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RESUMO DIREITO PENAL III

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RESUMO DIREITO PENAL III – AV1
Todo crime tem que tutelar um bem jurídico
A vida não pode ser interrompida por ação de outrem, dolosa ou culposamente
Tribunal do Júri: julgamento colegiado por serem 7 jurados
Plenitude de defesa
Sigilo de votações
Soberania dos veredictos
Competência para julgar os CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA (homicídio; induzimento, instigação ou auxílio a suicídio por terceiro; infanticídio; aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento (sanção penal para a gestante); aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante (sanção penal só para o agente provocador) e aborto provocado com o consentimento da gestante (sanção penal para quem provoca o aborto)) – arts. 121 a 126, CP
Crimes hediondos: aqueles que merecem maior reprovação do Estado; os indiscutivelmente repugnantes. São os crimes considerados de extrema gravidade, inafiançáveis e insuscetíveis de graça, recebendo tratamento mais rigoroso.
Crime material: só se consuma com a produção do resultado naturalístico
Dolo direto: o agente prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca de realiza-lo.
Dolo indireto: o agente, com sua conduta, não busca resultado certo e determinado.
Dolo alternativo: ocorre quando o agente prevê e quer um ou outro dos resultados possíveis de sua conduta.
Dolo eventual: quando a intenção do agente se dirige a um resultado, aceitando, porém, outro previsto e consequente de sua conduta (não se quer o resultado, mas assume-se o risco de obtê-lo)
Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas não quer e nem assume o risco e pensa poder evita-lo. Acredita-se sinceramente em sua não ocorrência
Culpa inconsciente: ocorre quando o agente não prevê o resultado que era previsível
TIPOS DE CRIME
HOMICÍDIO (art. 121)
É extermínio do ser humano, é MATAR alguém por ação ou omissão (injusta morte)
Admite tentativa (pena nas 3 fases mais diminuição), desistência voluntária (art. 15, CP: ocorre quando o agente começa a praticar os atos executórios do tipo penal pretendido, mas voluntariamente impede a consumação do crime ao interromper sua conduta, ou seja, há o abandono voluntário da prática delitiva, cessando a fase executória da conduta e o resultado inicialmente esperado não ocorre) e arrependimento eficaz (art. 15, CP: “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados”, ou seja, termina todos os atos executórios, mas se arrepende, muda sua conduta a fim de evitar o sacrifício do bem tutelado, revertendo o resultado)
Exige uma intenção ou vontade consciente pelo agente (crime comissivo por ação ou omissão, ou seja, o agente faz o que a norma proíbe)
Crime omissivo impróprio: é a simples omissão de quem tinha o dever de agir
Crime omissivo impróprio (comissivo por omissão): exige do sujeito uma concreta atuação para impedir o resultado que ele devia e podia evitar
Ou então assume o risco de produzir o resultado morte
A consumação se dá com a morte cerebral da vítima
Exame de corpo delito
Necessita que a vítima esteja com vida no momento do crime, pois tentar matar alguém que já está morto configura crime impossível (art. 17, CP)
Classificação: é crime comum quanto ao sujeito, doloso ou culposo, de forma livre (meios diretos, indiretos, psíquicos ou morais), instantânea, material e de resultado
Ação penal pública incondicionada, competindo ao júri seu julgamento
Obs: é crime hediondo quando o homicídio simples é atividade prática de grupos de extermínio, ainda que cometido por um só agente
TIPOS:
BÁSICO:
Simples: matar alguém – pena de reclusão de 6 a 20 anos (caráter residual, pois verifica-se e não se encontra qualificadora ou privilégio)
DERIVADOS:
Privilegiado (art. 121, § 1º) - doloso: é de caráter subjetivo (motivacional), praticado sob o domínio de uma compreensível emoção violenta, desespero ou motivo de relevante valor social ou moral (em seguida à justa provocação da vítima), que diminuam sensivelmente a culpa do homicida. 
É uma causa especial de DIMINUIÇÃO DE PENA (1/6 a 1/3)
Pena: 2 a 6 anos (menor que no tipo simples)
Qualificado (art. 121, § 2º) – doloso: cometido em circunstâncias que tornam o crime mais grave do que já é.
As qualificadoras criam um tipo penal derivado, com penas próprias mais gravosas, ou seja, alteram o patamar da pena base
I – Paga ou promessa de recompensa (morte encomendada a assassino de aluguel) ou por outro MOTIVO TORPE, repugnante (quem ordenou e quem praticou o crime respondem)
	(ex: vingança, rejeição amorosa, disputa de terras, etc.)
II – Motivo fútil, insignificante (desproporção entre o motivo e o resultado obtido)
	(ex: após discussão de casal, em virtude de insignificante dívida, ausência de motivos, etc.)
III – (Meio de execução): emprego de *veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso (camuflado, traiçoeiro) ou cruel (desumano, que causa desnecessário sofrimento), ou de que possa resultar perigo comum (além de matar a vítima, pode causar lesões corporais e até morte de terceiros)
IV – (Meio de execução): à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso (comportamento sorrateiro do agente) que DIFICULTE ou TORNE IMPOSSÍVEL a defesa do ofendido (redução ou eliminação da possibilidade de reação)
V – (Motivo): para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (quando o homicídio é meio para executar outro crime, finalidade última do agente, ou praticado para ocultar a prática de outro ilícito)
VI – (Motivo): contra a mulher por razões da condição de sexo feminino
VII – (motivo): contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF88, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição
Circunstâncias subjetivas: dizem respeito aos MOTIVOS reprováveis (incisos I, II, V)
Circunstâncias objetivas: dizem respeito aos MEIOS de execução (incisos III e IV)
Obs: Qualificadora de caráter objetivo (meios, modos de execução) se compatibiliza com as causas de caráter subjetivo, tendo o privilégio afastando a hediondez), ou seja, a causa de privilégio é preponderante sobre as qualificadoras de caráter objetivo.
Pena: 12 a 30 anos (maior, mais severa)
Culposo (art. 18, II – crime culposo): ocorre quando a pessoa mata outra, MAS sem que tivesse tal intenção nem aceitando riscos que levassem à morte (por imperícia (incompetência), imprudência ou negligência)
É sempre que uma conduta traduz violação do dever objetivo de cuidado.
Não existe tentativa em crime culposo.
CPB, CTB
c.1.) Culposo qualificado (CTB, art. 302, PU): a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60
i) se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício
ii) se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima ou não procura diminuir as consequências de seu ato
iii) foge para evitar prisão em flagrante
(art. 121, §4º): a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos ou maior de 60 anos.
Homicídio praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio (art. 288-A): a pena deve ser aumentada de 1/3 a 1/2 “se o crime for praticado por milícia privada, sob pretexto de prestação de serviço de segurança ou por grupo de extermínio”.
*Milícia privada: organização paramilitar, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP.
Pena: reclusão de 4 a 8 anos
Feminicídio (art. 121, §2º, VI): consiste na morte dolosa de mulher por razão de suacondição de sexo feminino. É crime de ódio baseado no gênero, concernente com a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, sendo considerado crime hediondo.
Sendo considerado homicídio qualificado, a pena será aumentada quando o fato for praticado:
Durante a gestação ou nos três primeiros meses posteriores ao parto
Contra mulher menor de 14 anos, maior de 60 ou com deficiência
Na presença de descendente ou ascendente da vítima
PERDÃO JUDICIAL: é o instituto por meio do qual o juiz, embora reconhecendo a prática do crime, deixa de aplicar a pena (desde que se apresentem determinadas circunstâncias excepcionais previstas em lei e que tornam inconvenientes ou desnecessárias a imposição de sanção penal ao réu). É, assim, causa de extinção de punibilidade, através de sentença declaratória.
Ex: art. 121, §5º, CP
Infanticídio (art. 123, CP): matar, sob a influência do estado puerperal (após romper a bolsa/desequilíbrio fisiopsíquico da mãe), o próprio filho, durante o parto ou logo após, por ação ou omissão (crime de mão própria). Ou seja, em estado puerperal, durante ou logo após o parto. Não há culpa.
Na ausência de exame de sangue (hormonal) conclusivo, depoimentos de testemunhas auxiliam.
In dubio pro reo expressando a presunção da inocência da mãe (“a lógica do in dubio pro reo é que se o magistrado, ao analisar o conjunto probatório, permanecer em dúvida sobre a condenação ou absolvição do réu, deve optar pela absolvição, até porque entre duas hipóteses não ideais é menos traumático para o direito absolver um réu culpado do que admitir a condenação de um inocente. ”)
Há dolo e perda de refreio.
É diferente de depressão pós-parto.
Admite-se tentativa quando sobrevém circunstâncias alheias à vontade da mãe.
O pai pode ser considerado coautor.
Obs: Se for praticado antes do parto, será aborto. Se for praticado muito após o parto, será homicídio.
Pena: detenção de 2 a 6 anos
Crimes de participação em SUICÍDIO (art. 122, CP): “induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça”
*Induzir: criar a ideia na cabeça do agente (é mais grave)
*Instigar: reforçar uma ideia preexistente (a pessoa ainda está em dúvida)
*Auxiliar: ajudar materialmente
Consuma-se com a morte da vítima ou com a produção de lesão corporal grave
Pena: reclusão de 2 a 6 anos SE o suicídio se consuma, OU reclusão de 1 a 3 anos SE da tentativa resulta lesão corporal grave
PU: a pena é duplicada (aumento de pena):
I – Se o crime é praticado por motivo egoístico
II – Se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência
Suicídio não é considerado crime no Dir. Penal Brasileiro.
Crimes de ABORTO (arts. 124 a 127, CP): interrupção da gravidez com a morte do produto da concepção
Conta a partir da implantação do óvulo fecundado no útero
É crime de mão própria pela gestante
O feto é potencial sujeito de direitos.
Formas ilícitas do aborto: eugênico (técnica artificial de seleção do ser humano), social (falta de recursos financeiros da mãe), moral, econômico (miserabilidade da mãe), honoris causa (ocultar desonra própria)
Formas lícitas do aborto: decorrente de estupro (sentimental) – com provas, sejam BO, bebê anencefálico e risco à vida da mãe (terapêutico/por médico/necessário – art.128)
Sujeito ativo:
 mãe: Provocar aborto em si mesma (auto aborto, com ou sem partícipe) ou consentir que outrem lho provoque (partícipe que induz a gestante a permitir que alguém lho provoque) (art. 124, CP)
Pena - detenção, de 1 a 3 anos.
qualquer pessoa: provocar aborto
sem o consentimento da gestante (pena: reclusão, de 3 a 10 anos) – art. 125, CP (mais grave)
com o consentimento da gestante, durante toda a execução abortiva (pena: reclusão de 1 a 4 anos) – art. 126, CP (não admite concurso de pessoas por se tratar de crime de mão própria)
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior (art. 125, CP), se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Ou seja, se a gestante se enquadrar nessas situações, quem lhe provocou o aborto será enquadrado no art. 125, CP, pelo consentimento da gestante ser inválido.
“Forma qualificada” (majorada):
Art. 127, CP: As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Quem induz, instiga ou auxilia a gestante no procedimento de aborto responde pelo art. 124, 1ª parte, CP, por ser partícipe (ex. fornecer medicamento abortivo)
Terceiro que culposamente provoca o aborto responde por lesão corporal culposa.
Se o feto foi expelido vivo, o crime é considerado como tentativa, mas se depois morreu, é considerado aborto consumado. Se o feto sobreviveu, mas ficou com sequelas, é tentativa.
O consentimento de gestante menor de 14 anos é inválido.
Ação penal pública incondicionada
LESÕES CORPORAIS (art. 129)
É dano às funções biológicas, anatômicas, fisiológicas ou psíquicas de alguém; ofensa à integridade corporal ou saúde de outrem (externa ou internamente), bastando o nexo causal com a ação do autor
Por comissão ou omissão no sentido de proteger alguém de uma lesão
Dolosa: quando o agente quer ou assume o risco de produzir o resultado
Culposa: quando o agente infringe seu dever de cuidado (negligência, imprudência ou imperícia)
O sujeito ativo é qualquer pessoa (autolesão não é crime) e o sujeito passivo também
Pode-se receber perdão judicial nos moldes daquele concedido ao homicídio culposo
Comprova-se através do exame de lesões corporais
Pena: detenção de 3 meses a 1 ano
Admite-se tentativa quando, apesar de não alcançado o resultado lesivo, o efetivo dano corporal, prevalecer na conduta do autor o elemento subjetivo de ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. MAS, de acordo com o profº Rodrigo, não admite-se tentativa, por ser tipo penal condicionado ao resultado.
É crime de passagem, posto que é uma lesão de menor entidade, havendo resultado maior e pior (crime maior) posterior a esse. Ou seja, esse crime menor pelo qual passa necessariamente o delito maior.
Não há Tribunal do Júri com lesão corporal, ainda que seguida de morte
Intencionalidade de agir:
Lesão corporal (quis-se o resultado da lesão, mas não a morte, ainda que o resultado morte fosse previsível) x homicídio (quis-se a morte da pessoa, não apenas lesioná-la)
Lesão corporal x injúria real (é aquela em que a ofensa à dignidade ou decoro é praticada mediante vias de fato (se não constitui crime) ou lesão corporal, ou seja, se visa ofender a honra da pessoa, sendo prática agressiva dirigida a ela, sem causa-lhe ofensa à sua integridade física e saúde)
Animus necandi: intento de MATAR
Animus laedendi: intento de prejudicar, de causar lesão corporal
Animus nocendi: intento de prejudicar, explicitamente, com a ação pelo dolo
In dubio pro reo ou favor rei (implica em que na dúvida interpreta-se em favor do acusado. Isso porque a garantia da liberdade deve prevalecer sobre a pretensão punitiva do Estado. O mencionado princípio deve orientar, inclusive, as regras de interpretação, de forma que, diante da existência de duas interpretações antagônicas, deve-se escolher aquela que se apresenta mais favorável ao acusado.)
MODALIDADES:
Lesão corporal de natureza leve (caput) – simples (JECRIM)
“Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”.
Ação penal pública condicionada à representação
Lesão corporal de natureza grave (§1º) – Justiça comum
São as punidas com mais rigor, que se resultam:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias, ou seja, temporariamente (profissionais e do dia a dia) – prazo conta a partir do dia do começo e exclui-se o último;
(Caso a incapacidade dure menos que 30 dias, será considerada lesãocorporal leve)
II - perigo de vida (concreto e demonstrável, mediante realização de prova técnica);
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função (redução de uma capacidade), com continuidade, permanência. OBS: sua perda torna-se lesão corporal gravíssima;
IV - aceleração de parto (nascimento do feto com vida). OBS: se nascer natimorto, será considerado aborto, configurando-se lesão corporal gravíssima.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Lesão corporal gravíssima (§2º)
Penas mais graves por afetarem severamente a vítima, que se resultam:
I - Incapacidade permanente para o trabalho (impedindo o exercício de qualquer atividade profissional remunerada);
II - enfermidade incurável (inexistência de terapia pela Medicina);
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente (alteração no aspecto físico);
V – aborto (tem que haver conhecimento da gravidez)
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte (§3º) – dolosa (homicídio preterdoloso)
Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
(Embora a morte não tenha sido pretendida (não se conclua pela existência de dolo na morte da vítima), a responsabilidade por ela é imputada ao autor na forma deste parágrafo, desde que previsível em face das circunstâncias.)
Lesão corporal privilegiada (diminuição de pena de 1/6 a 1/3) – (§4º)
“Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção (estado emotivo que domina o autor ao ponto de reduzir o juízo crítico de sua conduta), logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. ”
Substituição da pena (§5º) – em caso de lesões corporais leves
O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior (lesão corporal qualificada);
II - se as lesões são recíprocas.
Lesão corporal culposa (§6º)
Ocorre quando da imprudência, da negligência ou da imperícia do autor advém apenas ofensa à integridade corporal da vítima. Independentemente da gravidade das lesões, por não terem sido pretendidas pelo autor do fato (já que ausente o dolo)
Pena: detenção de 2 meses a 1 ano
Aumento de pena em 1/3 (§7º, 9º e 11)
Se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos, se a vítima é deficiente ou se sofreu violência doméstica
OBS: Militar que mata militar, reformado ou na ativa – Justiça Militar
Militar que mata civil – Tribunal do Júri
Abandono de incapaz (art. 133, CP)
“Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono” (impossibilidade de defesa pessoal) – o menor, o idoso e o incapaz
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Exposição ou abandono de recém-nascido
RIXA (art. 137, CP)
É o embate violento, travado entre 3 ou mais pessoas, tendo como essência a confusão e a reciprocidade das agressões.
Consuma-se com o surgimento do perigo decorrente da violência.
CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL (arts. 146 a 154, CP)
A liberdade individual é a faculdade de exercer a própria vontade, nos limites do direito.
Se exaurem com a própria lesão à liberdade
Forma qualificada ou concurso material de crimes se há outra tipificação ulterior
Constrangimento ilegal (art. 146, CP): “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda”
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Aumento de pena (majoradas)
§ 1º – As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º – Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. (CONCURSO MATERIAL)
Exclusão da tipicidade
§ 3º – Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.
Consuma-se no momento em que o indivíduo faz ou deixa de fazer a coisa a que foi constrangido
Admite-se tentativa
Constrangimento ilegal x ameaça (art.147, CP): esta visa apenas atemorizar a vítima
Sequestro e cárcere privado (art. 148, CP): 
Dolo, que se consuma no momento em que ocorre a privação
São crimes permanentes e permitem flagrante delito
“Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado”
Pena – reclusão, de um a três anos.
Sequestro: privação (cercear) da liberdade de locomoção sem confinamento
Cárcere privado: privação (cercear) da liberdade em recinto fechado
Detenção: levar a vítima de casa e prendê-la em outro quarto 
Retenção: impedir que a vítima saia de casa
Aumento de pena (§1º) – 2 a 5 anos
I – em razão da vítima (+60 anos, ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro)
II – (Meio de execução): mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital
III – (Duração): se dura mais de 15 dias
*IV – contra menor de 18 anos (criança e adolescente)
V – com fins libidinosos (abrange homem ou mulher) – apenas se não consumar o ato, pois se ele se consuma, há concurso material (sequestro + estupro)
Qualificadoras (§2º) – 2 a 8 anos
Em caso de maus tratos e sofrimento físico e moral
OMISSÃO DE SOCORRO (art. 135, CP)
Deixar de prestar assistência: à criança abandonada ou extraviada (perdida)
 à pessoa inválida, ferida ou desamparada
Em grave e iminente perigo (risco de morrer ou sofrer lesões graves) ou sem pedir ajuda à autoridade
Pena: detenção de 1 a 6 meses ou multa
Exclui-se a tipicidade em caso de risco pessoal
Art. 13, §2º: “A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. ” (agente garantidor)
Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto o agente garantidor
CRIMES CONTRA A HONRA (arts. 138 a 140, CP)
Honra objetiva: o que as pessoas pensam sobre mim (caráter concreto)
Honra subjetiva: o que eu penso sobre mim
Personalíssimo: ataque pessoal e direto (processa-se mediante queixa-crime)
Peça inaugural nos crimes de ação penal privada, em que o próprio ofendido, ou quem tiver qualidade para representá-lo, faz uma exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias.
Quando é coletivo: discriminação de ódio racial
Calúnia (art. 138, CP): caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como CRIME (fato criminoso falso)
Se consuma com o conhecimento de terceiros (honra objetiva)
Terceiro que propaga incorre no mesmo crime
Pena: detenção de 6 meses a 2 anos e multa
É punível contra memória de quem já morreu
Cabe exceção da verdade (incidente processual concedido ao réu a fim de provar que os fatos imputados ao autor são verdadeiros), o que exclui a tipicidade em caso de comprovação
NÃO se admite contra Presidente ou Chefe de Estado estrangeiro
Calúnia x denunciação caluniosa
é punida porque o criminoso faz com que o aparato estatal perca tempo e recursos investigando alguém por um crime que não ocorreu ou do qual ele é inocente
Difamação (art.139, CP): difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivoà sua REPUTAÇÃO (visa denegrir a imagem da vítima)
Se consuma com o conhecimento de terceiros (honra objetiva)
Descrédito quando à opinião pública
Constitui crime em ambas as situações de imputação verdadeira ou falsa, por denegrir a reputação
Pena: detenção de 3 meses a 1 ano e multa
Exceção da verdade apenas no caso do funcionário público no exercício de sua função
Injúria (art. 140, CP): injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro
Não há fato, apenas ofensa à dignidade e ao decoro (injustiça)
Xingamentos, denominações pejorativas
Se consuma com o conhecimento da vítima (honra subjetiva)
Pena: detenção de 1 a 6 meses e multa
É o menos grave dos crimes contra a honra
Não cabe exceção da verdade
Simples: mera ofenda ao decoro ou à dignidade
Real: ofensa à integridade física, visando atingir à honra (violência/vias de fato – lesão corporal)
Racial: consiste em ofender a honra de alguém, valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem (infração grave)
RETRATAÇÃO X PERDÃO DO OFENDIDO
A retratação significa voltar atrás no que se disse, assumindo o erro ao fazer uma imputação a alguém (calúnia ou difamação), ANTES da sentença, ficando isento de pena.
O perdão do ofendido é a desistência do prosseguimento do feito ou o desinteresse em que haja uma condenação, sendo necessária a aceitação pelo querelado. Havendo concurso de pessoas, o perdão ofertado a um dos querelados se estende aos demais.
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
São cometidos contra pessoa física, jurídica ou Administração Pública
Os bens de valor meramente afetivo e de íntimo valor também contam na Lei Penal
ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS – é isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste capítulo, em prejuízo:
Do cônjuge, na constância do casamento
De ascendente/descendente, de parentesco legítimo ou não, civil ou natural
Entretanto, as escusas não se aplicam em casos de
Violência ou grave ameaça
Estranho que participa do crime
Contra maior de 60 anos
FURTO (art. 155, CP)
Subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel (há dolo na conduta)
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa
É contra pessoa física ou jurídica
O agente não tem a posse e nem a livre disposição sobre a coisa
Aceita desistência voluntária (interrompe o processo executivo por vontade própria e o resultado anteriormente desejado não ocorre), arrependimento posterior (ocorre depois da consumação e o agente tem que devolver o bem antes da denúncia/queixa) e arrependimento eficaz (desistência ou interrupção da execução para salvaguardar o bem jurídico que tinha sido colocado em risco, respondendo só pelos atos já praticados)
Não há agravamento por resultado
Admite-se a forma tentada (antes de se ter a posse do bem)
As coisas de uso comum não podem ser furtadas (água do oceano, areia da praia, pedras de riachos)
Há ausência de pena em furtos famélicos
§1º: Repouso noturno horário em que as pessoas estão dormindo, sem necessariamente ser “à noite”
Há aumento de pena (1/3) se o furto acontece nesse período
Irrelevante ser estabelecimento comercial ou residencial, habitado ou não, com ou sem a vítima estar dormindo
Obs: também engloba veículo particular estacionado em via pública
§2º: substituição (reclusão por detenção), diminuição da pena (1 a 2/3) ou aplicação só de multa pelo juiz:
Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada
INSIGNIFICÂNCIA E BAGATELA
A insignificância tem como marcos definidores a média social e a condição financeira/econômica da vítima. A bagatela, por sua vez, não tem qualquer valor econômico sobre qualquer prisma.
§3º: equiparação à coisa alheia móvel (de qualquer coisa que tenha valor econômico)
Energia elétrica (“gato”), sinal de TV a cabo, fornecimento de água por empresa de abastecimento, sinal de internet por linha telefônica, sinal de linha de telefone público, sêmen de animais (energia genética), leite ordenhado
Obs: O sinal de internet gerado por outras fontes pode ou não configurar furto, dependendo do julgado do Tribunal responsável pelo processo. O sêmen humano não pode ser comercializado, então seu furto não configura crime, neste sentido.
§4º: furto qualificado (qualificadoras objetivas, que dizem respeito ao meio de execução)
Pena: reclusão de 2 a 8 anos, e multa
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa
II – com abuso de confiança (subjetiva), ou mediante fraude, escalada (qualquer forma extraordinária de ingresso ao recinto, como túnel subterrâneo) ou destreza (uso de habilidades especiais)
III – com emprego de chave falsa (qualquer instrumento que abra trancas/fechaduras)
IV – mediante concurso de 2 ou mais pessoas
§5º: furto qualificado: de veículo automotor a ser transportado a outro estado ou para o exterior
Pena: reclusão de 3 a 8 anos
§6º: subtração de semovente domesticável de produção domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração
Pena: reclusão de 2 a 5 anos
Súmula 511, STJ: o privilégio é possível no crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
(O juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1 a 2/3, ou aplicar só multa).
Ação penal: é condicionada à representação se o crime previsto é cometido em prejuízo de: a) cônjuge desquitado, b) irmão, legítimo ou não, c) de tio ou sobrinho com quem o agente coabita
FURTO DE COISA COMUM (art. 156, CP)
Subtrair o condômino, coerdeiro o sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum, desde que a coisa furtada não ultrapasse o valor da quota parte pertencente ao autor da conduta
Pena: de tenção de 6 meses a 2 anos, ou multa
FURTO DE USO: ausência de vontade de se apropriar da coisa, mas com intenção de devolvê-la ao dono (“pegar sem pedir, usar e devolver) – não há crime
Art. 169, CP: Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza (“achado não é roubado”)
Pena: detenção de 1 mês a 1 ano, ou multa
ROUBO (art. 157, CP)
Subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência (física ou psíquica) à pessoa, ou depois de havê-la por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência (patrimônio + liberdade individual) – poder de ação imediato sobre a vítima
Pena: reclusão de 4 a 10 anos, e multa
Juiz singular é quem julga os casos
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro (roubo impróprio)
Aumento de pena de 1/3 até a metade
 (§2º): 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma (próprias e impróprias)
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro estado ou exterior
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
(§3º) – hediondez:
Se da violência resulta lesão corporal grave
Pena: reclusão de 7 a 15 anos, e multa
Se resulta de morte
Pena: reclusão de 20 a 30 anos, sem multa
Latrocínio: é o roubo seguido de morte, antes ou depois do ato
Há violência para a consumação do roubo
Súmula 610, STJ: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima
Latrocínio consumado: quando a vida se esvai, quando a pessoa morre
Latrocínio tentado: quando a pessoa não morre, mas o roubo do bem é feito (não é homicídio, pois o foco é no patrimônio da vítima)
EXTORSÃO (art. 158, CP)
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem econômica,a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa (patrimonial (bens móveis e imóveis) ou pecuniário)
É a contribuição forçada e violenta de algo, ou seja, é necessário que haja a “colaboração” forçada da vítima (a própria vítima tem como resolver a situação sem depender da intervenção de ninguém)
É o ato de obrigar alguém a tomar determinado comportamento, por meio de ameaça ou violência, com intenção de obter vantagem, recompensa ou lucro (vantagem indevida)
Pena: reclusão de 4 a 10 anos, e multa
Há tentativa se praticada a violência ou grave ameaça, mas a vítima não realizar o comportamento exigido pelo agente
Súmula 96, STJ: o crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida
Aumento de pena de 1/3 até a metade (§1º): se o crime for cometido por 2 ou mais pessoas, ou com o emprego de arma
Qualificadoras (§2º): 
Se resulta lesão corporal grave: pena de 7 a 15 anos de reclusão, e multa
Se resulta morte: pena de reclusão de 20 a 30 anos
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (art. 159, CP)
É a junção do crime de extorsão (entrega de um bem) com o crime de sequestro (privação de liberdade) como meio para alcançar aquele objetivo (patrimônio + liberdade individual)
Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem de relevante valor econômico, como condição ou preço do resgate (pede-se resgate). Isto é, poderá o agente fazer alguma coisa no sentido de privar a liberdade da vítima, levando-a até um cativeiro, com finalidade de exigir pagamento para devolver-lhe a liberdade, ou poderá o agente deixar de colocar a vítima em liberdade, sendo sua obrigação, só o fazendo mediante pagamento
Terceiro tem que resolver a situação, dando resgate, ou seja, a vítima sozinha não tem condições de resolver
Pena: reclusão de 8 a 15 anos
É crime permanente, de mera conduta
Não se admite tentativa
É crime hediondo
Qualificadoras 
(§1º): se o sequestro dura mais de 24 horas, se o sequestrado é menor de 18 anos ou maior de 60 anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha
Pena: reclusão de 12 a 20 anos
(§2º): se do fato resulta lesão corporal de natureza grave
Pena: reclusão de 16 a 24 anos
(§3º): se resulta a morte
Pena: reclusão de 24 a 30 anos
Diminuição da pena de 1 a 2/3 (§4º): se o crime cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado
ESTELIONATO (art. 171, CP)
Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Ou seja, consegue-se um benefício ou lucro ilícito em razão do engano provocado na vítima e essa colabora com o agente sem perceber que está se despojando de seus bens
Fraude (enganar) praticada em contratos ou contravenções, que induz alguém a uma falsa concepção de algo, com o intuito de obter vantagem ilícita para si ou para outrem, havendo prejuízo alheio
Pena: reclusão de 1 a 5 anos, e multa
Consuma-se com o proveito patrimonial e o correspondendo prejuízo alheio
Há o convencimento da vítima
Contra pessoa física ou jurídica
Admite-se tentativa
Estelionato privilegiado (§ 2º) - pode ter a reclusão substituída por detenção, diminuída de um a dois terços ou substituída por multa.
 Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
É usada para ludibriar o sujeito passivo fazendo com que esse acredite que a coisa que lhe é oferecida pertence ao estelionatário. É imprescindível a má-fé do vendedor (ato doloso) e a boa-fé do comprador.
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
Ao invés de se tratar de coisa alheia, trata-se de coisa própria que, por alguma razão, não deve ser alienada.
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação (lesar) de penhor
Crime de espoliação fraudulenta cometida pelo devedor, quando este, de posse do objeto empenhado, faz sua alienação, sem o consentimento do credor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
É o crime em que o credor recebe a posse jurídica da coisa mas, o devedor se mantém com a posse natural devido ao fato de não ter acontecido a entrega efetiva da coisa. O sujeito ativo, para se configurar nesse tipo, deve ter a obrigação de entregar a coisa (obrigação legal, judicial ou contratual), obrigação de fazer.
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
Aqui, o bem jurídico tutelado é o patrimônio do segurador. O dano produzido deve ser idôneo para recebimento de indenização ou valor de seguro.
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
Há que se configurar por meio da frustração indevida ou emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos. O agente que, visando a vantagem indevida, emite cheque falsificando a assinatura de terceiro, o titular da conta, pratica crime de estelionato em sua forma fundamental. Cabe hipótese de conta já encerrada.
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
Haverá isenção de pena se for praticado contra ascendente, descendente ou conjugue, na Constância da sociedade conjugal.
Qualificadoras (aumento de pena em 1/3)
(§3º): se é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência
(§4º): Estelionato contra idoso aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso
APROPRIAÇÃO INDÉBITA (art. 168, CP)
Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção. Ou seja, tal pessoa começa a comportar-se como se fosse dona da coisa, quebrando a confiança de quem lhe confiou a coisa
Pena: reclusão de 1 a 4 anos, e multa
Aumento de pena de 1/3 (§2º)
Quando o agente recebeu a coisa
I - em depósito necessário (legal - decorre da lei; miserável - por ocasião de calamidade; por equiparação - é o referente às bagagens dos viajantes, hóspedes ou fregueses);
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
RECEPTAÇÃO (art. 180. CP)
Guardar e ocultar algo que outrem rouba
É imprescindível a prática de um crime anterior que não necessariamente tenha sido punido
Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime (própria), ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte (imprópria)
Conduta (produtos oriundos de atividade criminosa)
A receptação é considerada perfeita, quando o indivíduo sabe que o objeto se trata de produto de furto ou roubo. A desproporção entre o valor do objeto também se caracterizarem receptação
Receptação qualificada (§1º): no exercício de atividade comercial (qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência) ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime
Pena: reclusão de 3 a 8 anos, e multa
Receptação culposa (§3º): Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso. O autor atua violando o dever de cuidado exigido
Pena: reclusão de 1 mês a 1 ano, ou multa
Recepção privilegiada:Poderá haver a incidência do privilégio se o autor for primário e a coisa receptada for de pequeno valor, caso em que o juiz pode substituir ou reduzir a pena. Já se entendeu que não se aplica o privilégio quando o bem tem valor superior a um salário mínimo 
Consumação
Receptação própria: com a entrega da coisa (admite-se tentativa)
Receptação imprópria: não se exige que o terceiro efetivamente adquira, receba ou oculte o objeto material (não cabe tentativa)

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