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1 – INTRODUÇÃO Viscosidade pode ser definida como a medida da resistência interna de um fluido (gás ou líquido) ao fluxo, ou seja, é a resistência oferecida pelo líquido quando uma camada se move em relação a uma camada subjacente. Quanto maior a viscosidade, maior é a resistência ao movimento e menor é sua capacidade de escoar (fluir). Assim, um líquido como o melado, que resiste grandemente ao movimento, possui elevada viscosidade, ao contrário da água, na qual a viscosidade é muito menor, o que torna menor a sua resistência ao movimento. Em outras palavras, a viscosidade de um fluido é a propriedade que determina o valor de sua resistência ao cisalhamento. É a propriedade principal de um lubrificante, pois está diretamente relacionada com a capacidade de suportar cargas. Quanto mais viscoso for o óleo, maior será a carga suportada. A viscosidade é a consequência do atrito interno de um fluido. Resulta da resistência que um fluido oferece ao movimento, daí a sua grande influência na perda de potência e na intensidade de calor produzido nos mancais. Uma consequência direta da viscosidade de um fluido é a Força de Arrasto (Fd) que juntamente com o empuxo, aplicam uma resistência ao corpo se deslocando no interior de um fluido. Quanto maior for a viscosidade mais resistência a força de arrasto irá aplicar Fluxos viscosos podem ser divididos em três tipos: fluxo laminar, fluxo turbulento e fluxo misto. No primeiro caso, as partículas do fluido movem-se todas à mesma velocidade e numa única direção; as partículas movem-se, assim, em camadas, ou lâminas. No segundo caso, a velocidade das partículas sofre flutuações aleatórias em todas as direções. No terceiro caso o comportamento das partículas apresenta características intermediárias entre os dois extremos. Figura 1. Figura indicando vetorialmente fluxo laminar (a) e fluxo turbulento (b) 1.1 – OBJETIVOS Calcular o coeficiente de viscosidade do fluido, assim como definir se ocorre um fluxo laminar ou turbulento na passagem da esfera pelo fluido 1.2 – PROBLEMA FÍSICO Será calculado a viscosidade da Trietanolamina a partir dos dados obtidos no laboratório, cuja fórmula para obter tal viscosidade é: η = Onde: ρe = densidade da esfera (7850 kg/m³ ) ρliq = densidade do líquido (1126 kg/m³ ) g = gravidade (9,78 m/s² ) d = diâmetro da esfera v = velocidade de queda da esfera Uma unidade comumente utilizada é o Poise (P) que equivale a 1 g·cm−1·s−1. Porém, neste relatório foi utilizada a unidade conforme o Sistema Internacional de medidas que é o Pa.s, ou: 1 Pa·s = 1 kg·m−1·s−1 = 10 P 2 – DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Os materiais utilizados para esse experimento (assim como seus erros) foram: Trena ( Paquímetro ( Suporte Tubo com fluido Sensores 2 esferas de diferentes tamanhos Com a trena mediu-se a altura (h) que nada mais é do que a distância entre os dois sensores instalados, logo após foram medidos os diâmetros das duas esferas com o auxilio de um paquímetro, com o mesmo paquímetro foi feita a medição do diâmetro interno do tubo onde se encontrava o fluido. Partindo para o experimento, uma das esferas foi solta do alto do tubo onde se encontrava o fluido, ao passar pelo primeiro sensor automaticamente disparava um cronometro ligado a ele (ao sensor), ao se deslocar pelo tubo, a esfera passava pelo segundo sensor que era responsável por parar o cronômetro, a medida do tempo foi anotada. Esse procedimento foi repetido 10 vezes com cada esfera. 3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES Como já foi descrito foram feitas medições de altura e diâmetro dos materiais utilizados, os resultados obtidos foram: Diâmetro das esferas 0,0063 m 0,0100 m Diâmetro do tubo 0,02955m Distância entre os dois sensores 0,402m Com os as medidas feitas foi feita a medição dos tempos de queda para cada esfera, os resultados se encontram conforme a tabela a seguir Nº Tempo do deslocamento da esfera com diâmetro menor (s) Tempo do deslocamento da esfera com diâmetro maior (s) 1 01,97240 01,28225 2 01,98985 01,28705 3 01,98735 01,28050 4 02,00045 01,29030 5 01,99710 01,28620 6 01,99590 01,28625 7 01,99605 01,29045 8 01,99795 01,28740 9 01,98460 01,28710 10 01,99410 01,29235 Tabela 1. Tabela com resultados de tempo obtido conforme cada esfera. Com os resultados calcula-se todas as incertezas associadas como: 1º) Média = 2º) Desvio Padrão σ 3º) Erro Aleatório 4º) Erro Total ET = Com as equações descritas acima, encontramos o erro associado ao tempo de cada esfera, os resultados foram encontrados conforme a tabela abaixo: Erros Esfera com diâmetro menor Esfera com diâmetro maior 1,99157 1,28698 σ 0,00838 0,00361 δ 0,00265 0,00114 ET 0,00265 0,00114 Tabela 2. Tabela indicando os cálculos estatísticos associados ao tempo Com isso, a partir da media dos tempos, podemos calcular a velocidade de queda de cada esfera associando a distância entre os dois sensores e a média dos tempos conforme a equação: Obtida a velocidade podemos encontrar a incerteza associada a ela de acordo com a equação: + ( Levando em consideração que a incerteza da altura é a incerteza da trena (0,001m) e a incerteza do tempo é o erro total calculado anteriormente, então, os resultados das velocidades e as incertezas associadas a elas estão descritas de acordo com a tabela abaixo: Velocidade da esfera com menor diâmetro (m/s) Velocidade da esfera com maior diâmetro (m/s) v 0,202 0,312 σv 0,001 0,0009 Tabela 3. Tabela mostrando os resultados de cada velocidade e sua incerteza de acordo com o diâmetro da esfera Encontrado todos os valores associados a velocidade podemos, por fim, calcular a viscosidade do líquido trabalhado a partir já descrita: η = Para o cálculo da incerteza, vamos considerar como: K=(ρe – ρliq) E para calculo da incerteza de K: σk = Com isso, teremos como equação do calculo da incerteza da viscosidade: ση² = ( Como se tem duas velocidades e dois diâmetros tem-se dois cálculos de viscosidade e duas incertezas, logo: Esfera com diâmetro menor (Pa.s) Esfera com diâmetro maior (Pa.s) η 0,72 1,17 ση 0,04 0,01 Tabela 4. Resultados da viscosidade calculada e suas incertezas Devido a fluidez do liquido ser menor nos intermédios das paredes do tubo, torna-se necessário calcular uma incerteza em relação a essa frenagem produzida pelo atrito entre o fluido e o liquido, fazemos isso utilizando a equação: = [1 - 2,104 Onde: D = diâmetro do tubo d = diâmetro da esfera E o calculo de sua incerteza: σηcorrigido = Logo: Esfera com diâmetro menor (Pa.s) Esfera com diâmetro maior (Pa.s) ηcorrigido 0,41 0,43 σηcorrigido 0,02 0,005 Tabela 5. Tabela indicando a viscosidade corrigida e sua incerteza 4- CONCLUSÃO Portanto, calculando o coeficiente de Reynolds que tem equação: Onde: ρ = densidade do fluido v = velocidade da esfera d = diâmetro da esfera η = viscosidade corrigida do fluido encontramos, para a esfera menor, o valor de: Re = 3,49 E para a esfera maior: Re = 8,17 Levando em conta que para valores de Re<2.000 caracteriza fluxo laminar, os valores encontrados ficaram muito abaixo do limite. Os baixos valores encontrados se justificam pela alta viscosidade do fluido trabalhado e por estarmos trabalhando com baixas velocidades, o que dificilmente iria acontecer um regime turbulento. Percebemos que as viscosidades corrigidas se aproximaram mais, na média, do valor real da viscosidade do fluido. Também que a esfera com diâmetro maior estava mais propensa a ser afetada pelo atrito maior nos intermédios das paredes do tubo Após a exposição de todos os dados, podemos calcular a diferença percentual, definida pela equação: da viscosidade corrigida e encontrou-se os valores de 28,8% e 30% , o que define que os valores encontradosficaram muito distantes do valor real. Isso se deve por prováveis erros de medição e de atuação experimental. E calculando os erros relativos : Encontrou-se os valores de 4,88% e 1,16% . Logo, podemos considerar o experimento como parcialmente satisfatório, já que apesar da diferença percentual da viscosidade corrigida variar de 28,8% a 30%, os erros relativos encontrados foram de apenas 4,88% e 1,16% sendo totalmente admissível, pois são menores que os 10% permitidos.
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