Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CURSO DE BIOMEDICINA MICROBIOLOGIA II Profª. CLÁUDIA MARIA DUQUE DE SOUZA Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 2 Universidade Católica de Goiás Curso: Biomedicina Disciplina: Microbiologia II Professora: Cláudia Maria Duque de Souza Profa Janine de Aquino Lemos Profa Alessandra Marques Cardoso PROGRAMA: 1- Objetivo geral: A disciplina Microbiologia II visa, fundamentalmente, demonstrar as técnicas micológicas, princípios dessas técnicas, identificação dos gêneros e espécies e suas patologias, bem como, capacitar o estudante para a pesquisa e o reconhecimento desses microrganismos. 2- Objetivos específicos: Habilitar o aluno de micologia para a pesquisa, reconhecimento e a diferenciação dos microorganismos normais e patogênicos nas diferentes partes do organismo humano, tais como: orofaringe, pele e anexos, líquidos corporais, aparelhos auditivo, visual, gastro-intestinal e genito-urinário. MICROBIOLOGIA II - CBB3642 - 4 CRÉDITOS CONTEÚDO: 01- Considerações gerais sobre os fungos 02 Diagnóstico laboratorial de Dermatófitos 03-. Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses superficiais por fungos não Dermatófitos 04- Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses subcutâneas. 05- Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses profundas. 06- Diagnóstico laboratorial dos agentes de micoses oportunistas - Candidíase 07- Diagnóstico de outras micoses oportunistas e fungos contaminantes do meio ambiente. 08- Infecções hospitalares por bactérias 09- Infecções nosocomial por fungos 10-. Antifúngicos 11-. Bacteriologia e análise microbiológica da água 12- Microbiologia dos alimentos e do leite Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 3 BIBLIOGRAFIA: 01. Jawetz, Ernerst. Microbiologia Médica. Guanabara Koogan. 02. Bier, Otto. Microbiologia e Imunologia. Melhoramentos. 03. Pelczar, Reid e Chain. Microbiologia Vol I e II - McGraw-Hill do Brasil. 04. Moura. Microbiologia Clínica. Mc Will Editores. 05. Korting e Gunnter. Dermatologia. Editora Manole. 06. Cecil. Tratado de Medicina Interna. Guanabara Koogan. 07. Dowell, Allen e Koneman. Diagnóstico Microbiológico. Panamericana. 08. Neto, Amato e V. et al. Antibióticos na prática médica. Gnemed. 09. Parage, R. Microbiologia Clínica. Panamericana. 10. Miname. Micologia, Diagnóstico Laboratorial das Micoses. 11. Reese, Richard E, Sentochnik, Deborah E., Douglas Jr, R. Gordon e Betts, Robert F. Manual de Antibióticos. 12. Roitman, Isaac, Travassos, Luiz R. e Azevedo, João Lúcio. Tratado de Microbiologia. 13. Mac Faddin. Pruebas bioquimicas para la identificacion de bactérias de importância clínica. Panamericana. 14. Lennete, Balows, Hausler e Shadony. Manual de Microbiologia Clínica. 15. Hentges, David J. Medical Microbiology. 16. Fundemberg, Hugh. Microbiology and Imunology, a positive statement manual. Guanabara Koogan. 17. Delost, Danessa Maria. Introduction to diagnóstic Microbiology, Mosby, 1997. 18. Rowland, S. Sharon. Pathogenic and Clinical Microbiology. Little, Brown and Company , 1994. 19. Crissey, Thorne John. Manual of Medical Micology. 1995. Blackwell science. 20. Tagliavini, Ruggero. Novo Atlas prático de Dermatologia e Venereologia. 1995, Santos. 21. Konneman, Elmer . 5ª edição. Color Atlas - Diagnostic Microbiology, 1997, Lippincott. 22. Dwight R. Johnson. Laboratory of diagnostic of Group A Streptococcal infections. WHO (Organização Mundial de Saúde). 23. Chung, Kwon J. K. Medical mycology. 1992. Lea & Fabiger. 24. Zaitz, Clarisse. Atlas de Micologia. 1995. Medsi. Artigos da Internet : Periódicos: Revista Laes Haes - Mc Will Editores, News Lab, ARSCVRAND, JAMA, Arquivos de Dermatologia (JAMA). Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 4 1. Propriedades Gerais dos Fungos Fungos são seres dispersos no meio ambiente, em vegetais, ar atmosférico, solo e água e, embora sejam estimados em 250 mil espécies, menos de 150 foram descritos como patógenos aos seres humanos. Leveduras são fungos capazes de colonizar o homem e animais e, frente à perda do equilíbrio parasita-hospedeiro, podem causar diversos quadros infecciosos. De modo contrário, fungos filamentosos, ou bolores, normalmente, não fazem parte da microbiota e portanto o homem não é um reservatório importante para esse grupo de fungos. As portas de entrada no hospedeiro são as vias aéreas superiores ou quebra na barreira epidérmica após traumatismos com objetos perfuro-cortantes. Estruturas das células fúngicas Os fungos são seres eucariotos que possuem núcleo contendo seu DNA cromossômico e um nucléolo rico em RNA, ambos envoltos por uma membrana nuclear. O citoplasma contém ribossomos, mitocondrias, lisossomas e microvesículas, microtúbulos, aparelho de golgi e um retículo endoplasmático com membrana dupla. Estas estruturas estão envoltas pela membrana celular ou plasmalema que contém lipídios, glicoproteínas e ergosterol. Na face externa da plasmalema encontra-se uma aprede rígida contendo um polímero de N- acetilglucosamina, quitina, recoberto de camada de polipeptídios com polissacarídios complexos que incluem mananas e glicanas. Esses microrganismos são abundantes na natureza com uma diversidade de forma e tamanho e podem viver em substratos e condições ambientais as mais variadas. São microrganismos heterotróficos e se alimentam por absorção. A reprodução é feita por mecanismo sexual ou assexual. A maioria dos fungos vivem em meios ligeiramente ácidos, entre 6-6,5 de pH. A temperatura mais adequada é 25-28ºC. A maior parte deles necessita de oxigênio para sobreviver, sendo a umidade relativa (60 a 80%) também importante para seu desenvolvimento e frutificação. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 5 2. Morfologia Os fungos de interesse médico, agentes de micoses, são de dois tipos morfológicos: leveduras, que são unicelulares e bolores ou fungos filamentosos, que são multicelulares. Existe um subgrupo dentro dos filamentosos, chamados fungos dimórficos, que se apresentam sob ambas as formas, dependendo principalmente da temperatura. As leveduras têm como estrutura primária, células que se reproduzem por brotamento, único ou múltiplo, em geral, de forma arredondada. Estas células são esporos de origem assexual e se denominam blastoconídios. Alguns gêneros de leveduras menos importantes em micologia médica, reproduzem-se por fissão. Os fungos filamentosos possuem como elemento constituinte básico a hifa ou filamentos tubulares semelhantes a fios, ramificados, que podem ser septados ou não septados (cenocítica). Seu crescimento é apical e tendem a ramificar-se para formar o micélio que pode ser observado a olho nú quando se observa um mofo. Segundo sua função o micélio se divide em vegetativo e reprodutivo. O primeiro está imerso no substrato e se encarrega da absorção dos nutrientes enquanto o reprodutivo também denominadode micélio aéreo, se encontra livre e é onde encontramos as estruturas de reprodução,esporos ou conídios, que têm função de multiplicação e dispersão dos fungos pela natureza. Esses conceitos fundamentais representam a base para a identificação de um fungo, pois a classificação de filamentosos é feita, em regra, pelas características morfológicas, tanto macroscópicas (cor, aspecto, textura da colônia, etc.), quanto microscópicas (forma e cor da hifa, presença ou não de septos, tipo e arranjo de esporos, etc.), além da velocidade de crescimento (lenta, moderada ou rápida). A identificação de leveduras, ao contrário, é feita, principalmente, por características fisiológicas, desde que, a morfologia destes fungos não é muito variada e não permite distinção entre espécies e, em regra, entre gêneros. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 6 3. Reprodução A reprodução assexuada é observada com mais freqüência quando as células haplóides se dividem por mitose para formar esporos, mantendo inalterado o número de cromossomos. Representa o único tipo de reprodução conhecido até hoje em alguns fungos patogênicos. A reprodução sexuada produz esporos por meio de acasalamento, quando duas células haplóides se fundem para se tornarem diplóides e depois se dividem por meiose. A formação de esporos ocorre dentro de um saco, chamado de asco, ou parcialmente na superfície de uma bolsa, chamada de basídio. 4. Micoses As infecções fúngicas (micoses) são provocadas por ação direta de fungos microscópicos em hospedeiros, devido à sua patogenicidade, algumas micoses chegam a ser são transmitidas de pessoas a pessoa ou através de animais que também são importantes fontes de infecção. A distribuição destas micoses é mundial, atingindo qualquer faixa etária, sexo as podendo sofrer influências ligadas a profissão do indivíduo. A localização da doença varia de acordo com o agente etiológico ou de acordo com a resistência do hospedeiro. As infecções fúngicas podem ser classificadas de acordo com os níveis teciduais de colonizados. As micoses superficiais são infecções limitadas às camadas mais externas da pele e do cabelo. As micoses cutâneas incluem infecções mais profundas na epiderme e doenças invasivas dos pêlos e unhas. As micoses subcutâneas envolvem a derme, tecidos subcutâneos, músculo e fáscia. As micoses profundas ocorrem nos órgãos sistêmicos. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 7 O contato direto é o mecanismo de infecção mais comum nas micoses superficiais e se estabelecem através do contato da pele e das mucosas com animais enfermos, solo ou objetos que contém o fungo patogênico. A penetração dos fungos através de feridas na pele constitui o principal mecanismo de infecção das micoses subcutâneas, e a inalação dos fungos para as micoses sistêmicas. As micoses oportunísticas têm mecanismos de infecção os mais diversos. 5. Classificação das Micoses Micoses superficias Pitiríase versicolor Piedra branca Piedra preta Tinea nigra Micoses Cutâneas Dermatofitoses Candidíase (caráter oportunista) Micoses Subcutâneas Esporotricose Cromomicose Micetomas Doença de Jorge Lobo Rinosporidiose Micoses Profundas Paracoccidioidomicose Histoplasmose Coccidioidomicose Blastomicose Micoses Oportunistas Criptococose Aspergilose Hialohifomicose Zigomicose Feohifomicose FUNGOS DERMATÓFITOS Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 8 Infectam pele, pêlo e unha na espécie humana e animal, produzindo doenças conhecidas como tineas ou tinhas, cujo tratamento, normalmente, é feito com TERBINAFINA. Em KOH tem-se hifas hialinas esverdeadas acompanhadas de formas vegetativas (clamidósporos, corpos nodulares, etc.) e, freqüentemente, com artroconídeos (fragmentação de hifas). Para a identificação das espécies deve ser observada a presença de micro e macroconídeas, sendo que o aspecto colonial não deve ser utilizado isoladamente. Existem três gêneros de dermatófitos que necessitam de identificação: 1- Microsporum, sp. - Produzem macroconídeas multiseptadas, de paredes grossas, que podem assemelhar-se a fusos ou cilindros e são provenientes de conidióforos. Acometem pele e pêlo, tendo como espécies de interesse médico: 1.1- Microsporum audouinii -- Macroconídeas bizarras e de pouca freqüência e raras microconídeas. Apresenta clamidósporos terminais ou candelabros fávicos. Suas colônias crescem em média de 7 a 14 dias com micélios aéreos e aveludados de cor bronze claro; no verso apresentam-se de cor rosa salmão. Não cresce em grão de arroz. Causa tinea do couro cabeludo (em criança), é transmissível e os pêlos acometidos têm fluorescência em lâmpada de Wood. 1.2- Microsporum gypseum -- Macroconídeas septadas (de 4 a 6 septos), com paredes grossas , de formato mais alongado e menos fusiformes do que aquelas do M. canis, e com as extremidades arredondadas. Cresce bem em meio com grão de arroz. 1.3- Microsporum canis -- Macroconídeas fusiformes multiseptadas (8 a 15 septos) e de paredes grossas , muitas das quais têm uma das extremidades curvada, o que é uma característica marcante; apresenta poucas microconídeas junto às hifas. Cresce bem em agar de arroz e tem fluorescência verde clara em lâmpada de Wood. É um fungo zoofílico que acomete cães e gatos, os quais devem ser tratados para evitar reicidiva. 2 - Trichophyton, sp. - Pode haver ou não a produção de macroconídeas que, quando existem, estão em pequeno número e são em forma de bastão. As microconídeas, por sua vez, estão distribuídas em grande número ao longo das hifas ou formando cachos. As espécies mais isoladas em infecções humanas são: 2.1- Trichophyton tonsurans -- Está mais associado à tinea capitis ou dermatofitose do ponto negro, na qual os cabelos rompem próximo ao couro cabeludo conferindo ao pêlo o aspecto de ponto negro. As suas conídeas são claviformes e largas e as colônias pulverulentas. 2.2- Trichophyton mentagrophytes -- Comumente isolado na infecção denominada pé-de- atleta. Suas colônias são pulverulentas e as aleurias em cacho de uva sobre ramos terminais. Diferencia-se do T. rubrum por ser ureia positivo. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 9 2.3- Trichophyton rubrum -- É comumente isolado no pé-de-atleta juntamente com o T. mentagrophytes . Apresenta raras macroconídeas e grande número de microconídeas baloniformes . 3 - Epidermophyton, sp. - Não produz microesporos. A diferenciação do gênero se faz com a observação de grandes macroconídeas em forma de clava, com paredes lisas, e que se dividem em 2 a 5 células por septos transversais encontradas sobre 1 ou 2 conidióforos curtos. Acomete pele e unha, sendo a espécie mais importante e de interesse médico o Epidermophyton floccosum , o qual acomete a queratina sem lesar o cabelo. TINEAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA (DERMATOLOGIA) 1- Pé-de-atleta - Agentes etiológicos: T. rubrum, T. mentagrophytes ou E. floccosum . Aspecto clínico: fenômenos de descamação, maceração ou vesiculação disidroformeassociados à formação de rágades ( fissuras) com prurido e dor. 2- Tinea da mão ou desidrose lamenosa seca - Aspecto clínico: alterações descamativas na região palmo-plantar. 3- Tineas das unhas, onicomicoses ou Tinea unguium - Agentes etiológicos: T. rubrum, T. mentagrophytes e E. floccosum. Aspecto clínico: inicialmente, leucopatia ( turvação branco-amarelada da placa ungueal) localizada que, posteriormente, torna-se difusa; a unha fica espessa e porosa. Quando há enegrecimento da placa ungueal é sugestivo de simbiose bacteriana. 4- Tinea do corpo ou Tinea corporis - Agentes etológicos: M. canis ou T. mentagrophytes. Aspectos clínicos: lesões sob a forma de herpes circinado no tronco, pescoço e face; tardiamente as lesões tornam-se exsudativas na periferia e os pêlos caem no centro da lesão. A transmissão é devida ao contato com animais domésticos. 5- Tinea inguinal, tinea cruris (virilha) e tinea glutea - Agentes etiológicos: T. rubrum e E. floccosum. 6- Tinea barbae - Agentes etiológicos: T. mentagrophytes e T. rubrum. Aspectos clínicos: supurações foliculares lembrando uma peneira (sicose parasitária) = inflamação dos pêlos da barba com formação de pápulas e crostas. 7- Tineas do couro cabeludo - Agentes etiológicos: T. tonsurans. M. canis e T. rubrum. Aspectos clínicos: tinea nodulosa (Kerion Celsi) = área altamente inflamatória; tineas folículo-granulomatosas = nas pernas de mulheres devido ao uso de meia-calça. 8- Tinea favosa do couro cabeludo - Agente etiológico: T. schoenleinii. Aspecto clínico: tem coloração amarelo-enxofre e odor semelhante ao de urina de rato; provoca a Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 10 formação de crostas sobre uma região avermelhada e exsudativa que, posteriormente, cicatriza e causa alopécia (ausência de cabelos). As unhas também podem ser afetadas. 9- Eritrasma - Agentes etiológicos: Corynebacterium minutissimum = Nocardia minutissimum = Microsporum minutissimum. Localiza-se nas axilas, face interna da coxa e espaços interdigitais. Acredita-se na associação com um dermatófito. O tratamento é feito com eritromicina. Pranchas coloridas Dermatófitos Tinea capitis Tinea corporis Tinea pedis e manun Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 11 Onicomicose Exame direto de raspado de pele e subungueal Exame direto no pêlo Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 12 Microsporum canis Microsporum gypseum Trichophyton mentagrophytes Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 13 Trichophyton rubrum Trichophyton tonsurans Epidermophyton floccosum Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 14 RECONHECIMENTO DE AGENTES DE MICOSES SUPERFICIAIS POR FUNGOS NÃO DERMATÓFITOS 1- Tinea versicolor ou Pitiríase versicolor. Agente etiológico: Microsporum furfur = Malassezia furfur. É encontrado no ar (poeira); apresenta-se com micélio verdadeiro ou com estruturas leveduriformes. Alguns estudos tentam identificá-lo com o Pityrosporum orbiculare. Aspecto laboratorial: filamentos flexuosos curtos, fragmentados com cachos ou esporos arredondados e com brotos. Histologicamente: filamentos parasitam a camada córnea. Quadro clínico: lesões de coloração amarelada ou vermelho - acastanhada, localizadas na metade superior do tronco, com contornos circinados irregulares e superfície descamante que, quando raspada com espátula ou lâmina de bisturi, destaca-se em forma de aparas de madeira. Apresentam despigmentação quando expostas aos raios solares (Pitiríase versicolor branca). A sudorese intensa aumenta a predisposição a esta micose cutânea (pacientes tuberculosos, freqüentadores de saunas que não se enxugam corretamente após o banho) que acomete ambos os sexos, sendo mais freqüente na faixa etária de 20 a 30 anos, e cuja transmissão é pouco conhecida (acredita-se que seja inter-humana ou através de vestes ou poeira. Se não tratada evolui indefinidamente. Apresenta fluorescência em lâmpada de Wood. A Ptiríase rósea tem evolução limitada e começa por uma placa característica com lesões eritematosas (em medalhão) e margens escamosas. Na dermatite seborreica as lesões são mais vermelhas e as escamas amareladas. A forma acrômica diferencia-se do vitiligo por ter lesões grandes, simétricas, sem escamas e aparecer somente no tórax. Tratamento: Consiste na administração de drogas de efeito anti-hidrótico (álcool e sálvia) e antimicóticos de amplo espectro como clotrimazol (canasten), Miconazol e Econazol, Diazólicos (atualmente, a droga de primeira escolha é a Terbinafina (Lamisil). Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 15 2- Tinea nigra. Agente etiológico: Cladosporium werneckii = Pullularia werneckii.= Phaeoannellomyces werneckii= Exophialla werneckii. É encontrado nas três Américas e atinge os dois sexos em todas as faixas etárias. Quadro clínico: lesões palmo - plantares e, mais raramente, no punho, com manchas de coloração castanha ou negra, ligeiramente hiperceratósicas, lisas ou escamosas e com contornos geográficos. Não há dor ou prurido. Aspecto laboratorial: no exame direto das escamas (com KOH) encontram-se hifas flexuosas septadas, ramificadas e fragmentadas, de coloração variando entre o castanho- claro e o verde-escuro, e, às vezes, clamidósporos. As colônias são negras, unidas, glabras e às, vezes, com penugem cinzento - esverdeada. O exame pós-cultura mostra hifas escuras que contêm células entumecidas com blastósporos no seu interior (Pullularia werneckii). 3- Tinea Imbricata ou Tokelau Agente etiológico: Trichophyton concentricum. Aspecto clínico: acomete a camada córnea e invade o tegumento, sendo as lesões em forma de rosetas constituídas por círculos concêntricos de escamas destacadas e esbranquiçadas com bordo interno livre. É transmissível. Aspecto laboratorial: no exame direto aparecem hifas retangulares dispostas em rede, com artrósporos e clamidósporos isolados ou em cadeia. A cultura leva de 20 a 30 dias a 37graus C. e apresenta culturas esponjosas ou cerebriformes brancas e posteriormente âmbar. O exame de pós-cultura mostra hifas septadas com filamentos irregulares e clamidósporos intercalados ou terminais. 4- Piedra preta Sinonímia: Piedra negra, tinha nodosa (nódulos duros) ou tricomicose dos estudantes. Etiologia: Piedraia hortae (Brumpt) Fonseca & Area Leão, 1928. Quadro clínico: forma-se um ou mais nódulos duros nos pêlos do couro cabeludo, não havendo grandes alterações no pêlo. Pode acometer também macacos e chimpanzés. Aspectos laboratoriais: no exame morfológico do pêlo o nódulo é escuro e visível a olho nu. Para o micológico direto corta-se o pêlo e coloca-se o mesmo sobre lâmina com KOH cobrindo-o, em seguida, com lamínula. Observa-se asuperfície do nódulo parecendo um tecido ou um pseudo-parênquima. Esmagando-se o nódulo previamente podem ser vistos Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 16 os ascósporos em forma de S (sigmóide), com filamento em uma extremidade, são os chamados sigmesporos ou escolesporos que se localizam dentro dos ascos. O isolamento em cultura do Piedraia hortae pode ser feito em agar Sabouraud. Crescem à temperatura ambiente colônias esverdeadas que vão se tornando escuras, acinzentadas, marrons e chegando até a pretas. Essas colônias são planas e com pequena elevação central, podendo ser lisas ou enrugadas e levemente aveludadas. As hifas são escuras, septadas e com blastósporos quando jovens; mais tarde formam-se artrósporos. Não há formação de ascos. 5- Piedra branca Etiologia: Trichosporon beigelii (Rabenhost) Vullemin, 1902. É também conhecido por Trichosporon cutaneum, Trichosporon ovoide ou Trichosporon cerebriforme (colônia em forma de cérebro). Quadro clínico: os nódulos da Piedra branca localizam-se mais comumente nos pêlos da cabeça, porém, podem ocorrer nos pêlos da barba, bigode e da pubis. Eles são branco- amarelados, moles, geralmente únicos e localizados na extremidade do pêlo, mas podendo aparecer também ao longo do pêlo. Aspectos laboratoriais: o nódulo da Piedra branca é visível a olho nu. Para o micológico direto coloca-se o pêlo em KOH entre lâmina e lamínula e verifica-se, após a digestão, que o nódulo é composto de leveduras, as quais podem ser isoladas em Agar Sabouraud com ou sem antibióticos. Microscopicamente o Trichosporon apresenta forma em artrósporo, blastósporos e pseudo-hifa. O T. beigelii não fermenta açúcares e a sua identificação deve ser feita com o auxonograma de fontes de carbono. 6-Trichomicose palmelina. Etiologia: é uma infecção mista por Micrococcus, Corynebacterium tenuis e Serratia marcescens, sendo a última a provocadora da cromidrose. Quadro clínico: micose saprofítica que se manifesta pela coloração anormal (amarela e mais raramente vermelha ou preta) dos pêlos axilares e pubianos , os quais apresentam uma bainha formada por massas aderentes. A cromidrose (pêlos avermelhados) tinge as roupas com a mesma cor dos pêlos. Tratamento: é feito com álcool isopropílico. 7- Micoses superficiais provocadas por Candida, sp. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 17 A Candida, sp é a mais importante das leveduras pois acomete os tecidos profundos, além dos superficiais. Candidíase mucocutânea familiar crônica: se manifesta no decorrer dos primeiros anos de vida sob a forma de sapinho na mucosa bucal, ou seja, sob a forma de membranas e edemas avermelhados, escuros, que sangram facilmente; o dorso da língua fica semelhante a polvilhado de açúcar. Os eritemas perianais e intercrurais têm aspecto brilhante e enverrugado, apresentando na periferia uma borda escamosa, solta, em forma de franja e com lesões satélites disseminadas. As lesões por Candida, sp são pústulas erosivas, eritematosas e, mais raramente, granulomatosas, disseminadas por todo o corpo. Dentre essas lesões encontram-se quadros de intertrigo sob a forma de boqueira (perleche) e paroníqueas (onicomicoses); manifestações genitais sob a forma de vulvovaginites, colpites, balanopostitese uretrites; e ainda se discute a urticária córnea devida à infecção da mucosa intestinal por leveduras. Pranchas coloridas de micoses superficiais não dermatofíceas Lesões e exame direto de Pitiríase versicolor Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 18 Piedra branca Exame direto do pêlo Aspecto macroscópico e microscópico de Trichosporon spp Piedra preta Exame direto e aspecto macroscópico Tinea nigra Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 19 Exame direto e aspecto macroscópico Eritrasma Candidíase Manifestações clínicas Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 20 Aspecto macroscópico e microscópico MICOSES SUBCUTÂNEAS 1- Esporotricose Agente etiológico: Sporotrix schenckii. Aspecto clínico: lesões que praticamente se limitam à derme e ao tecido adiposo subcutâneo, sendo que o foco primário apresenta-se sob a forma de pápula ulcerada ou disseminação ascendente linfática(Gomas). É observada em pessoas que tenham tido traumatismos leves e permaneçam expostas freqüentemente (jardineiros, lavradores, mineiros,etc), por isso a esporotricose é conhecida como doença do jardineiro. A lesão primária geralmente aparece na pele dos dedos, mãos e antebraços, desenvolvendo-se, em 1 a 2 semanas, na pele já ferida por espinhos de roseiras ou outro elemento cortante de origem vegetal. A disseminação ocorre através de vasos linfáticos regionais produzindo nódulos subcutâneos que supuram e ulceram. A forma pulmonar da doença é rara. A esporotricose é mais comum nos Estados Unidos. O tratamento é feito com iodeto de potássio para infecções cutâneo-linfáticas e Anfotericina B endovenosa para casos sistêmicos. Aspectos laboratoriais: o fungo se mutiplica rapidamente em meios de cultura, porém, é de difícil identificação histológica, portanto, a inoculação em cobaias é aconselhável. No exame direto observam-se células leveduriformes com brotamentos (charutiformes). No exame direto observam-se células leveduriformes com brotamentos (charutiformes). No cultivo a TA são observadas hifas hialinas e septadas de pequeno diâmetro, conidióforos finos e ramificados que partem das hifas formando ângulo reto, e conídeos pequenos que organizam-se como pequenas flores (margaridas) nas Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 21 extremidades dos conidióforos. A cultura feita a 37 graus C; as colônias têm cor branco-creme e consistência macia e cremosa. Antígenos podem ser extraídos e levados para testes cutâneos em homens e animais. Há uma anticorpogênese variada. 2- Cromomicose ou Cromoblastomicose. Etiologia: a cromomicose provem de diversos fungos pertencentes ao grupo das leveduras de cor marron ou negra, sendo eles: Fonsecaea pedrosoi = Phialophora pedrosoi = Fonsecaea compacta, Phialophora verrucosa, Cladosporium carrionii, Wangiella dermatitidis (esporulação por clamidósporos). Os países quentes são os locais de preferência destes fungos. Aspectos clínicos: a infecção é devida aos ferimentos, razão pela qual as alterações patogênicas localizam-se preferencialmente nos membros (tecido cutâneo do pé, perna, membros superiores, ombros e costas); as lesões têm aspecto verrucoso (couve-flor), pedunculado em placa e os focos papilomatosos podem tornar-se sede de tumores e infecções secundárias. Via de regra os órgãos internos não são atingidos. Sinonímia: dermatite verrucosa cromoparasitária, doença de Pedroso e Lane. Exame histológico: a lesão verrucosa pode ser facilmente biopsiada, o fragmentocortado pode ser fixado em formol a 10% em Borax, induzido e cortado. Os cortes devem ser corados em HE (não se recomenda a coloração em PAS ou Gomori) onde observam-se células arredondadas formando aglomerados de cor marron-havana, com reprodução por cissiparidade , que são denominadas corpos fumagóides. Aspectos laboratoriais: no exame direto deve-se raspar a lesão com bisturi ou estilete. O material obtido com a raspagem deve ser colocado em KOH, entre lâmina e lamínula, para a observação de células arredondadas marrons com divisões binárias. A cultura, feita em agar Sabouraud, é de crescimento lento e a colônia é verde, cinza ou marron., que é idêntica para todos os agentes demáceos envolvidos neste processo infeccioso. A diferenciação vem da observação da predominância dos esporos especiais que estes fungos produzem em TA em ágar Sabouraud: Esporulações do tipo: Fíalide, Acroteca (Rhinocladiella), Hormodendrum (Cladosporium). 3- Micetoma. Sinonímia: Maduromicose, Eumicetoma ou pé de Madura (nome utilizado devido ao fato de ter sido descoberta na Índia).Pertence ao grupo das moléstias fúngicas Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 22 denominadas Micetomas, do qual fazem parte as Nocardioses e Actinomicoses, por apresentarem lesões com aumento de volume e eliminação de grãos parasitários. No Brasil é encontrada em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, etc. Aspectos clínicos: é uma doença de caráter crônico e progressivo, com tumefação e formação de canalículos dentro da lesão, o que leva à formação de pústulas exsudativas , com líquido claro, aquoso e seroso e presença de grãos grandes e duros. A lesão inicial é um pequeno nódulo fixo, com vesícula, que se transforma em abcesso fistuloso; com o tempo há formação de novas fístulas. A sua localização típica é nos membros inferiores, em especial nos pés, e em seguida nos braços, sendo o local da lesão endurecido. A seqüência na pele é: tecido subcutâneo,→ músculos,→ ossos e tendões. A doença é freqüente em homens adultos e entre agricultores. Agentes etiológicos - grupos dos Eumicetos: 1) Pietriellidium (Allescheria) boydii; 2) Madurella micetomi; 3) Madurella grisea; 4) Exophiala jeanselmi; 5) Acremonium (Cephalosporium) falciforme; 6) Curvularia lunat. Aspectos laboratoriais - exame do grão parasitário: os grãos são retirados das fístulas retendo-os em gaze; quando são escassos, a retirada é feita com auxílio de microcureta (alça em anel) escarificando dentro da lesão. Para o exame direto rompe-se o grão com estilete e observa-se, em KOH a 10 ou 20% , a presença de hifas, que podem ser hialinas ou escuras, septadas e emaranhadas com raros clamidósporos. A semeadura do grão pode ser feita diretamente se ele não estiver coberto por uma capa dura; se estiver, a capa deve ser desfeita. Quando o material está contaminado com bactérias desinfeta-se com solução fisiológica, estreptomicina e penicilina. O cultivo é feito, de preferência, em agar Sabouraud com cloranfenicol mais gentamicina (agar Mycosel), à temperatura ambiente e em aproximadamente 30 dias. O exame em HE mostra hifas escuras mais clamidósporos; em coloração de PAS visualizam--se hifas hialinas ( ou impregnação argentia). Temos grãos parasitários que tem como agentes etiológicos bacterias filamentosas como: Actinomadura madurae, Actinomyces pellietieri, Streptomyces somaliensis, Nocardia brasiliensis e Nocardia asteroides. Estes grão são chamados de actinomicóticos e os de origem fúngica de Maduromicótico. Pranchas coloridas de micoses subcutâneas Lesões de Esporotricose Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 23 Aspecto macroscópico e microscópico Cromomicose Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 24 Micetoma Aspecto clínico P. boydii E. jeanselmei Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 25 MICOSES PROFUNDAS 1- Paracoccidioidomicose Sinonímia - Blastomicose Sul-americana ou Doença de Lutz Etiologia - Paracoccidioides brasiliensis ou Blastomyces brasiliensis (dimórfico). Quadro clínico - tem como localização a mucosa bucal, faringe, cordas vocais, pulmões, tecido cutâneo, gânglios linfáticos, SNC, supra-renal, etc. As principais formas clínicas são ulcerações, linfangite, adenites, lesões pulmonares, inflamação das supra-renais, laringite, meningite, etc. As lesões primárias vêm da mucosa nasal com desenvolvimento de úlceras que se disseminam pelas mucosas formando lesões eritematosas elevadas semelhantes a amoras. A doença pulmonar ocorre em alta porcentagem (indução), é rara para sistema linfático, baço, intestinos e fígado e não é contagiosa. Os pulmões podem apresentar alterações de fibrose com formação de cavidades. A população de risco é da área rural, sendo que acomete mais homens do que mulheres. O fungo é geofílico. Tratamento - sulfonamida e anfotericina. Aspectos laboratoriais - os materiais para exame laboratorial são: escarro, pus, raspado de lesão, LCR, fragmento de biópsia, etc. A coleta desses materiais é feita por eliminação Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 26 do escarro, biópsia, raspagem ou curetagem das ulcerações. Cada material exige um preparo e método de conservação descritos a seguir: 1) Escarro - digestão enzimática ou auto-digestão, ou digestão com KOH; 2) Material para corte histológico - fixação em formol a 5% ou Bouin ==> granulomas com caseificação central = células gigantes; 3) Fragmentos de tecidos - maceração; 4) Conservação de pus na geladeira. Para a realização do exame direto pode-se fazer um exame à fresco do escarro, pus e raspado de lesão, e exame de tecido macerado ou digerido utilizando as colorações de Grocott, Gomori (impregnação pela prata), PAS Hatckiss, Mc Manus ou Gridley. A morfologia encontrada é a de células arredondadas de paredes grossas e refringentes e com brotamentos únicos ou múltiplos. O isolamento do agente é feito com cultivo em agar Sabouraud (20 a 25 graus C); se o material estiver com contaminação deve-se cultivá-lo em agar Mycosel, mas o crescimento será lento (40 dias) e com ferrugem na superfície. Podem ser feitos exames imunológicos do tipo reação intradérmica (para fins epidemiológicos ou de diagnósticos), RFC (para acompanhamento terapêutico e prognóstico várias técnicas empregam o Agar polissacáride), reação de precipitação, reação de imunofluorescência (empregada em diagnóstico e prognóstico). 2- Histoplasmose Sinonímia - Doença de Darling , Histoplasmose capsulata, Reticuloendoteliose histoplasmática (cresce dentro dos macrófagos e histiócitos). Etiologia - Histoplasma capsulatum ou Cryptococcus capsulatum. Quadro clínico - de localização no fígado, baço, medula, pulmão, mucosa, tecidos cutâneos, etc. Apresenta como formas clínicas a Histoplasmose primária aguda, Histoplasmose Mucocutânea localizada, Histoplasmosepulmonar e Histoplasmose disseminada. Atinge mais os pulmões, manifestando-se sob a forma de uma Síndrome do tipo gripal (2 a 3 semanas). Podem apresentar lesões cutâneas do tipo molusco contagioso em pacientes com AIDS . No momento é a micose mais freqüente nestes pacientes. A forma crônica tem lesões cavitárias ou granulomas localizados que evoluem e calcificam. Os Histoplasmas podem ser removidos cirurgicamente e são encontrados primeiramente nos macrófagos. A forma crônica provoca, ainda, hepatoesplenomegalia e lifadenopatia difusa. A contaminação ocorre por inalação de poeira carregada com excrementos de galinhas, perus, pombos ou morcegos. É conhecida como febre das cavernas. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 27 Aspectos laboratoriais - podem ser utilizados como material para exames escarro, aspirado medular, material bióptico, raspado de úlcera cutânea, etc. O escarro deve ser colhido de manhã após lavagem da boca e o aspirado de medula, por punção medular. O micológico direto é feito com esfregaço de escarro(pode negativar em até 60%), medula ou fragmento de biópsia, corado pelo Giemsa, aonde pode-se observar células circulares pequenas, com paredes grossas e citoplasma retraído, formando aglomerados intracelulares. No exame microscópico de corte histológico corado por HE, Gomori modificado, Grocott ou PAS, observam-se formas intracelulares com citoplasma circular, aglomerados e células com citoplasma retraído parecendo cápsula. O isolamento do agente é feito em agar Sabouraud ou Mycosel; o fungo cresce à temperatura ambiente, na forma de bolor (filamentosa) em torno de 10 dias. No pós-cultura são observadas conídeas grandes, circulares, com expansões nos bordos (esporos mamilonados ou espiculados) dando-lhes o aspecto de coroa (engrenagem de relógio), e também microconídeas. Pode ser feita a inoculação de material triturado em camundongo, por via peritoneal, examinando posteriormente o baço e fígado; esse procedimento é importante para o isolamento de H. capsulatum a partir do solo. As reações imunológicas disponíveis são: testes intradérmicos (que têm como antígeno a Histoplasmina), cuja leitura é feita em 48 horas e tem importância como prova epidemiológica; RFC tendo como função o acompanhamento terapêutico e utilizando de rotina dois antígenos (suspensão leveduriforme e histoplasmina); imunodifusão, com a formação de duas linhas de precipitação -- a linha h indicando lesão ativa e a linha m indicando infecção ou intradermorreação recente; aglutinação e imunofluorescência. Tratamento - Anfotericina-B. 3- Coccidioidomicose. Sinonímia - Doença de Posadas e Wernicke, granuloma coccidiodiano de Valey Fever, Desert Rheumatism, Febre de San Joachim (fases evolutivas). Agente etiológico - Coccidioides immitis. É um fungo geofílico que penetra no organismo por inalação de poeira, vai aos pulmões aonde provoca formação de abscessos, e de onde dissemina por via hematogênica. Tem como população de risco agricultores; é mais comum nos EUA, México, Argentina, Havaí e Itália. Quadro clínico - A lesão primária acontece na árvore respiratória, o período de incubação é de 10 a 15 dias e as manifestações iniciais são tosse, dor na respiração, febre moderada, anorexia e sudorese noturna. As lesões cutâneas aparecem em aproximadamente 3 semanas sob a forma de eritema nodoso ou polimorfo. Acomete também o SNC. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 28 Aspecto laboratorial - o material para exame pode ser pus, escarro, líquido pleural ou líquido de aspiração gástrica, que, ao microscópio, mostrará quistos esféricos de paredes grossas com esporos encapsulados. A cultura cresce de 5 a 6 dias com colônias redondas com ferrugem branco-cinzenta; em azul de lactofenol mostra hifas em raquete (artrósporos). A inoculação pode ser feita em cobaia, camundongo ou coelho; inoculação no testículo leva à orquite em 36 horas e inoculação intraperitoneal, a lesões generalizadas. Para exame histológico faz-se biópsia cutânea de abcessos e lesões com grande número de esférulas típicas contendo esporos. Os esporos também estão nos macrófagos e nas células gigantes. Tratamento - Anfotericina-B. Pranchas coloridas de micose profunda Paracoccidioidomicose Aspecto clínico Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 29 Aspecto macroscópico Aspecto microscópico Histoplasmose Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 30 MICOSES OPORTUNISTAS Criptococose Sinonímia - Blastomicose européia, Doença de Buschke, Torulosis, Meningite fúngica . Etiologia - Cryptococcus neoformans ou Saccharomyces neoformans, Torula neoformans, Torula histolytica ou Cryptococcus histoliticus. Quadro clínico - localiza-se nas meninges, pulmões, pele (pápulas) e ossos, tendo como formas clínicas a Criptococose do SNC (meningite Criptocóccica), Criptococose pulmonar e Criptococose óssea. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 31 Quadro laboratorial - o micológico direto pode ser feito no LCR, escarro, raspado de úlcera cutânea e fragmento de tecido. O escarro deve ser coletado de manhã após lavagem da boca e o fragmento de tecido por biópsia. Cada material tem um modo particular para ser examinado: a) LCR - centrifugar, desprezar a parte superior com pipeta conta-gotas, colocar 1 ou 2 gotas de sedimento, misturar com tinta da China, examinar ao microscópio procurando leveduras isoladas ou com brotamento com cápsula formando halo claro ao redor; b) Escarro - retirar o material mucóide ou purulento, colocar sobre lâmina, misturar com tinta nanquim e procurar ao microscópio por formas capsuladas, ou deixar o escarro auto-digerir a 37 graus C durante 24 horas, ou digerir em KOH ou tripsina, centrifugar e examinar o sedimento em tinta nanquim; c) Corte histológico - fixar o fragmento de tecido obtido por biópsia em formol a 10% ou Bouin, cortar com micrótomo e corar pelo PAS ou coloração pela prata; d) Raspado de lesão - raspar a lesão com cureta, bisturi ou alça microbiológica, colocar o raspado sobre uma lâmina e misturar com tinta nanquim, procurar ao microscópio por leveduras com cápsulas descoradas. A cultura é feita em agar Sabouraud ou Mycosel (sem cicloheximida) e a identificação, pela presença de cápsulas. O crescimento é a 37 graus C com produção de urease e assimilação de nitrato. Existem conjuntos comerciais para a identificação de leveduras: Mycotube (Roche), Minitek sistem (BBL). Outros Cryptococcus não patogênicos: C. albidus, C. gastricus, C. inigatilatus. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 32 CANDIDÍASE: É chamada de oportunista porque aproveita de estados de debilitação dospacientes podendo provocar uma doença sistêmica. A Candida albicans é a levedura isolada com mais freqüência em amostras clínicas; a produção de pseudohifas e blastósporos é encontrada em tecidos e exsudatos. Pode provocar infecções de pele, unha, boca, genitália feminina, pulmões e pode infectar pacientes leucêmicos, diabéticos, tuberculosos e viciados. Na época atual o uso de antibióticos de largo espectro (tetraciclina), corticóides, imunodepressores, medicamentos contra Trichomonas e anticoncepcionais orais, explica a relativa freqüência de infecção assintomática (no TGI, cavidade bucal, genitália, condutos auditivos) no homem; o tratamento com imunossupressores também favorece o aparecimento de candidíase. Sabemos atualmente que tanto a deficiência imunológica humoral, como a celular, favorece à instalação da candidíase. Antigamente, a freqüência das infecções por Candida ,sp nos pacientes com Diabetes mellitus era atribuída à elevada taxa de glicose. A agenesia do timo e o hipoparatireoidismo (Síndrome de Di-George) parecem possuir importância especial na patogenia, sobretudo na forma granulomatosa da candidíase (o exame histológica mostra que não são granulomas verdadeiros). Outros fatores capazes de favorecer à instalação da candidíase são os baixos níveis de ferro sérico e o hipoadrenalismo. A transmissão das leveduras pode ocorrer não somente por utensílios úmidos (luvas de lavar), mas também o próprio ambiente pode assumir esta função. Onicomicoses por Candida: Causadas por Candida albicans, Candida tropicalis, Candida parapsilosis e, mais raramente por Candida pseudotropicalis. Começam com uma paroníquia (infiltração da prega ungueal com tumefação), a pele fica fina, vermelha, brilhante e com ligeira descamação; quando o edema é pressionado podem sair gotinhas de pus, no qual é possível encontrar as leveduras (exsudato). As alterações secundárias da unha podem provocar depressões cupuliformes; a lâmina ungueal amolece e pode vir a cair. Quando a pele infectada entra em contato com a água provoca dor intensa. Acomete os dedos dos pés e das mãos. É de evolução crônica e o tratamento, que é feito com Imidasol, Cetoconazol,Terbinafina e pode durar anos. Pele -- Intertrigo por leveduras: Causado por Candida albicans. Acomete os dois sexos, tendo como fatores que favorecem o pH alcalino da prega, umidade, falta de higiene e Diabetes. Localiza-se nas pregas inguinocrurais, submamárias, axilares, inter e subglúteas e abdominais, interdigitais (pododáctilos e quirodáctilos). Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 33 As lesões são em forma de erupção eritemato--vesiculosa que, posteriormente, torna-se uma placa vermelho - escura, exsudativa, com bordos arredondados limitados com debrum esbranquiçado e escamativo. As fissuras (rágades) podem aparecer na parte interna das pregas, sendo exsudativas e recobertas por uma massa esbranquiçada. Os sintomas são dor, queimadura e prurido, podendo haver odor fétido quando a pele fica macerada e fermentada (região genital). Pode haver, ainda, infecção secundária de origem bacteriana, o que prolonga a infecção e pode dar reicidiva. Quadro laboratorial: em KOH as escamas mostram elementos leveduriformes redondos ou ovalados, unicelulares ou somente os microesporos. Em HE (dermopiodermite) tem-se células leveduriformes e pseudohifas na camada córnea.Os intertrigos por Candida devem ser diferenciados do intertrigo por bactérias (mais exsudativo), de um eczema de Hebra (menos exsudativo), de uma lesão psoriática (mais seca e difusa) e de dermatite seborreica (típica do couro cabeludo). Sapinho: Está localizado na mucosa bucal, língua, bochecha, palato, faringe e, excepcionalmente, nas conjuntivas. A lesão é eritematosa, seca, lisa envernizada e escamativa; na língua há perda das papilas com surgimento de manchas irregulares esbranquiçadas e granulares semelhantes à leite coalhado, a mucosa torna-se eritematosa, sangrante e erosiva, podendo cronificar e disseminar. Os sintomas são sede, gosto metálico na boca, secura, mastigação e sucção prejudicadas. O exame direto é feito na camada esbranquiçada aonde serão encontradas estruturas leveduriformes. Boqueira, perleche ou angulos infectiosus: Infecção das comissuras labiais com lesões em forma de manchas esbranquiçadas, eritematosas, descamativas e com crostas, podendo aparecer também edema labial. As lesões são dolorosas e podem ser ligeiramente hemorrágicas. Queilite Eritema e edema dos lábios com dor em queimadura e rágades dolorosas. Geralmente acompanha o sapinho. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 34 Vulvo-vaginites: A candidíase na região genital aparece como infecção após tratamento com antibióticos, corticóides, anti-Trichomonas, etc. A infecção em adultos dá-se por relação sexual ou em; em crianças, pela passagem pelo canal de parto. São mais acometidas mulheres na faixa etária de 20 a 45 anos, gestantes, diabéticas e aquelas que fazem uso de anticoncepcionais. A lesão é em forma de eritema difuso nos grandes lábios (mucosa fina) com formação de vesiculas e pústulas que quando sofrem ruptura provocam erosões, sulcos inter-labiais com fissuras e leucorréia cremosa, tornando a área edemaciada e dolorosa. As seqüelas são uretrites, cistites, intertrigo inguino-crural e inter-glúteos. Os agentes são : Candida albicans, C. krusei, C. stellatoidea e C. tropicalis. Candidíase nos genitais masculinos: 1- Uretrites = Acomete homens com mais de 20 anos e são transmitidas por relações sexuais e em banheiros. Os sintomas aparecem sob a forma de prurido e formigamento no meato que se torna avermelhado e com uma gota de aspecto mucoso e esbranquiçado. Distinguir-se da uretrite por Neisseria gonorrhoeae por ter corrimento mais purulento. 2- Balanites e balanopostites = A comete qualquer idade do sexo masculino e a transmissão se dá por foco pré - existente (uretral ou digestivo) ou relações sexuais. Os sintomas são prurido e formigamento. A lesão é em placa eritematosa, vesiculosa e com escamas na glande ou sulco balano-prepucial. Considerações laboratoriais: A demonstração da presença de colônias aracniformes em EMB ou a produção de clamidósporos em agar-fubá são métodos aceitáveis para a identificação de Candida albicans. Entretanto, a maioria dos laboratórios prefere a prova do tubo germinativo que fornece resultados mais rápidos, exceto para C. stellatoidea (variante da C. albicans) e cepas de C. tropicalis. Tubo germinativo: Extensão filamentosa da cultura de levedura que tenha, aproximadamente, a metade da largura e 3 a 4 vezes o comprimento da célula. O tubo germinativo de Candida albicans não apresenta constricção no ponto de origem, em contraste com a C. tropicalis . Técnica: colônia de levedura (suspeita) + soro humano = suspensão. Incubar a 37 graus C por 3 horas. Suspensão entre lâmina e lamínula (azul de lactofenol) = tubo germinativo. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 35 É uma prova presuntiva para C. albicans, porém há necessidade de provas complementares, hoje com a grande resistência aos antimicóticos está tendo necessidade de se ter ensaios mais acurados para a confirmação das espécies deste gênero. Tem sido relatado,que os sistemas Automatizados como o MICROSCAN tem tido isolamentos mais fidedignos que os sistemas comerciais baseados nas provas bioquímicas e de fermentação de açúcares. Pode-se ainda inocular a colônia em agar- fubá e uréia (acrescer Tewn 80 = polissorbato) no agar-fubá para diminuir a tensão superficial e permitir a ótima formação de blastósporos. O TSAQ para fungos ainda não é um teste padronizado,porém está tendo uma necessidade do seu uso , devido a resistência as drogas pelo gênero Candida,sp . Espécies de Candida: 1- C. albicans - glicose positiva, maltose positiva, sacarose positiva, lactose negativa, trealose positiva, urease positiva, tubo germinativo positivo. Cresce a 37 graus C, formam psedohifas e tem cápsula em tinta nanquim. As colônias têm cor creme, são úmidas, arredondadas, cremosas e em forma de lente biconvexa. Em azul de lactofenol apresenta blastósporos arredondados ou ovais e, às vezes, pseudohifas. 2- C. tropicalis -- as colônias são branco sujo ou amareladas, arredondadas, cremosas, amarrotadas e pregueadas. Em azul de lactofenol apresenta pseudohifas bem desenvolvidas, leveduras em manga ou pequenas cadeias, células arredondadas ou alongadas. 3- C. pseudotropicalis - colônias de cor creme, úmidas, arredondadas e com bordos irregulares. Em azul de lactofenol apresenta numerosos blastósporos alongados ou ovalados e não há pseudomicélio. 4- C. parapsilosis -- colônias branco-creme, arredondadas e úmidas. Em azul de lactofenol apresenta pseudomicelio bem desenvolvido com poucos blastósporos arredondados ou ovais. 5- C. krusei -- colônias branco-creme, cremosas, pregueadas e com contornos irregulares. Em azul de lactofenol apresenta leveduras alongadas com células arredondadas e pequeno número de brotos. 6- Outras sps de Candida: C. glabrata , C. guilliermondii, C. stellatóidea , C. lusitaniae, C.kefyr, etc. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 36 Pranchas coloridas de micose oportunista Cryptococose Candidíase Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 37 Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 38 MICOSES OPORTUNISTAS ASPERGILOSE: Existem mais de 700 espécies de Aspergillus, porém, apenas três são de interesse clínico: Aspergillus flavus; Aspergillus niger e Aspergillus fumigatus, sendo que o A. fumigatus é, provavelmente, a espécie que mais causa aspergilose pulmonar ou disseminada no homem e, em especial, nos homens debilitados. O Aspergillus fumigatus e o Aspergillus flavus estão comumente associados a doenças pulmonares alérgicas, enquanto que o Aspergillus niger pode estar associado a infecções do tipo bola de fungo nos seios nasais e pulmões, sendo, também, o agente mais isolado em casos de otite externa (ouvido de nadador). As outras espécies não causam infecções no homem. O exame direto é sempre negativo; para consagrar uma espécie de Aspergillus,sp como agente etiológico de uma infecção clínica, esse fungo deve ser isolado três vezes em repetidas culturas da amostra clínica ou sua morfologia deve ser encontrada em cortes histológicos das lesões. Características: São fungos geofílicos encontrados na poeira e alimentos, em particular no queijo; são inalados na poeira e podem ser encontrados como saprófitas na cavidade nasal. No caso de haverem leucemias, tuberculoses cavitárias ou quaisquer outras doenças debilitantes, o Aspergillus,sp deixa de ser saprófita para ser patogênico. As populações de risco são aquelas que lidam com cereais ou lugares poeirentos. Manifestações clínicas: Pode apresentar hemoptise, lesões traumáticas, sinusites maxilares, cutâneas e cerebrais; a imagem ao raio-x é uma imagem em forma de guizo opaco aonde mostra o aspergiloma. O prognóstico é geralmente bom , porém, a sua evolução depende da doença que precedeu a Aspergilose. O quadro clínico pulmonar não é fácil de diferenciar das tuberculoses, abcessos pulmonares ou carcinoma. Diagnóstico laboratorial: Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 39 O isolamento do fungo do escarro não é fidedigno por ser o Aspergillus ,sp saprófita das vias aéreas superiores; porém, o aspirado brônquico já é seguro. As colônias, em 48 a 72 hs, podem ser aveludadas ou como flocos, inicialmente brancas e tornando-se, posteriormente, cinza-esverdeadas; quando maduras apresentam tons pastéis. Em azul de lactofenol mostra conidióforo longo, com prolongamentos em forma de clavas e a parte superior disposta em fila única (aspecto de chuveiro= A. fumigatus). Em HE mostra um infiltrado com células gigantes, plasmócitos e polimorfonuceares dentro de macrófagos ou em forma de micélios com conídeos. Características diferenciais das três espécies de Aspergillus: A. fumigatus: a colônia é verde, azul-esverdeada ou verde-amarronzada, pulverulenta e com margem branca. Microscopicamente apresenta conidióforos longos com vesículas em clava, esporos na metade superior e hifas hialinas. A. niger: a colônia tem aspecto de sal com pimenta e tem o verso cor de canela clara. Ao microscópio apresenta hifas hialinas e septadas, conióforos longos com a vesícula variável e os esporos negros e esféricos. A. flavus: colônia de cor amarela ou amarelo-castanho. Em azul de lactofenol hifas hialinas e vesículas esféricas com esporos esféricos por toda a vesícula. ZIGOMICOSE Sinonímia: Mucormicose ou Ficomicose. Agentes etiológicos: Mucor,sp, Rhizopus,sp, Rhizomucor,sp , Absídia, Cunningamella , Syncephalastrum, Saksenaea, Mortierella (Ordem dos Mucorales). Agentes etiológicos de Zicomicoses subcutâneas: Basidiobolus ranarum e Conidiobolus coronatus (subcutânea e mucosas - nasal )=> Ordem dos Entomophthorales Características: são fungos considerados oportunistas por aproveitarem de estados de debilitação dos pacientes. Podem estar presentes, causando trombose, em doenças como o diabetes, em queimaduras extensas, leucemias e linfomas. As tromboses causadas podem ser sinusóides, paranasais, pulmonares ou do trato gastro- intestinal, e têm como consequência uma necrose isquêmica. Diagnóstico laboratorial: os fungos podem ser visualizados, em cortes histológicos dos vasos das localidades citadas acima, através da coloração de HE. Encontram-se células gigantes e polimorfonucleares. e ainda hifa larga cenocítica e tortuosa.,simulando galhos de arvore . Tratamento: Anfotericina B e cirurgia. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 40 RINOSPORIDIOSE Agente etiológico: Rhinosporidium seeberi . É um parasita de peixes de águas paradas que, acidentalmente, parasita o homem. A infecção acomete jovens e crianças e é mais comum na Índia. Manifestações clínicas: lesões localizadas na mucosa do vestíbulo nasal ou, às vezes, na conjuntiva. Inicialmente é uma lesão papulosa que progride e forma pólipos volumosos, vermelhos, sésseis ou pedunculares e de caráter invasivo, apresentando- se clinicamente sob a forma de granulomacentro facial. A evolução é crônica e a cura espontânea. Diagnóstico laboratorial: em KOH, o exame de secreções ou esfregaços de tecidos tumorais mostra grandes esporângios vazios ou cheios de um material sem endosporos. O fungo é maoir do que o Coccidioides immites e é de difícil cultivo, mas podem ser feitas provas sorológicas. Pranchas coloridas de micose oportunística Aspergilose Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 41 Mucor spp Rhizopus spp Rinosporidiose Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 42 Infecções Hospitalares Profa. Alessandra Marques Cardoso As infecções fazem parte da história da civilização, mas foi com a criação de locais de atenção aos doentes, posteriormente denominados hospitais, que os microrganismos encontraram um ambiente propício para a proliferação e grande facilidade de acesso aos indivíduos enfermos. Os primeiros indícios de infecção em nível “médico-paciente” nos remetem às sociedades do Antigo Oriente. No século IV a.C. os sacerdotes egípcios eram orientados a banharem-se várias vezes ao dia, manter-se limpos, e usar trajes brancos. A medicina Hindu (600 a.C. a 200 a.C.) adicionou a estas orientações a utilização de ácido fórmico que funcionava como anti-séptico local, diminuindo ou evitando a infecção do sítio cirúrgico. As primeiras informações sobre I.H. no Ocidente, data do ano 390 d.C. com o surgimento dos nosocômios, os quais em 816, no Concílio de Aachen, receberam o nome de “hospitais”. A arquitetura desses ambientes, baseada na teoria miasmática, contribuiu para a disseminação de infecções hospitalares. Esta situação persistiu na maioria dos hospitais europeus até o século XIX. As I.H. atingiam notadamente os procedimentos cirúrgicos, já que a supuração era considerada saudável para a boa evolução de uma ferida. Contudo, Heinriche Von Pfolspeundt, recomendava em seu manuscrito datado de 1460 a limpeza do material curativo e a lavagem de mãos ao manipular o paciente. Pasteur (1822 -1895) contribuiu para o conhecimento das infecções ao descobrir a existência de microrganismos e a associação dos mesmos às patologias. Oliver Wendell Holmes (1809 – 1894), baseado nas idéias de Pasteur, propôs que a febre puerperal era transmitida através das mãos dos estudantes de medicina, que após manusearem as peças cadavéricas realizavam práticas obstétricas. A teoria de Holmes foi corroborada por Ignaz Philipp Semmelweis (1818 – 1865), que além de provar que a febre puerperal era transmitida pelos médicos às parturientes, sugeriu a primeira forma de anti-sepsia: a lavagem das mãos. William S. Halsted (1852 – 1922) foi um grande inovador no combate às infecções de feridas operatórias, introduzindo o uso de luvas como medida preventiva de infecção tanto do médico quanto do paciente. Em meados do século XIX, destaca-se a figura da enfermeira Florence Nightigale (1820 – 1910), que lutou pela melhoria da infraestrutura hospitalar como forma de prevenção das I.H. O século XX trouxe inúmeros avanços no campo da medicina, Alexandre Fleming (1881 – 1955) com a descoberta da penicilina, iniciou a era Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 43 antimicrobiana. Na década de 50 surgiram na Inglaterra as primeiras enfermeiras responsáveis, exclusivamente, por técnicas de controle de I.H. (Infection Control Sister). Em 1958 a American Hospital Association recomenda a criação de Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), com o objetivo de prover os hospitais americanos de um sistema que lhes permitisse apurar as causas das I.H e dotá-los de instrumentos necessários contra possíveis ações legais movidas pela clientela. No Brasil, a primeira CCIH data de 1963, instalada no Hospital Hernesto Dornelles em Porto Alegre. O Ministério da Saúde na portaria 196 de 1983 determinou que todos os hospitais deveriam manter uma CCIH. Esse histórico demonstra a evolução do conhecimento sobre I.H. Recordando os fatos de maior relevância que marcaram a história da medicina, podemos concluir que muitos conhecimentos que hoje nos parecem simples e óbvios (como a lavagem das mãos), mas que ainda são negligenciados pelos profissionais de saúde, resultaram de idéias inovadoras que tiveram de vencer tenaz resistência para sua aceitação. Entende-se por Infecção Hospitalar, também denominada de infecção institucional ou nosocomial, aquela adquirida após a admissão do paciente no hospital e que se manifesta durante a sua permanência neste local, ou após a alta, quando esta infecção puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Apesar da existência de diversas medidas preventivas e do aprimoramento das ações de controle, as infecções hospitalares ainda permanecem como um problema endêmico que afeta não somente o paciente, mas também sua família, as equipes de saúde e a sociedade como um todo. As infecções hospitalares apresentam-se como um agravante de grande significado epidemiológico, tanto no contexto de Saúde pública como no da assistência hospitalar, por elevar as taxas de morbi-mortalidade, ampliar o tempo de permanência dos pacientes no hospital e conseqüentemente, por onerar os custos do tratamento, com suas conseqüências irreparáveis, seja do ponto de vista humano, econômico ou social. Pacientes que requerem cuidados intensivos prolongados são mais suscetíveis à aquisição de microrganismos causadores de infecções. Uma das principais preocupações na prestação de assistência ao paciente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) refere-se ao estado imunológico do mesmo, ou seja, o paciente debilitado apresenta maior probabilidade de desenvolver infecção por bactérias hospitalares multirresistentes. Por estarem debilitados, os pacientes de UTI são particularmente suscetíveis à colonização e infecção por bactérias presentes nas mãos dos profissionais ou no próprio ambiente. A insuficiência das práticas de higienização das mãos e a contaminação do meio ambiente aumentam o risco de infecções hospitalares. A anti-sepsia das mãos da equipe de profissionais da área da saúde é a operação fundamental para o controle das infecções. Pelo fato de as mãos estarem expostas ao meio ambiente, além da microbiota residente, estão sujeitas a apresentar microrganismos transitórios que oferecem risco de contaminação cruzada. Vários estudos de vigilância evidenciam que as principais formas clínicas das infecções hospitalares são: infecção do trato respiratório (pneumonia), infecção do trato urinário (cistite, pielonefrite), infecção de corrente sanguínea (sepse), infecção em superfícies queimadas, infecção de feridas cirúrgicas e infecção gastrointestinal. Com relação aos microrganismos causadores de processos infecciosos hospitalares, tem-se observado uma evolução interessante: o Streptococcus,sp beta hemolítico foi, durante longos anos, o principal agente etiológico das infecções Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 44 hospitalares, especialmente entre as parturientes; de 1950 a 1965, alastraram-se por todo o mundo as infecções por Staphilococcus,sp e a sua transmissão foi objeto de numerosos estudos. Em 1967, MacNamara e cols. já incriminavam os bacilos Gram negativos como germes mais freqüentemente isolados de processos infecciosos, prevalência estaverificada até os dias atuais, deixando a conclusão dolorosa de que não houve diminuição no número de infecções hospitalares. Os principais microrganismos envolvidos nas infecções hospitalares nos dias atuais são: bastonetes Gram negativos (Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Serratia marcecens, Proteus mirabilis), cocos Gram positivos (Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativa, Enterococcus faecium, Enterococcus faecalis) e fungos como as leveduras, sobretudo, as do gênero Candida sp. Devido ao uso indiscriminado de antibimicrobianos de largo espectro ocorre com freqüência seleção de microrganismos multirresistentes. Staphylococcus aureus isolados a partir de amostras clínicas de pacientes hospitalizados são freqüentemente resistentes a vários antimicrobianos. Cerca de 90% dos Staphylococcus aureus produzem a enzima beta-lactamase, e cerca de 20% apresentam resistência a oxacilina. A resistência à oxacilina nos estafilococos resulta de modificações das suas PBPs (proteínas de ligação da penicilina), na membrana citoplasmática, as quais passam a ser expressas por um gene cromossômico adquirido, mecA, que codifica as PBPs, diferentes das originais e que possuem baixa afinidade para ligação da oxacilina e conseqüentemente a todos os outros beta-lactâmicos. Staphylococcus coagulase negativa são agentes comuns de infecções hospitalares em UTI. Devido à dificuldade de sua interpretação como agente colonizante, contaminante ou patogênico, o uso inadequado de antimicrobianos resulta em elevados índices de resistência. Aproximadamente 65% dos isolados clínicos apresentam sensibilidade unicamente à vancomicina, o que revela a necessidade de controle na utilização de antimicrobianos no ambiente hospitalar visando reduzir a seleção de microrganismos multirresistentes. Além de serem oportunistas, os bastonetes Gram negativos adquirem resistência a drogas antimicrobianas comumente utilizadas no hospital. Pseudomonas aeruginosa e outros Gram negativos apresentam resistência intrínseca a vários antimicrobianos, além de realizarem processos de recombinação genética (conjugação, transformação e transdução). À medida que os fatores de resistência se recombinam, novos e múltiplos fatores de resistência são adquiridos. Estas cepas podem tornar-se parte da microbiota dos pacientes e da equipe hospitalar, comprometendo a eficácia do tratamento antimicrobiano. No ambiente hospitalar, as Pseudomonas são os microrganismos mais freqüentemente isolados dentre as bactérias não fermentadoras da glicose. O gênero Pseudomonas faz parte da família Pseudomonadaceae e é constituído por bastonetes Gram negativos móveis, aeróbios e citocromo-oxidase positivo. P. aeruginosa é a espécie mais isolada e de maior importância clínica, apresentando normalmente resistência múltipla a antimicrobianos. A frequência de infecções hospitalares causadas por Klebsiella sp produtoras de beta lactamases de espectro ampliado (ESBL) tem aumentado em todo o mundo. As cepas de Klebsiella sp ESBL normalmente exibem resistência cruzada com quinolonas e as infecções causadas por esses microrganismos têm grande impacto sobre a mortalidade dos pacientes. Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 45 As infecções causadas por Acinetobacter baumannii são de tratamento difícil, devido à resistência difundida destas bactérias a maioria dos antimicrobianos. Surtos causados por A. baumannii resistentes aos carbapenêmicos (imipenem, meropenem) têm sido relatados em diversos hospitais no mundo todo. A elevada resistência a drogas como aztreonam, cloranfenicol, cefotaxima, ceftazidima, cefepime, ciprofloxacina, sulfametoxazol-trimetoprim, amicacina e gentamicina mostra a dificuldade terapêutica nas infecções por A. baumannii e a preocupação em relação à capacidade desta espécie sobreviver por longos períodos em ambiente hospitalar, podendo ser transmitida entre pacientes via reservatórios humanos e objetos contaminados. A introdução de novos antibióticos de amplo espectro nos hospitais aumentou a importância de bactérias Gram negativas aeróbias como Stenotrophomonas maltophilia, Burkholderia sp e Moraxella catharralis. Existe uma crescente preocupação em relação ao uso de antimicrobianos em pacientes infectados por bactérias não fermentadoras, principalmente S. maltophilia, que apresenta resistência a muitos antimicrobianos, incluindo os carbapenêmicos, o que pode resultar em falha terapêutica. As infecções hospitalares são de grande importância para a saúde pública mundial, especialmente nos países em desenvolvimento, tanto que no Brasil, esforços tem sido direcionados para implementação de medidas preventivas. Como a infecção hospitalar é o resultado final de uma série de eventos, o pleno conhecimento de fatores predisponentes se torna fundamental à medida que possibilita a criação e implantação de ações de controle efetivas que evitem não apenas a infecção propriamente dita, mas também a colonização dos pacientes por microrganismos patogênicos, contribuindo assim para a manutenção da saúde e para o aperfeiçoamento das atividades prestadas pelas equipes de saúde. Foi realizada uma pesquisa de bactérias nos materiais provenientes de fossas nasais, mãos, garganta (amigdalas) e fezes de 62 funcionários, bem como naqueles provenientes do ambiente físico de um Hospital Geral em São Paulo. Verificou-se a ausência de enteropatogênicas, porém, a prevalência de outros bacilos Gram negativos foi elevada entre os profissionais da área da saúde, principalmente a copa, cozinha, limpeza e lavanderia. Presenciou-se fagotipos de S. aureus tanto no ambiente, como no pessoal, assim como a alta prevalência de Bacillus,sp no ambiente. Conclui- se pela participação, tanto do pessoal hospitalar, como do meio ambiente na disseminação de microorganismos, acreditando serem necessários procedimentos de limpeza mais eficientes e educação mais adequada àqueles que vão exercer atividades infra-estruturais dentro do hospital. A situação no Brasil revelou incidências de 4,1 a 13,2% com um nível de significância de 356.000 casos anuais, levando 61.000 a óbito. Reconhecendo este fato grave, o governo brasileiro, através da portaria nº 196 de 1982 do Ministério da Saúde, tornou obrigatória a existência de uma Comissão de Vigilância Epidemiológica em hospitais. Equipamentos de uso obrigatório como catéteres, umidificadores, ventiladores, balanças, incubadoras, berçários e banheiros têm sido incriminados como vetores de agentes infecciosos nosocomiais. Em relação aos profissionais da área da saúde, a dispersão de microorganismos parece ter sido do tipo mãos para mãos. Atenção especial Universidade Católica de Goiás. Departamento de Ciências Biológicas e Biomédicas Profª. Cláudia Maria Duque de Souza. Microbiologia II 46 vem sendo dada aos manipuladores de alimentos, investigando a possível participação destes na prevalência de germes envolvidos em infecções hospitalares A coleta para as investigações desses microrganismos pode ser feita em portas, maçanetas, telefones, mesas, pias, torneiras e em outros pontos diferentes do hospital. Em relação ao pessoal podem ser investigadas as fezes, fossas nasais, mãos, etc. Todos estes materiais podem ser inoculados em caldo tripticase-soja ou tioglicolato. Para a pesquisa de bactérias Gram negativas usam-se meios seletivos normais e, posteriormente, são feitas as provas bioquímicas. Para a pesquisa de bactérias Gram positivas usa-se o ágar sangue, para os Staphilococcus,sp deve-se seguir o seu fluxograma. Algumas pesquisas mostram que nas mãos dos funcionários predominam as bactérias Gram negativas
Compartilhar