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Resumo do livro Biologia Evolutiva (cap 1 e 2)

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
Disciplina: Evolução (turno: tarde) / Setembro de 2017 
Resumo dos capítulos 1 e 2 do livro Biologia Evolutiva de Douglas J. Futuyma
	A diversidade de organismos vivos nos leva a questionamentos básicos sobre sua própria existência. Por que os seres são tão diversos? Ou ainda, por que tão semelhantes e ainda assim distintos? As asas de uma borboleta e de um pássaro, com a mesma função, são tão diferentes. Por que não há apenas um tipo de asas? Mas essa observação feita em escala molecular, vê-se algo surpreendente: um código genético universal. O mesmo mecanismo que determina o desenvolvimento das asas de um pássaro também determina o desenvolvimento das asas de uma borboleta. São muitas as perguntas relacionadas à evolução das formas de vida, sejam as existentes em um passado distante ou as presentes nos dias de hoje. Um grande quebra-cabeças vem sendo montado à medida em que são feitas novas descobertas. Mas, afinal, o que é evolução?
	Como as adaptações das estruturas florais de uma planta e os hábitos alimentares das abelhas vieram a ser temas da ideia de evolução? Esta palavra-chave (evolução) é muitas vezes utilizada de forma bastante figurativa, o que pode levar a equívocos na interpretação de fatos biológicos. Deve-se abrir mão da idéia em seu senso comum e pensar a evolução em seu sentido mais amplo, qual uma simples mudança. Tal mudança é caracterizada por mutações de caracteres herdáveis que se estabelecem em gerações seguintes de determinada espécie, podendo ser mudanças classificadas como processos atribuídos ao acaso, o qual considera as variações como fatores aleatórios, ou classificadas como seleção natural, na qual as variações são fatores não-aleatórios e levam a ajustes de melhoramento das espécies, ditas adaptações. A partir de uma perspectiva histórica, foi Darwin, com a publicação de “The Origin of Species” em 1859, que introduziu tais hipóteses, apesar de outros cientistas já tangenciarem antes essa linha de raciocínio. O concenso da comunidade científica levou as hipóteses de Darwin ao seu status atual de teoria da evolução, tendo como a seleção natural como um dos principais fatores.
	Apesar de haverem existido mitos antigos considerando algum grau de evolução da vida, como os de Anaximandro que vislumbrou a origem da vida aquática a partir da água e das espécies terrestres a partir dos peixes e de Empédocles que supôs a formação dos primeiros seres tais quais quimeras de membros e cabeças aleatórios, a história da teoria da evolução tem como precursores Platão e Aristóteles, com suas ideias sobre a superioridade do homem e o estabelecimento de características fixas na natureza, a partir da vontade divina. Mesmo uma visão mais “moderna”, como os sistemas de classificação praticados por Linnaeus, atribuindo graus de parentesco às suas descrições entre espécies, não referiam-se à sistemática genealógica, mas sim aos moldes divinos. A quebra desse paradigma religioso começou, então, durante o Iluminismo, no século XVIII, a favorecer o poder da razão. Daí afloraram novas idéias nos campos da filosofia com Kant, da astronomia com Laplace, da filosofia com Rousseau e da geologia com Hutton. Apesar disso, no campo da biologia, as idéias atribuídas à origem da vida permaneceram estagnadas ao paradigma religioso até o surgimento das idéias de Darwin. A contribuição mais revolucionária da época pré-darwiniana foi a de Lamarck que considerou a herança de características adquiridas em espécies que aumentariam seus graus de adaptação ao ambiente. Apesar disso, explicava a origem de espécies por geração espontãnea.
	Um fato curioso sobre os escritos darwinianos, foi que um compemporâneo seu, Alfred Russel Wallace, publicou um manuscrito entitulado “Sobre a tendência das variedades de partirem de um tipo original” (tradução livre), o qual dissertava também sobre seleção natural sob uma perspectiva independente das idéias de Darwin. Com isso, Darwin interrompeu a escrita de seu “livro grande” para compartilhar os créditos de suas conclusões com Wallace e, posteriormente, publicar em versão reduzida o “Origem das espécies”. Outra visão, estabelecida por Ernst Mayr (1892), enfatizava que a teoria da evolução introduzida por Darwin teria embutida em si cinco outras teorias, umas independentes das outras: evolução, descendência comum, gradualidade, especiação populacional e seleção natural. 
	As idéias introduzidas pelo trabalho de Darwin afetaram diretamente os campos da filosofia, da ética e da religião. Para o que os filósofos antes recorriam à explicações divinas (castigo ou recompensa) de propósitos para os fenômenos naturais, a partir de então, a teoria da evolução permeou tais propósitos com um caráter mecanicista, denominado função. Nas religiões, as idéias de Darwin abriram campo para uma dicotomia crítica de embasamentos incompatíveis que segue até os dias de hoje, com as crenças relacionadas ao criacionismo, porém sem impedir que, à parte, cientistas pesquisadores da biologia evolutiva mantenham seus hábitos e doutrinas religiosas e vice-versa. Ao tocar questões morais e éticas, o processo de seleção natural é desvirtuado completamente quando mal interpretado e utilizado para justificar atrocidades praticadas por fascistas. A maneira correta de abordar tais questões é partindo do pressuposto de que a natureza é amoral e, se utilizada para debater comportamentos humanos, pode ser relacionada à evolução dos mesmos, tais como cooperação, competição, canibalismo, etc. Movimentos que tratavam sobre o tema da evolução surgidos após as publicações de Darwin também ganharam destaque, tendo como base “teorias anti-darwinianas”: neo-lamarckistas que reinterpretam as idéias de Lamarck; ortogenéticas que negam a teoria de seleção natural, pois a variação seria direcionada a metas fixas pré-estabelecidas; e mutacionistas que defendem que as variações contínuas, mais sutis, não teriam base genética, portanto apenas variações individuais mais evidentes, segundos os princípios da genética mendeliana, desempenhariam papel na evolução das espécies.
	A partir de 1930, com intuito de refrear as discordâncias entre os campos da ciência com as idéias de Darwin, surgiu a síntese evolutiva, tendo como base fatos genéticos. Uma teoria matemática foi implementada a partir das teorias darwinianas mostrando que a causa da evolução adaptativa eram a conjunção de mutações e a seleção natural, sendo tais mutações a “matéria-prima” da seleção natural. A síntese evolutiva conta com doutrinas advindas de vários campos da ciência que foram relacionadas ao longo dos anos. Entre estas estão as idéias de fenótipo e genótipo, recombinação de alelos, fatores ambientais como agentes contribuintes à taxa de mutação, mudança evolutiva como um processo populacional, seleção natural como fator contínuo e presente, plasticidade fenotípica e especiação, entre outras.
	É dito que os pilares da biologia evolutiva são perguntas relacionadas à origem, extinção e história da vida, bem como suas causas. Para tal, mostrou-se necessário certo pragmatismo que levou à formação de um elaborado sistema de classificação taxonômica. O estudo de diversas áreas, atualmente, ao convergir todas as informações (genética, anatomia, fisiologia, paleobiologia, etc) alimentam esse sistema de classificação da biologia evolutiva. Atualmente a biologia evolutiva apresenta difundida aplicabilidade em diversas áreas de estudo. Citando alguns exemplos, nas ciências da saúde, com o estudo da resistência de vírus infecciosos às drogas utilizadas em tratamentos como contra o HIV. Na agricultura, estudando a resistência de pragas a inceticidas. Em produtos naturais, em escala molecular, estudando a adaptação de metabólitos e suas reações no tratamento de doenças em animais, nós humanos inclusos.
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