau elevado de interesse, em si mesma, e pouca vontade de cooperação (pouco interesse pelo outro).
Para ela a solução do conflito será perder ou ganhar, onde naturalmente, haverá a imposição da vontade do vencedor ao vencido. 
Na verdade estaremos diante de uma competição, para ver quem é o mais forte para se sagrar vencedor.
Acomodação:
Em outro extremo, temos o caso daqueles que têm baixo ou quase nenhum interesse próprio e alta preocupação em colaborar (muito interesse pelo outro). 
Normalmente, são pessoas que negligenciam seu próprio interesse em detrimento ou em favor da outra pessoa, ou seja, aceitam claramente a concessão em favor de terceiro, por vezes, por achar e entender que estão mesmo errados e que o mais importante no caso será a prevalência da correção de atitudes.  
Muitas delas abrem mão de seus interesses, por acreditar que, em um próximo evento, a recíproca será verdadeira. Ele cede em primeiro momento esperando um reconhecimento futuro.
Integração:
Temos também a ocorrência em que os participantes, embora tenham um grau elevado de interesse em si próprio, possuem muita vontade em cooperar (elevado interesse pelo outro).  
Percebemos que tal conduta envolve a possibilidade de dialogar, trocando informações, para chegar a uma solução aceitável para todos os envolvidos. Podemos denominar como o estilo de integração das partes, através da colaboração.
Evasão ou evitação:
No caso daqueles que possuem pouca ou quase nenhuma preocupação com interesses próprios e baixa vontade de cooperação (pouco interesse pelo outro), vemos claramente o caso das pessoas que fingem que nada está acontecendo, ou seja, se omitem e evitam se envolver no conflito. 
Negociador:
Por acreditar que os extremos não são os caminhos esperados para o melhor manejo dos conflitos, entendemos que deverá haver um meio termo, ou seja, as pessoas que possuem médio interesse próprio e média vontade de cooperação (médio interesse pelo outro) deveriam analisar os prós e os contras de suas opiniões, seria verdadeiramente o que chamamos do estilo negociador (conciliador). Todos visando chegar ao ponto de equilíbrio cedem parte de seu interesse em favor do outro, dando para poder receber.
Negociação X Integração:
Não se confunde a negociação com o estilo de integração/colaboração, pois naquele, os ânimos podem facilmente se exaltar e, ao invés de uma solução pacífica, poderemos ter resultados inesperados, pois os interesses estão em graus elevadíssimos.   
E um debate um pouco mais acalorado pode ser o suficiente para acender o estopim e o resultado poderia ser danoso para os envolvidos e para os que dependeriam daquela gestão conflitante.
Aspectos importantes sobre conflitos:
Quatro pontos de vista apontados por Daniel Seidel:
Conflitos não são problemas:
Devemos, mais uma vez, ressaltar que os conflitos são normais e não há, na verdade, uma definição de positividade ou negatividade relacionada a eles, assim como ele será mau ou ruim. 
Não há também nenhuma correlação no binômio conflito e problema, o segundo sim, sempre que surge é negativo, apresenta-se como uma dificuldade.
Frente ao conflito, podem ser assumidas três atitudes básicas:
Ignorar os conflitos da vida;
Responder de forma violenta aos conflitos;
Lidar com os conflitos de forma não violenta, por meio do diálogo.
Diferença entre conflito e briga:
Briga:
É uma resposta ao conflito e não o conflito propriamente dito. 
A forma como solucionar um conflito é que pode resultar em brigas crônicas e em uma escalada de violência, vide o que ocorre no histórico conflito entre palestinos e judeus. 
Por outro lado, o conflito pode ser terra fértil para cultivar e criar boas opções.
Os benefícios dos conflitos:
Estimula o pensamento crítico e criativo;
Melhora a capacidade de tomar decisões;
Reforça a consciência da possibilidade de opção;
Incentiva diferentes formas de encarar problemas e situações;
Melhora relacionamentos e a apreciação das diferenças; 
Promove a autocompreensão.
Reflexão:
Como desenvolver habilidades para transformar e potencializar os conflitos que em primeira observação seriam destrutivos, em caminhos extremamente construtivos, de maneira a harmonizar/suavizar diferenças e criar soluções satisfatórias para todos?
Mahatma Gandhi – o defensor do Satyagraha:
Devemos tirar muito proveito dos ensinamentos de Mahatma Gandhi.
Mahatma Gandhi foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha como um meio de revolução.
O princípio do satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto), frequentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade", também inspirou gerações de ativistas democráticos e anti-racismo, incluindo Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela.
Freqüentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa).
A resolução não violenta de conflitos:
Nós sabemos, mesmo que empiricamente, que há diversas formas de solução de conflitos, sejam elas formais ou informais; violentas ou não violentas. 
Uma coisa é certa, não é papel exclusivo do Estado a gestão dos conflitos. 
Já verificamos, nesta aula, as possibilidades e os modos de como se dará a solução dos conflitos, vamos relembrar, de forma resumida:
Imposição, força e poder: 
Atuação, em regra, dos órgãos de Segurança Pública;
Baseado no direito e nos interesses: 
Poder Judiciário atuando, por exemplo, através dos juizados especiais cíveis e criminais;
Através da identificação dos interesses de todas as pessoas envolvidas, verificando a possibilidade de atendê-las.
O que nos interessa estudar é a resolução não violenta, que possui os seguintes pontos de interesse:
Finalidade: 
A sua principal finalidade está relacionada ao fato de retirar das pessoas envolvidas nos conflitos, o papel numérico, transformando-as em seres efetivos e atuantes na solução dos conflitos que lhe afligem.
Dificuldade: 
Nossa sociedade prepara de maneira um tanto quanto errônea, o cidadão para quando crescer adotar uma postura de ser sempre vitorioso. O perdedor é ser de segunda classe. As crianças querem sempre ganhar nas brincadeiras e jogos infantis.
Características: 
Conforme declara Daniel Seidel (2007) - Todo o processo de resolução não violenta de conflitos supõe, ao menos, os seguintes elementos:
A possibilidade de cada parte expor seus sentimentos através de frases como: - “Eu sinto isso”;
Uma avaliação racional do processo através de frases tipo: - “Eu penso que isso é a melhor opção por causa daquilo”; ou – “Eu penso que isso não é melhor a melhor opção por causa daquilo”;
O empenho na busca de soluções para o conflito.
Atenção:
Para romper esse ciclo, novos instrumentos destinados à administração de conflito surgem diante das novas necessidades humanas para resolução de conflito pacífica (ou não violenta).
Resolução alternativa de disputa:Dentre outros instrumentos de resolução pacífica de conflito, escolhemos estudar a resolução alternativa de disputa. 
Entender a diferença entre conciliação, arbitragem, mediação e negociação; e o sistema multiportas será nosso objetivo na aula 2.
Estes instrumentos não vieram substituir os anteriores e ainda aplicados, na verdade você pode até pensar assim, mas esses são respostas às novas necessidades da sociedade e são utilizados como mais uma opção de resolução de conflito pacífico. 
Temos e sempre teremos a necessidade das resoluções informais e do Estado (polícia e judiciário), o que se faz é adequar novas realidades de resolução, que buscam atender mais rápido e com mais eficácia a sociedade.
AULA 02
Meios de Resolução de Conflitos.
Introdução:
Agora que já possuímos conhecimento suficiente para sabermos que conflito não é algo negativo e que faz parte da vida do ser humano em sociedade, vamos falar um pouco sobre os métodos de resolução alternativa de disputa (RAD). Para isso iremos conhecer um pouco do método de conciliação, arbitragem, mediação e negociação. Nossa ideia não será o aprofundamento no tema, mas apenas uma breve noção sobre estas possibilidades de solução de conflitos. Não podemos ainda esquecer o mais novo método de solução denominado sistema de multiportas. Por fim, estaremos aptos a perceber que alguns desses métodos poderão ser utilizados pelo profissional de Segurança Pública em sua atividade diária. Veja o site do Comitê Brasileiro de Arbitragem: www.cbar.org.br. Veja também o material disponível no site: Movimento pela Conciliação: www.conciliar.cnj.gov.br. Não deixe de acessar o site: http://www.pailegal.net/mediacao/458.
Terminada a nossa primeira aula chegou a hora de aprofundarmos um pouco mais nos métodos de resolução alternativa de disputa (RAD) ou originalmente denominado Alternative Dispute Resolution (ADR), que são arbitragem, conciliação, mediação e negociação.
Resoluções alternativas de disputa x métodos tradicionais de resolução de disputa:
Os métodos tradicionais de resolução de disputa são:
O método pela força; 
Pela lei; e, 
Pelos interesses identificados das pessoas evolvidas, assim como na análise da possibilidade em atendê-los.
Não há duvida de que por vezes, os métodos tradicionais não estavam resolvendo de forma definitiva os conflitos e não impediam que houvesse a reincidência e o consequente aumento da violência.
Desta forma, como não havia a solução esperada, acaba-se por recorrer ao velho método de solução baseado na força, o que por si só, gera uma reação contrária ao agente de Segurança Pública, criando uma barreira entre ele e a sociedade, pois afinal, quem gosta de ser compelido a fazer algo através de meios coercitivos?
Temos que ter em mente que o profissional de Segurança Pública não será parte do conflito e sim o responsável por geri-lo. 
Há que se ressaltar a importância que tem que ser dada a resolução alternativa de disputa (RAD), que possui benefícios não só para a sociedade, como também, para o próprio agente de Segurança Pública onde haverá profunda transformação nas relações entre eles e a comunidade.
A sociedade já percebeu que os métodos tradicionais atuavam sempre na função de haver um ganhador e um perdedor e por vezes, todos os envolvidos acabavam por saírem perdendo, pois o próprio sistema, já o torna cansativo e dificultoso o suficiente para que não haja um ganhador.
Características históricas mundiais e a RAD:
Em função das dificuldades em gestão dos conflitos pelos métodos tradicionais surgiu a possibilidade de utilizar a RAD, que nada mais é do que uma evolução provocada pelos anseios da sociedade que espera uma solução rápida e prática para seus conflitos de interesses pessoais.
Para tanto, há que ser dado um destaque importante às transformações históricas ocorridas após a Segunda Grande Guerra.
Inicialmente com a queda do regime nazista, foi percebida a bipolaridade mundial, tudo girava em torno do capitalismo americano e do socialismo soviético, em suma, iniciava a “guerra fria”, que só veio a terminar com a queda do muro de Berlim e a consequente fragmentação da União Soviética, acarretando o surgimento do Estado em que vivemos hoje, denominado pelos escritores, como o Estado pós-social.
Com isso, foram inúmeros os conflitos ocorridos neste período pós-guerra.
Destaque-se ainda, os inúmeros movimentos sociais daquela época, tais como os protestos de jovens; grevistas; prós e contra socialistas; feministas; e pacifistas. 
Sem sombra de dúvida estes movimentos alteraram sobremaneira as formas das relações interpessoais, tais como o movimento hippie que se intensificou e influenciou muito os rumos sociais, já na segunda metade dos anos 1960.  
De forma geral houve o surgimento de uma contracultura (mobilização e contestação social) forçando aos gestores e às pessoas ligadas a gestão de Recursos Humanos a uma proeminente necessidade de se buscar alternativas para a solução dos conflitos sociais que estavam surgindo.
O que se pretende mostrar com essa breve passagem histórica é que a sociedade muda constantemente e as formas de solucionar os conflitos de ontem já não serão mais as mesmas para solucionar os conflitos do amanhã.
Aliado a todos esses fatores históricos, temos que trazer ao seu conhecimento que a Organização das Nações Unidas, através da resolução nº 26, de 28 de julho de 1999, do Conselho Econômico e Social, estimulou bastante a criação de métodos alternativos de resolução de conflitos (ADR – Alternative Dispute Resolution). Estamos diante do que a doutrina passou a chamar de justiça restaurativa.
Uma importante ressalva que há de ser feita é que em momento algum se espera que a RAD venha a substituir o poder judiciário na litigância dos conflitos que para ele são levados ou mesmo venha a diminuir os processos judiciais.
Até pode ser que ocorra, por via reflexa, alguma dessas duas hipóteses, mas a importância da RAD é muito mais ampla do que uma simples diminuição de demanda judicial. 
Arbitragem:
A arbitragem envolve um meio não judicial, em regra, de solução de conflitos. No Brasil, esta modalidade de RDA é regulada pela Lei n.º 9.307/96.
A arbitragem não é algo novo, em nossa sociedade, como podemos perceber pela leitura do Código de Direito Canônico de 1983.
Em seu título III (Cânone n.º 1714), fica esclarecida a finalidade em se evitar os juízos e propõe a instituição de juízo arbitral. 
Devemos lembrar que o primeiro Código Canônico data a sua promulgação no ano de 1917, pelo Papa Bento XV o que nos traz a ideia da longa data na qual a arbitragem já era utilizada. 
Conforme verificamos a arbitragem já é utilizada a quase 100 anos pela Igreja Católica. 
Em nosso país, pela constatação observada nas Ordenações Filipinas da época colonial, em seu Livro 3 (Titulo 17: Dos Arbitradores), verifica-se que também já era utilizada esta forma de resolução alternativa de disputa.
Na atualidade, pela simples leitura da lei que regula arbitragem, em nosso país, percebemos que ela poderá ser utilizada para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
Já entendemos que a arbitragem se dá quando as partes, sejam elas pessoas físicas ou jurídicas, decidem pela escolha de um terceiro que será o juiz arbitral.
Por força do art. 3º há duas modalidades de arbitragem em nossa nação:
As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem que seria cláusula compromissória e o compromisso arbitral.
Cláusula Compromissória:
Encontramos a resposta no próprio diploma legal (art. 4º): 
“A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes, em um contrato, comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato”.
Conforme se entende pela cláusula a estipulação é previa ao fato que gerou o conflito de interesse entre as partes.
Requisitos: 
São os constantes no art. 4º, §1º.
Compromisso Arbitral:
Encontramos, na legislação, a seguintedefinição para o termo compromisso arbitral: 
“art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial”.
Requisitos obrigatórios:
São os constantes no art. 10.
Requisitos facultativos:
São os constantes no art. 11.
Sentença arbitral e vantagens da arbitragem:
Conforme se verifica através do art. 31, a sentença arbitral produzirá os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo. Querendo dizer que a solução do conflito poderá ser cobrada junto ao poder judiciário através do processo de execução de título executivo extrajudicial.
Podemos citar ainda, as seguintes vantagens, para se optar pela arbitragem, como forma de gestão e solução de um conflito:
Rápida;
Eficiente;
Possui melhor custo benefício se comparada com um processo judicial ordinário;
Definitiva e constitucional;
Informalidade;
Autonomia de vontade das partes;
Especialidade.
Mediação:
A mediação é um processo de resolução alternativa de disputa, que utiliza da prática não violenta e não interventiva, tendo como maior premissa, a destinação de um terceiro para literalmente mediar a disputa em foco.
Esse terceiro não estará no conflito para apresentar críticas ou julgamentos e sim ouvir os envolvidos e ajudá-los a chegarem à solução razoável.
Na mediação não há uma solução imposta pelo mediador, na verdade ela é produzida pelos próprios envolvidos.
A mediação não visa única e exclusivamente um acordo, mas sim uma possibilidade de entendimentos entre os envolvidos, abrindo espaço para que as pessoas possam ter uma visão maior de respeito ao próximo, percebendo os limites dos seus direitos em detrimento dos direitos dos demais integrantes de sua sociedade.
O conflito na mediação é protagonizado pelas partes, onde elas próprias poderão, após diversas conversas e trocas de informações, todas mediadas através de um terceiro, aqui denominado mediador, que terá a responsabilidade de conduzir o processo, de maneira que não haja a solução violenta de disputa e sim uma solução que tenha grandes possibilidades de se perpetuar.
Nesta forma de solução, por ser oriunda das partes envolvidas, terá mais possibilidade de ser definitiva, pois como foi produzida por elas, terá mais chance de ser satisfatória para todos os envolvidos, evitando que o conflito ressurja e com maior força muitas vezes.
Percebemos na doutrina que mediação não se resume a uma única forma ou tipo de atuação na resolução do conflito, fato este destacado no curso de mediação de conflitos produzido pela SENASP (apostila do Curso de Mediação de Conflitos 02 – p. 4).
Formas de mediação:
Mediação Técnica:
Aquela em que ocorre normalmente a associação às empresas. Onde os mediadores são recrutados e treinados para tal função, muitos possuem inclusive vínculo empregatício.
Mediação Comunitária:
Ocorre na própria comunidade da qual seus mediadores, em regra, são oriundos.
Mediação Forense:
Está relacionada ao poder judiciário.
Mediação Penal:
Utilizada em alguns países, com objetivos de dar soluções aos problemas carcerários.
Mediação Familiar:
Por esta modalidade pretende-se oferecer as famílias que passam por crises, maneiras de solucioná-las através de apoio profissional, com o comprometimento mínimo da estrutura psicoafetiva dos envolvidos.
Mais sobre mediação:
Importante destaque há que ser dado à mediação, onde ela não se presta a soluções de crises e sim a solução de conflitos interpessoais. Para tanto, devemos trazer ao seu conhecimento alguns breves conceitos de crise, extraído da apostila do curso de gerenciamento de crises da SENASP (p. 05 e 06):
Uma manifestação violenta e inesperada de rompimento de equilíbrio, da normalidade, podendo ser observada em qualquer atividade humana;
Situação grave em que os fatos da vida em sociedade, rompendo modelos tradicionais, perturbam a organização de alguns grupos integrados na coletividade; e,
O conceito utilizado pelo Federal Bureau of Investigation (FBI)
“um evento ou situação crucial que exige uma resposta especial da polícia, a fim de assegurar uma solução aceitável”.
Devemos ter ainda em objetivo que a mediação dever ser prioritariamente sigilosa, de forma a preservar os envolvidos, pois como já citado anteriormente, temos diversas formas de mediação, inclusive a familiar, onde por vezes, os conflitos são tratados de maneira muito intima e privada.
Características da mediação:
- É um processo voluntário de solução de conflitos entre as partes;
- O mediador atua como uma terceira parte, sem interesse próprio (desinteressada);
- O mediador não possui poder de decisão; e, 
- A solução é elaborada pelas partes do conflito.
Conciliação:
Nesta forma, podemos perceber algumas semelhanças com o processo de mediação anteriormente analisado.
Mas cuidado, não se confunda, a mediação e a conciliação são processos de resolução alternativa de disputas diferentes.
Na conciliação as partes não atuam de forma própria para resolverem o conflito, na verdade é resolvido por meio ou intermédio de um terceiro, igual na mediação, mas aqui ele sugere as soluções; lá, as próprias partes é que sugeriram as propostas de soluções.
Há uma transferência para esse terceiro, que agora passamos a denominá-lo conciliador, da responsabilidade pela solução do conflito.
De forma resumida, o conciliador, serve como um facilitador e estimulador, para que as partes sejam aproximadas, e com isso ocorra a restauração do diálogo.
O conciliador possui papel importante, no momento em que sugere soluções ao conflito, pois ele está apto a analisar todos os prós e os contras que o caso apresenta e possui assim competência para elaborar as propostas que acreditar serem as mais viáveis para a solução positiva do caso.
Outro ponto a ser destacado é que a conciliação, hoje em dia, poderá ser realizada tanto no âmbito do poder judiciário (conciliação judicial), como também, por mecanismos fora do poder judiciário (extrajudiciais).
Mais sobre conciliação
A conciliação dentro do Poder Judiciário surgiu com o advento da lei que instituiu os Juizados Especiais, Lei n.º 9099/95 (Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm).
Não podemos deixar de destacar que a conciliação não tem o objetivo de se aprofundar na solução do conflito, investigando suas raízes de origem, ela é superficial e atua normalmente entre partes que raramente se conhecem e quase nunca tem relações próximas e continuadas.
É indicada para a solução de conflitos ligados à relação de consumo, geridas através dos juizados especiais cíveis, ou seja, causas de pequena complexidade.
Na conciliação o que se pretende prioritariamente é a obtenção de um acordo e para isso, o conciliador possuiu certa superioridade hierárquica entre os envolvidos, podendo inclusive, sugerir opções de acordos, fazer recomendações, advertências, tomando sempre a iniciativa para chegar ao objetivo maior, que vem a ser a resolução do conflito através da conciliação.
Para tanto, ele terá que possuir habilidade para convencer os envolvidos que a conciliação não ocorrerá se não houver flexibilização e concessão de interesses mútuos, ou seja, todos terão que ceder um pouco para que haja o acordo.
O conciliador deverá ser uma pessoa imparcial e equidistante dos envolvidos, de modo a poder apresentar soluções que visem o acordo e não agradar umas das partes. Ele deverá ser capaz de controlar o tempo da conciliação, pois caso contrário perderá um de seus objetivos, a celeridade.
Lembremos ainda, que a conciliação diferentemente da mediação não será confidencial, podendo por vezes ser assistida por terceiros que nada terão a ver com o conflito em conciliação.
A conciliação na Lei n.º 9.099/95:
Percebe-se pela intelecção da lei, que seu maior objetivo é a conciliação ou a transação penal (Art. 2º) visando com isso, acelerar o processode solução das demandas propostas com base neste diploma legal e, assim, garantir a efetividade da prestação jurisdicional às partes envolvidas.
Apenas a conciliação será objeto de nosso estudo nesta disciplina.
Na lei, verificamos que, antes do julgamento da lide pelo juiz, haverá uma tentativa de conciliação onde as partes poderão chegar a um acordo.
Atenção:
Outra importante característica é o fato de haver previsão legal de remeter a disputa ao juízo arbitral caso as partes não cheguem a um acordo e decidam por tal medida 
Art. 24. - Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.
Nota-se que a conciliação judicial remete para outra forma de resolução alternativa de disputa (RAD) que é a arbitragem, já estudada por nós em nossa disciplina.
Negociação:
Estamos diante do procedimento mais comum e mais utilizado na administração de conflitos, pois negociar faz parte da natureza humana. 
A negociação ocorre nos relacionamentos cotidianos.
Existem diversos conceitos sobre a negociação, preferimos nos filiar ao seguinte:
“Negociação é um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta”. 
(FISHER, R; URY, W. Como chegar ao sim – a negociação de acordos sem concessões. Rio de Janeiro: Imago, 1985).
Todos os cidadãos vivem negociando. Podemos dizer que ela é praticamente, sempre a primeira tentativa que as partes utilizam para tentar solucionar um conflito e para elas próprias chegarem a uma solução, ou melhor, um acordo.
Na negociação, as partes buscam, por si só uma solução para o conflito que lhe afligem. Normalmente esta busca se dá através de uma boa conversa.
A regra é que não há a intervenção de uma terceira pessoa, como na mediação, na arbitragem e na conciliação.
Aqui conforme se pode notar, serão apenas as pessoas diretamente envolvidas no conflito. Não há mediador, conciliador ou mesmo árbitro.
A negociação, que mais nos interessa, é aquela realizada pelos profissionais de Segurança Pública em eventos críticos, que é mais conhecida como negociação de crises policiais, que será objeto de estudo pormenorizado na próxima aula.
Tabelas demonstrativas de diferenças entre os meios de resolução alternativa de disputa:
Para melhor ilustrarmos as diferenças básicas dos já estudos métodos de resolução alternativos de disputa, usaremos as tabelas disponíveis na apostila do curso de mediação de conflitos 01 (Brasil – SENASP, p. 21 e 22), adaptadas para nosso conteúdo.
	
	CONCILIAÇÃO
	MEDIAÇÃO
	OBJETIVO
	Prioritariamente visa a obtenção de um acordo, para isso: 
1. Oferece o enquadramento legal; 
2. Esclarece sobre o direito; 3. O acordo é construído para o tempo presente, baseado em acontecimento passado; 4. Em regra não é confidencial.
	1. O objetivo primordial não é a obtenção de um acordo, mas a transformação do padrão de comunicação e o relacionamento dos envolvidos, visando o entendimento mútuo; 
2. Procura verificar profundamente as causas do conflito. Identificando e combatendo em suas raízes de origem; 
3. Em regra é confidencial.
	FAT0S
	Busca conhecimentos prévios dos fatos.
	A troca de informações e conhecimentos sobre o processo e a matéria a ser mediada acontece em um processo denominado pré- mediação.
	PARTES
	Não cabem às partes aceitação do conciliador, este será designado pelo poder judiciário, em regra. Confere voz as partes e seus representantes.
	Aceitam o mediador. O interesse comum das partes e a satisfação mútua são objetos da mediação.
	PRESENÇA DE TERCEIROS
	Presença do conciliador. Ele irá influenciar sobremaneira na decisão, propondo possibilidades de acordos, sendo permitido opinar, sugerir, apontar vantagens e desvantagens, mas nunca impor uma decisão.
	O mediador não decide pelas partes nem as influencia. É neutro, apenas conduz a mediação de forma a obter seu fim desejado.
	
	ARBITRAGEM
	MEDIAÇÃO
	OBJETIVO
	Proferir a sentença arbitral que está regulada na Lei n.º 9.307/96.
	1. O objetivo primordial não é a obtenção de um acordo, mas a transformação do padrão de comunicação e relacionamento dos envolvidos, visando o entendimento mútuo. 2. Procura verificar profundamente as causas do conflito. Identificando e combatendo em suas raízes de origem. 3. Em regra é confidencial.
	FAT0S
	Busca conhecimentos legais que o fato requer.
	A troca de informações e conhecimentos sobre o processo e a matéria a ser mediada acontece em um processo denominado pré- mediação.
	PARTES
	Na arbitragem, há escolha de um ou mais árbitros que serão indicados por atribuições técnicas que o fato a ser julgado necessita. As partes serão obrigadas a se sujeitarem à sentença arbitral.
	Aceitam o mediador. O interesse comum das partes e a satisfação mútua são objetos da mediação.
	PRESENÇA DE TERCEIROS
	Haverá o árbitro. Ele terá o poder de decidir.
	O mediador não decide pelas partes nem as influencia. É neutro.
	
	NEGOCIAÇÃO
	CONCILIAÇÃO-MEDIAÇÃO ARBITRAGEM
	OBJETIVO
	Assim como na conciliação o objetivo maior da negociação é um acordo a ser celebrado entre as partes.
	Identifica-se com a conciliação e difere da mediação, pois nessa não se busca um acordo. Em relação à arbitragem busca-se uma solução, mas por terceiro denominado árbitro.
	FAT0S
	Na negociação, ocorre a busca aos acontecimentos prévios aos fatos conflitantes. O que se pretende aqui é buscar a origem do problema e de forma negocial chegar a um consenso.
	A arbitragem ocorre à busca de conhecimentos legais que o fato requer. Na conciliação, ocorre à busca de conhecimentos prévios dos fatos. A troca de informações e conhecimentos sobre o processo e a matéria a ser mediada acontece em um processo denominado pré- mediação.
	PARTES
	É uma relação bilateral.
	Além das partes conflitantes temos a presença de um terceiro.
	PRESENÇA DE TERCEIROS
	Não há presença de terceiro. H
	Há a presença de terceiro (mediador, conciliador e árbitro).
ATENÇÃO:
Conciliação X Arbitragem:
Acreditamos que se torna desnecessária outra tabela demonstrando as diferenças entre conciliação e arbitragem, pois basta para você fazer suas análises com as tabelas já existentes.
Sistema de multiportas:
A sociedade está percebendo que os meios atuais de resolução de conflitos, não estão sendo suficientes para trazer a paz social esperada e consequentemente diminuir os processos judiciais no Brasil.
Várias seriam as razões de sua ineficácia, mas iremos destacar aqui a questão cultural do povo brasileiro como a primordial e mais importante.
No Brasil, não temos a cultura da participação popular nas decisões, sejam elas políticas ou não, temos o imaginário popular que uma situação conflitante terá que ser resolvida pela edição de uma simples lei ou que o problema será solucionado pelo governante.
Aliado a todos esses fatores culturais, o povo procura entregar suas demandas nas mãos do poder judiciário, que através dos juízes irá proferir uma decisão.
O povo é dotado de uma passividade extraordinariamente grande.
Percebendo que os meios tradicionais de resolução de conflitos pelo poder judiciário não estavam dando conta da demanda, o Conselho Nacional de Justiça editou a resolução n.º 125 de 29 de novembro de 2010, que foi inspirada no modelo americano denominado multi-door ou simplesmente multiportas.
Previa a existência dentro de tribunais, de opções específicas para que cada caso fosse tratado com a sua peculiaridade específica, ou seja, o caso era previamente analisado e a pessoa interessada era encaminhada para a porta certa em que haveria a possibilidade de obter uma solução de seu conflito.
O CNJ criou com essa resolução os núcleos permanentes de métodos consensuais de solução de conflitos, onde atuariam por força do art. 5º da resolução citada, todos os órgãos do Poder Judiciário e por entidades públicas e privadas parceiras, inclusive universidades e instituições de ensino.
Agora, antes mesmo do CNJ se pronunciar sobre o sistema multiportas,o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, através da resolução n.º 05/2009, já instituía o sistema de multiportas na justiça brasileira.
Já que temos uma noção do que vem a ser o sistema de multiportas, podemos conceituá-lo como sendo: 
A possibilidade de oferta de métodos complementares de resolução pacíficas de conflitos, através da não violência, diferentes dos meios tradicionais e rotineiramente ofertados pelo poder judiciário.
Observa-se a preocupação em colocar a efetiva participação social na solução dos conflitos.
AULA 03
Negociação e Mediação de Conflitos.
Introdução:
Caro aluno, Agora que já passamos, de uma forma geral, por todos os métodos de resolução alternativa de disputa, iniciaremos uma nova etapa na disciplina. Vamos falar, especificamente, sobre a negociação e a mediação de conflitos. Para tanto iremos reconhecer alguns pontos sobre aspectos gerais da negociação e da mediação, as áreas de aplicação, os benefícios primários e secundários. Por fim, estaremos aptos a perceber como esses métodos poderão ser utilizados pelo profissional de Segurança Pública em suas atividades diárias.
Mediação de Conflito:
Convém iniciarmos com uma ressalva que, apesar de já sabermos o que é mediação de maneira conceitual, devemos lembrar que rotineiramente os profissionais de Segurança Pública, em suas ocorrências diárias, não estão realizando mediação.
Basta pensarmos em uma ocorrência na qual o policial, ao chegar e se inteirar dos fatos, percebe tratar-se do que, na gíria policial, é chamado de “feijoada”, ou seja, ocorrências pequenas que geralmente são resolvidas no próprio local ou até mesmo aquelas mais assistenciais.  
Bem, nesse caso, não são raras as vezes em que o policial civil ou militar consegue, por meio do diálogo, mandar os envolvidos embora e não registra nenhuma ocorrência.  
Quando não há nenhuma hipótese de mediação, pelo fato de o policial não dar a devida atenção às denominadas “feijoadas”, muitas delas podem evoluir e até se transformar em crimes de maior potencial ofensivo, causando inclusive descrédito ao serviço do profissional de Segurança Pública.
Outros Tipos de Conflitos:
Além das denominadas “feijoadas”, os policiais e os guardas municipais são rotineiramente procurados para a solução de conflitos diversos que, a princípio, nada teriam a ver com sua função estatal. No entanto, como eles são a única manifestação da presença do Estado em determinadas comunidades, acabam tendo de lidar com algumas questões.
Vejamos os problemas mais comuns:
Infiltração na parede; 
Odor insuportável em virtude de animais, falta de higiene ou problemas com esgoto; 
Som muito alto;
Estacionamento de veículo impedindo a saída e/ou  entrada de seu veículo;
Divergência entre familiares ou problemas na educação dos filhos/netos; 
E diversos outros.
A despeito de muitos casos serem considerados de menor importância, tachados como simples, insignificantes, recebendo do profissional de Segurança Pública, por vezes, a ironia ou o pouco caso, é importante lembrar as razões pelas quais essas pessoas chegaram a tal momento: 
Ausência de comunicação; 
Egoísmo; 
Inveja; 
Orgulho; 
Pequenos conflitos ignorados e/ou malconduzidos que acabaram por agravar a situação. 
O mesmo não ocorre quando o policial, chegando a uma ocorrência, adota medidas enérgicas para que o conflito aparente seja resolvido. 
Nesse caso, apesar de não ter tido mediação, houve desempenho do poder público por meio da aplicação prática dos atributos do poder de polícia.
Considerações:
Devemos ainda lembrar que a mediação deve ser utilizada para tratamento de conflitos interpessoais, e não para eventos de crise, atentando para as considerações a seguir:
Princípio da Legalidade:
Convém ainda ressaltar que, como profissionais da Segurança Pública, estamos todos atrelados a esse princípio constitucional.
Sendo assim, nada mais justo lembrarmos que até a presente data não há um lei que discipline o assunto em nosso país. Ocorre que, o projeto de lei n.º 4.827/98, ainda está tramitando no Congresso Nacional e desde o ano de 2006 aguarda votação pela câmara dos Deputados.
Conceito e aplicação da mediação inserida no projeto de lei:
Inicialmente podemos extrair do art. 2º o conceito do que vem a ser mediação, ou seja, é: 
“a atividade técnica exercida por terceiro imparcial que, escolhido ou aceito pelas partes interessadas, as escuta, orienta e estimula, sem apresentar soluções, com o propósito de lhes permitir a prevenção ou a solução de conflitos de modo consensual.” 
Como se percebe, o legislador manteve a finalidade principal da mediação até aqui estudada, que é a prevenção ou a solução de conflitos de forma amigável e com atuação do mediador de maneira não intervencionista.
Mediação x justiça penal:
Outro ponto de destaque se verifica na leitura do projeto de lei (PL), que somente haverá mediação de natureza civil (art. 1º), o que, sendo o PL aprovado na integra, não deixará de ser um grande retrocesso, pois é de conhecimento geral, o que já ocorre, nos diversos juizados especiais criminais e irá gerar grandes discussões doutrinárias a respeito.
Mediação de todo ou parte do conflito:
A mediação poderá atuar sobre todo ou parte do conflito, tal fato se prende há existirem conflitos complexos, que deverão ter sua abordagem fragmentada.
Sigilo da mediação:
Fato já visto por nós é o caráter sigiloso que a mediação possui e foi materializada no art. 6º do PL.
Acordo resultante da mediação:
Não obstante já ser na arbitragem, aqui neste PL, o acordo resultante da mediação se denominará Termo de Mediação e constituirá um título executivo extrajudicial. 
Propiciará aos mediados ingressarem em juízo para pedirem a execução do citado termo, caso não haja o seu adimplemento voluntário.
Modalidades de mediação:
No art. 3º, existem quatro modalidades de mediação:
Prévia: 
Será prévia quando inexistir processo judicial, podendo ser judicial ou extrajudicial;
Incidental:
Será incidental quando já estiver ocorrendo uma demanda e durante o processo de solução, de maneira incidental, venha ocorrer um conflito, ou seja, é regra a existência de um processo judicial de conhecimento;
Judicial: 
Quando o mediador for alguém indicado conforme preconizado pelo art. 19 do citado projeto de lei pela OAB;
Extrajudicial: 
Quando o mediador for alguém indicado pelo Tribunal de Justiça correspondente.
Conforme se verifica atualmente, o projeto de lei não faz mais a distinção de ser judicial ou extrajudicial, se a mediação ocorrerá dentro ou fora do Poder Judiciário, tal distinção está afeta apenas a escolha do mediador que será utilizado.
Princípios norteadores da mediação:
Conforme ensina Lia Sampaio e Adolfo Neto (2007, p. 38), devemos observar os seguintes princípios: 
Autonomia da vontade das partes, imparcialidade, independência, credibilidade, competência, confidencialidade, diligência, boa-fé, respeito, equidade, celeridade, cooperação, informalidade e acolhimento das emoções dos mediados.
Como pode ser notado, o tema exige muita atenção e um estudo mais detalhado, principalmente, pelo fato de quase todos os princípios norteadores da mediação estarem afetos a conduta do mediador. O que será estudado mais detalhadamente na próxima aula em que trataremos desse tema.
Áreas de Aplicação da Mediação:
Na aula passada, citamos algumas possibilidades de aplicação da mediação, tais como: 
Técnica, Comunitária, Forense, Penal e Familiar.
Nesta aula, não vamos nos prender apenas às mediações citadas. Além de o assunto já ter sido comentado de maneira breve anteriormente, constata-se, por meio da leitura do PL, que a medição não estará restrita a determinado assunto e, por força do art. 4º, ela será permitida em todas as matérias em que se admitem a conciliação, a reconciliação, a transação ou o acordo de qualquer outra ordem, ressalvando-se a previsão já citada do art. 1º (natureza civil).
No entanto, enquanto não ocorrer sua aprovação pela Câmara dos Deputados, continuará sendo possível amediação penal.
Vejamos a seguir algumas áreas de Aplicação da Mediação.
Mediação familiar:
Percebemos que a família é a base da sociedade e, por força constitucional, estará sob a proteção do Estado.
Os conflitos familiares são encarados de maneira equivocada pela sociedade, pois deveriam ser vistos como algo natural ao laço familiar que une essas pessoas, mas, por estarem intimamente ligados à estrutura das famílias e à sua essência, podem abalar todas as relações existentes naquele grupo e acabam sendo analisados de forma negativa.
Por isso, em alguns momentos, os envolvidos podem precisar da ajuda de um terceiro para solucionar o conflito aparente. Normalmente, tal incumbência fica a cargo de um advogado e, por consequência, chega ao Judiciário a fim de que o magistrado, ao final do processo, aponte o culpado pela existência de tal conflito.
Mas o que se pretende com a mediação?
O que se pretende, na mediação, é justamente abolir esse paradigma social de encarar o conflito familiar como algo negativo. 
A intenção aqui é propiciar ao Direito de Família um momento de diálogo, em que os atores principais serão os conflitantes e estes deverão buscar uma solução sem a preocupação de se encontrar um culpado. 
Acabando por fim com a lógica de que terá de haver o bem e o mal, o culpado e o inocente, na verdade, deverá haver uma conscientização de todos os envolvidos para que tenham a real noção da responsabilidade de cada um naquele conflito.
O que se busca é demonstrar que uma relação familiar não acabará com um pedido de divórcio, por exemplo, na verdade o que será encerrada é o relacionamento do casal e não o familiar/parental, pois a relação pai, mãe e filhos é indissolúvel.
Outra atuação importante na mediação familiar é quando não ocorre, ou melhor, inexiste a relação de filiação.
Neste caso, a mediação atuará para que tal dissolução ocorra de maneira pacífica e equilibrada para os envolvidos, pois, notadamente, neste tipo de dissolução conjugal, prevalece o interesse material em detrimento do conjugal, mas não se exclui o interesse sentimental, porque conflito poderá abarcar relacionamentos de irmãos, primos, sobrinhos e outros envolvidos.
Há que se ter em mente que a mediação familiar não se trata de uma terapia de casal ou tratamento psicológico para os envolvidos.
Mediação empresarial e organizacional:
Estamos diante da mediação em que haverá, como partes a serem mediadas, pessoas jurídicas versus pessoas jurídicas.
Nesta mediação, busca-se evitar desperdícios de tempo, afinal de contas, como dito por Benjamin Franklin, “tempo é dinheiro”.
Conforme ensina Lia Sampaio e Adolfo Neto (2007, p. 109):
“A mediação deve levar os envolvidos a pensar que o presente e o futuro dependem deles e a eles cabe construir uma relação mais madura, ou, ainda, que eles poderão encerrá-la de modo mais pacífico.”
Atenção:
Devemos atentar para que a pressão por um resultado rápido e imediato não venha a interferir na administração do conflito, pois poderá acabar sendo um fator decisivo e prejudicial.
Não podemos deixar de perceber que muitos conflitos surgidos nessas relações são oriundos de descumprimento de cláusulas contratuais pré-estabelecidas. 
Sob esse ponto de vista, a solução para este conflito se refletirá na elaboração de novo contrato, de maneira que as partes pactuantes poderão adequar a realidade atual às suas pretensões futuras.
Mediação trabalhista:
Nesta mediação, estamos diante da relação entre partes que, por vezes, estão em total dissonância de interesses, ou seja, empregado e empregador.
Com as experiências surgidas na administração de discussões trabalhistas, procurou-se dar mais efetividade no papel do Ministério do Trabalho na solução desses conflitos.
Não foi à toa que houve a promulgação da Lei n.º 10.101/00.
Nota-se claramente que esta lei visa envolver o capital e o trabalho em benefício do desenvolvimento da empresa, incentivando o empregado a melhorar seu desempenho e, desta forma, impulsionar as atividades das empresas e com isso a sua própria remuneração.
Não podemos duvidar que o Ministério do Trabalho, assim como o Ministério Público do Trabalho, desempenha importante papel na administração dos conflitos trabalhistas. 
Ocorre que eles ficam engessados pela rigidez legal que a todos os órgãos públicos é imposta.
Importante destacar que a cultura brasileira faz com que a mediação trabalhista seja colocada em um segundo plano e subutilizada, pois, em função da grande desconfiança mútua entre as partes que poderiam procurar a mediação, transforma a procura por esta forma de solução de conflito muito aquém do esperado, fazendo com que a demanda na justiça do trabalho, no Brasil, seja algo extremamente elevado em comparação com outros países.
Não podemos deixar de destacar como visto nas palavras de Lia Sampaio e Adolfo Neto (2007, p. 115) que:
“Até hoje passa despercebido que um lado depende do outro. O capital não existirá se não houver trabalho, e vice-versa, apesar de ambos terem interesses e necessidades distintos, mas de mútua dependência. Essa dependência é pouco valorizada, motivo pelo qual o Brasil é um dos países com o maior número de demandas judiciais na área trabalhista”.
Mediação Ambiental:
O Direito Ambiental foi alçado à categoria de Direito Constitucional, ou seja, houve previsão em nossa carta magna de 1988.  
Devemos realçar o especial destaque que foi dado ao meio ambiente, tendo em vista que o poder constituinte originário, destinou o capítulo VI do Título VIII, exclusivamente para tratar do assunto. 
E conforme se denota no art. 225, percebemos a importância que a ele foi dada.
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Ainda em nossa constituição, foi instituída competência comum a todos os entes da Federação para legislar de maneira a preservar o meio ambiente (art. 23, inciso VI), o que só fez aumentar sobremaneira a legislação atinente ao assunto.
O Direito Ambiental vem a ser o que a doutrina chama de direito difuso, pois é caracterizado pela indeterminação dos sujeitos, sua indivisibilidade e pela existência de vínculos decorrentes de eventos naturalísticos, impossíveis de diferenciar na qualidade e separar na quantidade de cada titular.
...que o meio ambiente é um bem de uso comum do povo e foi imposto ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo. Esse dever foi materializado através de diversas leis e decretos.
Como já percebido que a ocorrência de conflitos, na área ambiental, demanda a necessária pronta resposta, a mediação de conflitos tem se mostrado um sistema adequado, já que possibilita o estabelecimento do diálogo entre as partes mediadas e, por fim, proporciona a possibilidade de preservar o meio ambiente e assim, cumprir com o ditame constitucional. 
Mediação escolar:
Diversos países têm investido consideravelmente na educação, pois se percebe que esse é o melhor e mais eficaz caminho de desenvolvimento social.
É na escola que há possibilidade à prevenção, com o uso da mediação (preventiva) ou mesmo, repressiva, no caso do conflito já haver sido instalado. 
Diversos órgãos públicos têm instituído a mediação escolar, pois já perceberam a sua importância em lidar com questões que podem ser resolvidas, propiciando uma comunicação maior entre alunos, professores e funcionários em geral que trabalham com a educação, incluindo, nesse papel importante, as rondas escolares instituídas pelas polícias militares e pelas guardas municipais no Brasil.
A implementação desses programas de mediações escolares são facilitadores de redução dos níveis de violência, tudo isso pelo fator comunicacional, gerado de maneira constante entre todos os atuantes desse cenário.
Diversos programas de mediações escolares são realizadas em nosso país, podemos citar a iniciativa da prefeitura dacidade de Fortaleza.
O que se pretende com essa nova visão de mediação preventiva escolar é quebrar o paradigma de que os adultos devem resolver os conflitos para as crianças e os jovens. 
Agora se espera que eles e as crianças, em conjunto e de maneira comunicativa, se responsabilizem desde cedo por seus atos, ações e opções.
Mediação comunitária:
Visa promover uma busca para a criação de espaços destinados ao diálogo, onde antes não haveria qualquer possibilidade. 
Outro fator importante a ser observado é o pensamento que logo vem à cabeça de que mediação comunitária e polícia comunitária têm estreita relação.
 
A conjugação desses vetores é de suma importância para mudar a política de Segurança Pública no Brasil.
Para tanto, trouxemos para você a experiência que vem ocorrendo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, com a implantação das diversas UPPs.
Inicialmente, as UPPs começaram como os velhos métodos de policiamento ostensivo de antes, ou seja, saturação de uma pequena área geográfica com grande número de policiais, de forma que pela presença maciça de policiais os criminosos iriam sair da localidade, apesar de algumas autoridades continuarem a afirmar que se trata de algo inovador.
Os benefícios primários e secundários:
Não há muito que ser analisado sobre os benefícios apresentados pela utilização da mediação. Sua simples citação já explica tudo, tanto é que eles foram muito bem-destacados, no curso de mediação de conflitos, produzido pela SENASP (apostila do Curso de Mediação de Conflitos 01 – p. 32 e 33), conforme se verifica a seguir:
Benefícios primários: 
Celeridade, efetividade de resultados, preservação da autoria, alinhamento do interesse mútuo, redução do custo emocional, redução de custos financeiros e sigilo/privacidade.
Benefícios secundários: 
Prevenção na formação de conflitos, prevenção na reincidência de conflitos, fluidez na comunicação, melhoria no relacionamento inter/intragrupal e no relacionamento interpessoal.
Negociação de conflitos:
Aspectos gerais:
Já aprendemos, na aula passada, o que é e como se dá a negociação, mas a negociação que mais nos interessa é aquela ligada ao gerenciamento de um evento crítico. 
Para isso, é importante salientar que, dada a sua importância, ela não pode ser confiada a qualquer um; dela ficará encarregado um elemento pré-determinado e com treinamento específico que tecnicamente é chamado de negociador.
Outro dado julgado de importância e relevância é a premissa de que, quem negocia não decide, ou seja, o negociador não tem poder de decisão.
Objetivos da negociação:
A negociação de eventos críticos ligados à Segurança Pública, em regra, irá versar objetivamente para preservar a vida dos envolvidos, cumprir a lei e por fim, garantir a retomada de alguma propriedade que tiver sido indevidamente tomada.
De maneira central a negociação consistirá em uma situação crítica que necessita ser resolvida, dentro da maior possibilidade possível, com a libertação dos reféns e a prisão dos causadores do conflito e, em regra, sem que haja perdas de vidas humanas, pois a vida é o maior bem tutelado em nossa sociedade, não importando de quem ela será, inclusive a dos tomadores de reféns.
Formas de Negociação:
Vários doutrinadores elaboraram uma maneira didática para podermos estudar as formas previstas de negociação, para tanto, dividiram-na em negociação baseada em interesses e negociação baseada na lei, a que obviamente nos interessa mais.
Desta feita, optamos por seguir as formas elencadas na apostila do Curso de Negociação ministrado na graduação de Direito, da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, em 2010 (p. 33), que veremos abaixo:
	DEZ FORMAS DE NEGOCIAR
	Baseadas nos interesses:
	Negociações diretas.
	Negociações informais / paralelas.
	Diálogo entre múltiplas partes.
	Negociações com auxílio de agentes.
	Negociações via facilitador.
	Negociações via mediador.
	Negociações via meta-mediador.
	Negociações via arbitragem.
	Baseadas na Lei:
	Negociações através do juiz.
	Negociações baseadas em força militar ou policial.
Percebemos que o autor se referiu a negociação como gênero de meio de resolução alternativa de disputa, sendo por isso que citou negociação via mediador e via arbitragem.
Não podemos deixar pairar dúvida de que a espécie de negociação que mais nos afeta e nos interessa é aquela baseada na lei, prioritariamente a realizada por força policial, que pode ser conceituada como: 
“Atividade de interação entre as partes, através de policiais com formação específica, utilizando técnicas para alcançar uma solução negociável para a crise, preservando a vida e outros bens jurídicos”.
(fonte: http://www.operacoesespeciais.com.br/alternativatatica.php?item=1).
Mas devemos ter em mente que esta deve ser a última opção a ser adotada, pois as abordagens preliminares e subjacentes precedem, na maioria das vezes, esta opção baseada na força. 
Convém esclarecer que nem sempre a utilização da força proverá o resultado esperado, pelo contrário, poderá promover uma escalada de violência dentro do conflito, de forma que o objetivo principal, que é a defesa dos interesses e principalmente a proteção à vida, acabe sendo avaliada de maneira equivocada e levando a consequências danosas para todos os envolvidos, com perdas de vida e descrédito para os negociadores.
Benefícios da Negociação:
A negociação é a principal alternativa que dispõe os profissionais de Segurança Pública na gestão de um conflito. Em um evento crítico, proporciona:
O ganho de tempo enquanto se aprofunda no teatro de operações, em busca de alternativas, para solução do conflito;
A oportunidade para que os agentes de inteligência exerçam seu trabalho, visando buscar subsídios para o negociador;
Evitar que, pela falta de informações, possa haver precipitação e tomadas de decisões equivocadas;
Como regra, prevenir que ocorram resultados indesejados;
A possibilidade de planejamento e o treinamento dos agentes envolvidos;
A redução da possibilidade de implicações legais indesejáveis;
Evitar consequências psicológicas ruins para os envolvidos;
Evitar que pessoas despreparadas tomem ações isoladas injustificáveis;
Um aumento considerável na probabilidade de sucesso na solução da crise; e,
Que a resolução do evento crítico venha a ocorrer sem feridos, com a menor quantidade de lesionados e/ou vítimas fatais, inclusive dos tomadores de reféns, que a partir deste momento iremos denominá-los apenas de TR.
AULA 04
A Figura do Negociador e do Mediador.
Introdução:
Caro aluno, Agora que já estudamos a definição de conflito e seus estilos, somos conhecedores dos meios de suas resoluções e analisamos alguns aspectos gerais da mediação e da negociação, assim como já podemos citar seus benefícios primários e secundários, falaremos agora, mais detidamente (lentamente), sobre dois dos principais atores da mediação e da negociação, que são o mediador e o negociador. Aqui versaremos sobre a neutralidade do mediador, seus conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias, assim como o negociador e suas características e formas de atuação. Verificaremos ainda, a importância da observação de algumas características para criação de um ambiente propício para a mediação.
Características do ambiente de mediação:
Inicialmente, queremos lembrar que, por mais que a pessoa escolhida como mediador seja capaz e possua condições técnicas e práticas para mediar o assunto que lhe for apresentado, ela necessitará de alguma ajuda externa, que possibilitará uma melhor atuação mediatória, tais como os elementos complementares do escritório de mediação de conflitos citados por Fiorelli e Junior (2008, p. 14-16), que veremos a seguir.
Para tanto, ressaltamos que iremos tratar de aspectos físicos e ambientais do local onde ocorrerá a mediação.
Esses aspectos que, em primeira mão, possam ser considerados desprezíveis ou até mesmo imperceptíveis, podem, no mínimo, contribuir para que a mediação seja positiva, pois não podemosdeixar de lembrar que estamos diante de uma tentativa de resolução de conflitos e os envolvidos, em regra, estão com os ânimos exaltados.
Aspectos a serem considerados:
Cores das paredes do ambiente:
Deve-se preferir cores neutras, com paredes pisos e tetos combinando, para dar uma impressão de harmonia e paz no ambiente utilizado.
Sugerimos que você leia o conteúdo do site http://colorterapia.blogspot.com.br/2011/01/efeito-das-cores-no-organismo-humano.html, onde existem algumas explicações dos efeitos das cores nos seres humanos.
Quadros:
Paredes sem quadros parecem dar impressão de grande vazio e ausência. Mas temos que ter cuidado com a escolha deles, pois imagine situações conflitantes que as pessoas já não estão tão propensas a conversar e para decorar o ambiente colocamos quadros com pinturas de guerras, ideologias políticas e religiosas, tem tudo para atrapalhar o trabalho do mediador.
Deve-se optar por quadros com pinturas bucólicas, tais como colheitas, campos, fazendas, flores, animais silvestres e outras imagens que transmitam ideia de paz e sossego.
Iluminação:
Nesta opção procura-se obter um meio termo, pois luz em excesso pode agitar demais os mediados, enquanto luz em falta pode induzir uma pessoa com tendência a depressão a agravar seus sintomas. 
Temos que ter cuidado também, com a luz natural, está apesar de ser mais indicada, deve ser em quantidade suficiente para que não ofusque a visão dos mediados e transforme o ambiente em calorento. 
Não obstante, devemos atentar que as partes deverão estar expostas da mesma forma, ou seja, não cabe priorizar uma em detrimento de outra, pois poderá causar desconforto e prejudicar a mediação.
Ventilação:
Neste caso opta-se pela ventilação natural. Mas não poderemos abrir mão da ventilação artificial. 
O aparelho condicionador de ar deve ser instalado e usado para manter a temperatura em equilíbrio, atentando para as pessoas que, em geral, quando expostas a situações conflitantes acabam por sentirem mais calor e transpiram em excesso, nesta situação deverá haver uma regulagem na temperatura. 
O objetivo é proporcionar o maior conforto possível aos envolvidos.
Outro cuidado que deve ser observado é evitar que os mediados sejam expostos a correntes de ar, pois pode causar mal estar neles.
Música Ambiente:
Deve ser colocada apenas na sala de espera e a opção de escolha será sempre por músicas de ritmo calmo. A escolha errada poderá acarretar sérios prejuízos ao mediador, que poderá acabar mediando uma pessoa que foi negativamente influenciada pela música ambiente. 
Não se deve optar por rádios que transmitem notícias nem mesmo televisões, pois, nestas opções acabaremos por expor as pessoas mediadas à situações estressantes e incapacitantes no tocante a concentração e meditação.
Material de Leitura:
Aqui encontramos uma boa opção para já prepararmos os mediados ao que eles serão expostos, para isso podemos disponibilizar folhetos explicativos de como ocorrerá a mediação, objetivos e finalidades, ou seja, estaremos fazendo uma preparação da mediação.  
Lembrando que a linguagem e a escrita empregada nos folhetos devem ser totalmente adequadas ao público alvo que o mediador está trabalhando.
Mediador - seu papel, suas funções e características:
Papel e funções:
O mediador tem papel de destaque e relevante durante todo o processo de mediação.
Líder:
Ele atua como um terceiro que vai ser o interlocutor dos mediados durante a tentativa de resolução alternativa de disputa, funcionando como um verdadeiro líder durante a mediação, que se materializará através da gestão e coordenação de todo o processo.
Agente Transformador:
Outro papel de destaque do mediador é o de ser um agente transformador, sobretudo quando atua propiciando condições para que as pessoas possam dialogar e chegarem a um denominador comum, de interesse mútuo, que servirá como parâmetro para prevenção de próximos conflitos que poderão surgir, ou seja, ele transforma a conduta das pessoas e desta maneira, atua de forma preventiva inibindo a ocorrência de outros conflitos.
Facilitador do Processo:
Por fim, o último papel que ao mediador merece ser atribuído é o de facilitador do processo, pois ele servirá como uma válvula de escape durante a mediação para que os envolvidos possam desabafar e colocar para fora toda a sua angústia e nervosismo, visando com isso que a comunicação entre os mediados seja restabelecida.
Atenção:
O mediador de conflitos tem que ter alguns requisitos para exercer essa importante tarefa. 
Ele deve ter respeito pelas pessoas que estão envolvidas na mediação, pois elas normalmente são oriundas daquela comunidade, sendo assim, deve conhecer bem as características daquele grupo, além é claro, de ser uma pessoa responsável.  
Deve também se interessar em buscar atualização permanente através de cursos de capacitação, e também estudando e pesquisando assuntos novos.
Princípios e características:
A seguir iremos apontar alguns princípios e características básicas que deve ser inerente a todos os mediadores e que eles deverão buscar em sua atuação diária na mediação:
Sensibilidade: 
Compreender sem tomar partido, devendo ser totalmente imparcial com as questões envolvidas no conflito, apesar de haver por parte do mediador pré-conceitos estabelecidos, estes deverão ser deixados de lado para melhor análise do conflito.
Ética e conhecimento dos direitos humanos: 
Respeito à dignidade do outro, procurando sempre estar atento às violações de Direitos Humanos, lembrando que o princípio da dignidade da pessoa humana é o fundamental princípio constitucional que norteia a atuação dos profissionais da Segurança Pública.  
A questão ética está relacionada ainda, ao sigilo que a mediação está vinculada, pois o mediador deve guardar segredo dos assuntos tratados na mediação, de forma que a sua manutenção fornece aos envolvidos segurança e confiança.
Conhecimento mínimo da legislação brasileira: 
o mediador deverá conhecer de forma mínima principalmente:
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB); 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); 
Estatuto do Idoso; 
Código Civil em assuntos referentes à mediação familiar e comunitária; 
Código do Consumidor também poderá ser útil;
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), para mediação trabalhista; e,
Outras legislações que somente analisando o caso concreto poderá ser percebida sua necessidade.
Capacidade comunicativa: 
Podemos dizer que a mediação está apoiada em dois pilares fundamentais, a ética e a comunicação.  
Na comunicação não podemos esquecer que ela estará intimamente ligada ao processo como um todo, pois sem uma boa comunicação todo ele poderá ficar prejudicado. Esta capacidade está também na obrigação do mediador atuar de forma a manter o equilíbrio entre os mediados.  
Para isso deverá orientá-los a buscarem todas as informações necessárias para obter uma solução pacífica para o conflito.  
O equilíbrio é fundamental para que ocorra a autonomia da vontade dos mediados de forma genuína e livre, sem que haja interferência danosa de terceiros.
Capacidade de escuta: 
Escutar com atenção e respeito. Para isso o mediador não poderá esquecer-se de como surgem os conflitos e deverá buscar as raízes de suas origens através da escuta de seus mediados.
Capacidade de manter sigilo: 
Já mencionado na questão ética, mas merece ressalva. O sigilo só deverá ser quebrado em casos de condutas criminosas como: homicídio, violência, abuso sexual etc., não podemos confundir sigilo com omissão criminosa por parte do mediador.
Criatividade: 
o mediador deverá ter bom humor, pois se ele for mais uma pessoa que não possua condições de tentar quebrar o gelo entre os mediados, de nada adiantará sua presença. Para isso poderá utilizar de comparações, histórias do cotidiano da comunidade, exemplos de fatos ocorridos (sem quebrar o sigilo), tudo para facilitar o início do diálogo entre os mediados.
Estilo cooperativo: 
Busca da solução do conflito de forma amistosae de comum acordo entre as partes. O mediador não pode desempenhar função que pareça estar liderando as partes da mediação, pois conforme se verifica no site http://www.conima.org.br/etica_mediadores.html, o mediador é:
“... um terceiro imparcial que, por meio de uma série de procedimentos próprios, auxilia as partes a identificar os seus conflitos e interesses, e a construir, em conjunto, alternativas de solução visando o consenso e a realização do acordo...”. 
Como se verifica no conceito abstraído do site citado, percebemos que o mediador é uma pessoa, em regra, comum, que se dispõe ajudar os envolvidos em conflito a retomar o diálogo e buscar assim, soluções.
Mais sobre os princípios e as características do mediador: 
Outro ponto de destaque que há de ser dado ao mediador é a sua imparcialidade, que vem a ser entendida como a inexistência de qualquer conflito de interesses ou relacionamento capaz de afetar o processo de mediação, devendo compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum paradigma, preconceito ou valores pessoais venham a interferir em sua intervenção.
Uma das boas consequências oriundas da administração dos conflitos é que as partes, durante a mediação, aprendem a pensar no bem comum, e não mais apenas no eu sozinho e isolado, enxergando bem mais além dos seus próprios interesses.
Para saber se o mediador teve uma boa atuação, basta perceber se a solução encontrada foi boa e assim o será, se for satisfatória para todas as pessoas envolvidas no conflito.
Funções:
O mediador desempenha, ao longo do processo de mediação, inúmeras funções, dentre elas podemos citar:
Recebe e acolhe as partes, e seus advogados se houver;
Estará prestando todos os esclarecimentos necessários à mediação de forma clara, precisa, objetiva e correta a respeito dos procedimentos e dos objetivos daquela resolução alternativa de conflitos;
Gerencia a atuação dos envolvidos, preservando e buscando sempre o bom andamento dos trabalhos, mantendo a ordem, o respeito à integridade física e emocional dos mediados, atentando sempre para a livre expressão dos mesmos, sem que com isso ocorra o desrespeito;
Estará sempre pronto a formular perguntas construtivas e agregadoras, visando à retomada do diálogo;
Procura buscar a clareza de todas as ideias envolvidas no conflito;
Proporciona o equilíbrio de poder entre os mediados, para que a autonomia de vontade ocorra de maneira livre e espontânea;
É o responsável e o guardião do processo de mediação;
Impede que comportamentos repetitivos venham a ocorrer;
Busca sempre a facilitação da comunicação;
Orienta oportunamente os mediados, para que no futuro não venha ocorrer novo conflito, sempre pegando por base o presente e pregando o respeito pelos fatos anteriores;
Proporciona condições entre as partes para que haja pleno atendimento da solução pactuada, se ela for alcançada.
O que mediador não é:
Aproveitando as lições extraídas do livro O que é mediação de conflitos, de Sampaio e NETO (2007, p. 91), mediador não pode ser considerado:
Juiz nem árbitro: 
Na mediação quem decide não é o mediador e  sim os mediados. Sua participação está em ajudar as partes em tomar as decisões conscientemente, responsabilizando-se por elas.  
Se o mediador fosse juiz ou árbitro, apesar de ser uma terceira parte, teria o poder de julgar, decidir ou arbitrar.
Não é advogado: 
O advogado procura obter alternativas legais e boas para seu cliente, aponta-as para ele. O mediador não, ele não defende nenhum dos envolvidos; ao invés disso, tem preocupação de maneira isonômica com todos os envolvidos, ficando sempre imparcial e de maneira equânime.
O advogado se prende apenas às questões legais que o caso requer, ou seja, a solução para ele será também algo proporcionado pela lei.  
Para o mediador, o problema é percebido como algo relativo às relações interpessoais, busca-se analisar o plano social e após, poderão advir algumas consequências jurídicas, mas estas não serão as prioridades do mediador.
Não é psicólogo: 
O psicólogo visa explorar e ampliar os assuntos emotivos ligados ao lado psicológico da pessoa, aqui, na mediação, o mediador não faz tal análise aprofundada.  
Ele apenas analisa os aspectos superficiais que estão sendo apresentados naquele momento. O que não impede que as pessoas tenham uma mudança comportamental e relacional.
Não é conselheiro: 
O conselho pode acabar sendo uma via onde o mediador irá atuar deixando suas convicções pessoais falarem por si e influenciar de maneira negativa a mediação. Podemos ainda entender que os conselhos poderão acabar afastando os mediados, pois eles poderão ter pouco ou nada a ver com os interesses dos mesmos. O mediador deve apenas orientar a quem os mediados deverão procurar para obter conselhos e opiniões diversas para melhor compreensão do conflito.
Não é professor: 
O mediador deve apenas coordenar o trabalho da mediação, apesar dele possuir conhecimentos técnicos, não poderá achar que tem supremacia intelectual absoluta sobre os mediados, pois se isso acontecer, a mediação se transformará em aulas dominadas pelo ego alterado do mediador.  
Mas não podemos perder de vista que o mediador, geralmente, estará ensinando, em sua condição de profissional de mediação. Ocorre que sua postura não pode e não deve servir de influência para a decisão tomada.
Não é assistente social: 
A postura do mediador deve ser de gestor da mediação e suas atitudes devem servir apenas para auxiliar os mediados a escolherem uma solução, caso seja possível, para o conflito e por eles próprios.  
Em hipótese alguma deve o mediador ser assistencialista amparando os mediados e por possuírem limitações que acabarão por influenciar na gestão do conflito.
Não é médico ou outro profissional da área de Saúde: 
O profissional da área de Saúde procura saber qual o sintoma da doença e administra medicamentos para que a causa termine, ou seja, ele ataca o sintoma do problema, neste caso o conflito.  
O mediador deve buscar de maneira profunda e pessoal a relação existente entre os mediados, de forma a colaborar para que estes possam, sob seu gerenciamento, buscar um “tratamento” profundo para a “doença”.
Não é administrador: 
O papel do mediador não é o de comandar as pessoas mediadas ditando regras estabelecidas por ele. Se isto ocorrer poderemos estar diante de uma conciliação em que a solução do conflito partirá do conciliador.
Não é engenheiro ou outro profissional da área de exatas: 
A mediação é uma forma de gestão de conflito originada entre pessoas, que por razões óbvias não podem ser tratadas como números e cláusulas fechadas, o relacionamento interpessoal deve ser mais aberto e tratado de maneira a privilegiar a espontaneidade  das ações e atitudes e promover a reflexão das pessoas sobre os conflitos.
Como o mediador deve ser:
Bem, já vimos o que o mediador não pode ser e afinal de contas como ele deve ser?
De forma resumida, o mediador deve ser:
Sempre imparcial na condução do processo de mediação. Não poderá agir de maneira a fornecer qualquer privilégio a uma das partes deixando a balança da mediação desequilibrada; 
Independente, não estará vinculado à nenhuma das partes envolvidas na resolução do conflito; 
Competente, para isso deverá ser profundo conhecedor dos processos de mediação e assim terá pleno domínio e poderá coordená-lo de maneira plena objetivando o melhor resultado possível; 
Confidente, já vimos que a mediação é um processo reservado, para isso, o mediador deverá ser discreto e sigiloso em função dos dados e conhecimentos que vierem a ser tratados na mediação; e,
Diligente, o mediador não poderá ser estático, deve sempre procurar, sem poupar esforços, maneiras de solucionar o conflito, buscando sempre as informações que se fizerem necessárias.
Atenção:
Dentro da razoabilidade, deverá ser neutro, mas lembrando que, em razão da natureza humana, isso se torna quase impossível, pois é função do mediador realizar diversos questionamentos enquanto gerencia a mediação. 
Os questionamentos serão

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